sábado, 31 de dezembro de 2016

DE ACTORES A HERÓIS DE PAPEL (13) - LUCILLE BALL

Lucille Ball (1911-1989)
É um caso raro e admirável! Ela foi (e será sempre) a bonita, talentosa e alegre actriz Lucille Ball.
Encantadora e, até certo ponto, sensual, vivaz e sempre bem disposta, avassalou qualquer espectador (pelo Palco, Tv e Cinema) com as suas deslumbrantes loucuras. Um caso extraordinário, o desta actriz!
Seu nome real, Lucille Désirée Ball. Nasceu em Nova Iorque a 6 de Agosto de 1911. Faleceu em Beverly Hills (Califórnia) a 26 de Abril de 1989.
Lucille Ball e Desy Arnaz
Foi casada com o actor cubano Desy Arnaz, com quem contracenou em alguns filmes; mais tarde, casou com o (quase jamais lembrado) actor Gary Morton... que foi quase que completamente apagado.
Se Desy Arnaz foi um actor medíocre, Gary, então...nem conta! Mas Lucille é que contou (e conta) sempre.
Traída pelo seu coração aos 77 anos, pouco tempo antes, a 29 de Março de 1989, na sua última aparição em público, na 61.ª entrega do famoso “Oscar”, ela e o seu amigo e colega Bob Hope, foram longamente aplaudidos de pé!
Pelo Cinema, de entre tantos filmes em que participou, salientam-se: “Du Barry Era Uma Senhora” (1943), com Red Skelton e Gene Kelly; “A Mulher e a Mentira” (1946), “O Homem das Calças Pardas” (1950), com Bob Hope; “Lua-de-Mel Agitada” (1953), com Desy Arnaz; “O Crítico da Família” (1963), com Bob Hope; “Os Teus, os Meus e os Nossos” (1968), com Henry Fonda e Van Johnson; “Mame” (1974);
“Three For Two” (1975), com Jackie Gleason; e, “Stone Pillow (1985).
É porém em “Os Teus, os Meus e os Nossos”, que encontramos um momento magnífico, antológico e hilariante do seu incontestável talento: a bebedeira que ela  “apanha”, demonstrando momentos altos e impagáveis, jamais registados por uma actriz. Ah, grande Lucille!

Pela Televisão teve os seus próprios programas, como “I Love Lucy”, “The Lucy Show” ou “Here’s Lucy”.
Lucille Ball tem pelo menos duas estátuas: uma no Memorial Park de Nova Iorque e outra em Palm Springs (Califórnia). E a Filatelia norte-americana homenageou-a com dois selos com o seu rosto.
Estátua de Lucille Ball no Memorial Park, da escultora Carolyn Palmer

Obviamente, não foi esquecida pela Banda Desenhada. Apresentamos aqui uns quantos exemplos, dos quais, infelizmente e até agora, não conseguimos detectar os nomes de alguns desenhistas... O importante é que o seu talento e a sua pessoa ficaram registados na 9.ª Arte. Tomara nós, em Portugal, que também fôssemos capazes de seguir estas apostas para com, por exemplo, Laura Alves, Ivone Silva e Aida Baptista...  Pois, pois!...
LB


"The Road to Stardom", cujo autor não identificamos, in "Feature Films" Edição: DC Comics (1950)

Tiras de "I Love Lucy", publicadas pela primeira vez em 1952, em jornais norte-americanos, com texto de Lawrence Nadle e desenhos de Bob Oksner (os dois autores assinavam as tiras como Bob Lawrence). Patricia Oksner, a mulher de Bob, era, por vezes, responsável pelos cenários da série.



 
"Suds in your eyes", de autor que também não identificámos,
in "I Love Lucy Comics" #535 - Edição: Dell Comics (1954)

"I Love Lucy", cujo autor também não conseguimos identificar
(será, possivelmente, o mesmo do exemplo anterior) - Edição: DC Comics


Mais recentemente, em 2011, Patricio Carbajal e James Reed, a propósito do centenário de Lucille Ball, realizaram para a Bluewater Comics um trabalho sobre esta actriz, inserido numa colecção de biografias em banda desenhada de personalidades famosas.

