terça-feira, 27 de junho de 2017

NOVIDADES EDITORIAIS (122)

LUGAR MALDITO - Edição Polvo. Autores: argumento de André Oliveira e grafismo de João Sequeira.
É uma obra de força por uma jovem parceria nacional, onde se aborda o clima do terror e do insólito, aspectos bem raros na BD portuguesa.
Vigoroso e "assombrador", este álbum foi lançado no 13.º Festival de Beja.
“Lugar Maldito” arrasta-nos pelas terras do Alto Douro, com as angústias do jovem casal Samuel e Maria, mais a filhota Lúcia... Fogem da polícia, mas no casebre inóspito onde se refugiam, sofrem as assustadoras circunstâncias de inexplicáveis fenómenos que se adivinham, provocando um desfecho trágico.


VRÃJITORUL DIN OZ - Edição Aramis. Autor: Serban Andreescu.
Na bibliografia do romancista norte-americano Lyman Frank Baum (1851-1919), salienta-se o famoso romance “O Feiticeiro de Oz” (é um clássico eterno), que mais se notabilizou com a versão cinematográfica realizada em 1939 por Victor Fleming e com Judy Garland no principal papel.
Em 1925, já havia sido realizado outro filme, com Dorothy Dwan...
Pois “O Feiticeiro de Oz” (Vrãjtorul Din Oz) foi agora (2017) adaptado à Banda Desenhada pelo romeno Serban Andreescu.
Com um traço leve e divertido, este álbum, se alguma vez for editado em português, é obra para agradar a leitores de todas as idades.


MENSUR - Edição Polvo. Autor: o brasileiro Rafael Coutinho.
Explica-se: mensur, é uma luta de espadas surgida no século XV por estudantes universitários alemães. Esta prática terá continuado, de um modo quase secreto, até
aos dias de hoje.
E é por este enredo, no Brasil de hoje, que Gringo andarilha, meio perdido, em busca de paz e desejoso de sossegar as angústias que ferozmente inquietam a sua memória, o seu passado pouco limpo...
Gringo é, naturalmente, um jogador do mensur e, pelo seu amargo pesadelo acordado e vivo, terá o final que aguarda...
Rafael Coutinho brilha maravilhosamente nesta obra com um vertiginoso traço a preto-e-branco. Parabéns!
LB

