Belíssimo arrojo, o do Zé Nuno Fraga, do qual pouquíssimo se sabe… Será português e estará a viver na Galiza… O curto texto biográfico (no álbum) em quase nada nos elucida…
Mas vamos à origem: Aristófanes, corajosamente satírico, é o mais famoso comediógrafo da invejável Grécia Clássica. Segundo consta, nasceu em Atenas em 447 AC, onde morreu em 368 AC. De todo o encanto que reside no inultrapassável "velho" Teatro Grego, quatro nomes se destacam em absoluto: Sófocles, Eurípedes e Ésquilo, apostados no drama/tragédia; e Aristófanes, que foi o "único" a dedicar-se à comédia e à farsa. E nada receava, pois criticava frontalmente tudo e todos quando assim julgava correcto. Das suas peças (que não se perderam) demarcam-se: "A Paz", "As Vespas", "As Nuvens", "A Assembleia das Mulheres (Ecclesiazusae)", "Lisístrata", "As Rãs" e algumas outras mais de alto valor e crítica político-social.
Com o título de "Mulheres ao Poder", em 1999 esteve em cena com belo êxito, no Teatro Maria Vitória (Lisboa), a versão em comédia musical desta peça de Aristófanes.
Uma produção Escola de Mulheres/Oficina de Teatro, com adaptação e letras de Isabel Medina e música de Laurent Filipe. No cuidado elenco: Maria João Abreu, Maria Henrique, Lena Coelho, Cristina Oliveira, Simone de Oliveira, José Raposo, Ricardo Carriço, André Maia, etc.
Quem não viu… paciência! Mas, visualmente, tem agora este álbum-BD do Zé Nuno Fraga. Divirtam-se!
O PESADELO DE OBI - Edição Livraria Tigre de Papel. Autores: no argumento, Chino e Tenso Tenso; na arte, Ramon Esono Ebalé.
Este álbum é uma admirável admiração em todos os sentidos.
Vamos por partes: de todos os dementes mandões de certas nações, o cruel ditador e mentiroso escabroso, o presidente Teodoro Obiang Nguema, da Guiné Equatorial, é tão safado como ridículo e mesquinho. Grave, muito grave mesmo, é que o grupo lusófono CPLP o tenha aceite (com sérias reservas, pelo menos, de Portugal e de Timor-Leste) nesta "família"!!!...
São condições fundamentais e absolutas: que nestes países não exista a pena de morte (e prévias torturas) e que a língua principal/oficial seja o português. Pois o cafre (no pior sentido) do señor Obiang, tudo garantiu, mas continua a nada cumprir!... Um canalhazito repulsivo!
Mas três atentos concidadãos seus, sofredores e indignados, atreveram-se a ridicularizá-lo através de uma admirável obra em Banda Desenhada: "O Pesadelo de Obi". Que maravilha! Que sublime contestação!
Os responsáveis pelos textos, Chino e Tenso Tenso, por estes pseudónimos, assim se vão escapando a torturas ou execuções…
Ramon E. Ebolé, que já esteve preso e foi torturado no seu país, vive exilado no Paraguai.
Esta obra espantosa de frontal e satírica denúncia, já foi editada em castelhano e em inglês. Surge agora em português pela corajosa editora Livraria Tigre de Papel. Parabéns!
CROC-BLANC - Edição Glénat. Autores, segundo Jack London: argumento de Caterina Mognato, traço de Walter Venturi e capa de Chris Régnault.
É um tomo da série (em reedição) "Les Grands Classiques de la Litterature en Bande Dessinée". Um encanto!
O norte-americano Jack London (aliás, John Griffith Claney) nascido a 12 de Janeiro de 1876 e falecido (por suicídio) a 22 de Novembro de 1916, nasceu pobre, singrou uma vida de intensas amarguras e lutas pessoais para se vencer. E venceu! Venceu com a sua maravilhosa obra literária que nos legou para todo o sempre.