Um magnífico esboço a lápis de Lucille Ball, pela mão de Patricio Carbajal

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

NOVIDADES EDITORIAIS (110)

JULES VERNE ET L’ASTROLABE D’URANIE - Edição Ankama. Argumento de Esther Gil e arte de Carlos Puerta.
Esta breve série “Jules Verne” narra-nos, de um certo modo, a biografia do grande escritor francês com mistura de uma conveniente ficção romanceada, notando-se aqui, e bem, a “preparação” na ideia do romancista, da sua futura obra “Uma Cidade Flutuante”.
Mas o grande e surpreendente valor deste primeiro tomo, reside na alta qualidade e beleza do seu artista gráfico madrileno, Carlos Puerta.
É impossível ficar-se indiferente à sua excepcional arte!

 
GERONIMO - Edição Delcourt. Autores: Lisa Lugrin e Clément Xavier, em muito interessante cumplicidade, repartem-se pelo argumento e pela arte gráfica a preto e branco.
“Geronimo, Mémoires d’un Résistant Apache”, é um tomo bem volumoso, a roçar pelas 400 páginas. Um certo tipo de maravilhosa epopeia...
Obra esforçada, com momentos intercalados com fotos (antigas e actuais) e banda desenhada, onde se fica a saber da vida do valoroso líder ameríndio Gerónimo e dos usos, costumes e sofrimentos da nação apache.
Um certo (mas autêntico) S.M. Barrett, que, muito mais tarde, atinge o posto de coronel, como “civil” conseguiu a amizade de Gerónimo que, a pouco e pouco, lhe vai contando a sua vida e a epopeia do seu sacrificado povo.
Obra bem emotiva que nos revela as traições e prepotências dos brancos, tanto norte-americanos como dos mexicanos, contra um nobre povo que apenas queria viver livre nas terras que lhes competiam, suas, por lógica razão absoluta, tradicional e legal....
Que haja muito e muito respeito por este valente e amargurado Gerónimo!

TO BIO OR NOT TO BIO - Edição Glénat. Argumento de Fabien Rodhain, traço de Luca Malisan e cores de Paolo Francescutto. “To Bio or Not to Bio” é o segundo tomo da série ecologista “Les Seigneurs de la Terre”.
Fabian, com um relativo apoio de sua mulher Anne, deixou a bela, rica e burguesa vida na cidade para tornar ao campo, seguindo “o apelo da terra”. Sua ideia paladina: dedicar-se em pleno à agricultura biológica. Mas vai encontrar muitos opositores, incluindo o seu próprio pai que é um “fabricante” de produtos que estragam a Natureza... E tem ainda na sombra o cinismo de seu primo Luc, que, para além de cúmplice de seu pai, ainda tenta tudo por tudo para que Anne se passe para ele.
É muito amarga, quase infernal, a luta de Fabian que, contra ventos e marés, não desiste do seu belo ideal.

 
COISAS DE ADORNAR PAREDES - Edição Polvo. Autor: José Aguiar.
Este autor brasileiro que agora ficámos a conhecer (ou a pré-conhecer), já ganhou vários prémios e, por este álbum, mostra-se com um estllo peculiar e agradável.
Pelo enredo encontramos apoios e contestações, mas o autor e/ou o protagonista, nutrem bem o amor à cidade natal.
E o aviso até está indicado na contracapa do álbum: “Qualquer cidade está viva, respira e expressa-se. Podemos entendê-la através dos elementos decorativos, raros ou corriqueiros, que se encontram nas suas paredes. Tudo aquilo que é possível pendurar, riscar, colar ou criar sobre elas, fala não só do nosso ambiente, mas de nós próprios”.
E agora, apreciemos esta obra!
LB

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

BREVES (36)

BOAS FESTAS
O BDBD deseja a todos os seus amigos e seguidores um Feliz Natal e um 2017 pleno de saúde, alegria, sucesso... e muita Banda Desenhada!...



