quarta-feira, 31 de julho de 2019

NOVIDADES EDITORIAIS (174)

PROMETEU E A CAIXA DE PANDORA - ​Edição Gradiva. Autores: Luc Ferry (coordenador e autor do dossiê histórico), Clotilde Bruneau (guionista), Didier Poli ("story board"), Giuseppe Baiguera (traço), Simon Champelovier (cores),
Fred Vignaux (capa) e Maria de Fátima Carmo (tradução).
Em "Breves (72)" do nosso post de 24/Julho, espevitámos a curiosidade e o interesse dos bedéfilos, anunciando que a série coordenada por Luc Ferry ia aparecer em português. Aí está o primeiro álbum de "A Sabedoria dos Mitos"!
É uma colecção-série magnífica, preciosa, fortemente cultural, diremos, de luxo. À editora Gradiva, os nossos quase infindáveis aplausos por ter tomado esta brilhante iniciativa. Para além de Luc Ferry, Clotilde Bruneau e Giuseppe Baiguera, são os nomes de mais destaque em toda esta equipa.
Zeus, com a sua "divina" família, reina tranquilo (porém, prepotente e quiçá, cruel) no Olimpo. Tudo está em paz e em ordem. No entanto, o tédio vai incomodando os deuses. Para o quebrar, Zeus ordena que o titã Prometeu crie vida, sobretudo o ser humano. Porém, Prometeu, amigo da Humanidade, dá a esta o fogo e as técnicas das artes. Zeus não tolerou esta leviandade, pois previa que os homens, embebidos pela húbris (ou hibris), ambicionassem desmedidamente igualar-se aos deuses… E decretou um sinistro castigo eterno a Prometeu.
E inventou também uma caixa (ou ânfora) que é entregue à enigmática Pandora, caixa essa que jamais deveria ser aberta… A sua curiosidade feminina foi mais forte: abriu a caixa e de lá se soltaram todos os males e pragas que se espalharam pelo mundo…
Luc Ferry, no seu belo texto, baseia-se nos escritos, com interpretações diferentes, de Hesíodo, Ésquilo e Platão. Cada leitor tirará as suas pessoais conclusões…
"A Sabedoria dos Mitos" é uma série de leitura e colecção obrigatórias!


O RASTO DE GARCIA LORCA - ​Edição Levoir, em parceria com o jornal "Público". Autores: ​Carlos Hernandez (que, em 2011, esteve presente na 17.ª edição do salão Moura BD) e Juan Torres. Prefácio de Pilar del Rio e ​Mercedes de Pablo. Tradução de Carlos Xavier.
​Ao abordar-se o genial e humaníssimo Federico Garcia Lorca, seja em que vertente for, parece que já tudo foi dito e ​que nada foi autenticamente dito…

