sexta-feira, 21 de setembro de 2018

TALENTOS DA NOSSA EUROPA (26) - CHRISTOPHE BLAIN (França)

Christophe Blain
Conheci-o - se bem que fugazmente - em 2002, na respectiva edição do Festival Internacional de BD da Amadora, onde ele era um dos convidados estrangeiros.
Paciente e afável, mas quase nada sorridente, lá estava ele a autografar incansavelmente os álbuns em português (Ed.Polvo) da série “Isaac, o Pirata”.
Christophe Blain é um dos grandes valores da nova geração da BD de França, tendo nascido a 10 de Agosto de 1970, em Argenteuil. É um dos valores desta geração que está registado na obra “La Nouvelle Bande Dessinée” (ed.Niffle/2002), sob autoria e coordenação de Hugues Dayez.
No entanto, eu já “conhecia” o jovem Blain por leituras feitas a alguns volumes de séries de sua autoria: “Socrate, le Demi-Chien”, “Donjon”, “Isaac, le Pirate” e “Hiram Lowatt & Placido”. Claro, excluindo os três tomos editados em português, tudo o resto foi lido e apreciado em francês (deuses, e se as edições originais fossem em mongol ou em árabe?!...).
Christophe Blain, na sua obra, aplica uma ironia desafiadora e muito peculiar, talvez não muito fácil para o vulgo, mas que, na verdade, tem o seu bem apreciável encanto. Ora vejam (ou tentem ler):
SOCRATE, LE DEMI-CHIEN (Sócrates, o Meio-Cão), existe em três tomos (“Héracles”, “Ulysse” e “Oedipe à Corinthe”), é uma deliciosa paródia a mitos da Clássica Grécia, onde um pândego canino, Sócrates, aqui se dedica a bizarras filosofias, tal como o seu genuíno e lendário Mestre.

LE REDUCTEUR DE VITESSE , em um tomo apenas, é a expressão cuidada de uma aventura apaixonantemente humana.

GUS, em cinco tomos. Aparentemente, é uma série “western”... Aqui, Blain, talentosamente, inventa para esta sua série um clima invulgar, divertido e apaixonante, onde num mundo violento ainda há espaço para o amor.

LA FILLE, em apenas um tomo... Escaldante e atrevido... até onde? Sugere-se às nossas corajosas editoras, Polvo ou Escorpião Azul, que apostem neste álbum.

HIRAM LOWATT & PLACIDO, em dois tomos. É uma desenfreada balbúrdia!... Será uma série satirizando a do famoso “Tex”?

QUAI D’ORSAY, em três tomos. Uma espantosa e ousada paródia ao mundo político francês (só o francês?!...), em honrosa crítica. Francamente, um belo e satírico delírio!

ISAAC, O PIRATA. Com cinco tomos, dos quais em Portugal apenas se editaram até agora os três primeiros, ou seja, “o primeiro ciclo”, via Edições Polvo. A série será um “ataque” a hipóteses históricas e/ou sociais. Com idas e vindas, e talvez algum vice-versa, as incríveis situações acontecem, tal como as caprichosas marés e ondas...

Pronto, por aqui me fico, mas com o sedutor alvitre para que leiam a obra de Christophe Blain. Vamos a uma boa aposta?

O meu reconhecimento ao apoio prestado por Rui Brito, das edições Polvo.
LB

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