sexta-feira, 27 de novembro de 2015

PELA BD DOS OUTROS (18) - A BD DA HOLANDA

Localização da Holanda na Europa
O Reino da Holanda, também conhecido como Países Baixos, situa-se na Europa, fazendo fronteiras com a Bélgica e a Alemanha. A cidade de Amesterdão é considerada como sendo a capital, muito embora a sede do governo esteja em Haia.
De entre muitos organismos, a Holanda é membro da OTAN, da União Europeia e da OCDE. Tem como moeda o Euro.
País de autênticas amplas liberdades, pelo seu sistema, é livre a eutanásia, o aborto, a prostituição, a homossexualidade e o circuito/uso da drogas. Mas outros aspectos são marca de encanto: os moinhos de vento, as tulipas. o queijo “gouda”, as bicicletas, os típicos tamancos, etc.
Em tempos idos, chegou a ter o seu império colonial, donde por exemplo, a actual Indonésia e a república sul-americana do Suriname. Ainda mantém territórios “protegidos” lá para as bandas das Antilhas... Chegou a atacar, nesses tempos, territórios portugueses (Angola, Brasil, Ceilão, etc.) sob o pretexto de que Portugal estava sob o domínio de Castela, com quem a Holanda estava em guerra...
No entanto, o povo holandês sofreu amargamente com as duas Grandes Guerras, em especial na segunda, ante as paranóias de Hitler. Deste clima recente, o drama real e consequente livro (diário) da jovem judia Anne Frank.
No plano cultural, é vasto e admirável o respectivo registo, como por exemplo, os filósofos Erasmo e Espinoza (descendente de judeus portugueses) e pintores de nomeada, como: Rembrandt, Vermeer, Ruysdael, Van Gogh
e Mondriaam. Salienta-se ainda a actriz Sylvia Kristel e o actor Rutger Hauer.
Chegados à Banda Desenhada, indicamos alguns dos mais notáveis valores: Marteen Toonder...


Hans G. Kresse...

Henk Kabos...


Paul Teng...

Martin Lodewijk...


 Lo Hartog Van Banda...


Peter Kuhn...
 

Dick Matena...

 e Gerrit De Jager.

Destes, Hans Kresse (série “Os Pele-Vermelhas”), Martin Lodewijk (série "Agente 327") e Peter Kuhn (série “O Capitão Audaz”) foram publicados em Portugal. Gerrit De Jager, com o seu incrível humor, chegou a ser convidado para uma das edições dos salões “Sobreda-BD”, até com o patrocínio da Embaixada da Holanda em Lisboa, mas devido à sua profissão numa das televisões do seu país, com tristeza, cancelou a vinda pois fora destacado em serviço para um país asiático.
Outros valorosos desenhistas holandeses: Ulli Bürer...
Fred Julsing Jr...


Joost Veerkamp...

Peter De Wit...
...Jaap Vegter, Stefan Verwey, Peter De Smet, Arne Zuidhoek, Tijn Snoodijk, etc.
São muitos valores em várias vertentes, mas quase nada se vai sabendo de suas obras em português!...
LB

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

NOVIDADES EDITORIAIS (83)

DEMAIN L’APOCALYPSE - Edição Glénat. Autor: Milo Manara.
Que espanto! Com este álbum, autêntico libelo acusatório, com a incontestável arte (texto e grafismo) deste gigante italiano da Banda Desenhada, quase ficamos cilindrados.
Por norma, conhece-se bem Manara pelas suas narrativas na linha erótica, algumas vezes um tanto abusivas e especulativas. Mas ele teve outras vias criativas...
Desta vez, com “Demain l’Apocalypse” (Amanhã, o Apocalipse), ele arrasta-nos e entusiasma-nos para a ficção-científica através de duas narrativas num só álbum: “Révolution” e “La Fugue de Piranèse”. Sem falhar na sua pontuação de cenas eróticas, o que seriamente importa nestas duas histórias são os temas de acusação sem piedade a situações hipoteticamente futuras, da sociedade e da política, do mundo louco, decadente e prepotente em que vivemos. Não se pode assobiar para o lado ante o que Manara aqui nos alerta! Não, não podemos ignorar estes temas!...
Em “Révolution”, há um paranóico e cruel líder que se faz chamar de “Robespierre”, que instaura implacavelmente a guilhotina... e é a hecatombe de decapitações... Feroz, até certo ponto, este Robespierre até tem alguma razão. Ele “defende” o povo de uma “nova nobreza” capitalista que anestesia e vicia o povo, sobretudo através da sinistra televisão...
Em “La Fugue de Piranèse”, há a paranóia de se querer controlar a Humanidade pelos processos mais incríveis e abomináveis, em nome da “paz”  e da “felicidade total”!... A que preço?
“Demain l’Apocalypse” é um álbum que exige a sua urgente edição em português!