sexta-feira, 23 de junho de 2017

BD E HISTÓRIA DE PORTUGAL (13) - SERPA PINTO

Serpa Pinto
De olhos nos olhos, perguntamos: quem são os autênticos Heróis, exemplarmente marcantes em actos de valentia e sacrifício da nossa História?
Doentiamente, a maioria sabe muito dos futebolistas e pouco mais... Francamente!...
Admiráveis os feitos de alguns grandiosos nomes da nossa História, sobretudo quando realizados a solo, como foi o caso de Serpa Pinto!
Extremamente honrado e incorruptível, temerário e atrevido nos seus empenhos para glória do nosso país, Alexandre Alberto da Rocha de Serpa Pinto, nasceu no Distrito de Viseu, na zona de Cinfães, a 20 de Abril de 1846, vindo a falecer em Lisboa, a 28 de Dezembro de 1900.
Teve uma educação esmerada e os devidos estudos militares.
Coragem, ante qualquer guerra, nunca lhe faltou. Por exemplo: numa contenda a que assistia na Europa, perante as dificuldades sentidas pelas forças francesas, ofereceu-se para uma “doida” missão... E cumpriu-a com êxito, pelo que foi logo condecorado pelo exército francês.
Serpa Pinto em plena função histórico-científica, algures em África
Mas foi em África que ele sacrificou a sua vida... ousando, sozinho, atravessar esse continente, ligando Angola a Moçambique, apenas com a companhia e ajuda de alguns dedicados africanos. Ainda por cima, pela nossa “fraterna” Europa, esta andava a cobiçar-nos os territórios, com muita inveja e ambição: os ingleses, os alemães, os holandeses, os franceses e sabe-se lá quem mais!
Teoricamente, Serpa Pinto, deveria fazer tal travessia na companhia de dois outros valores, não menos heróis, Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens... mas desaguisaram-se ante o itinerário a seguir, apesar dos sábios conselhos do sertanejo Silva Porto.
Serpa Pinto prosseguiu a solo, tendo sofrido muitas agruras: algures, no meio de África, foi alvo de fortes febrões e esteve às portas da morte, tendo-lhe valido os cuidados da família francesa Coillard, missionária no sertão; chorou copiosamente pela morte do seu animal de estimação (que o seguia como um fiel cão), a cabra “Cora”, morta num acidente; assistindo,lamentou com plena amargura, o tráfico de escravos; atreveu-se a medir as cataratas do rio Zambeze, preso à resistência duvidosa de lianas e sob a aflição dos seus fiéis acompanhantes negros...
Foi gloriosamente recebido na África do Sul de então. Mais tarde, foi nomeado governador do nosso (então) território de Cabo Verde.
Selo raro dedicado
a Serpa Pinto
O nome de Serpa Pinto existe na toponímia de muitas urbes do nosso País. Mas ele está também registado na Azulejaria (na Fortaleza de S.Miguel em Luanda, Angola), num busto na Cidade da Praia (República de Cabo Verde) e num selo
raro de 16 escudos na nossa Filatelia.
O nosso Cinema, por miopia ou incapacidade, até hoje, nunca abordou a sua vida e a sua epopeia...
Na Literatura, contam-se exemplos como “A Vida Breve e Ardente de Serpa Pinto” por Carlota Serpa Pinto, “Através do Continente Misterioso” por Adolfo Simões Müller, “Serpa Pinto, o Mistério do Sexto Império” por Pedro Pinto, “Alexandre Serpa Pinto: o Sonhador da África Perdida” por Luís Almeida Martins, “Serpa Pinto na Travessia de África” por Maria Helena Figueiredo Lima, e ainda, pelo punho do
próprio herói, “Como Eu Atravessei África”.

Não o abandonou a nossa atenta Banda Desenhada, pelo que aqui temos os exemplos por Fernando Bento, que publicou, em 1951, na revista "Diabrete", uma biografia, mais tarde reeditada num mini-álbum, pelo Gicav (Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu), numa edição rara, há muito esgotada...
Gravura 1: Capa de "A Vida Aventurosa de Serpa Pinto", por Fernando Bento, publicada no
"Diabrete" #787 a #842 (1951). Gravuras 2 a 4: capa e pranchas da reedição em álbum pelo Gicav, em 1991

José Garcês e Agostinho Macedo publicaram, a cores e em prancha única, "Serpa Pinto", inserido no álbum colectivo "Grandes Portugueses"...
"Serpa Pinto", por Agostinho Macedo (texto) e José Garcês (texto),
inserido no álbum "Grandes Portugueses", edição da revista "Camarada" (1962)

Baptista Mendes publicou no "Jornal do Exército" uma biografia em duas pranchas...
"Serpa Pinto", por Baptista Mendes (texto e desenhos), in "Jornal do Exército"

...e José Pires publicou, em 2012, também no "Jornal do Exército" uma obra de fôlego, "A Portuguesa: História de um Hino", que aguarda publicação em álbum há alguns anos. Numa das páginas desta obra, que abaixo reproduzimos, aparece a figura de Serpa Pinto.
"A Portuguesa: História de um Hino", por José Pires, in "Jornal do Exército" (2012)

Mas ousámos pedir uma colaboração mais específica, amigavelmente elaborada e que aqui se estreia, com a nossa plena gratidão: as pranchas de Santos Costa...
"Como eu Atravessei a África - Serpa Pinto", por Santos Costa
(publicado no blogue: www.bandarra-bandurra.blogspot.pt) (2017)

...e Pedro Massano...
Quatro pranchas, até agora inéditas, desenhadas propositadamente
por Pedro Massano para o nosso blogue (2017)

