quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

NOVIDADES EDITORIAIS (164)

EXODE 1938 - ​Edição Les Humanoides Asssociés. Autores (segundo ​uma novela de Edward Ryan e Yang Xie): o argumento ​é de Philippe Thirault, a arte gráfica de Jorge Miguel e ​as cores de Delf.
Este é o primeiro tomo da curta série ​"Shangai Dream".
​Jorge Miguel é um grande talento, sobretudo como ​desenhista, na Banda Desenhada Portuguesa da ​actualidade. Incomodado com a vesguice das nossas
​editoras, tem triunfado em grande no panorama ​editorial francófono.
​E, de álbum para álbum, cada vez mais se afirma e se ​confirma como um desenhista que singra para a ​classificação de impecável.
​Com "Exode 1938", ele narra belissimamente, todo ​um imenso drama/angústia que é obrigatório ler-se.
​Bravo, Jorge Miguel!


L'ENVOL DU PHÉNIX - ​Edição Glénat. Autores: Philippe Thirault e Willy ​Duraffourg e arte de Federico Nardo. É o segundo ​tomo da série "Macao".
​O Cinema usou e abusou de focar o território ex-inglês ​de Hong-Kong.
Pela Banda Desenhada, o ex-território ​português de Macau (Macao), está "na moda". Olá se está!...
​Neste díptico, há apenas que ler estes dois álbuns.


NEURO HABITAT - ​Edição Escorpião Azul. Autor: Miguel Angel Martin.
​"Neuro Habitat - Crónicas do Isolacionismo", é obra ​de um dos mais representativos, actualmente, autores ​da Banda Desenhada Espanhola.
​Muito peculiar nas suas propostas, esta obra é para ​ser lida e meditada.



O SEGREDO DA POÇÃO MÁGICA - Edição Asa. Autores: Olivier Gay (texto) e Felice Tarrin ​(arte), na adaptação do filme homónimo de animação, ​com base na série "Asterix".
​Não é propriamente um álbum de Banda Desenhada, ​mas a acompanhar o texto de Gay estão imensas e ​belas ilustrações.



O MONSTRO MARINHO OCRE - ​Edição Gailivro. Autor: Pedro Leitão.
​É o 12.º tomo da série infantil "As Aventuras de Zé ​Leitão e Maria Cavalinho", naquele belo, especial ​e divertido estilo para a criançada, a que Pedro ​Leitão já nos habituou.
LB

domingo, 24 de fevereiro de 2019

GERALDES LINO: MEMÓRIAS DE MOURA...


Um corpo franzino, um nariz proeminente apoiado num largo bigode e uma voz rouca faziam de Geraldes Lino uma figura inesquecível no meio bedéfilo.
A sua presença constante em iniciativas que girassem à volta da BD; o incentivo genuíno com que brindava os autores mais novos; a defesa acérrima do uso correcto da língua portuguesa; o amor pelos fanzines (que coleccionava fanaticamente)... eram características que o tornavam, sem dúvida, na mais popular e consensual figura da BD portuguesa.
E contudo, não me lembro ao certo quando nos conhecemos. Mas terá sido, quase de certeza, nas primeiras Jornadas BD da Sobreda que visitei, em 1992, pois o Lino não falhava, de facto, nenhum salão, tertúlia, encontro ou exposição.
Onde houvesse BD, aí estava o Lino, incansável, cheio de projectos, sempre com caneta e papel para anotar os contactos de novos autores (que, invariavelmente, convidava para a sua Tertúlia BD de Lisboa...) e alguns fanzines debaixo do braço, para trocar ou oferecer aos amigos. Ou não fosse ele "militante da BD e dos fanzines", como se auto-intitulava, com orgulho...

Encontrámo-nos várias vezes na Sobreda, mas também na Amadora, Lisboa, Viseu, Beja e, obviamente, em Moura, que o Lino visitava sempre que ocorria o salão BD.
Ainda recordo os incentivos e recomendações que me dava, de forma acertiva, para melhorar o meu trabalho, enquanto autor mas, muito especialmente, enquanto coordenador do salão.
Por exemplo, dizia-me ele discretamente e após assistir a uma entrega de prémios, que numa cerimónia como aquela a figura institucional mais importante (no caso o Presidente da Câmara) não deveria entrar e sair muitas vezes do palco para não retirar impacto à sua presença. Deveria entrar uma única vez e já na parte final (onde remataria o evento com um breve discurso).
Essa subtil chamada de atenção foi suficiente para que, a partir dessa altura, passássemos a ter um cuidado maior com a preparação de toda a cerimónia. 
O Lino dava muito valor ao Moura BD. Estava sempre a dizer-me que, com poucos meios, conseguíamos fazer muita coisa. Mas não se coibia de criticar - de maneira construtiva - aquilo que não estivesse bem.

Sempre que visitava o salão Moura BD, o Lino viajava sozinho, de comboio, na véspera da sessão de homenagens (algo que não deixa de ser caricato na medida em que o ramal de Moura está desactivado há quase trinta anos!). Por isso, o Lino descia na estação de Beja e seguia, a partir dali, de autocarro, até chegar a Moura onde eu o esperava para irmos jantar (sempre a um restaurante diferente) e depois o levar ao Hotel (também sempre diferente, em cada ano). Dizia ele que, assim, passava a conhecer melhor tudo aquilo que a cidade tinha para oferecer aos seus visitantes.
Entre o jantar e a recolha ao Hotel, havia lugar para pormos a conversa em dia no Bar do Castelo, onde o Lino gostava de tomar umas cervejas e comer uma tosta mista (as melhores tostas mistas, segundo ele dizia, por serem feitas com pão alentejano). 