 
BERNARD PRINCE Reeditado - O nosso post a 29 de Novembro de 2012 foi dedicado ao tão popular herói Bernard Prince, cuja série foi quase totalmente desenhada por Hermann. Nunca é demais recordarmos certos heróis-BD, pois tal nunca é tema esgotado devido à sua imensa força de pleno agrado.
A parceria Edições Asa/Leya e jornal Público, já há muito nos habituou, positivamente, às suas periódicas edições de álbuns-BD. Ainda recentemente nos brindou com uma dose de Ric Hochet. Mas este herói tem uma quantidade tal de aventuras que, certamente, dará azo a futuras outras doses...
Agora, finalmente, calha a vez a Bernard Prince: de 11 de Novembro a 27 de Janeiro, às quartas-feiras e com o jornal Público, aí vão estar doze álbuns, albergando quinze aventuras. Quinze, pois três deles, englobarão uma segunda narrativa mais curta, todas com argumento de Greg.
Os onze primeiros têm a arte de Hermann e o último, a de Dany, colega e amigo de Hermann. Com boa vontade e algum lógico “esforço”, a série poderia ficar completa com mais uma meia dúzia de tomos...ou não?
Assim, ficam excluídos, pela arte de Hermann, “A Fortaleza das Brumas”, “Objectivo Cormoran”, bem como o mais recente, criado bons anos mais tarde, “Menance Sur Le Fleuve” (com argumento de Yves H.); e também, as sete curtas e primeiríssimas aventuras de Prince (muitas delas com argumento do próprio desenhista) e as cinco curtas, de uma época bem posterior, pois todas elas, as de “ontem” e as de “hoje”, davam um precioso tomo. Os coleccionadores e os muitos admiradores deste herói, ficariam muito contentes e agradecidos
E para completar - completar mesmo! - tudo ficaria óptimo com a inclusão de “Orage Sur le Cormoran” por Dany e as duas narrativas desenhadas por Edouard Aidans: “La Dynamitera” e “Le Poison Vert”.
E, porque não, muito em breve?


ARÈNE DES BALKANS - Edição Les Humanoïdes Associés. Com base numa ideia de Darko Macan, tem argumento de Philippe Thirault e arte gráfica do jovem português Jorge Miguel, com apoio nas cores de Javi Montes.
Toda a trama, localizada no Canadá e nos Balcãs (Croácia e Bósnia) é inventada, se bem que se inspire em factos reais, Atenção, pois!...
O cidadão Frank Sokol, vinte anos mais tarde, torna do Canadá aos Balcãs, para o funeral de sua mãe. Já viúvo, acompanha-o seu filho, ainda petiz e que não fala o idioma croata... E toda a história é um pesado drama, nada piegas, que nos empolga. Fortemente realista, o aplauso maior vai, com justiça, para a arte do nosso concidadão Jorge Miguel.


TEQUILA MOLOTOV POUR OSS 117 - Edição Soleil. Segundo uma obra de Jean Bruge, tem argumento de Ghief, traço de Pino Rinaldi, cores de Usagi e capa de Stéphane Perger.
Tudo muito bonito neste primeiro tomo da série, com “muita gente” em equipa. Tudo bem, pois os ingredientes deste género de aventuras estão lá todos e provocam um certo e lógico entusiasmo. ..
Mas, porém, todavia, contudo... a narrativa está descaradamente a calcorrear o que já sabemos das aventuras de James Bond!
LB

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

BREVES (17)

SALÃO-BD DA ROMÉNIA
O salão-BD da Roménia, que é anual e coordenado por Dodo Nitá, acontece este ano de 20 a 22 de Novembro, na cidade de Craiova, mas nem sempre ocorre numa mesma cidade desse país.
Participam cerca de 25 desenhistas romenos, como o decano Puiu Manu, Gabriel Rusu, etc. O país convidado é a Sérvia, mas haverá também uma homenagem-evocação ao italiano Hugo Pratt.
Recorda-se que Dodo Nitá, já por várias vezes, apresentou desenhistas portugueses, como José Ruy, Fernando Bento e Eugénio Silva, entre outros.