Nasceu em Fuente ​Vaqueros (Granada) a 5 de Junho de 1898 e foi assassinado ​(fuzilado?!…), também em Granada, a 18 de Agosto de 1936.
​A sua morte continua um mistério absoluto, pois não se sabe quem o assassinou e porque motivo tal foi imbecilmente ​feito!!!... Tão pouco se sabe onde está enterrado!...
Há muitas ​teorias onde cada um "puxa a brasa à sua sardinha", mas ​nenhuma conclui todo este enigma sem deixar a mínima ​dúvida, pois são teorias mais ou menos convenientes. Este belo álbum-BD, editado originalmente pela Norma Editorial em 2011, mostra-nos uma dessas teorias.
Em 2018, surgiu outro similar álbum-BD (inédito em Portugal), "Vida y Muerte de Federico Garcia Lorca", com texto de Ian Gibson e arte gráfica de Quique Palomo. No Cinema, destaca-se "Morte em Granada", realizado em 1996 pelo porto-riquenho Marcos Zurinaga e com o actor cubano Andy Garcia no principal papel; o respectivo DVD já foi editado em Portugal.
Garcia Lorca foi (e é) extraordinário poeta (poesia sua está editada em português, traduzida por Eugénio de Andrade e por José Bento) e dramaturgo, cujas peças têm sido postas em palco por todo o mundo: "As Bodas de Sangue", "Yerma", "A Casa de Bernarda Alba", "Dona Rosinha, a Solteira", 
"A Sapateira Prodigiosa", etc.
Há quem afirme que foi assassinado por razões politicas, em plena Guerra Civil de Espanha, pois era claramente um homem de Esquerda, sem nunca se confirmar como comunista. Que estranho, pois Lorca tinha bons e poderosos amigos de ambos os lados da "barricada"! É preciso saber-se esta verdade!...
Outras versões, apontam o seu assassinato ante o facto de Lorca ser homossexual assumido, o que era um "incómodo" para a Espanha conservadora e católica de então… Todo o mistério continua!
Lorca conviveu com Luis Buñuel, Salvador Dali, Pablo Picasso e outros notáveis dessa época cultural. Viajou pelos Estados Unidos, Cuba e Argentina. Foi também um exímio pianista e cantante.
​Terminando este apontamento sobre o álbum "O Rasto de Garcia Lorca
", um dos seus pensamentos: "Olha à direita e à esquerda do tempo, e que o teu coração aprenda a estar tranquilo".



TINTIN E A LUA - ​Edição Asa (do Grupo Leya). Autor: Hergé. Tradução de ​Maria José Pereira e Paula Caetano.
​Comemorando os cinquenta anos da chegada à Lua por astronautas norte-americanos na Missão Apolo 11, a Asa teve o belo gesto de reeditar, agora num só álbum, "Tintin e a Lua", as duas aventuras do popular Tintin, na sua ida e volta ao nosso satélite natural: "Rumo à Lua " (Objectif Lune) e "Explorando a Lua " (On a Marché Sur la Lune).
​Tintin e alguns dos seus habituais parceiros (Comandante Haddock, o cachorrito Milu, o Prof. Girassol e os pândegos ​e trapalhões detectives Dupond e Dupont), chegam e ​poisam e caminham pela Lua, QUINZE anos antes dos ​verdadeiros astronautas tal tenham feito. Nesta ideia, imaginem apenas, Hergé, mesmo involuntariamente, acabou por ser um misto de Nostradamus, Leonardo da Vinci e Jules Verne!
Consta, na contracapa deste álbum, uma curiosa frase que Hergé escreveu: " À força de acreditar nos seus sonhos, o homem converte-os em realidade". Que bela mensagem!...
Estas duas espantosas aventuras, duas das mais belas e conseguidas de Tintin, galvanizaram doidamente os leitores quando, semanalmente, começaram a ser publicadas na revista "Cavaleiro Andante". Bons anos mais tarde, foram
publicadas em álbuns separados, primeiro pela Verbo e depois, pela Asa. Estas versões, estarão (a priori) esgotadas, pelo que este recente gesto da ASA, merece os mais quentes aplausos.
Atenção bedéfilos tintinófilos: esta é uma edição a não perder!

LB

sábado, 27 de julho de 2019

CENTENÁRIO DE UM GIGANTE: ETCOELHO (7)

Por: José Ruy


Caros leitores do BDBDBlogue, anunciamos mais uma exposição sobre a obra de Eduardo Teixeira Coelho no Clube Português de Banda Desenhada, na Amadora, na comemoração do centenário do nascimento deste grande desenhador e argumentista.
O tema dos meses de julho/agosto é: «A Flora e o Western na obra de ETCoelho
».
A exposição pode ser visitada na sede do Clube, Avenida do Brasil 27-A na Amadora, a sete minutos a pé das estações de Comboio e Metro da Reboleira.
Ocupa as duas salas do piso inferior e consta de cerca de cinquenta quadros destacados das ilustrações deste autor, ampliados ao formato em que este os desenhou. Como habitualmente estão a preto e branco e sem qualquer texto para se poder observar melhor a riqueza do traço e a mestria nas composições, na distribuição genial da luz e das sombras.
ETCoelho desenhava a flora com grande conhecimento. Uma árvore tinha uma identidade própria e era escolhida criteriosamente em relação à região em que as histórias se passavam. Nunca era uma «árvore qualquer».



