quarta-feira, 5 de setembro de 2018

TALENTOS DA NOSSA EUROPA (25) - YURI JIGUNOV (Rússia)

Yuri Jigunov
Com toda a lógica, aportuguesámos este nome da ortografia francesa (Youri Jigounov). Ora vamos lá: nos tempos da nada saudosa União Soviética, esta, ao contrário de dois regimes congéneres e contemporâneos, a China de Mao e a Cuba de Castro, os senhores de Moscovo nada ligavam à 9.ª Arte, antes pelo contrário, menosprezavam-na.
Mas ela, a BD russa, existia, sobretudo no processo underground. Publicaram-se também, na revista “Sputnik”, algumas BD's infantis...
No entanto, esse tão imenso país tinha os seus magníficos desenhistas (quantos deles terão ficado perdidos para sempre?...). Destes, um valor se destaca e é já famoso a nível internacional: Yuri Jigunov.
Nasceu em Moscovo a 22 de Outubro de 1967. Porém, em 1997 instalou-se com a família na Bélgica. Foi a sua gloriosa carta de alforria, para ele e para a sua carreira.
No seu país conseguia acompanhar as edições em francês da revista “Tintin”...
Estudou na Academia da Aviação Civil de Moscovo e nesta cidade, em 1989, colaborou para um estúdio de BD.
Sozinho, havia criado uma narrativa de 46 pranchas, “As Cartas de Krivtsov”. É com esta obra debaixo do braço que se arrisca, em 1993, a viajar até Bruxelas, batendo à porta das Éditions du Lombard, o único endereço que possuía...
O argumentista Yves Sente, então director editorial da Lombard, impressionado ante a maturidade gráfica da obra, aceita publicá-la, o que acontece em álbum em 1995. Claro que esta bela obra teve de ser traduzida e “adaptada” ao sistema editorial do eixo franco-belga.
 
Depois, foi um não parar da sua carreira, não só na Europa como também nos Estados Unidos da América e no Canadá. Em Portugal, foi o entupimento do costume...
Em 1996, com argumentos de Pascal Rénard, passou a desenhar a série “Alpha” (hoje com 15 álbuns); após o falecimento de Renard (1961-1996), prosseguiu com argumentos de Mythic.
Mais tarde, abarca também o seu incontestável talento gráfico à série “XIII” (a partir do 20.º tomo), substituindo William Vance (falecido em Maio deste ano), já muito afectado na saúde.
Depois, na série paralela “Alpha-Premières Armes”, foi dando uma “mãozinha”, mormente na aplicação das cores.
Da actual Rússia e da nossa Europa (vai do Cabo da Roca aos Montes Urais), há pois este grande talento: Yuri Jigunov. Ainda bem!
Spassiba, Yuri!
LB

Sem comentários:

Enviar um comentário