ORIGINAL DE VÍTOR PÉON REEDITADO... E COMPLETO!
José Pires, que nos últimos anos se tem dedicado a recuperar alguns dos grandes clássicos da banda desenhada inglesa ("Matt Marriott", "Capitão Meia-Noite", "Rob the Rover"...) surpreende-nos, desta vez, com a reedição integral de "Três Balas", trabalho de Vítor Péon (desenhos) e Orlando Marques (texto), publicado originalmente em 1946, na revista "O Pluto".
A história que, por culpa do desaparecimento da revista, ficara interrompida, foi mais tarde, em 1947, publicada sob a forma de caderneta de cromos - com o título "Aventuras de Fred Bill, o Terror do Texas" - mas amputada de dez páginas(!).
A recuperação agora dada à estampa no mais recente número do fanzine "Fandwestern" torna-se, assim, uma autêntica peça de colecção e pode ser pedida directamente ao editor, através do e-mail: gussy.pires@sapo.pt
Mas, em relação a reedições de obras de Vítor Péon, José Pires não se ficará por aqui, preparando-se para lançar já no próximo mês "O Juramento de Dick Storm", seguindo-se "Falsa Acusação"! Boas notícias, portanto, para os amantes e coleccionadores de BD clássica portuguesa.

  
ANIVERSÁRIOS EM JANEIRO
Dia 01: Igor Kordey (croata) e Cinzia Ghigliano (italiana)
Dia 08: Rá
Dia 09: Helder Carrilho e João Fazenda
Dia 10: Paula Pina e Felicisimo Coria (espanhol)
Dia 11: Dâmaso Afonso e Yslaire (belga)
Dia 13: Jartur Mamede
Dia 16: Didier Convard (francês)
Dia 17: Miguel Peres
Dia 19: Ricardo Cabral
Dia 22: Zé Manel
Dia 24: Carlos Rico
Dia 28: Dany (belga)
Dia 29: Viorel Pîrligras (romeno)

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

NOVIDADES EDITORIAIS (109)

PROMÉTHÉE ET LA BOÎTE DE PANDORE - Edição Glénat. Da magnífica série “La Sagesse des Mythes”, concebida e escrita por Luc Ferry, este tomo, vigorosamente apaixonante, tem argumento de Clotilde Bruneau, traço de Giuseppe Baiguera, cores de Simon Champelovier e capa de Fred Vignaux.
As belas narrativas da histórico-lendária Mitologia da Grécia Clássica nunca deixaram de nos deslumbrar. Por questão de absoluta Cultura, tomba-nos agora a encantadora e obrigatória apreciação das versões em Banda Desenhada,
deste tema.
Maravilhosa e espectacular série! Urgente lê-la!

 
OS ENIGMAS DE BLAKE E MORTIMER - Edição Asa. Autor: Bernard Myers.
É um álbum muito especial e desafiador aos cérebros perspicazes, sobretudo aos dos tantos e tantos admiradores da série “Blake e Mortimer”, sob criação do saudoso mestre Edgar-Pierre Jacobs.
Sem ser um álbum-BD, todos os enigmas e códigos desta incontornável série são aqui apontados e postos à prova das capacidades mentais de cada um, na forma de adivinhas...
Mas não se aflijam! Nas páginas finais, estão indicadas as devidas soluções.
By Jove!”, está pronto a entrar no jogo?

KLAUS - Edição Polvo. Autor: Felipe Nunes.
Brasileiro, nascido no Estado de S. Paulo em 1995, este jovem autor lusófono, é argumentista e desenhista. Com esta sua obra, “Klaus”, Felipe Nunes recebeu em 2015 o prestigiado prémio do seu país, o HQ Mix, na categoria de “Novo Talento-Desenhista”.
Se o traço é muito correcto, o enredo é estranho e bem achado, pois localiza-se na lenda dos mundos paralelos. O jovem Klaus vive angustiado na busca de saber a verdade das suas origens e o que aconteceu aos seus pais autênticos...
Um pormenor que nos parece “negativo”: indica-se que ele tem 14 anos de idade, mas pelo seu “retrato”, parece-nos que é um pouco mais fedelho.

 
AS ÁGUIAS DE ROMA / 5 - Edição Asa. Autor: Enrico Marini.
Até que enfim, o quinto tomo desta série avassaladora!
Mantém-se a guerra sem tréguas entre Romanos (hoje, Italianos) e Germanos (hoje, Alemães). Os heróis são, o germano Ermanamer (Armínio, por designação latina) e o romano Marco.
Toda esta série, “As Águias de Roma”, é espantosamente bela e de alta qualidade em todas as suas vertentes, graças ao genial talento do italiano (embora nascido e residente na Suíça italianófona) Enrico Marini.
De álbum para álbum, Marini, esmera-se sempre mais. Um estonteamento de beleza rara na 9.ª Arte!
Claro que a série não termina neste tomo... mas, oh bedéfilos, é “pecado” ignorá-la. A bom entendedor...
LB