...e um divertido cartune por Artur Correia.
Cartune inédito de Artur Correia (2016)
Aqui fica a nossa bem sentida evocação a um dos grandes heróis da História lusa. Que a Pátria nunca te esqueça, valoroso Serpa Pinto!
LB
Ilustração de Fernando Bento

terça-feira, 20 de junho de 2017

BREVES (44)

EXPOSIÇÃO BD EM CASCAIS
De 24 Junho a 3 Setembro, decorre na Galeria Cidadela Art District, em Cascais, a exposição colectiva "Quadradinhos Portugueses - Olhares & Estilos", uma iniciativa promovida pela Fundação D.Luís I, comissariada por José de Matos-Cruz, inserida no âmbito das manifestações artísticas e culturais associadas ao Bairro dos Museus.
A mostra reúne treze artistas de variadas afinidades à BD, e de diversas gerações de talentos nacionais: Renato Abreu, João Amaral, Luís Diferr, José Garcês, Penim Loureiro, Daniel Maia, João Mascarenhas, Pedro Massano, Baptista Mendes, Fernando Vilhena de Mendonça, Victor Mesquita, Susana Resende e José Ruy.

A exposição confere aos visitantes a possibilidade de adquirir gicclés/impressões digitais de alta-qualidade, revistas, álbuns e livros alusivos aos autores presentes, disponibilizados pelos próprios ou seus editores, sendo que a entrada é gratuita.
Mais informações aqui.


ALMOÇO E PALESTRA NOS 41 ANOS DO CPBD
O Clube Português de Banda Desenhada (CPBD) festeja 41 anos de existência no próximo dia 28. Para tal, prepara a realização de um almoço-convívio entre sócios, dia 24 de Junho, no Restaurante "Chafariz das Gravatas", na Amadora.
A partir das 16:30 haverá, na sede do clube, uma palestra pelo Dr. Manuel João Ramos, inserida na série "Personalidades Ilustres da Vida Social Política e Cultural Portuguesa Falam de Banda Desenhada".
Um programa aliciante para a tarde do próximo sábado.
Parabéns CPBD!


OFICINA DE AGUARELAS PARA INICIANTES
O "Ericeira BD - Associação Cultural" continua a promover actividades relacionadas com a Banda Desenhada e artes afins.
Desta vez, o destaque vai para uma Oficina de Aguarela para Iniciantes, a realizar no dia 25 de Junho, Domingo, entre as 15:00 e as 18:00 horas, para maiores de doze anos. 
A Oficina pretende explorar as técnicas e princípios básicos da Aguarela, assim como os melhores tipos de papel e pincéis e as diferentes funções que têm.
Os interessados deverão inscrever-se aqui.


VALÉRIAN, O FILME
Finalmente, no Cinema! Estreia (ou já terá estreado em algumas salas...) muito em breve, o primeiro dos três filmes previstos, versando as apaixonantes aventuras no Espaço e no Tempo, de Valérian Laurelineque pela BD têm argumentos de Pierre Christin e arte gráfica de Jean-Claude Mézières.
Pela 7.ª Arte, a responsabilidade recai  sobre o realizador e guionista francês Luc Besson.
O título original deste primeiro filme com actores é "Valérian and the City of a Thousand Planets", embora facilitado por apenas "Valérian".
Dane DeHaan e Cara Delevigne são, respectivamente, Valérian Laureline.
Vamos ficar convencidos? A ver vamos...