No Western mostra como bem se documentou não só nas indumentárias como nos hábitos e costumes da época e das zonas do continente americano em que se desenrolam as histórias.
É também autor de muitos argumentos, mas foi Raul Correia quem fez as legendas com a sua agradável literatura poética e escorreita.
Está patente até final de agosto de 2019

quarta-feira, 24 de julho de 2019

BREVES (72)

36 "COLLAGES" ATÉ 31 DE JULHO
Até 31 de Julho (quarta-feira), ainda pode deslocar-se ao Clube Fenianos Portuenses (paredes meias com a Câmara Municipal da Cidade Invicta) para visitar a exposição "36 Collages", produzida e comissariada pelo bedéfilo entusiasta Jorge Santos que esclarece: «Das 36 “collages” agora expostas, dez delas procuram, numa missão perfeitamente impossível, mostrar desde o seu início (?), 1837, o percurso criativo e muitas vezes de excepção de várias centenas de autores que, por competência individual ou “em cima” de guiões de outros autores, se sucederam no século XIX e por todo o século XX. Nas restantes, vinte e duas são dedicadas a doze gigantes dos quadradinhos. Com exceção do Uderzo e do Segrelles, os restantes dez foram nados e idos no século XX, com o primus inter pares Harold Foster a colocar-se na história da 9.ª Arte como o paizinho de muitos deles…
Tirar do limbo do esquecimento e trazer estes autores (quase todos a viver noutra dimensão) de novo à vida e à luz que os enobrece e os distingue, e trazer a sua arte através da colagem dos “seus” materiais autênticos, correspondeu a uma experiência única que tenho muito gosto em partilhar…»
A exposição pode ser visitada todos os dias, entre as 14:00 e as 23:00 h.


CURSOS DE BD JUVENIS EM LISBOA E PORTO
O Centro de Formação Profissional GALILEU irá promover três novos cursos de BD durante Agosto, inseridos no programa Junior Bootcamp: Summer Edition, dirigido a jovens entre os 7-10, 11-13 e 14-16 anos.
Estes cursos, inéditos no currículo de formações da GALILEU, são designados Let's Talk: Do Guião à BD e têm a duração de 41 horas cada, decorrendo no Porto e Lisboa, sendo a formadora do último a autora Susana Resende.
Se gostam de banda desenhada, de comics ou mangá e sempre quiseram aprender a linguagem da narrativa visual, nestas formações vão descobrir como transformar uma história do texto à prancha sequencial, desenvolvendo competências comportamentais e técnicas, e divertindo-se ao mesmo tempo!
Let's Talk: Do Guião à BD (Lisboa)
Dos 7-10 Anos: 5 a 9 Agosto | Dos 11-13 Anos: 12 a 16 Agosto | Dos 14-16 Anos: 19 a 23 Agosto
Let's Talk: Do Guião à BD (Porto)
Dos 11-13 Anos: 5 a 9 Agosto | Dos 7-10 Anos: 12 a 16 Agosto | Dos 14-16 Anos: 26 a 30 Agosto
Informações complementares: Tel. 21 361 2200 | E-mail: Info@galileu.pt 


WEBCOMIC "OSSADAS DO OFÍCIO"
A banda desenhada colectiva Ossadas do Ofício, realizada pelos autores do mais recente colectivo de BD do país, Tágide, é uma narrativa sequencial feita em sistema cadavre exquis, que o grupo tem partilhado no seu blogue.
Esta iniciativa, que visa ser mais um propósito para os frequentadores colaborarem entre si nos encontros, realizados quinzenalmente na sala multiuso na Quinta do Pátio d'Água (Montijo), ainda está no começo mas reúne as improvisações sequenciais de talentos como António Coelho, Daniel Maia, Jorge Rodrigues, Maria João Fanica, Mário André, Nuno Dias, Patrícia Costa, Rui Serra e Moura, Shania Santos e Susana Resende, e aguarda-se a participação por mais talentos, entre os quase trinta membros do colectivo.
A BD, que se quer insólita e experimental, pede 1/2 página A4 por autor, fundindo as intervenções gráficas em pranchas que são depois carregadas no blogue, em jeito de webcomic. Podem ler as páginas já carregadas em tagidebd.blogspot.com