sábado, 17 de dezembro de 2016

SÉRIES DE TIRAS BD (7) - MACANUDO

Macanudo é uma série de tiras surgida inicialmente com outro título (Bonjour), em 1999, no suplemento "NO" do diário "Página/12", de Buenos Aires.
Actualmente é publicada nos diários "La Nacion" (argentino) e "Perú 21" (peruano).
O seu autor é o cartunista argentino Liniers (nome artístico de Ricardo Siri) que utiliza no seu trabalho um humor inteligente e bizarro.
A série tem como personagem mais comum Enriqueta, uma menina com muita imaginação, que se interessa por livros e pela natureza, e que sempre nos surpreende com as suas pertinentes observações.
Macanudo contempla um largo conjunto de personagens para além de Enriqueta, destacando-se o gato Fellini, o seu inseparável e confidente companheiro.
O êxito da série reflecte-se na publicação - até agora - de uma dezena de álbuns, sendo que o título Macanudo vem de uma expressão usada nos países latino-americanos que significa estupendo, magnífico, excelente, admirável...
E podem crer que é isso mesmo que a série Macanudo é.
CR















quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

NOVIDADES EDITORIAIS (108)

LE HURLEMENT DE CYBÈLE - Edição Casterman. Segundo Jacques Martin, esta série “romana”, tem agora argumento de Valérie Mangin, traço de Thierry Demarez e cores de Jean-Jacques  Chagnaud.
“Le Hurlement de Cybèle” é o quinto tomo da magnífica série “Alix Senator”.
A pertinência existe em duas questões: para que servem as religiões?... Para que servem os cleros?...
Através dos mais distantes tempos e até hoje, sempre funcionaram estes dois aspectos para diminuir os povos simples e, de certo modo, também entorpecidos.
E os cleros, quantas vezes, usando e abusando de crueldades quase inconfessáveis!...
Quem é que ainda é parvo voluntário ou tem ainda a memória congelada?...
Neste tomo da série “Alix Senator”, o tema volta à carga com a acção do clero aberrante da deusa Cibele. Diríamos que é um clero aterrador. A narrativa é denunciante das prepotências e violências que essa padralhada impunemente exerce...
“Le Hurlement de Cybèle” é um alertante e estonteante álbum que não deve deixar de ler!

MEUTRES DANS UN JARDIN FRANÇAIS - Edição Lombard. Argumento de Zidrou e traço de Van Liemt, segundo a série “Ric Hochet”, criada por Duchâteau e Tibet.
“Meurtres Dans Un Jardin Français” é o segundo tomo da série “Les Nouvelles Enquêtes de Ric Hochet”.
Assim é que, nas vésperas do famoso e escaldante “Maio de 1968” de Paris, no doce e encantador Jardim do Luxemburgo, em espaço curto, quatro homens são assassinados, mal beijam uma bela e misteriosa jovem que lhes havia marcado um irresistível encontro romântico...
Como é que um breve e sedutor beijo provoca instantaneamente uma bizarra morte? Qual a lógica destes crimes em série?...
Ric Hochet empenha-se em investigar este assunto sinistro, correndo o risco de sofrer a mesma sorte, por muito que a sua assolapada noiva, a bela Nadine (sobrinha do Comissário Bourdon), não acerte muito com as ideias temerárias do seu amor.
Nesta linha policial, há deliciosos momentos de humor escondido e alusões à política da época em França.


ANTARCTICA / 3 - Edição Glénat. Argumento de Jean-Claude Bartoli, traço de Bernard Köllé e cores de Vladimir Davidenko.
É o terceiro e último tomo desta apaixonante série.
Na gélida Antártida, pelo ano de 1911, as épicas expedições do inglês Robert F. Scott e do norueguês Roald Amundsen, concorreram em plena e corajosa aventura gelada, para atingirem, qual deles em primeiro lugar, o Polo Sul.
É neste histórico, sofredor e real cenário de rivalidades, que se desenrola também uma bonita e amarga história  de amor e paixão.
Assim, Knut Maureen, separados por dramáticas circunstâncias, esperam enfim reencontrar-se no Polo Sul. Conseguirão?
LB