sexta-feira, 31 de agosto de 2018

NOVIDADES EDITORIAIS (154)

ALEXANDRE LE GRAND - Edição Glénat / Fayard. Autores: argumento de David Goy e Luca Blengino; traço de Antonio Palma; cores de Flavio Dispenza; e o apoio do historiador Paulin Ismard.
Alexandre III da Macedónia, mais conhecido por Alexandre, o Grande ou Alexandre Magno, é um personagem valoroso e admirável da História. Conseguiu até à sua data, criar o maior império do mundo, que ia das margens (e não só) do
Mediterrâneo até à Índia.
Tinha como seu ídolo o valente e lendário Aquiles da “Ilíada” de Homero, tanto na bravura como no aspecto sentimental, no caso, Aquiles-Pátroclo, que ele marcava com o seu Heféstion.
Conseguiu convencer que era filho de Zeus e representante do deus egípcio Amon, pelo que foi também proclamado faraó do Egipto.
Por circunstâncias não clarificadas, pois os cronistas e historiadores não se entenderam em opiniões certas, Alexandre morreu na Babilónia a 10 de Junho de 323 AC, com 32 anos de idade.
Para além da misteriosa doença que o vitimou (tifo, malária, meningite...?), moralmente sofreu com a morte do seu cavalo Bucéfalo (de velhice) e com a do seu estimado companheiro Heféstion. No entanto, Alexandre casou três vezes com nobres persas (Roxana, Estativa e Parisátide).
Era muito viciado no alcoolismo. Toda a sua história ficou registada com factos reais e muitos pormenores de fantasia.
Como político e general, teve a absoluta admiração de vários imperadores e/ou césares da antiga Roma, nomeadamente, de Júlio César. Séculos mais tarde, também Napoleão Bonaparte o teve como inspirador modelo.
Este álbum é “narrado” por dois amigos que se reencontram e que haviam seguido e convivido com Alexandre. Pouco depois da sua morte, o magnífico império que havia construído, desagregou-se...


A ILHA DO CORVO QUE VENCEU OS PIRATAS - Edição Âncora / Governo dos Açores. Autor: José Ruy.
Aqui, pelo BDBD e sob autoria do próprio desenhista, fomos divulgando em várias crónicas, todo o empenho e a entusiasta elaboração desta belíssima obra de mestre José Ruy.
Esse cantinho português um tanto isolado, a ilha açoreana do Corvo, tem uma história heróica, onde se demarcam os dramas e a íntegra bravura dos corvinos, sobrevivendo e vencendo às investidas de corsários mouros.
José Ruy dedicou-se em pleno à feitura deste álbum, com o tão positivo apoio do Governo Regional dos Açores, bem como de outras específicas entidades, como o historiador Carlos Guilherme Riley, o arqueólogo José Neto e o linguista João Saramago. Mais ainda: com pleno empenho/colaboração, variadíssimos elementos da população local prestaram-se a servir de modelo para vários personagens desta tão conseguida narrativa que é digna de muitos aplausos.
Parabéns, mestre José Ruy! Parabéns, Ilha do Corvo!


TERRA 2.7 - Edição Escorpião Azul. Autor: MAF (Mário Ferreira).
É uma obra muito interessante, tanto mais que aborda uma vertente bem rara na BD Portuguesa: a Ficção-Científica.
O argumento faz propostas simpáticas, se bem que não totalmente “originais”, mas isto é um mal menor...
O que apontamos como erro, é o facto de, em muitas vinhetas, as legendas, em “côr branca”, estarem sobre um fundo cinzento, dificultando a devida e fácil leitura...
De qualquer modo, aconselhamos este álbum.
LB