BEDETECA JOSÉ DE MATOS-CRUZ
Inaugura também hoje, às 16:00 horas, na Biblioteca Municipal de S. Domingos de Rana, em Massapés - Tires (Concelho de Cascais), a Bedeteca José de Matos-Cruz, cujo nome homenageia, com toda a justiça, um dos grandes divulgadores da banda desenhada no nosso país.
Depois de Lisboa, Amadora, Viseu e Beja, aí está mais uma Bedeteca pronta para satisfazer leitores e investigadores da 9.ª Arte.
Longa vida à Bedeteca José de Matos-Cruz!


MILIONÁRIO LEILÃO DE PRANCHA DE HERGÉ
Uma prancha original, a preto-e-branco, do álbum de Hergé-Tintin, “O Lótus Azul” (1936), foi recentemente leiloada em Paris pela Artcurial.
Foi arrebatada por um milionário chinês de Hong Kong, no valor de 1,1 milhões de euros, equivalente a 9,6 milhões de dólares de Hong Kong!
Digam lá agora que a BD “não vale nada”!...
Também, da série “Rahan” de André Chéret, capas e originais, têm estado em leilão e por alto preço, em Paris e em Bruxelas.


ANIVERSÁRIOS (AINDA) EM NOVEMBRO

Dia 21: Vassalo de Miranda
Dia 22: Cyril Pedrosa
Dia 24: Horácio Altuna e Carlos Laranjeira
Dia 25: Luiz Beira e Jorge Deodato
Dia 26: Juan Giménez
LB

terça-feira, 17 de novembro de 2015

A VIDA INTERIOR DAS REDAÇÕES DOS JORNAIS INFANTO-JUVENIS na memória de José Ruy (13)