ANIVERSÁRIOS EM JULHO
Dia 03 - Arlindo Fagundes
Dia 07 - Ionut Popescu (romeno)
Dia 10 - Juan Espallardo (espanhol)
Dia 11 - João Mascarenhas
Dia 12 - Ricardo Cabrita
Dia 15 - Yorgos Botsos (grego)
Dia 16 - Hugues Barthe (francês)
Dia 17 - Hermann (belga)
Dia 19 - Rui Mendes e Jordi Planellas (andorrano)
Dia 23 - José Garcês
Dia 25 - Attila Fazekas (húngaro)
Dia 27 - André Carrilho

quinta-feira, 15 de junho de 2017

HISTÓRIAS EM QUADRINHOS - ARTE COM MUITA OFICINA (1)

Apresentamos hoje o primeiro de um conjunto de oito artigos do nosso colaborador José Ruy, que nos brinda com um tema deveras interessante: o modo como os autores norte-americanos planificavam as suas histórias, de forma a que estas pudessem ser publicadas em diferentes formatos de jornal.
Depois das séries "A Vida Interior das Redações dos Jornais Infanto-juvenis" (já terminada) e "A Ilha do Corvo que Venceu os Piratas" (ainda em publicação, mas a caminhar para os últimos posts), José Ruy surge com uma nova temática, em menos artigos mas, sem dúvida, com o mesmo interesse.
Esperemos que seja do agrado dos nossos leitores.
BDBD



HISTÓRIAS EM QUADRINHOS - ARTE COM MUITA OFICINA (1)
Por: José Ruy


O sentido de observação é o primeiro a ser desenvolvido por quem deseja criar histórias ilustradas. Na maneira de observar o que nos rodeia está a base para o que precisamos de contar em narrativa gráfica, desenhando, registando tudo o que vemos, inclusive o que sentimos. As emoções e a experiência de vida também fazem parte do manancial indispensável para se criarem argumentos.
Por isso, acostumei-me de muito novo a ver o que olhava, com cuidado e profundidade. O meu grande Mestre Eduardo Teixeira Coelho, ao observar os desenhos que eu já fazia do natural, sem nunca me ter emendado um traço, dizia: «Isto aqui não está bem. Vai lá ver». Esta indicação era para voltar ao modelo (animal, figura humana, etc) e observar melhor, para descobrir por mim o que não estava bem.
Ao apurar este sentido, habituei-me a procurar a razão para o que vejo e conseguir respostas para os aparentes enigmas.
E são algumas dessas questões que vou questionar e exemplificar.

Nas décadas de 40 e 50 do século XX, comprava jornais americanos que publicavam histórias em quadrinhos, dos grandes autores Hal R. Foster, Milton Caniff, Alex Raymond, Burn Hogart, Don Moore, e tantos outros. Eram jornais de informação e notícias, em formato tabloide que também publicavam diariamente tiras ilustradas. Às quintas-feiras e domingos inseriam na sua edição suplementos recheados dessas histórias que me fascinavam, pelo traço e pelo argumento.
Cada autor tinha o seu estilo e técnica, mas quase todos obedeciam a uma regra. Isolava-se desse compromisso o Harold Rudolf Foster, pois a sua página era diferente.
Dessas regras falarei mais adiante.
Milton Caniff foi o autor que mais me fascinou quando nos anos 40 do século XX tomei conhecimento da sua obra através do Mestre João Rodrigues Alves que na altura nos mostrava, a mim e aos meus colegas da Escola António Arroio, os jornais norte-americanos onde essas histórias eram publicadas. Mais tarde assinei alguns desses jornais, que não se vendiam em Portugal, e fui adquirindo outras revistas em outros formatos que publicavam episódios completos de histórias de Milton Caniff e de colegas seus.

Um autor pode sofrer influência de outro, sem que isso se reflita no traço ou na maneira de compor as imagens.
Há infiltrações estéticas impercetíveis que recebemos, sem darmos conta, mas que passam a fazer parte de nós, de maneira imperecível. 
Caniff influenciou-me no método de narrar a história e principalmente no processo de dar a cor, como exemplificarei depois.
"Steve Canyon", o mais famoso trabalho de Milton Caniff
Mas antes vou contar em traços largos a trajetória profissional deste desenhador e argumentista, que foi considerado na sua época, o de maior popularidade nos Estados Unidos. Não é novidade o que apresento, mas como pode haver alguém que o desconheça, merece a pena repetir.
(Na foto, Milton Caniff no seu ateliê, em 1977, com Lucy Shelton Caswell, diretora da Escola de Jornalismo na Ohio State University onde Caniff se formara em 1930, depois de ter frequentado a Escola de Artes «Stivers».
O autor doou por essa data uma coleção de 12.000 pranchas originais à Universidade.
Na outra imagem, o seu autorretrato onde se apresenta a desenhar com a mão esquerda, pois era canhoto, acompanhado das três personagens principais da série que o celebrizou internacionalmente, «Terry e os Piratas».)