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

HERÓIS INESQUECÍVEIS (57) - CUTO

Este petiz, Cuto, que ao longo dos anos vai crescendo um pouco, é um herói enternecedor e que nos diverte, pois tanto é um miúdo atrevido e heróico como um fedelho um tanto cagarolas...
Nasceu em 1935, sob criação do grande desenhista catalão Jesus Blasco (aliás, os Blasco eram quatro irmãos, três rapazes e uma rapariga, todos dedicados à Ilustração e à Banda Desenhada). Dos quatro irmãos, Jesus (1919-1995), é o mais famosos junto do público português.
Cuto começou através de pequenos “gags” humorísticos, acompanhado pelos seus amigos Gurripato e Camarilla e, a partir de 1940, é a sua namorada Mary quem mais o acompanha.
Estreou-se em Portugal, em 1944, na revista “O Mosquito”, numa aventura intitulada "O Ardina Detective".
Aí brilha em pleno (entre outras) numa das suas mais entusiasmantes aventuras, “A Ilha dos Homens Mortos”.
Prancha de "A Ilha dos Homens Mortos", por Jesús Blasco, in "O Mosquito" #1163 (1950)
Prancha de "A Ilha dos Homens Mortos", por Jesús Blasco, in "O Mosquito" #1166 (1950)
Prancha de "A Ilha dos Homens Mortos", por Jesús Blasco, in "O Mosquito" #1172 (1950)
Depois, foi editado por diversas publicações, como “Mundo de Aventuras”, “Condor Mensal”, “Zorro”, “Titã”, “Jaguar”, “Riquiqui”, “O Mosquito” (5.ª série), “Yataca”, “Canguru”, “Supergrilo” e “Boletim do CPBD”.
Capa e pranchas de "O Junco de Sing", in Colecção Condor (Vol. 4.º, fascículo 31). 
A capa é de Vítor Péon.

Em 1971, surgiu o “Jornal do Cuto” onde, obviamente, foram editadas algumas das  suas aventuras, como: “Cuto no Domínio dos Sioux”, “Tragédia no Oriente”, “Crime Mundial Inc.”, “Pesadelo”, etc.
Capa do "Jornal do Cuto" #1 (07.07.1971), com desenho de Jesús Blasco

Pranchas de "Cuto nos Domínios dos Sioux", por Jesús Blasco,
in "Jornal do Cuto" #11 (15.09.1971)

Pranchas de "Cuto nos Domínios dos Sioux", por Jesús Blasco,
in "Jornal do Cuto" #15 (13.10.1971)

Pranchas de "Tragédia no Oriente", por Jesús Blasco,
in "Jornal do Cuto" #43 (26.04.1972)

Pranchas de "Tragédia no Oriente", por Jesús Blasco,
in "Jornal do Cuto" #46 (17.05.1972)

Na versão álbum, apenas dois: em 1977, pela Portugal Press, “Estrela Negra”; em 1983, pela Futura, “Tragédia no Oriente”.
Capas de "Estrela Negra" (por Carlos Alberto Santos) e "Uma Aventura no Oriente" (por Augusto Trigo).

Jesús Blasco (1919-1995)
Chegou a haver uma tentativa de uma série (álbuns?...) dedicada a Jesus Blasco.
Aguardemos que em memória de Cuto, venham a surgir mais alguns com as suas aventuras plenas de acção e algum salutar humor.
E cremos que o nosso saudoso José Manuel Soares (1932-2017) se inspirou um tanto no Cuto para criar a aventura única do seu Zeca...
LB

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

BREVES (61)

GRÃO VASCO ILUSTRADO EM VISEU

Inaugura no próximo domingo, 26 de Agosto, pelas 16:00 horas, no Pavilhão Multiusos da Feira de S. Mateus, em Viseu, a exposição de banda desenhada "Grão Vasco Ilustrado".
Produzida pelo Gicav (Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu), com o apoio da Câmara Municipal de Viseu, da Viseu Marca e do Instituto Português do Desporto e Juventude, esta mostra divide-se em duas partes.
Na primeira, o álbum de João Amaral, "Museu Nacional Grão Vasco 1916-2016: em busca da Arte perdida" é o protagonista. Um conjunto de dezena e meia de painéis em grande formato, permitem-nos apreciar com muito mais detalhe as pranchas originais desta obra, mas também esboços, apontamentos e documentação vária que João Amaral usou para trabalhar um tema tão complexo.
A segunda parte da exposição reúne um conjunto de trabalhos de vários artistas - consagrados e jovens - sobre a figura de Grão Vasco.
Está a tornar-se, aliás, uma tradição esta de convidar vários autores para, com o seu traço, homenagearem a figura histórica a que o Gicav dedica anualmente uma exposição. Foi assim em 2015, com Viriato, em 2016, com o Infante D. Henrique, e em 2017, com D. Afonso Henriques. 
Escusado será dizer que recomendamos uma visita à bela cidade de Viseu e a esta mostra que ficará patente até 16 de Setembro.


