segunda-feira, 28 de outubro de 2019

HERÓIS INESQUECÍVEIS (67) - TÓNIUS

Também conhecido como Tónius, o Lusitano, este ​herói da BD Portuguesa, tão divertido como ​atrevido guerreiro, teve vida quase efémera.
E ​curta foi também a vida do seu sempre inspirado desenhista, André (aliás, José Maria Ferreira ​André, 1939-1993).
Infelizmente, até ao momento, ​não conseguimos obter uma foto de André!... Mas ​conhecêmo-lo pessoalmente numa das primeiríssimas edições das "Sobreda-BD".
Gemadinha, da época da Pré-História, é outro herói ​divertido também desenhado por André, para a ​saudosa revista-BD "Visão". Mas foi Tónius que o​ celebrizou.
​É em 1979, no início da 2.ª fase da edição portuguesa ​da revista "Spirou", que nasce Tónius, com argumento ​de Fernando Tito e arte de André. Foi então (e é) o ​episódio "A Truta de Ouro", também reeditado no "Jornal ​da BD". Nunca foi editado em álbum, excepto em países ​além-Pirinéus!
Capas das revistas "Spirou" #1 (2ª fase) (10.04.79) e "Jornal da BD" #115 (16.10.84)...
...e duas pranchas da primeira aventura de Tónius.

 Capas de edições estrangeiras (Holanda e Finlândia) com a aventura de Tónius, "A Truta de Ouro".

​Em 1985, o segundo episódio: "Uma Aventura nas Astúrias" ​no "Jornal da BD"...
Capa da revista "Jornal da BD" #159 (20.08.85)

...e, pelas Edições Publica, em álbum, aliás ​o único que existe entre nós (e, cremos, que esgotado).
Capa de "Uma Aventura nas Astúrias", por André (desenhos) e Tito (argumento)
Editorial Publica (1981)

Depois veio o terceiro episódio (em que ano?...), "A Invas​ão ​dos Alfa", que permanece inédito (incrível!!!...) em Portugal, ​mas que foi publicado na Bélgica.
​André e Fernando Tito programaram mais dois episódios: "A ​Pedra do Norte", que ante o argumento todo feito, só teve ​seis pranchas desenhadas; e "Tónius e as Sete Maravilhas do ​Mundo", que se ficou apenas por… uma ideia!
​Nestas desaventuras do próprio Tónius, os seus criadores ​traíram-no, pois abandonaram esta série por estranhos ​"desaguisados" (entre ambos ou com a editora prevista?)... Que mágoa esta inesperada desistência!
No entanto, Tónius, ​foi editado em Espanha, Bélgica, Holanda e Finlândia. Parabéns, Tónius!
​Pormenores pertinentes:
​1 - Tónius vive com todos os seus na aldeia Pedróbiga. Seus grandes companheiros: Chicolindus e Tigágus; seu "chefe" da ​aldeia, Herminius, e ainda, o vidente Videntius. Como rival ​directo, o manhoso árabe Mohamed Ali Vou Já.
​2 - A bravura de Tónius inspira-se noutro (mas real) honroso ​lusitano, Viriato. Agora, a "guerra" não é contra os Romanos ​(a época já fora!), mas sim, contra os Moiros (até hoje, sempre ​ávidos de tudo).
​3 - Um erro venenosamente propagado pelos imbecis: há uma tendência fácil e impensada de se comparar a série "Tónius" de ​André / F.Tito à de "Astérix" de Goscinny /Uderzo!... Que ​precipitação tão pouco pensada!... Na verdade, há um certo paralelismo e alguma inspiração entre Tónius e Astérix, mas são mais paralelos do que convergentes:
a) ​Ambos vivem com todos os seus, em aldeias resistentes e isoladas: os Gauleses contra os Romanos, os Lusitanos (já na Idade Média) contra os Árabes/Moiros.
b) Astérix e companhia (excepto o Obélix), para terem força, ​têm de beber a fantasiosa "poção mágica", enquanto que ​Tónius se serve apenas na sua perícia de usar a funda (tipo ​fisga) e da astuta valentia dele próprio e dos seus.