Milton Caniff que iniciara uma carreira de jornalismo no jornal «Columbus Dispatch» pouco antes da grande depressão na América, devido a esse fenómeno viu-se desempregado e até pensou em desistir.
O seu colega cartunista William Billy Ireland incentivou-o a continuar e, em 1932, mudou-se para Nova Iorque onde foi produzindo várias tiras para jornais diários, até que em 1934 o editor do «New York Daily News» o desafiou a criar uma tira diária passada no Oriente. Nesse lendário e misterioso Oriente...
(continua)

segunda-feira, 12 de junho de 2017

NOVIDADES EDITORIAIS (121)

CONVERSAS COM OS PUTOS - Edição Polvo. Autor: Álvaro (aliás, Álvaro Santos).
“Conversa Com os Putos” é um divertido álbum sob o incontestável talento de Álvaro, cujo tipo de humor e sibilina crítica social só exigem sinceros aplausos.
À distância e de um certo modo em linha paralela, a obra faz-nos lembrar a série “O Aluno Ducobu”, com textos de Zidrou e arte de Godi, onde Ducobu, o rei os cábulas, põe sempre o seu professor Latouche, à beira de um ataque de nervos...
Aqui, é o próprio Álvaro que é o professor, sempre em vias de se passar dos carretos, tamanha é a imbecilidade dos seus alunos. Apesar do sarcasmo e da caricatura, infelizmente, acaba por ser um retrato de uma certa linha da mediocridade de exemplos reais.



HISTÓRIAS PAULISTANAS - Edição Papel 2. Autores: argumentos de Lica de Souza e arte gráfica de Flávio Luiz.
Neste álbum, reúnem-se quatro narrativas: “Clube”, “Praça”, “Play” e “Rua”, atentamente versando situações mais dramáticas do que doces, no quotidiano dessa imensa urbe que é a brasileira Cidade de S.Paulo. Mas todos estes aspectos, com ternura, sonhos, ilusões e amarguras, acontecem com maior ou menor escala por todo o nosso planeta... Neste álbum, tudo acontece em S.Paulo.
E é obra para se ler mesmo...
Parabéns a Flávio Luiz pelo seu cativante grafismo!




PERSÉE ET LA GORGONE MÉDUSE - Edição Glénat. Autores: argumento de Clotilde Bruneau, traço de Giovanni Lorusso, cores de Stambeco e capa de Fred Vignaux, segundo a série “La Sagesse des Mythes”, concebida por Luc Ferry.
“Persée et la Gorgone Méduse” é o quinto tomo desta tão empolgante série através das lendas maravilhosas da Mitologia da Grécia Clássica.
Quem estudou História, certamente conhece a lenda que opõe o corajoso Perseu contra a terrível e implacável Medusa. É uma das lendas mais terríveis da Mitologia Grega.
Perseu tem uma estátua famosa na cidade de Florença (Itália), da autoria do grande e “rebelde” escultor Benvenuto Cellini.




TREI LUNI DE VACANTÁ ÎN TRECUT - Edição Lex Comics. Autores: argumento de Constantin Diaconu, arte de Puiu Manu e prefácio de Dodo Nitá.
Puiu Manu, nascido em 1928, é actualmente o decano dos desenhistas romenos, mas sempre “jovem” e sempre activo. No 13.º Salão-BD de Beja, quando Dodo Nitá dissertava sobre a BD Romena, comparou-o ao nosso José Ruy, que estava presente.
Puiu Manu, às vezes usando o pseudónimo Vasile Baciu, tem uma vasta e invejável obra, onde aborda temas diversos, sempre avassalador na devida apreciação.
“Trei Luni de Vacantá în Trecut” (Três Meses de Férias no Passado), é a sua mais recente publicação, na incontestável beleza do preto-e-branco, versando o tema da ficção-científica.
Olá, editoras-BD portuguesas: continua-se a assobiar para o lado?!..
LB

sábado, 10 de junho de 2017

CINCO ANOS... JÁ?!