70 ANOS DE TEX COMEMORADOS NA AMADORA
É já nos próximos dias 29 e 30 de Setembro que o Clube Português de Banda Desenhada, o Clube Tex Portugal e a Sergio Bonelli Editore comemoram o septuagésimo aniversário de Tex com uma magifica exposição de originais, na sede do CPBD, na Amadora.
Trinta pranchas, de trinta desenhadores de Tex, desde os primórdios da série até aos nossos dias, farão desta a maior exposição sobre Tex realizada até hoje no nosso país.
As presenças do desenhador Bruno Ramella e do argumentista Moreno Burattini abrilhantarão o evento onde haverá também espaço para o coleccionismo, com uma mostra das fabulosas colecções de objectos relacionados com Tex de Carlos Gonçalves (do CPBD) e Mário João Marques e Carlos Moreira (ambos do Clube Tex Portugal).  



ANIVERSÁRIOS EM SETEMBRO



Dia 02 - Gerrit De Jager (holandês)
Dia 08 - Catherine Labey
Dia 09 - José Abrantes, Vicente Segrelles (espanhol) e Valentin Tánase (romeno)
Dia 13 - Luís Filipe Mendes (GICAV)
Dia 24 - Mara Mendes
Dia 26 - Spiros Derveniotis (grego)
Dia 27 - Mathias Schulteiss (alemão) e Pol Leurs (luxemburguês)

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

NOVIDADES EDITORIAIS (153)

THE WORST OF ÁLVARO - Edição Escorpião Azul. Autor: Álvaro.
O arquitecto Álvaro José Teixeira Santos, como desenhista, é simplesmente Álvaro, e já tem obra considerável e bem apreciada. Quem já esqueceu, por exemplo: “Manual de Posições para Labregos” (Ed. Pedranocharco), “Sexo, Mentiras e Fotocópias” (também das Edições Padranocharco) ou “Conversa com os Putos” (Ed. Polvo). Sem fingimentos, o seu humor é bem acutilante e deveras crítico.
Com este álbum, agora pela Escorpião Azul, em boa hora se recuperam no mesmo tomo, algumas histórias “antigas” que andavam dispersas: “Salvai-vos, Irmão (1994), “Jeremias” (1997), “Arca Lilith” (1994) e “A Derrota dos Porcos” (1994). Quatro paródias “infernais” e admiráveis!
A não perder...


ISABELLE - Edição Soleil. Autores: Olivier Peru (argumento), Erion Campanella Ardisha (traço) e Elodie Jacquemoire (cores).
“Isabelle / Du Baiser au Poignard”, é o quinto e derradeiro tomo da belíssima e marcante série-BD, “Médicis”. Série esta, muito fiel à História, que o culto bedéfilo terá certamente muito gosto em ler e conhecer.
A poderosíssima família Médicis marcou bem a História da Europa e, em particular, a de Itália (Florença, Toscana, Roma...). Sempre com glórias invejáveis intercaladas com sujeiras e crimes nada católicos.
Isabel de Médicis estava adiantada na sua época, quando não se admitiam mulheres no poder. Mas ela era espevitada, inteligente e voluntariosa.
Favorita de seu pai, teve à perna os seus irmãos masculinos: Francisco (o mais velho e, pela lei, o justo herdeiro do trono ducal, mas cobarde, invejoso e incompetente), Fernando (que foi cardeal e depois sucedeu a seu irmão Francisco) e Pedro (vagamente, um tanto menos ambicioso).
Ainda solteira e adolescente, teve um caso com um dos seus “visitadores” na cama, um belo e fogoso palafreneiro que era mais ou menos da sua idade... Mas Isabel, também entendia muito dos meandros, bons ou sinistros, da política. E, tal como todos os Médicis, amava muito a sua Florença.
Foi obrigada a casar, ainda jovem, com Paulo Orsini, um homem feio, prepotente e violento, que a estrangula mais tarde, quando ficou a saber que ela andava há muito, embrulhada em paixões com seu primo, Troilo Orsini.
De resto, frisamos, há que ler esta série (tem apenas cinco tomos) e, na dúvida, investigar por aí, o resto desta história da História.