​Obrigado André e obrigado Fernando Tito, por este tão ​divertido, encorajador e inesquecível herói da Banda Desenhada Portuguesa, o Tónius!
Fica a nossa pergunta, qual libelo acusatório: para quando as três aventuras deste herói, em álbum?!...
LB

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

AS HISTÓRIAS QUE RESIDEM NA GAVETA (15) por José Ruy

Ao abrir a gaveta onde repousam algumas histórias que não viram o brilho da publicação, surgiu-me uma que idealizei fazer por volta de 1980, «O Andarilho das Sete Partidas». 
Trata-se de uma peça de teatro de autoria do escritor Romeu Correia, e publicada em livro, mas curiosamente nunca levada à cena. 
Nessa altura colaborava muito com a Câmara de Almada em eventos culturais, e fiz alguns com o Romeu Correia, principalmente sobre a «Peregrinação de Fernão Mendes Pinto», que realizara em Quadrinhos.
Na foto acima, uma das sessões em que estamos a palestrar. O Romeu Correia era um orador exímio e contava histórias com muita graça e interesse. 
Estamos num antigo mercado da fruta e do peixe, transformado em «Oficina da Cultura», em Almada. 
Falamos de Fernão Mendes Pinto, por isso a decoração com barris e cordame. 
Nesse espaço fiz em outra altura, com o Fausto Bordalo Dias, um evento em que desenhei uma figura do herói da Peregrinação enquanto ele tocava um dos quadros de «Por Este Rio Acima». 
Mas isso é outra história.
A peça de teatro de Romeu Correia é sobre a vida de Fernão Mendes Pinto em Almada, depois do seu regresso da longa peregrinação pelo Oriente.
Com base em dados históricos, o dramaturgo descreveu em detalhe a época em que o marinheiro passou a escrito a sua vivência no Oriente durante 21 anos, numa crónica que é hoje uma obra prima da nossa literatura.
Como, entretanto, criara laços de amizade com ele, combinámos transformar em Quadrinhos esse texto. Comecei a esboçar os desenhos e a adaptar a escrita. 

Os esboços foram lançados muito rudimentarmente, apenas para implantar em cada vinheta a atitude das personagens e alguma presença de elementos para criar o ambiente da época.
Apresento duas páginas, o suficiente para poderem avaliar o texto, muito bom, do Romeu Correia.

Esta história iria completar a «Peregrinação» em BD que a Meribérica acabara de publicar, e tinha interesse precisamente por isso. Mas meteram-se outros trabalhos na minha agenda, o Romeu Correia faleceu, e ainda em vida da viúva com quem me dava bem, pensámos realizar o projeto. O tempo foi passando, a própria Meribérica desativou-se e os esboços ficaram por isso mesmo, na gaveta. 
Ainda hoje, quando trago à luz do dia este assunto, sinto algum entusiasmo em continuar o projeto. Daria uma boa história. 

No próximo artigo mostrarei mais um argumento «encalhado» e a história que o rodeia.

domingo, 20 de outubro de 2019

NOVIDADES EDITORIAIS (182)

VOLTAIRE - Edição Casterman. Autores: argumento de Philippe Richelle e arte de Jean-Michel Beuriot.
"Os animais têm muitas vantagens sobre os homens: não precisam de teólogos para instrui-los, seus funerais saem de graça e ninguém briga por testamentos".
Ou: "Os reis são para os seus ministros como os cornudos para as esposas: nunca sabem o que se passa".
Ou ainda: "Somos todos malucos. Quem não quer ver malucos, deve quebrar os espelhos".
Estes são três dos imensos Pensamentos de Voltaire, o expoente máximo do Iluminismo (dito Século das Luzes ou dos Filósofos) francês.

