quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

CAPAS(28) - ALBERT WEINBERG

Este sempre muito activo desenhista, Albert Weinberg, cidadão belga, nasceu em Liège a 9 de Abril de 1922 e faleceu na sua cidade natal a 29 de Setembro de 2011.
Muito popular em Portugal, foi um dos exigentes de séries focando aviadores, especificamente a de "Dan Cooper"... Recordamos este personagem no nosso post "Heróis Inesquecíveis" (32), editado no BDBD a 15 de Outubro de 2014.
Mas a obra de Weinberg, parcialmente também editada em Portugal, não se limitou apenas a "Dan Cooper"...
Abordou outros diversos temas, com algumas visitas, ao campo humorístico. Indicam-se : "Vicki", "Luc Condor", "Roc Meteor", "Novas Aventuras de Robinson Crusoé", "Alain Lander", "Os Aquanautas", "Govanni di Celli", "Knut Andersen", "Barracuda" e por aí adiante. Em 1991, o rei Balduíno da Bélgica agraciou-o com o título de Cavaleiro da Ordem de Leopold.
Meticuloso na sua obra, procurou sempre documentar-se sobre os temas e os lugares onde ia localizar as suas criações, especialmente em relação às aventuras do acima citado "Dan Cooper".
Aqui o recordamos agora, apresentando algumas das belas capas de que também foi autor. Ora reparem...
LB

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

BOAS FESTAS

O BDBD deseja a todos os seus leitores e amigos um Feliz Natal e que 2022 seja um ano com mais saúde, mais paz e mais respeito e compreensão entre os homens.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

ILUSTRAÇÕES E HISTÓRIAS EM QUADRINHOS por José Ruy (6)


Fiz as ilustrações deste livro quando ainda estava na Bertrand Editora, pois na sua oficina gráfica «Portugal Brasil» estava a executar esta obra para a editora «Ática». A sua autora, Margarida Ofélia, pretendia umas ilustrações estilizadas, para seguir a linha das suas anteriores obras.
À semelhança dos livros que tenho vindo a mostrar anteriormente, este também foi impresso em tipografia com o desenho das cores feito em separado, a tinta da china preta, pois como já expliquei, a cor só é dada na máquina quando da impressão.
Usei aqui o sistema de pontilhado para a meia tinta nas carnes, e consegui com estas três cores, preto, vermelho e verde, mais tons como o castanho no cavalo de pau e no «capacete» do miúdo, e outro tom mais avermelhado, nos sapatos.
Mas mostro as ilustrações que fiz para o interior do livro.
Este conto chama-se «Pingo de Leite».

Mas se me permitem voltarei um pouco atrás para vos dar uma ideia da diferença que a autora pretendia com este livro. Transcrevo com a devida vénia, um excerto da nota de abertura que gostei muito, e continuo a gostar. Ora leiam, por favor:


Margarida Ofélia diz que uma história é uma coisa séria e é com todo o respeito que escreve para os seus leitores. Partilho esse sentimento, pois é também com todo o mesmo respeito que faço os desenhos a pensar em quem os vai ver.
Esta ilustração acima corresponde ao conto «O bosque do Renato».
Agora, «A pasta da Maria Rita».

Em baixo, «Memórias de um Táxi».

Para terminar, temos «A árvore do Jardim».

Entendo que ao ilustrarmos um texto que descreve uma ideia ou um estado de espírito, não devemos impor o nosso estilo, como querendo manter «a nossa marca», mas adaptarmo-nos ao sentimento de quem escreve. Ao contrário das histórias em quadrinhos, pois aí sim, podemos executar os desenhos com a nossa técnica, seja qual for a intensão do argumentista.

O próximo artigo:

sábado, 11 de dezembro de 2021

NOVIDADES EDITORIAIS (230)

LE MUSÉE IMAGINAIRE - Edição Geo/Moulinsart.
Em teoria, este álbum devia ser o décimo e derradeiro da valorosa série "Tintin, C'Est l'Aventure", mas foi definido como derradeiro sim, mas como exemplar extra e complementar dos nove anteriores tomos desta dita série.
Uma bela e elucidativa aposta para os infindáveis entusiastas de Hergé e da sua imorredoira obra. E, na capa, não falta o popular português "Oliveira de Figueira"...
Este interessante álbum contém os seguintes tópicos: "Un Dessinateur au Musée", "Le Musée Imaginaire d'Hergé", "Que Faire de l'Homme-Leopard?", "Qu'Est qu'un Fétiche?", "Hergé Entre au Musée" e "Hergé Collectionneur".
Enfim, uma obra fundamental, mesmo para aqueles que são estranhamente anti-Hergé.