EU FAÇO AS PERGUNTAS - Edição Sete Vidas. Autor: Fernando Santos Costa.
Não é um álbum de Banda Desenhada, mas, em tangência, é um digno aconchego por este diverso universo.
É um desafio pertinente ao bom e bem saber da cultura de cada um.
Uma obra-repto às devidas consciências!
Constam várias ilustrações por Santos Costa, das quais salientamos algumas, a saber: Zé Povinho/Bordalo Pinheiro (pág.35), o assassinato de Abraham Lincoln (pág. 45), Marlene Dietrich (magnífica, na pág. 65) e António Silva/Maria Matos (pág. 125).
Obra a ler e a desafiarmo-nos a nós próprios!


UM SÓ - Edição FA. Autor: Flávio C. Almeida (texto e desenhos).
O jovem autor mourense Flávio Almeida estreia-se no mercado com o álbum "Um Só", juntando numa única banda desenhada cinco histórias, que se seguem e complementam. Bandas desenhadas que participaram em concursos e mostras de BD, nacionais e internacionais, entre 2011 e 2017, sendo duas delas premiadas no ‘Moura BD’ 2011 e 2013 (Portugal), e três selecionadas para as mostras no ‘Ligatura’ 2013 (Polónia) e na ‘BDTeca - Odemira’ 2013 e 2017 (Portugal).
Com uma arte próxima do estilo mangá e uma narrativa singular, conta uma história introspetiva, emocional e de luta interior. Quando a maior batalha que se pode travar é quando se determina superar a sua própria natureza...
Com "Um só", Flávio Almeida concretiza um sonho antigo: a publicação dos seus trabalhos num álbum BD. "Um só" desejo nosso, também: que seja este o primeiro de muitos.
Pode encomendar este álbum directamente na página do autor.

sábado, 11 de agosto de 2018

A ILHA DO CORVO QUE VENCEU OS PIRATAS (18)

Caros leitores do «BDBDBlogue» que têm seguido com paciência esta longa narrativa de como fui construindo a história que notabilizou a Ilha do Corvo, a mais pequena do Arquipélago dos Açores, chegámos finalmente ao ponto em que o livro depois de ser impresso e ter passado pelo «acabamento», como descrevi no artigo anterior, fica pronto para ser distribuído pelos postos de venda de todo o país.
Descrevo agora como foi o seu lançamento na Ilha do Corvo e mostro-vos imagens gentilmente cedidas pelo Ecomuseu desta Ilha e do editor da «Âncora Editora», que esteve presente.
Em cima o cartaz realizado pelo Ecomuseu do corvo e que esteve exposto em todos os sítios do lugar, para informação dos habitantes da Ilha.

No dia 13 de julho chegámos aos Açores na companhia de duas operadoras do programa «LITERATURAQUI» da  RTP 2, que já haviam estado a colher imagens no meu ateliê e fizeram a cobertura do evento ao pormenor.Do aeroporto da Horta, no Faial, partimos para o Corvo. 
O lançamento do livro foi no domingo, 15 de julho de 2018, pelas 20,30 horas locais.