LUC FERRY EM PORTUGUÊS
​Nascido em 1951, Luc Ferry, é filósofo, político, ​ensaísta, historiador, tendo sido Ministro da ​Educação em França.
​Perito na Mitologia Grega, coordena a bela e ​didáctica colecção-BD, "La Sagesse des Mythes".
​Desta, a atenta editora Gradiva, iniciou recentemente ​a publicação em português. Bravo!
​Divulgaremos melhor o assunto, em devida ocasião, ​na nossa rubrica específica, "Novidades Editoriais".



O CARTUNE ESTÁ DE LUTO: FALECEU MORDILLO 
Guillermo Mordillo, o grande cartunista argentino, faleceu no passado dia 30 de Junho, em Palma de Maiorca, aos 86 anos.
Nascido em Villa Pueyrredón (Buenos Aires), a 4 de Agosto de 1932, Mordillo pautou a sua carreira pelo uso de cartunes sem palavras, mas com desenhos extremamente elaborados, o que lhe permitiu ser popular em todo o mundo.
O cartunista Zé Oliveira confirmava isso mesmo numa entrevista que fez há alguns anos ao colega argentino (e da qual aqui reproduzimos uma ou duas frases, com a devida vénia):
«(...) Contou-me como foi atraiçoado pelo 'sonho americano' quando acreditou que, emigrado nos EUA, ia desenhar animações do Popeye, quando, afinal, não lhe mandavam desenhar mais do que as bocas do marinheiro comedor de espinafres, muitas bocas, tantas quantas exigia o movimento de cada cena.
Farto dessa monotonia industrial, veio para Paris em 1963. Contou-me que, nessa aventura francesa, "a minha sorte foi ser mudo". E explicou: "como não falava francês, só podia produzir cartoons sem palavras".
Foi esse o segredo do seu sucesso, porque havia pouco disso.»
Até sempre, Mordillo!


ANIVERSÁRIOS EM AGOSTO
Dia 01 - Andrei Arinouchkine (bielorrusso)
Dia 03 - Miguel Montenegro
Dia 06 - Manuel Caldas
Dia 08 - Derib (suíço) e Ralf König (alemão)
Dia 10 - João Neves, Jean Graton (francês) e Christophe Blain (francês)
Dia 13 - Enrico Marini (italiano)
Dia 15 - Pedro Massano e Tozé Simões
Dia 17 - Álvaro
Dia 18 - Xabel Areces (espanhol)
Dia 27 - Nuno Saraiva
Dia 29 - José Manuel Vilela
Dia 30 - Cristina Morganiço e Óscar Alves (caboverdeano)
CR/LB