13) REDAÇÃO DO TINTIN, REALIDADE OU FICÇÃO


Já com 4 páginas a mais na revista, embora com impressão só a preto e branco, o Dinis Machado ficou com mais espaço para poder anunciar as histórias que iam substituindo as que acabavam entretanto. Deu-me carta-branca para essas apresentações.
Acontece que nas variadas peripécias que aconteciam na redação, por vezes (muitas vezes) caricatas e de grande comicidade, em dez segundos eu riscava num papel a situação, caricaturando a cena, sempre com uma legenda adequada. O Dinis Machado achou que seria interessante passarmos a fazer o mesmo nessas apresentações das histórias.
E neste desenho aparecemos todos, como passou a ser hábito, inseridos no ambiente da aventura que estávamos a anunciar.
Em primeiro plano o Vasco Granja, muito alto e magro seguido do Mário Correia, mestre nas legendas, que trazia sempre uma pasta plena de tralha, desde escova para o cabelo, tubo de cola, ampolas de vidro, papelada, pinceis e canetas, muitas, tesoura e chapéu-de-chuva de encolher, enfim, um nunca acabar de surpresas. Eu exagerava e fazia toda a aquela «babilónia» a saltar da pasta. Na corrida, o Dinis Machado e eu numa trotinete com faróis de nevoeiro; isto porque havia comprado um par destes fura-neblina para um carrito que tinha e parecia mais uns faróis com rodas, acompanhado por um cãozinho Coquer Espaniel da minha filha.
No segundo plano o rapaz com a bandeirinha ajudava em pequenos trabalhos na redação, seguido da Maria Quirino, secretária do diretor da editora, e na mesma bicicleta dupla a «Milocas», uma jovem ajudante da Lurdes a secretária da redação, que vai atrás com os seus longos cabelos. Por último o Luís Nazaré, autor dos passa-tempos e de uma parte das legendas desenhadas.
Na torre de controlo O António Ramos, o diretor editorial, a falar para a Lombard, o que fazia constantemente.
Esta rubrica não era semanal, saía só quando se iniciava uma nova história. Ao idealizar a forma da apresentação, tinha a colaboração aprazível do Dinis Machado e do Márinho, como chamávamos carinhosamente ao Mário Correia, até hoje. Um dizia uma coisa, o outro acrescentava e assim se construía a página.
Nesta história dos «Charutos do Faraó», substituímos os balões com a frase atribuída a cada um, por hieróglifos. O Henrique Trigueiros tinha uma espiga, o Dinis Machado tinha o machadinho, eu tinha o Coquer, o Vasco Granja que exibia diariamente uma nova gravata ultrapassando-se nos mais inimagináveis padrões, deixava-a pender das ligaduras de múmia e o Mário Correia espalhava todo o conteúdo da sua pasta de couro, concorrente à «Caixa de Pandora».
Gostava de tirar partido dos contrastes existentes entre nós, principalmente entre a diminuta altura do Mário Correia e do «pé direito» do Vasco Granja. O António Ramos sempre a ligar, ou a tentar fazê-lo, para a Lombard, a Maria Quirino preocupada com os contratos e à procura do sítio em que os tinha guardado da última vez, o Luís Nazaré a saborear o seu cafezinho, o que ia repetindo ao longo do dia, e o Mário Correia com a sua pasta a despejar mais coisas do que a sua capacidade estimada.
Os leitores iam-se apercebendo de que aquelas personagens faziam parte da redação e alguns interpelavam-nos nesse sentido, procurando saber se seria verdade ou ficção. No fundo era uma verdade que ultrapassava a imaginação.
Estavam sempre a acontecer coisas, alguém que tropeçava num fio e espalhava as pastas que levava, um telefonema da Venezuela que por acidente veio parar ao telefone do Dinis Machado, de um Morales que queria à força saber qualquer coisa relativa à administração, e por mais que o Dinis tentasse fazer-se entender a explicar que não era dali, o tal Morales insistia e voltava a repetir a lenga-lenga. Por muito tempo gozávamos com o Dinis Machado, quando ele estava um pouco distraído, a pensar por certo nas histórias, dizíamos: Está lá, Morales!!!
Ele fingia que se irritava, mas não conseguia.

Costumávamos ir almoçar a uma tasquinha na Venda Nova, na Amadora, perto da redação, o Dinis, o Mário Correia, o Teixeira Abreu da Ibis e eu. Um dia, estávamos à espera do prato-do-dia, um guisado de carne, com os pratos voltados ao contrário sobre a mesa para proteção do pó, e distraidamente olhávamos um outro cliente na mesa ao lado, embebido profundamente na leitura de um jornal desportivo. O criado trouxe-lhe a travessa com o «ragu» e ele acto contínuo, sem desviar os olhos do jornal, despejou todo o conteúdo no prato, sem se aperceber de que este estava ao contrário. Na fração de segundo em que isto se passou, esboçámos ainda a tentativa de o avisar, mas o guisado resvalava já pelo fundo convexo do prato, depositava-se em parte na toalha continuando para as calças e sapatos do cliente.
Após a primeira reação de surpresa, fomos atacados pela inevitável vontade de rir, pois o senhor como se tratasse da coisa mais natural do mundo, voltou o prato e com a mão foi encaminhando o derrame para o seu interior, mesmo o que se havia depositado nas calças, deixando só como desperdício o que caíra no chão. E começou a comer continuando a ler o desportivo.
Pode imaginar-se o esforço que tivemos de fazer para não começarmos à gargalhada, incapazes de olharmos uns para os outros, pois só de vermos a expressão de cada um nos fazia mais vontade de rir. Levámos o almoço a engolir mais o riso do que propriamente a carne com as batatas, nem comemos sobremesa e saltámos para a rua onde, aí sim, demos largas às gargalhadas contidas até então. Foi neste propósito que chegámos à redação, lágrimas a correr, para espanto de todos, e sem fôlego para contar o sucedido, pois quando um de nós começava a descrever a cena, desmanchávamo-nos e não conseguíamos dar seguimento nem coerência ao acontecimento. Claro que isto foi motivo para boneco, não para publicar.
Até que o Dinis Machado resolveu que devíamos assumir mostrar como era na realidade a redação aproveitando um concurso promovido pela casa-mãe de Bruxelas. A disposição das secretárias e estiradores, armários e ficheiros está correta neste desenho. Atrás de mim e do Mário Correia havia grandes janelas que davam para a Rua e ao fundo, o gabinete do António Ramos… a ligar para a Lombard. No meu lado direito havia uma porta (que não se vê) que dava para a secção de promoção e publicidade, de onde saía várias vezes ao dia o Vasco Granja sobraçando pastas com desenhos dos franco belgas.
E um dia tivemos a visita do francês dono da Agência 2000 com uma questão.
(Continua)