Pois é, parece que foi ontem, mas o BDBD festeja hoje o seu quinto aniversário. Como o tempo passa!...
Claro que os seus responsáveis, Luiz Beira e Carlos Rico, estão felizes com esta efeméride.  Contra ventos e marés, resistem com pleno entusiasmo, prosseguindo no seu empenho sobre a Banda Desenhada, pelo menos, através deste blogue.
Com variadas rubricas e com um ou outro post extra e ocasional (basta viajar pelas nossas Etiquetas), a “luta continua”.
E, num carinhoso brinde virtual com todos, o BDBD, saúda sem excepção, todos os que nos têm acompanhado e incentivado e, com especial afecto (sem desprimor pelos não mencionados) aos nossos mais frequentes colaboradores, que são: José Ruy, Carlos Gonçalves, Jorge Magalhães, Catherine Labey, Artur Correia, Baptista Mendes, Pedro Massano, Santos Costa, Vitor Silva, José Pires, Eugénio Silva, Dodo Nitá e ainda, o GICAV e o CPBD.
A todos, mas a todos mesmo, onde se incluem alguns dos nossos correligionários bloguistas (les compagnons de route), a conjunta saudação de festejo com as taças erguidas: Tchin! Tchin!
E que “a Força” esteja com TODOS nós!
BDBD

quinta-feira, 8 de junho de 2017

VIVA BEJA/BD! - A REPORTAGEM FOTOGRÁFICA

Mais uma vez se confirma que o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja não é um dos melhores em Portugal, mas é sim, o salão-BD por excelência.
Esta 13.ª edição teve início a 26 de Maio e termina a 11 de Junho. Como é hábito, os três primeiros dias correspondentes à abertura, foram fenomenais. Uma programação constante e animada, sem tempos mortos, bem acompanhada e apreciada por uma vasta multidão, curiosa e entusiasmada.
Estão de plenos parabéns, o incansável e meticuloso coordenador Paulo Monteiro e a sua equipa, bem como todas as entidades oficiais apoiantes. Bravo! Bravíssimo!
Para não se tardar mais, indicam-se os pontos principais, focando presenças e alguns momentos mais destacáveis:
Editores: Rui Brito, Jorge Deodato, Maria José Pereira, Mário Freitas, o romeno Dodo Nitá e alguns outros mais.
Luiz Beira e Rafael Sales com o editor Jorge Deodato
Argumentistas: António Gomes Dalmeida, o basco Gregorio Muro Harriet, Miguel Peres, a francesa Anne-Caroline Pandolfo, André Oliveira, etc.
Desenhistas Estrangeiros: a belga Judith Vanistendael, o dinamarquês Terkel Risjerg, os italianos Grazia La Padula e Paolo Mottura, o romeno Valentin Tánase, o espanhol Pasqual Ferry e os brasileiros Fábio Luiz, Rafael Coutinho e Pedro Cobiaco.
Daqui, quatro ausências inesperadas: o argentino Juan Gimenez, por razões de saúde, e os três angolanos, Junilson Faria, Lindomar de Sousa e Olímpio de Sousa, que, já com as viagens pagas, não conseguiram os vistos no passaporte, o que é uma verdadeira idiotice da política e da burocracia!...
A argumentista francesa Anne-Caroline Pandolfo ao lado do marido, o desenhador dinamarquês Terkel Risjerg 
Presenças Nacionais: José Ruy, Artur Correia, Baptista Mendes, Eugénio Silva, Pedro Morais, Pedro Manaças, Jorge Coelho, Susana Resende, Sofia Neto, Rafael Sales, Daniel Maia, João Sequeira, Álvaro Santos, António Lança Guerreiro, Hugo Teixeira, Ricardo Venâncio e tantos e tantos outros.
Dois velhos amigos moçambicanos, Luiz Beira e Pedro Morais, reencontraram-se em Beja
Baptista Mendes (de pé) confraternizando com o núcleo de pards texianos: Mário João Marques, António Lança Guerreiro, Pedro Bouça, João Miguel Lameiras, Carlos Moreira e a esposa deste, Teresa.
Lançamentos: foram lançados 16 álbuns e o Caderno “Splaft!” #13, editado pela Bedeteca de Beja.
 