domingo, 21 de julho de 2019

HERÓIS INESQUECÍVEIS (65) - JEREMIAH

Pelo sempre avassalador talento de Hermann (aliás, Hermann Huppen ), este herói, mais o seu constante amigo e cúmplice Kurdy Malloy, nasceu em 1979,
estreando-se curiosamente na revista alemã “Zack”.
Foi um êxito imediato! Em brevíssimo tempo, os países francófonos (sobretudo da Europa) o adoptaram em pleno.
Hermann
Mas Jeremiah logo foi enveredando também por uma bela carreira do “soma e segue”, em Espanha, Itália, Holanda, Portugal, Canadá, Estados Unidos, etc.
É um herói-série de exclusiva criação de Hermann, argumentos e arte gráfica.
Actualmente, no idioma francês, conta já com 35 álbuns, cuja série talvez seja, de momento, a favorita do seu autor.
Em Portugal, editaram-se até agora, 13 álbuns.
Capa de "A Noite das Aves de Rapina" - Ed. Meribérica/Liber
Em periódicos, nossos, chegou a ser fugazmente publicada no “Jornal da BD” e nas “Selecções BD.
Num mundo angustiante, cruel e caótico, de um pressuposto tempo “após o Apocalipse”, dois amigos, Jeremiah Kurdy Malloy, atravessam os Estados Unidos, montados nas suas motas ou em cavalos... Têm personalidades diferentes mas são, contudo, bem unidos: Jeremiah, um loiraças musculado, será destemido e um tanto romântico; Kurdy Malloy, mestiço de europeu e índio, é mais frio e, por isso, aparentemente mais insensível.
Zelam um pelo outro e procuram sobreviver corajosamente, não deixando, de certo modo, de serem uma espécie de Cisco Kid modernos e funcionando nas suas fúrias, consoante os ambientes, que combatem a voragem e a volúpia dos perigos que os vão envolvendo.

No ano 2008, os correios da Bélgica editaram um selo em homenagem a Jeremiah e Kurdy Malloy - atenção, filatelistas bedéfilos!
Selo postal belga com Kurdy e Jeremiah
O pior, a traição, é quando o Cinema/Televisão tentam adaptar este ou outros temas similares: foi o caso do seriado “Jeremiah” (2002-2004), inventando com mau gosto, fantasias contra o tema original. As eternas e intoleráveis americanices!...
O actor Luke Perry faz de Jeremiah, mas em nada se aproxima da figura da BD; porém, pior é o caso de um actor negro, Marcel-Jamal Warner, a interpretar Kurdy?!... Um crime, digo eu!... Então, nos tais EUA, não há actores índios (estes é que são os autênticos norte-americanos)?... Não há?! Ou esta substituição racial no elenco é mera e hipócrita penitência dos senhores de Washington (e quiçá, também de Otava) e seus apaniguados, ante os horrores que usaram com a escravatura negra?... Será?
Uma vez demonstrei ao meu bom amigo Hermann, o meu desagrado ante o que os americanos fizeram. Mas ele sossegou-me (por ele próprio), que os direitos para a adaptação da série à Televisão tinham sido vendidos e, quanto a isso, ele já não era tido nem achado. Acatei e calei-me, mas não gostei nada desta troca... e muitíssimos bedéfilos também não.
Hermann (ele é que sabe...) devia ter cuidado melhor pelo tratamento que os gananciosos de além-Atlântico fariam (e fizeram), aos estes seus “filhotes”. Adaptações, podem-se fazer, aqui ou ali, no enredo; mas na troca das características dos personagens, isso nunca!
A terminar, recordo (isto foi autêntico): nos tempos da nefasta e sufocante ditadura de Salazar em Portugal, os norte-americanos quiseram fazer um filme sobre “Pedro e Inês”... Salazar proibiu (desta vez, concordo com o “monstro”), pois os dizimadores das nações norte-ameríndias, iriam certamente aldrabar a História de Portugal, coisa que ele não admitia (salvo quando, bem inter nós, as lendas se iam sobrepondo...).
Até lá, “Bravo Hermann”! E “Bravo, Jeremiah e Kurdy (Uhg!) Malloy”!
LB

terça-feira, 16 de julho de 2019

TALENTOS DA NOSSA EUROPA (37) - BORIS TALIJANCIC (Croácia)