Nasceu em Paris a 21 de Novembro de 1694, onde faleceu a 30 de Maio de 1778. Seu nome completo era François-Marie Arouet, mas foi sob o pseudónimo de Voltaire que se celebrizou mundialmente e para todo o sempre.
Filósofo e incansável escritor (poesia, prosa, teatro, ensaios filosóficos, etc.), foi anticlerical, guiava-se pela Razão e sempre se mostrou acérrimo na defesa das liberdades individuais e no combate aos regimes absolutistas, à censura, ao obscurantismo dos cleros e à hipocrisia da nobreza. Adiante do seu tempo, era mordaz, arguto, libertino (nunca casou nem teve filhos, mas apaixonou-se muitas vezes, tanto lhe servindo solteiras como casadas) e, quando por vezes resvalava num equívoco de qualquer tipo, logo dava a volta e saía por cima.
Esteve duas vezes preso na degradante Bastilha e três anos exilado em Inglaterra, tendo passado também três anos na Prússia, a convite de Frederico II, que muito o admirava.
Ficou muito chocado com a desgraça do terramoto de Lisboa em 1755, facto que ele regista na sua obra mais famosa, "Cândido ou O Optimismo".
Mandou limpar e lavrar as suas terras em Ferney, para assim dar emprego a muito povo que vivia na probreza.
A sua primeira obra de vulto foi a peça "Édipo" em 1718.
Colaborou com Diderot e D'Alambert para a "Enciclopédia", mas detestava o filósofo Jean-Jacques Rosseau. A Igreja ordenou que o seu corpo fosse atirado para a vala comum, mas à noite, seus amigos, recuperaram-no e enterraram-no secretamente na abadia de Sullières e, quando da Revolução Francesa, foi enfim e merecidamente, transferido para o Panteão.
Este álbum-BD, "Voltaire, le Culte de l'Ironie", é encantador e magestoso pelos dados históricos (bem documentados pelo argumentista Richelle) sobre a vida, a filosofia e a obra de Voltaire, que inventa, Richelle, um jovem secretário-biógrafo do notável personagem e que o vai entrevistando ao longo do álbum. Por sua vez, o desenhista Beuriot, nesta obra, experimentou-se (com perfeito resultado) na aplicação de cores directas em aguarela. Magníficos ambos!
Eis um álbum fundamental para se ler em português!...




LES TROIS MOUSQUETAIRES - Edição Glénat. Autores, segundo Alexandre Dumas (Pai): argumento do italiano Fabrizio Lo Bianco, traço do venezuelano Andres José Mossa e capa do francês Chris Reguault.
"Os Três Mosqueteiros", a par de "O Conde de Monte-Cristo", é a obra mais popular de Alexandre Dumas, variadíssimas vezes adaptada ao Cinema, Televisão, Teatro e Banda Desenhada. Foi inicialmente publicada, como folhetim diário, no quotidiano "Le Siècle", de 14 de Março a 14 de Julho de 1844. O triunfo popular foi imediato e ainda hoje, continua a galvanizar leitores e/ou espectadores. Aplausos!
Este álbum encerra com um dossiê versando a vida e a obra de Alexandre Dumas, por Françoise Langrognet.

LB

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

TALENTOS DA NOSSA EUROPA (40) - LUCIEN DE GIETER (Bélgica)

Lucien de Gieter
Nascido em Etterbeck (Bruxelas) a 4 de Setembro de 1932, Lucien De Gieter, é sobretudo famoso pela sua bela série "Papyrus".
Papyrus é um corajoso jovem (do Antigo Egípcio) que, salva a vida da princesinha Théti-Chére, resultando daí uma grande amizade (quiçá o amor no futuro…). Ambos vão viver espantosas aventuras que já abarcam mais de uma trintena de álbuns.
Mas, De Gieter, tem boa obra tanto anterior como posterior, à série "Papyrus". Por exemplo: "Les Déboires d'un Âne"...

"Pony"...
 

"Mission au Nouveau Monde"...

...e "Tôôt et Puit".

Em alguns títulos da sua vasta obra, De Gieter, foi apenas o argumentista, como foram os casos de "Rapataban" (com arte de Francis), "Ali-Bibi (com arte de Kiko) e "Les Barbus de Moslavie" (com arte de Eddy Ryssac).
Verdadeiramente dado à linha humorística, também participou em álbuns colectivos, como "Chansons Paillardes", da série atrevida e picante, "Chansons Cochonnnes " (Canções Porcas).