No próximo artigo: O REPORTER CLIQUE

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

SÉRIES DE TIRAS BD (1) - ORCE-MAN

Iniciamos hoje uma nova rubrica, dedicada a uma forma de banda desenhada - as tiras BD - cujas origens remontam aos primórdios da 9.ª Arte e que, desde sempre, tem usufruído de grande popularidade entre os leitores.
Pretendemos destacar algumas das melhores séries de tiras publicadas em jornais, revistas, álbuns, blogues e sites por esse mundo fora, dando, naturalmente, maior ênfase àquelas que foram ou são ainda publicadas no nosso país, mas sem fazer disso uma regra, como, aliás, é hoje o caso.
Para começar, escolhemos "Orce-man", série da autoria (texto e desenhos) do cartunista granadino Carlos Hernández (que, recorde-se, esteve presente como convidado especial no salão "Moura BD 2013").
"Orce-man" tem como tema a Pré-História e é publicada, desde 1995, no diário "Ideal", tendo entretanto já sido editado um mini álbum com a compilação de algumas das melhores tiras.
O título da série faz alusão ao "Homem de Orce", um fragmento de osso, de grande valor arqueológico, achado em 1982 em Venta Micena, município de Orce, província de Granada (Espanha), com cerca de 0,9 a 1,6 milhões de anos. 
Através de um grupo de personagens heterogéneo e de um traço limpo e agradável, Carlos Hernandez consegue transformar esta série numa sucessão de gags e piadas que nos fazem rir da primeira à última tira.
CR











domingo, 8 de novembro de 2015

NOVIDADES EDITORIAIS (82)

O PAPIRO DE CÉSAR - Edição Asa. Argumento de Jean-Yves Ferri, traço de Didier Conrad e cores de Thierry Méburki, segundo a série criada por René Goscinny e Albert Uderzo.
“O Papiro de César” é o 36.º tomo da série “Astérix”. E não há dúvida que esta série volta a brilhar em cheio. Albert Uderzo não tem força como argumentista, se bem que o tenha tentado após a morte de Goscinny. Porém, essas histórias eram um tanto insípidas e sem força, tanto na sua crítica sócio-política como no seu humor.
Com “O Papiro de César”, onde há insinuações divertidas às “novas tecnologias”, a hilaridade está sempre presente. E, por sua vez, o traço de Conrad em nada se afasta do de Uderzo.

 
LES TERRES RARES - Edição Lombard. Argumento de Luc Brunschwik e Aurélien Ducoudray e traço de Dimitri Armand.
Este é o primeiro tomo da série “Bob Morane: Renaissance”, onde há uma autêntica reviravolta na linha da série e tudo parece começar do zero, renascer...
O novelista belga Henri Vernes em boa hora, em 1953, criou o herói Bob Morane no romance “O Vale Infernal”. Cedo passou a ser também o argumentista para a BD, em adaptações dos seus romances e/ou com textos originais. É quase infindável o número de álbuns existentes!
Quatro notáveis desenhistas tomaram conta dos respectivos grafismos: o italiano Dino Attanasio, os belgas Gérald Forton e William Vance e o espanhol Felicisimo Coria, tendo havido ainda os efémeros e fracos exemplos desenhados por Victor Simek, Jacques Géron e Frank Leclercq.
E agora, sem a participação de Vernes, um outro e respeitável desenhista, Dimitri Armand. Com esta nova equipa, a aventura é reinventada e o traço de Armand tem uma linha mais forte e vigorosa, onde as fisionomias bonitotas de Bob Morane e de Bill Ballantine passam a mais realistas e, quiçá, necessariamente amadurecidas. E muito bem!
Só não se confirma ainda se Bob Morane vai continuar em duas séries paralelas ou se a primeira terminou...

