Nasceu a 27 de Março de 1955, na revista francesa “Vaillant” até 1968, publicando-se depois, a partir de 1969, na “Pif Gadget”. Tem um sedutor conjunto de álbuns (dezassete?) distribuidos pelas editoras francófonas Glénat, Taupinambour e Éditions du Fromage.
Pranchas de "Alf le Gros", com texto de Jean Ollivier e desenhos de Eduardo Teixeira Coelho (ou Martin Sièvre), in "Vaillant" (27/06/1958 a 21/12/1958) |
Em Portugal não consta nenhum álbum, mas três aventuras de Ragnar foram publicadas em nossas revistas desses “bons velhos tempos”: “A Fronteira do Inferno” (La Frontière de l’Enfer) n'“O Falcão” (1.ª série), em 1956...
“A Harpa de Oiro” (L’Harpe d’Or) no “Cavaleiro Andante”, em 1957...
...reeditada, em 2019, no fanzine "Fandaventuras", coordenado por José Pires.
...e “A Noiva Gigante”(La Fille du Roi Igvar) no “Mundo de Aventuras”, em 1958.
Capa de "A Harpa de Oiro", por Jean Ollivier (texto) e ETCoelho (desenhos), in "Fandaventuras" - Ed. Serafim & Malacueco, Inc. (2019) |
...e “A Noiva Gigante”(La Fille du Roi Igvar) no “Mundo de Aventuras”, em 1958.
Prancha de "La Fille du Roi Igvar", aqui na versão francesa |
A definir Ragnar, como ponto de partida para as suas várias e bravas aventuras, ele logo nos lembra Hamlet de William Shakepeare...
Pois Ragnar é também um jovem belo e loiro, príncipe da Dinamarca. Seu pai foi assassinado e é o seu ambicioso tio, Sigurd, quem agora governa o reino. Até aqui, o shakespereano Hamlet não anda nada longe...
Inconformado e amargurado, sempre na companhia do seu fiel amigo Atli, Ragnar parte para as imensas aventuras por mares e terras, num “drakkar” tripulado pelos valentes e valorosos viquingues.
E assim vai descobrindo a sua coragem e o seu humanismo, encontrando amores e enfrentando os mais incríveis perigos do mundo, chegando mesmo a esbarrar com aspectos do fantástico.
Qual um Cisco Kid nestes ambiente e época, ele é um corajoso paladino em defesa absoluta dos “fracos e oprimidos”. A sua espada, qual pistola do Cisco Kid, não é para provocar sangue e crueldades gratuitas, mas sim para fazer acontecer justiças.
A saga das aventuras de Ragnar é apaixonante, sobretudo pela perícia da arte de Eduardo Teixeira Coelho (que assinava Martin Siévre), uma das maiores glórias da Banda Desenhada Portuguesa. Infelizmente (vai sendo um hábito confirmado), as nossas editoras andam desmemoriadas, pouco ou nada sensíveis aos nossos grandes desenhistas...
Ler Ragnar?... Para além do que citámos em relação a edições em Portugal, há também episódios publicados em italiano, espanhol e em alemão. E em francês, claro, idioma que vos pode deslumbrar na “íntegra”, por toda esta saga.
LB