Boris Talijancic
​Por estes registos de "Talentos da Nossa Europa", ​até hoje, apenas foquei um único desenhista croata, ​o impecável Igor Kordey. ​Hoje, aqui e agora, revelo um outro valor desse país ​da nossa Europa: Boris Talijancic.
​Nasceu na cidade de Split em 1951 (dia e mês, de ​momento, ainda desconhecidos).
​Aparentemente - apenas aparentemente - tem uma obra pequena… sendo, mesmo assim, injusto o nosso desconhecimento.
​Boris Talijancic, é desenhista, ilustrador e jornalista. 
Viveu ​vários anos com a família na América do Sul, onde "descobriu" e se iniciou na arte de desenhar.
​Regressado à sua cidade natal de Split, desenhou para jornais e revistas, ilustrou livros para crianças e editou publicações croatas da 9.ª Arte.
​No seu país, a obra mais célebre é a bedê histórica ​"Borna", narrando primorosamente as guerras dos ​antigos croatas contra o expansionista Império Romano.

​É por 2007, com o desafio do argumentista belga Sylvain Ruberg, que inicia a sua admirável série de honra, "Hammerfall". Espantosa!...
É uma série cuidadosamente desenhada, já com cinco álbuns em francês, que nos leva para os bravos tempos das aventuras e façanhas do euro-nórdicos viquingues.
Ora vamos lá então conhecer melhor este talento croata, pois não custa nada tentar...

LB

quarta-feira, 10 de julho de 2019

NOVIDADES EDITORIAIS (173)

VALHARDI, L'INTÉGRALE 5 - ​Edição Dupuis. Na abertura deste grande e grato ​tomo integral, consta um dossiê de apresentação ​por Jérôme Dupuis. Seguem-se cinco entusiasmantes ​e agitadas aventuras de Jean Valhardi, as últimas cinco ​que Jijé desenhou, havendo a participação de Philip ​(filho de Jijé) no argumento das duas primeiras, e de Guy Mouminoux, no traços das três últimas.
​São elas: "Le Secret de Neptune", "Rendez-vous sur le Yukon" e depois, marcando uma mudança na linha ​das aventuras ​de Valhardi, "Le Retour de Valhardi", ​"Le Grand Rush" e "Le Duel des Idoles".
​No final deste volume, constam ainda as biografias de Joseph Gillain (dito, Jijé), de Philip Gillain e de Guy Mouminoux.
​Estão de parabéns os imensos valhardinófilos! E, ​sobretudo para os colecionadores, este magestoso ​volume é rigorosamente obrigatório, pois é pecado ​ignorá-lo.
​As nossas calorosas felicitações às Editions Dupuis!




OS SEGREDOS DE LOULÉ - ​Edição Câmara Municipal de Loulé. Autores: argumento ​de João Miguel Lameiras e João Ramalho-Santos, grafismo ​de André Caetano e cores de Joana Almeida.
​Uma muito interessante e pedagógica história do Concelho de Loulé, com a curiosa particularidade que começa no futuro, regressando até às suas raízes. Um modo bem original de contar a História…
​Este álbum foi apresentado e lançado no Festival da Amadora-2018 e não se encontra à venda nas livrarias. Dá sinal de vida nos festivais BD, como foi agora o caso no de Beja.

Os interessados deverão contactar com a ​Câmara Municipal de Loulé.



O FAROL / O JOGO LÚGUBRE - ​Edição Levoir-Público. Autor: Paco Roca.
​Nesta extraordinária edição, juntam-se duas ​belas e de certo modo, perturbantes, narrativas ​que, originalmente, em Espanha e em França, ​foram publicadas em tomos separados. São dois ​temas diferentes, porém apaixonantes.
​Paco Roca é espanhol, da região de Valência, e ​tem obra diversa publicada em Espanha, França, ​Estados Unidos e Portugal. Contamos, muito em ​breve, trazê-lo aqui, para o nosso espaço "Talentos ​da Nossa Europa". Pacientemos…


TANGERINA - ​Edição Escorpião Azul. Autora: Rita Alfaiate.
​Este é o terceiro livro desta jovem lisboeta, publicado ​por esta editora.
​Uma história com mistério, sonho, poesia e ternura. Uma bonita obra para os adultos e para os mais novos.
​Rita Alfaiate já é uma grata promessa da 9.ª Arte Portuguesa.
LB