Como vos expliquei nos artigos anteriores, o presidente da Câmara Municipal do Corvo teve a ideia de mandar fazer um painel de azulejos com a cena da capa do livro, para que esta história fique perpetuada nas futuras gerações, e que daqui a muitas décadas, pelo menos algum jovem pergunte: «o que é que isto representa?» e haver alguém de proveta idade que lhe explique o ato heroico do povo corvino no século XVII quando repeliu o ataque dos piratas. Palavras suas.O painel foi descerrado no local com uma vista privilegiada para a falésia onde se deu a refrega, protegido dos ventos fortes que assolam a Ilha, e benzido pelo Padre João Carlos.
A cortina foi retirada pelo presidente da Câmara José Manuel da Silva, pelo representante da Direção Regional da Cultura (que se deslocou à Ilha) e por mim.
Após esta cerimónia que levou muito povo e turistas ao local, procedeu-se ao lançamento do livro, em duas eiras comunitárias geminadas, logo acima da parede onde ficou incrustado o painel.
Infelizmente o fundador do Ecomuseu nesta Ilha, Eduardo Guimarães, que foi da ideia de eu fazer esta história em quadrinhos, não pôde estar presente devido à doença súbita de um membro chegado da sua família, que o obrigou a viajar para o continente.
Depois da apresentação da cocoordenadora do Ecomuseu do Corvo Andreia Silva, falaram o presidente da Câmara, o representante da Direção Regional da Cultura e o editor da Âncora sendo eu o último. Projetei um PowerPoint onde resumidamente mostrei as diversas fases da execução da história. O Sol estava no ocaso e a diminuição da luminosidade facilitou a projeção.
Ao terminar, esbocei articular uma frase e fui interrompido por um estrondo ampliado pelas colunas de som, que surpreendeu a assistência, não a mim, que estava dentro do que ia acontecer. Imediatamente a seguir, da assistência ouve-se um grito: «OS CATALUNHOS! VÊM AÍ OS CATALUNHOS‼!».
Era uma teatralização baseada no argumento do livro. «Catalunhos» era o nome dado pelos corvinos aos piratas, no século XVII.
Misturados pela assistência, as corvinas e os corvinos que me serviram de modelos para as personagens, diziam as frases que escrevi no livro. A surpresa foi geral, pois tudo isto fora ensaiado na sexta feira e no sábado, uma ideia da cocoordenadora do Ecomuseu, pessoa dinâmica e com uma capacidade de trabalho impressionante.
Cada personagem ia seguindo numa folha, a sua deixa para intervir na altura certa. A Andreia Silva fizera uma gravação com sons, que ia interpondo nas diversas cenas, como o ribombar dos canhões das naus, o estalido dos disparos dos mosquetes dos piratas, ou o ruído das pedras a rolarem pela falésia com que os corvinos se defendiam.
Resultou muito bem.
Seguiu-se uma sessão de autógrafos que ultrapassou em muito a centena, e por isso se prolongou pela noite que descia nas eiras. A Câmara Municipal ofereceu um exemplar do livro a todos os que estiveram presentes.
Alguns turistas estavam deliciados pois não esperavam assistir a um avento como este naquela Ilha, a mais pequena dos Açores, mas muito rica em acolhimento e encanto. Um deles disse-me que tinha a «Peregrinação» que fiz em Quadrinhos e estava surpreso em encontrar-me tão longe.

Entretanto houve provas de doçaria feita com «JUNÇA». No século XVII era o alimento dado aos porcos, mas os corvinos na sua pobreza moíam e faziam pão, que apresentava um aspecto negro. Hoje em Espanha e no Brasil, a «Junça» é comercializada atribuindo-se-lhe muitas propriedades.

Este livro está a ser distribuído pela Direção Regional de Cultura pelas Câmaras Municipais de todas as nove ilhas do Arquipélago, e pelas suas Bibliotecas Públicas e escolas. No continente, é a Âncora Editora que garante a colocação em todos os postos de venda.
O meu editor, que foi convidado a estar presente neste evento, sensibilizado com a hospitalidade e simpatia dos corvinos, resolveu oferecer à Biblioteca Municipal e ao Ecomuseu do Corvo, uma coleção de livros de minha autoria e de outros colegas.

Agora uma chamada de atenção para um pormenor que achei delicioso e vou partilhar convosco: as garrafas de água que estiveram na mesa do lançamento e que também foram distribuídas pela assistência, tinham um rótulo muito original.