Foi muito intenso, a começar por si próprio, pois aplicava-se em viver, mais ou menos, as aventuras que escreveria…
Da sua bibliografia, muito dedicada à Natureza, há duas histórias sobre o lobo (animal belíssimo e tão imbecilmente perseguido), que são oponentes, mas ambas de uma forte e emotiva ternura. É aqui que se demarca "Croc-Blanc", no original "White Fang" e, em português, "Caninos Brancos".
Narra-se aqui o sofrimento e a lealdade canina (pois ele é usado e abusado, o White Fang) por quem o usava…
É conveniente, mesmo muito conveniente, ler-se este álbum.
De resto "White Fang" (ou em qualquer outra fácil tradução), foi várias vezes adaptado à Banda Desenhada, a seriados e ao Cinema. Nesta Arte, vão os destaques para as longas-metragens de 1936, 1946 (realização russo-soviética), 1973 (realização italiana) e 1991.
No final deste álbum, um dossiê por Sylvie Girard-Lagorce, focando de um modo geral, a vida e obra de Jack London.
TINTIN DU CINÉMA À LA BD - Edição Desolée de Brouwer. Autor: Bob Garcia.
Este livro, que não é um álbum-BD, serve muito bem de forte informação sobre aspectos devidos à obra e à carreira do grande, controverso e genial Hergé.
Por aqui se elucidam pormenores (quase todos) do "mundo" de Hergé, sua arte, seu mundo, suas verdades e perigos…
Hergé (Georges Rémi) era e foi sempre um tremendo apaixonado pelo Cinema (mesmo muito...) onde dele se aplicou para a sua invejável obra da série Tintin, mas não apenas…
Neste livro, um belo e exaustivo ensaio do Bob Garcia, muito "mistério" é convenientemente esclarecido, marcando as inspirações e as criatividades de Hergé, via Cinema (o que foi... quase tudo).
Como o próprio Hergé terá citado, e tantas outras celebridades da BD e não só, ninguém é "original". De facto, a única originalidade (até agora…), foi a misteriosa criação do Universo. E agora?!...
CERTO SENHOR, TIJOLEIRO, DE SEU NOME - Edição: Câmara Municipal de Beja/Bedeteca de Beja. Autor: Luís Guerreiro. Trata-se do #11 da Colecção Toupeira.
Embora lançado em Maio de 2018, chegou-nos agora, pela mão do próprio autor, um exemplar deste interessante fanzine que contém duas histórias: a primeira, a adaptação de um conto do escritor Hermann Hesse, Prémio Nobel da Literatura, em 1946; a segunda, baseada em factos reais de um dia de trabalho do irmão do autor, que é Técnico de Vendas, no Alentejo.
Através de um desenho "limpo" e cuidado, Luís Guerreiro brinda-nos com duas narrativas completamente diferentes uma da outra mas igualmente bem conseguidas, que nos cativam e deixam com justas expectativas para os futuros trabalhos deste desenhador bejense...
Os interessados podem ainda pedir (gratuitamente) um exemplar ao autor escrevendo para: camposguerreiro@gmail.com
CERTO SENHOR, TIJOLEIRO, DE SEU NOME - Edição: Câmara Municipal de Beja/Bedeteca de Beja. Autor: Luís Guerreiro. Trata-se do #11 da Colecção Toupeira.
Embora lançado em Maio de 2018, chegou-nos agora, pela mão do próprio autor, um exemplar deste interessante fanzine que contém duas histórias: a primeira, a adaptação de um conto do escritor Hermann Hesse, Prémio Nobel da Literatura, em 1946; a segunda, baseada em factos reais de um dia de trabalho do irmão do autor, que é Técnico de Vendas, no Alentejo.
Através de um desenho "limpo" e cuidado, Luís Guerreiro brinda-nos com duas narrativas completamente diferentes uma da outra mas igualmente bem conseguidas, que nos cativam e deixam com justas expectativas para os futuros trabalhos deste desenhador bejense...
Os interessados podem ainda pedir (gratuitamente) um exemplar ao autor escrevendo para: camposguerreiro@gmail.com
LB/CR