LA MORT DANS L’ÂME - Edição Lombard. Argumento de Serge Le Tendre e grafismo de Jérôme Lereculey.
“La Mort dans l’Âme” é o quarto e último tomo da série “Golias”.
O jovem príncipe grego Golias, tal como o lendário Odisseus (Ulisses, para os romanos ), erra por terras e mares, sofrendo os caprichos dos deuses do Olimpo, uns que o protegem e outros que o querem aniquilar.
Mas, Golias, de uma vez por todas, está decidido a recuperar o trono de Akinoé, usurpado pelo cruel e ávido Polynos, seu tio e assassino de seu pai...

 
CAPITAINE PERDU / 1 - Edição Glénat. Autor: Jacques Terpant; e um elucidativo prefácio de Jean Raspail.
A famosa Guerra dos Sete Anos, entre a França e a Inglaterra, terminou em 1763 com a derrota dos franceses. Como consequência, a França devia entregar aos ingleses grande parte dos seus territórios extra Europa, muito especialmente os vastos da chamada “América Francesa”.
Acontece que os franceses não só eram muito estimados pelos diversos povos ameríndios, como se haviam misturado consanguineamente, pois haviam constituído família e descendência com casamentos mistos. Como seria doravante, que passariam a ser “ingleses”?...
capitão Saint Ange, casado com uma índia da tribo dos Illinois, não pensa retornar a França e tão pouco quer trair as ordens de seu rei (em Paris) e joga com todo este drama sócio-político e familiar. Por sua vez, o bravo líder índio Pontiac, reúne todas as nações ameríndias para fazer frente aos ingleses...
LB

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

BREVES (16)

CPBD INAUGURA SEDE
O CPBD, Clube Português de Banda Desenhada, tem nova sede, na Avenida do Brasil, 52 A, na Amadora, no espaço que anteriormente foi do CNBDI.
A inauguração, com entrada livre, é no sábado, dia 7, às 18.30 horas.
Estarão patentes várias exposições, bem como as que são dedicadas a “Quim e Manecas”, a José de Lemos (pelo seu centenário), com originais e reproduções, e ainda outra, versando os 40 anos de actividade do CPBD.
Na inauguração, será apresentado o programa para os
eventos para 2015-2016.
Todos ao CPBD! 


AMADORA BD 2015
Termina este fim de semana o Amadora BD 2015, que tem como tema central  "A Criança na Banda Desenhada".
No próximo sábado o destaque via para uma conversa sobre "Os 40 anos da BD angolana", com João Mascarenhas, Lindomar Sousa, Olímpio Sousa e Tché Gourgel, às 15:00 horas. Haverá também sessões de autógrafos com estes e outros autores angolanos, para além de outras actividades que preenchem o programa do festival como grupos de leitura, feira de álbuns e fanzines, etc. 

 

JOÃO AMARAL em VISEU
É inaugurada às 16 horas do dia 14 de Novembro, a exposição de Banda Desenhada “A Viagem do Elefante”, elaborada por João Amaral com base na obra homónima de José Saramago.
É uma acção conjunta da Câmara Municipal de Viseu e do GICAV.
A exposição estará patente na Biblioteca Municipal de Viseu, de 14 a 30 de Novembro.
Horário: de segunda a sexta, das 8.30 às 19 horas; sábados: das 12 às 19 horas. Está encerrada aos domingos e feriados.




EUGÉNIO SILVA no BARREIRO
Nesta salutar e cultural onda de inaugurações e exposições, informa-se que é inaugurada a 1 de Dezembro, pelas 11 horas, no Fórum do Barreiro, uma exposição de aguarelas e alguma Banda Desenhada de Eugénio Silva.
Encerra a 3 de Janeiro de 2016.
As aguarelas também poderão ser compradas.
Horário: de domingos a quintas, da 11 às 17 horas; às sextas e sábados, das 11 às 20 horas.
LB