Reparem que é parte da capa do livro. Para observarem melhor, junto-o planificado.

São os desenhos de alguns dos corvinos e corvinas que se prestaram a figurarem como personagens, com o título do livro como uma marca de água, quase como «marca d’água». Foi mais uma maneira simpática de divulgação. Ideia do Ecomuseu do Corvo. Parabéns Andreia, Ana e Bruno! Viva o CORVO!

Esta história não termina aqui, é apenas o fim de uma etapa, para então começar a verdadeira vida do livro; a minha posição de apoio continua, com apresentações e sessões de autógrafos, como quem acompanha os filhos mesmo depois da idade adulta.

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Na véspera, sábado dia 14 de julho, as pessoas que me serviram de modelo para as personagens, estiveram a ver os originais que levei comigo.

Ainda tive tempo para fazer alguns croquis muito rápidos, enquanto a equipa da «LITERATURAQUI» colhia imagens.
Mostro apenas estes dois para não sobrecarregar o artigo.


Boa leitura e obrigado pela atenção que dedicaram a estes artigos.
Um obrigado ao BDBDBlogue pela abertura do seu espaço.
José Ruy
Julho de 2018

terça-feira, 7 de agosto de 2018

TALENTOS DA NOSSA EUROPA (24) - SANDU FLOREA (Roménia)

Sandu Florea
Muito embora Puiu Manu seja o invejável decano, com 90 anos e sempre activo e valoroso, dos desenhistas romenos, Sandu Florea é, sem dúvida, o mais famoso, não só na sua Roménia como também no estrangeiro, mormente nos Estados Unidos da América.
Usando por vezes os pseudónimos de Dorsandu, Nicolae Floriu, Dora Andu ou Nicolae Alexandru, Sandu Florea nasceu a 28 de Junho em Ghelari. Cursou Arquitectura em Bucareste.
Sendo desenhista e, por vezes, argumentista e editor, em 1968 publicou a sua primeira banda desenhada, “Nãzdrãvãniile Lui Pãcalã”, mas o seu primeiro álbum foi “Galbar” (1973), com argumento de Ovidiu Surianu.
Capa e prancha de "Galbar" - Ed. Stadion (1973)

Nesses anos 70/80, surgiram mais alguns, como “Cavalerul Alb”, “Cãlugãreni”, “BurebistaRegele Dacilor”, “Decebal si Traian”...
Pranchas de "Burebista"


Pranchas de "Cãlugãreni"


Capa e prancha de "Decebal si Traian", Editora Sport-Turism

Na revista “Carusel”, publicou o herói “Proteus”.

Em “Starãnsii”, publicou heróicos episódios da História da Dácia (antiga Roménia), como “Buribista, Regele Dacilor” (Buribista, Rei dos Dácios) e “Decebal si Traian” (Decébalo e Trajano).
Amante da ficção-científica e para além do histórico, também abordou o “western”.
Em 1991, ele e a sua família, radicaram-se nos Estados Unidos, onde no ano seguinte, começou a trabalhar para a Marvel Comics.
Imparável, aqui tem desenhado Conan, Batman, Superman, Spiderman, X-Men, Elektra, Hawkeye, Buffy, Deathstroke, etc.
Prancha de "Conan, o Bárbaro"
O apaixonado beijo entre Superman e Wonder-Woman, por Florea
Deathstroke, pela magnífica arte de Sandu Florea
Capa de Elektra, por Florea
No entanto, não virou as costas ao seu país natal, a Roménia, com quem mantém contactos e colaboração. Em 2001, foi o convidado de honra do Salão-BD de Constança. É o presidente honorário da Associação de Desenhistas da Roménia, que instituiu o Troféu Sandu Florea para os artistas com mais contribuição no país.
Há poucos anos atrás, nosso amigo Dodo Nitá, publicou a sua biografia, “Sandu Florea, o Monografie”, que é elucidativa obra de aplauso.
Algumas criações de Florea, da fase norte-americana, têm sido também editadas em Espanha e em França. Não estamos devidamente informados, mas é possível que alguns desses trabalhos também existam publicados entre nós...
LB