O FOGO SAGRADO - Edição Escorpião Azul. Autor: Derradé.
Quando "descobri" o Derradé (ver referências nos posts indicados no BDBD), logo fiquei com a vontade de continuar a seguir a sua obra, sempre plena de um belo humor. E aqui temos agora, com "O Fogo Sagrado", mais um dos seus encantadores arrojos.
Leva-nos ao nosso planeta num futuro que está cada vez mais deserto e seco... Uma provável realidade num futuro que talvez não esteja tão distante como isso!
Aqui, Derradé (Dário Rui Duarte), aplica bem o seu natural humor-caricatura: ele próprio e o seu frequente parceiro argumentista, Geral (aliás, Mário Alberto Caldeira Cavaco), são auto parodiados. Que bem!...
Mas, também, os editores da Escorpião Azul, Jorge Deodato e Sharon Mendes, e, igualmente, o Rui Brito, que é dirigente das edições Polvo.
De certo modo, nesta deliciosa paródia, existe todo um clima autobiográfico do autor. Parabéns!


O ÚLTIMO ESPADÃO - Edição Asa. Autores, segundo Edgar-Pierre Jacobs: o argumentista belga Jean Van Hamme e os desenhistas holandeses Teun Berserik e Peter Van Dongen. Tradução de Paula Caetano.
É o 28.º tomo da inolvidável série "Blake & Mortimer", que este ano festeja o 75.º aniversário, pois nasceu em Setembro de 1946. E os recentes autores brindaram assim os leitores, com este empolgante álbum, pressupostamente, a continuação da primeira narrativa da série.
Seguindo bem a linha de Jacobs, esta narrativa está repleta de todos os fulcrais temperos da série: muito mistério, muita acção, alguma necessária violência e a lógica vitória do Bem sobre o Mal. Um belo triunfo que a todos satisfaz.
E não faltam, para além do "capitão Francis Blake" e do seu parceiro e amigo, o "professor Philip Mortimer", o famigerado "coronel Orlik" e o fiel "Nasir". No desenrolar da aventura, entram também os nazis de um lado e os independentistas irlandeses do outro.
Um álbum que merece bons e quentes aplausos!
LB

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

BREVES (100)


Jorge Machado-Dias (1953-2020)
INAUGURADO NAS CALDAS O ESPAÇO BD JORGE MACHADO-DIAS

No passado sábado, dia 27, inaugurou o "Espaço BD Jorge Machado-Dias", na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, cidade que o acolheu desde 2010.
O espaço, que reúne uma boa parte do acervo de Jorge Machado-Dias, inaugurou com uma mostra documental sobre o seu trabalho enquanto autor, divulgador e editor de banda desenhada, que ficará patente até ao próximo dia 31 de Janeiro.
Na inauguração, Clara Botelho (viúva do Jorge) e Paulo Monteiro (Director do Festival e da Bedeteca de Beja) usaram da palavra para contextualizar este espaço e homenagear a memória de um nome incontornável da BD portuguesa.
Jorge Machado-Dias manifestou em vida a vontade de deixar a sua colecção a uma Biblioteca Pública, sendo a Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha a entidade que recebeu por doação cerca de 800 títulos compostos por vários álbuns de BD de autores portugueses e estrangeiros, publicações periódicas, livros sobre BD e vários livros autografados e dedicados ao autor.
A Câmara Municipal das Caldas da Rainha irá implementar o Prémio Jorge Machado-Dias tendo como objectivo incentivar a criatividade das crianças e jovens das Escolas do concelho.
De referir ainda, que no passado mês de Maio, foi atribuído ao autor, a título póstumo, a medalha de mérito cultural pela Câmara Municipal das Caldas da Rainha.
O espólio documental pode ser consultado online estando também disponível para consulta presencial ou para empréstimo domiciliário.

Nota: as imagens foram retiradas da página do facebook da Câmara Municipal
das Caldas da Rainha e o texto foi adaptado da mesma publicação


ANIVERSÁRIOS EM DEZEMBRO

Dia 01- Joe Quesada (estado-unidense)
Dia 06 - Rafael Sales 
Dia 13 - Leo (brasileiro) e José Carlos Francisco
Dia 15 - 
Carlos Zíngaro, Zep (suíço) e P. Trust Truscinski (polaco)
Dia 17 - Fabrice Néaud (francês)
Dia 20 - Rúben Pellejero (espanhol)
Dia 21 - Ricardo Santo
Dia 24 - Mark Millar (escocês)
Dia 25 - Irene Trigo
CR/LB

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

NOVIDADES EDITORIAIS (229)

ASTÉRIX E O GRIFO - Edição Asa. Autores, segundo Goscinny e Uderzo: Jean-Yves Ferri, Didier Convard e Thierry Mébarki. Tradução de Maria José Pereira e Paula Caetano.
O grifo é um animal mitológico, lendário... às vezes perigoso e assustador, outras benéfico e protector, consoante as crenças dos povos. 
Júlio César toma conhecimento da sua provável existência e deseja-o para a sua colecção de troféus. E lá partem Astérix, Obélix, Panoramix e o Ideiafix, para as distantes e misteriosas zonas geladas do leste europeu e territórios asiáticos vizinhos, na busca do enigmático grifo. Em paralelo, também vai uma convencida força militar romana... 
E começam as mais divertidas trapalhadas, onde também participam as lendárias mulheres-guerreiras, as famosas Amazonas.
Porém, o grande herói acaba por ser o cachorrinho Ideiafix que se trava de animada amizade com os lobos, para grande aflição de Obélix.
Uma narrativa muito cómica e plena de surpresas.