Lucien De Gieter chegou a colaborar fugazmente para as séries de Peyo, "Les Schtroumpfs" e "Poussy".
Este divertido criador belga, cursou no Institut Saint-Luc de Bruxelas.

Participou como decorador na Exposição Universal de Bruxelas (1958) e, por uns tempos, lançou-se na estética industrial. Desenhou algumas histórias curtas e, devido a um anúncio, em 1961, da revista "Spirou", procurando argumentistas, atreveu-se e venceu. Já no ano seguinte, estreia-se como desenhista, com a série "Pony". 
Em Janeiro de 1974, nasceu a sua série "Papyrus", que logo conquista o gosto e a apreciação total dos bedéfilos. Registou-se como a série-talismã da carreira de De Gieter.
 
 
E o triunfo popular foi tão imenso, que em 1998, passou à versão Cinema de Animação, numa série televisiva dirigida por Michel Gauthier.
LB
O primeiro episódio da série "Papyrus"

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

NOVIDADES EDITORIAIS (181)

TINTIN C'EST L'AVENTURE / 2 - É uma revista? É um álbum? É uma revista-álbum ou vice-versa? É tudo isso!
Publicação trimestral (este n.º 2 abrange os meses de Setembro, Outubro e Novembro-2019), tem como responsáveis de edição as Éditions Prisma, a GEO e as Éditions Moulinsart. É uma publicação especial e muito preciosa, onde todo o seu variado e didáctico conteúdo tem sempre a sombra (ou a luz) condutora de Tintin e de Hergé. Uma publicação que merece ser coleccionada e ser lida atentamente, página a página.
O tema central deste exemplar incide sobre as ilhas, onde se lembram as aventuras de Tintin: "A Estrela Misteriosa", "A Ilha Negra", "O Tesoiro de Rackham o Vermelho" e "Vôo 714 para Sidney". Na aventura que Hergé não completou, "Tintin et l'Alpha Art", estava prevista a ilha italiana de Ischia, mas… Mas muitas outras ilhas, autênticas, são aqui focadas para o seu devido saber com os seus curiosos aspectos.
Em temas paralelos, uma investida a alguns desertos do mundo e ao Migou, ou seja, o tal "Yéti" ou o abominável homem das neves em "Tintin no Tibete".
Mais aqui constam entrevistas de importância com o filósofo-escritor Michel Serres (1930-2019) que foi amigo pessoal de Hergé, Olivier Grenson, Véronique Durruty, Tonino Benacquista e Emmanuel Lepage.
O destacável com uma breve história inédita e exclusiva para este exemplar, "Les Secrets de 'Apocalypse", é da autoria do belga Olivier Grenson.
Infindáveis aplausos para esta publicação!...




SENTINEL - ​Edição Asa. Autor: Luís Louro, aqui sem a parceria com o seu frequente argumentista, Tozé Simões.
Desde já, uma pertinente confissão: não é nada fácil falar-se de um autor-BD, sobretudo quando há largos anos se é seu sincero admirador...
Em "Sentinel", uma espécie de continuação de "Watchers", volta ao sistema que nos baralha e entontece as meninges, pois aposta em dois e mesmos álbuns!... Em "Watchers", só os finais são diferentes. Em "Sentinel", é o início que é diferente.
O leitor terá de ler (e comprar… Cadê os euros?) os dois tomos e depois, optar pelo favorito...
A arte de Luís Louro é incontestável e no tema destas duas obras consecutivas, existe um ambiente delirante numa estranha a absurda Lisboa que quase nos faz descarrilar a mioleira.
Uma maravilha, se bem que confusa!