Na concorrida sessão de autógrafos, os mais “vorazmente”  procurados, foram os brasileiros Fábio Luiz, Rafael Coutinho e Pedro Cobiaco, a italiana Grazia De Padulo, o romeno Valentin Tánase, o dinamarquês Terkel Risjerg e os portugueses Álvaro Santos, Rafael Sales, Pedro Morais, Pedro Serpa, João Sequeira, Joana Afonso e Pedro Manaças.
Pedro Manaças promovendo o seu "Manegas"

Sessões no Auditório-Cafetaria: Foram muitas e sucessivas. Daqui, salienta-se a intervenção de mestre José Ruy sobre a sua obra “Histórias de Valdevez”, a tão merecida e emotiva homenagem a mestre Artur Correia, conduzida por Cristina Gouveia e Gomes Dalmeida, e a apresentação da BD Romena em geral, e em particular ao magnífico desenhista (que estava presente) Valentin Tánase, com apresentação feita por Dodo Nitá e Pedro Mota.
Cristina Gouveia, António Gomes Dalmeida, Artur Correia, durante a homenagem a este último
Aspecto da cafetaria do Pax-Julia, onde ocorreram as apresentações de projectos.
Em primeiro plano vêm-se algumas pranchas da exposição dedicada a artistas angolanos.
Dodo Nitá, Gregorio Harriet e Valentin Tánase
Houve ainda, em destaque, a entrega do Troféu Geraldes Lino à jovem Sofia Neto... que causou muitas opiniões pertinentes: porquê a entrega deste Troféu a uma jovem que ainda não acabou o álbum, que por sua vez não tem título definitivo escolhido e que tão pouco tem data para ser editado, tudo isto dito na devida sessão pública?!... Bizarrias...
Geraldes Lino, Paulo Monteiro e Sofia Neto
A Mágoa: a situação repulsiva e confrangedora repetiu-se, uma vez que a nossa Televisão (três canais) e os nossos grandes quotidianos continuam a “ignorar” este já tão prestigiado Festival Internacional de Banda Desenhada!... Não há adjectivos possíveis para tamanha ignorância, menosprezo e incapacidade!...
Até para o ano, valorosa Beja!
LB
Ambiente de festa-BD no Largo do Museu
Entrada do espaço onde ficaram patentes as exposições de Artur Correia, Paolo Mottura e Pedro Morais
A exposição de Artur Correia
Originais de Artur Correia
Storyboard dos saudosos "Meninos Rabinos", por Artur Correia
Entrada da exposição do italiano Paolo Mottura
A exposição de Paolo Mottura, desenhador da Disney
Ao fundo, a entrada da exposição de Pedro Morais
Originais de Pedro Morais
A exposição do brasileiro Pedro Cobiaco, uma das mais aplaudidas
"Menino de Sal", a bela exposição de Pedro Cobiaco
A exposição de Sofia Neto
O atarefadíssimo Director do Festival, Paulo Monteiro, numa das muitas viagens entre o Teatro Pax-Julia e o Largo do Museu.
A exposição de Jorge Coelho
Alguns trabalhos de artistas angolanos
A exposição da belga Judith Vanistendael
Luiz Beira confraternizando com os irmãos Sales
O desenhista António Lança Guerreiro apanhado em flagrante