Considerado o maior dos banda desenhistas portugueses, justamente o primus inter pares, confesso com tristeza, que foi o único dos nossos grandes da BD que eu (LB) não tive o prazer de conhecer pessoalmente. Paciência!
Nasceu em Angra do Heroísmo a 4 de Janeiro de 1919 e faleceu a 31 de Maio de 2005 em Florença (Itália), onde residia.
Assinou por vezes como ET Coelho, outras apenas como ETC. No estrangeiro, chegou a assinar com o pseudónimo Martin Sièvre.
Assinou por vezes como ET Coelho, outras apenas como ETC. No estrangeiro, chegou a assinar com o pseudónimo Martin Sièvre.
Foi ilustrador, pintor e desenhista. Estreou-se a 16 de Abril de 1936. Depois, tornou-se um dos autores fixos da revista “O Mosquito”, que deixou de se publicar em 1953 e, no ano seguinte, agastado com as limitações do regime de Salazar, emigrou: Espanha, França, Inglaterra e novamente França, onde teve também uma brilhante carreira.
Nos inícios dos anos 70, radicou-se em Itália, mas criando apenas para a França.
Em 1973 recebeu o prémio “Yellow Kid” no Salão Internacional de Lucca e, em 1986, recebeu o troféu “Mosquito Especial”.
Em 1997, foi-lhe atribuído o “Grande Troféu” do Festival Internacional da Amadora.
Nos inícios dos anos 70, radicou-se em Itália, mas criando apenas para a França.
Em 1973 recebeu o prémio “Yellow Kid” no Salão Internacional de Lucca e, em 1986, recebeu o troféu “Mosquito Especial”.
Em 1997, foi-lhe atribuído o “Grande Troféu” do Festival Internacional da Amadora.
É ilimitado o que se pode contar da sua vida e obra, mas devido às circunstâncias e também porque não sabemos tudo, nesta sentida evocação, apenas registamos os aspectos fundamentais.
Da sua enorme bibliografia, salientamos algumas obras ou séries estreadas em Portugal: “Os Guerreiros do Lago Verde”, “Os Náufragos do Barco Sem Nome”, a trilogia das “Mouras”, a série “Falcão Negro”, “Os Doze de Inglaterra “ (uma maravilhosa obra-prima!), alguns contos de Eça de Queiroz (“A Aia”, “Suave Milagre”, “A Torre de D. Ramires”, “O Defunto” e “O Tesouro”), etc, etc.
E ainda “Fátima”, estreada em álbum pela Futura.
"Falcão Negro" (in "Cavaleiro Andante" #135)
"Os Doze de Inglaterra", com texto de Raúl Correia (in "O Mosquito", 1950-51)
"O Defunto" (in "O Mosquito") |
"O Suave Milagre" (in "O Mosquito") |
Capa e prancha de "Fátima" (Edições Futura, 1985)
Em Espanha: “XA-39”, “Bodas Índias”, “El Hechicero de los Matabeles”, “El Dios de la Montaña”, etc.
Em Inglaterra: “Bowmen of King Harry”, “The Story of the Sleeping Beauty” e “Knights of the Red Eagle” (nova versão de “A Torre de D. Ramires”, segundo Eça de Queiroz).
"Bowmen of King Harry" (in "Comet" #380, 1955) |
No Brasil: com belas capas de Jayme Cortez, publicaram-se os contos de Eça, “nascidos” em “O Mosquito” (Portugal).
Na República de San Marino: “Marino, il Santo del Titano”.
"Marino, il Santo del Titano" (AEIP Editore, 1996) |
E, finalmente em França, entre outras, as séries “Cartouche”, “Robin dos Bosques”, “Ragnar, o Viking”, “David Crockett”, “Yves, le Loup”, “Ayak, le Loup Blanc” e “Decameron”, para além de narrativas soltas como “Vasco da Gama”, “S. Francisco Xavier”, “La Traversée de l’Australie” e “Till Ulenspiegel”.
Algumas das criações de ET Coelho foram também traduzidas e publicadas na Alemanha, Itália e no Líbano. E várias histórias originalmente estreadas em França, tiveram também a sua versão em português em alguns dos nossos periódicos do género.
Com alguns álbuns ou mini-álbuns que por cá se editaram (muito poucos), destacam-se os dois tomos de “Decameron”, segundo Giovanni Boccaccio, sob edição da Futura...
Capa e prancha do primeiro tomo de "Decameron" (edição Futura, 1988)
Capa e prancha do segundo tomo de "Decameron" (edição Futura, 1988)
... e os seis tomos de "O Caminho do Oriente", com texto de Raúl Correia.
Que mais haverá para se dizer sobre Eduardo Teixeira Coelho?... Tudo!...
As seis capas de "O Caminho do Oriente" (edição Futura, 1984)
Que mais haverá para se dizer sobre Eduardo Teixeira Coelho?... Tudo!...
A finalizar, solicitámos a mestre José Ruy, que foi grande amigo de ETC, que para aqui desse em curtas palavras um parecer que definisse o nosso evocado de hoje:
"Eduardo Teixeira Coelho produziu uma pedrada no charco no campo da ilustração narrativa, não só em Portugal. Tive o privilégio de ser o único autor português de histórias em quadrinhos a trabalhar com ele numa íntima colaboração durante muitos anos. É um artista único, com um estilo próprio e inconfundível".