20.000 LIEUES SOUS LES MERS - ​Edição Glénat. Segundo Jules Verne, tem guião do italiano Fabrizio Lo Bianco, traço de Francesco Lo Storto (também italiano) e capa do francês Chris Regnault. É um álbum da colecção "Les Grands Classiques de la Littérature en Bande Dessinée", sob coordenação de Roger Brunel.
"20.000 Léguas Submarinas", é uma das mais populares e famosas obras de Jules Verne, recheada de aventura, ciência e encanto.
Muitos a adaptaram à Banda Desenhada, donde também o nosso Fernando Bento, nos anos 1946/1947, para a saudosa revista "Diabrete", do n.º 357 ao n.º 415.
Também o Cinema e afins, não esqueceu esta obra, cujo filme mais perfeito (até agora) foi realizado em 1954 por Richard Fleischer, com os seguintes intérpretes principais: Kirk Douglas (Ned Land), James Mason (Capitão Nemo), Paul Lukas (Prof. Aronax) e Peter Lorre (Conseil).
Agora, é questão de se ler esta edição e aguardar com muita esperança que seja também publicada em português.
No final do álbum, um dossiê por Sylvie Girard-Lagorce, versando a vida e a obra de Jules Verne.

LB

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

CENTENÁRIO DE UM GIGANTE: ETCOELHO (9)

Por: José Ruy

Chegado o mês de outubro, o Clube Português de Banda Desenhada inaugura a exposição comemorativa do centenário do nascimento de Eduardo Teixeira Coelho sob o tema: «O Grafismo e as Armaduras na obra de ETC».
ETCoelho, no seu princípio de carreira, teve de estudar intensamente a estrutura da letra, o que era fundamental nas décadas de 30, 40 e 50 do século XX. A letra tinha de ser desenhada para tudo que precisasse de explicação, em exposições, títulos em revistas, jornais e livros.
ETC iniciou entre nós os cabeçalhos desenhados, em que a par do título inseria elementos do desenrolar da novela ou do conto escrito em baixo.
Quando em fins de 1939 ele entrou para as «Edições O Mosquito» e se tornou o principal colaborador da revista «Engenhocas e Coisas Práticas» criou, para as muitas secções, títulos sugestivos e bem delineados. Não se limitou a desenhar as letras, escolheu também o tipo e forma a condizer com o assunto, sugerindo o conteúdo da secção.

Depois, quando passou a colaborar permanentemente no próprio jornal «O Mosquito», deu largas à sua imaginação nos títulos das novelas que ilustrava.
Quando por volta das décadas de 1960 e 1970 se dedicou profundamente à pesquisa das Armaduras e Armas Brancas do século XII a XV, vindo a tornar-se numa das maiores autoridades no assunto, a nível mundial, conseguiu um trabalho notável que publicou em livros, de parceria com um outro especialista que tratava do texto, o arquiteto Lionello Giorgio Bocccia.
ETCoelho não se limitou a reconstituir as armaduras que, entretanto, se haviam perdido no tempo, e de que em muitos casos tinham sobrevivido peças soltas que já ninguém sabia como eram articuladas; inteligentemente pesquisou e encontrou o seu funcionamento.
Juntamos, na exposição, imagens onde aparece um baixo relevo da época, portanto credível, e a partir daí a ligação que ETCoelho fez com as peças existentes. E fez muitas descobertas que trouxe luz às muitas questões que os estudiosos apresentavam.

Junto uma das muitas cartas que ETC me dirigiu, na troca de correspondência que mantivemos sempre, onde se pode ler a sua preocupação em prosseguir as suas buscas, que se espraiavam pelos museus de toda a Europa.
ETC explica na sua carta, porque é importante o estudo da «história do armamento»: primeiro a evolução da defesa, e em segundo lugar a indústria criada pela utilização de couros, tecidos e metais. O ferro era a grande indústria da época, e compara-a com a indústria dos automóveis hoje em dia. Depois, a quantidade de mão de obra especializada para realizar todo esse material

Mas este génio não se limitou às armaduras europeias, dedicou-se também ao estudo da armadura asiática. 
Nesta exposição mostro croquis que ele foi fazendo nos museus, e chamo a atenção para a pesquisa de pormenores ínfimos, como as argolas das cotas de malha, e como eram cravadas depois de enfiadas na seguinte, para criar a trama.
Mais uma exposição a não perder. 

CPBD - Avenida do Brasil, Nº 52 - A nas duas salas do piso menos um, a sete minutos a pé da estação Metro e CP da Reboleira, AMADORA.
Todos os sábados do mês a partir das 15:30 horas