AMOR DE PERDIÇÃO - Edição Levoir/RTP. Autores, segundo Camilo Castelo Branco: argumento de João Miguel Lameiras, arte de Miguel Jorge e cores de Patrícia Búzio e Catarina Quintas. E ainda, um dossiê final por João Paulo Braga, versando o autor do romance.
E nesta curta colecção, Camilo Castelo Branco teve muito mais sorte que o seu confrade Eça de Queiroz em relação a "Os Maias", que ficou desvalorizado na qualidade.
O infeliz Camilo tem imensa e valorosa obra, mas, praticamente, só o romance "Amor de Perdição" tem sido "agarrado" por diversas vezes, pelo Cinema, Televisão e Banda Desenhada. Coisas que acontecem, mas que não se aceitam de ânimo leve!
No nosso post, a 18 de Abril de 2015, aqui no BDBD, focamos a vida e obra de Camilo Castelo Branco. Tentem visitá-lo ou revisitá-lo, para melhor avivarem a memória. Por agora, um pleno aplauso por esta versão em BD com responsáveis portugueses, nossos. Bravo!


NÃO TERÁS OUTRO DEUS... - ​Edição Ala dos Livros. Autores: argumento e traço do francês Joann Sfar e apoio nas cores de Brigitte Findakly.
Com uma crítica acutilante e um corajoso humor, Sfar criou em tempos uma série que logo se tornou muito aplaudida, "O Gato do Rabino". Em Portugal foram editados os cinco primeiros tomos, publicados por outra editora que não a actual. Depois houve um "certo silêncio". Mas eis que agora, via Ala dos Livros, nos surge o sexto e tão esperdo álbum, "Não Terás Outro Deus Além de Mim".
No sarcasmo, na sátira e até mesmo na ternura que Sfar acentua nesta série, o herói central é um gato espantoso e crítico impecável dos humanos. Pois é: ele entende bem os humanos mas os humanos não o entendem devidamente...
É preciso conhecer os gatos e esta delirante série BD!


VOYAGE AU CENTRE DE LA TERRE - ​Edição Glénat. Autores, segundo Jules Verne: argumento de Curd Ridel, traço de Frédéric Garcia, cores de Jacky Robert, capa de Chris Regnault e dossiê final de François Bayle e Agrippine Virgoulon.
O francês Jules Verne e o italiano Emilio Salgari, rivalizaram-se escrevendo uma infinidade de romances de aventuras que, em devido tempo, entusiasmaram uma imensidão de leitores, sobretudo na Europa e outros países "marcadamente europeus" noutros continentes...
Contudo, se, de um modo geral, Salgari seguiu a linha da "aventura pela aventura" (cá por mim, LB, sempre preferi a série "Corsário Negro" à do "Sandokan"), Verne, que até certo ponto vogou na esteira do genial Leonardo Da Vinci, deste marcou nas suas obras aspectos científicos ou profetizantes que foram acontecendo nos futuros que foram chegando...
Cinco títulos, muito em especial, se destacam na vasta obra de Verne: "Vinte Mil Léguas Submarinas", "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias", "Miguel Strogoff", "Da Terra à Lua" e "Viagem ao Centro da Terra".
Este último, o mais intrigante, é de quase (senão total) realização. Verne, nas suas apostas visionárias, sabia-o bem mas, mesmo assim, escreveu-o.
Neste romance há um factor que limita (ao que se saiba) qualquer vida: as terríveis e altíssimas temperaturas, onde tudo e todos se derretem ou ficam cinzas para sempre!

LB

domingo, 21 de novembro de 2021

CAPAS (27) - FELICÍSIMO CORIA

Espanhol, nasceu em Palencia (região de Castela) a 16 de Janeiro de 1948. 
Muito jovem, foi com os pais viver para o País Basco, mas há vários anos que reside em Santander (região da Cantábria).
Foi assistente do grande mestre belga William Vance (1935-2018). Este casou com a sua irmã Petra Coria, que se tornou colorista de ambos.
Trabalhou algumas vezes com argumentistas, como Yves Duval, Stephen Desberg e Lucien Meys, vindo a tornar-se quase exclusivo desenhista da série "Bob Morane", com argumentos de Henri Verne.
No álbum "Les Meilleurs Récits de Coria/Duval" (edição Loup), registam-se dois temas ligados à História de Portugal: "La Reine Morte" (A Rainha Morta), versão sobre D. Ignez de Castro, segundo a peça homónima de Henry de Montherlant, e "O Príncipe Constante", sobre o Infante Dom Fernando (mártir em Marrocos), segundo a peça de Calderon de la Barca.
Pouco dado a ir a salões-BD, no entanto, teve a gentileza de marcar presença na "Sobreda-BD/2001", edição que tinha como país de honra a Espanha, donde o homenageado Juan Espallardo (de Múrcia), Xabel Areces (das Astúrias), tendo faltado por imperativos profissionais, o galego Miguelanxo Prado.
Da bela e já vasta obra de Coria (lê-se Cória), escolhemos quase ao acaso, algumas das suas belas capas que a seguir reproduzimos.
LB