As visitas do Lino ao salão Moura BD coincidiam sempre com as entregas de prémios e troféus, que aconteciam a um sábado. No domingo, o programa era livre e eu aproveitava para levar a almoçar a Pias os convidados que tinham pernoitado em Moura, de modo a prolongar mais umas horas o convívio entre todos.
Depois, cada um seguia o seu destino em carro próprio ou à boleia, menos o Lino que, por ter vindo de comboio, muitas vezes não conseguia um lugar vago em nenhum veículo. Nessa altura eu oferecia-me para o levar até à Estação de Beja, aproveitando, assim, mais uma hora de animada e reconfortante conversa... 
O Lino foi homenageado, com toda a justiça, no Moura BD, em 2001, onde lhe foi outorgado o "Troféu Balanito Especial" pelo notável contributo que deu para a divulgação da 9.ª Arte.
O seu desaparecimento deixa um vazio impossível de preencher nos nossos corações. Mas o seu legado perdurará, para sempre, na História da BD portuguesa.
Eu e Geraldes Lino, na última vez que estivemos juntos, durante a homenagem a Luiz Beira, em Viseu (2017)
Geraldes Lino durante a cerimónia de encerramento do Moura BD 99
Eu, António Barata e Geraldes Lino, após a sessão de entrega de Prémios e Troféus do Moura BD 2000
Com Francisco Espada, Finha e Carlos Rico, durante o salão Moura BD 2001
Numa foto de grupo, durante o salão Moura BD 2001
Com Rá, Paula Pina, Isabel Lobinho, o esposo desta e Carlos Rico, numa esplanada, em Moura (2002)
Com Rui Pimentel, durante a sessão de homenagens do salão Moura BD 2004
Com José Carlos Francisco, no almoço-convívio do Moura BD 2007
Com um grupo de colegas e amigos, visitando a exposição de cartune de Agim Sulaj, durante o Moura BD 2011
Visitando a exposição de homenagem a Luiz Beira, em Viseu (2017)
Com Arlindo Fagundes, após a homenagem a Luiz Beira em Viseu (2017)
Para terminar, uma mensagem (como sempre aglutinadora e de grande incentivo) deixada pelo Lino no Livro de Honra do Moura BD.
Não tenho dúvidas de que iremos todos - sejamos ou não alentejanos - cumprir a sua vontade e prosseguir esta contínua luta pela divulgação da BD, honrando, assim, a sua memória.
Até sempre, Lino! Descansa bem!
CR



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

BREVES (67)


COIMBRA BD 2019 QUASE A ABRIR PORTAS Entre 7 e 10 de Março ocorrerá na cidade de Coimbra mais uma Mostra Internacional de Banda Desenhada.
O belga Etienne Schréder, criador de "O Segredo de Coimbra" e desenhador da série Black & Mortimer, estará presente no certame, para além de uma exposição retrospectiva das diferentes facetas da sua obra.
Outro autor presente será Fabio Celoni, um dos mais jovens autores a trabalhar para a Disney e um dos raros autores a escrever e desenhar aventuras de Dylan Dog (da Sergio Bonelli Editore).
Walter Venturi, r. m. Guerá, Joana Afonso, Manuel Morgado, André Lima Araújo e o argumentista Filipe Faria são outros nomes que abrilhantam a quarta edição da Coimbra BD.
Exposições, lançamentos, sessões de autógrafos, banca de álbuns, concurso de Cosplay... Tudo motivos de interesse para visitar esta nova festa da BD que, aos poucos, vem ganhando o seu espaço no panorama bedéfilo nacional.  
O evento, como sempre, terá lugar na Casa Municipal da Cultura, sita na Rua Pedro Monteiro, na cidade do Mondego. 
Mais informação pode ser encontrada aqui ou contactando a Câmara Municipal de Coimbra.



Capa do álbum de José Pires
"A Portuguesa: História de um Hino"
Ed. Gicav / C.M.Viseu (2019)
MOURA E VISEU EM UNÍSSONO - Reatando uma parceria antiga, Moura e Viseu (o mesmo é dizer, a Câmara Municipal de Moura e o Gicav - Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu) preparam-se para produzir uma exposição de banda desenhada sobre uma temática que nos toca profundamente: a História do Hino Nacional.
Trata-se de um projecto do veterano José Pires que, após uma investigação árdua e aturada, escreveu e desenhou "A Portuguesa: História de um Hino", um belo álbum que (todavia e até agora) estava destinado a ficar no fundo de uma gaveta, por falta de editora que se atrevesse a publicar esta obra.
Eis senão quando Viseu e Moura decidem avançar para a co-organização de uma exposição (dentro da linha de várias outras que esta parceria já promoveu), com a reprodução de todas as pranchas em grande formato, para melhor apreciação por parte do público.
A mostra inaugurará em Moura, no próximo dia 30 de Março, estando inserida na Feira do Livro daquela cidade alentejana.
Seguirá, depois, para Viseu onde estará patente na Feira de São Mateus, durante o mês de Agosto. Será aí que, na mesma ocasião, e sob o notável patrocínio do Gicav e da Câmara Municipal de Viseu, será finalmente lançado o álbum(!), peça que, certamente, fará as delícias de muitos coleccionadores.
Voltaremos a este assunto.



EM FEVEREIRO NA BEDETECA DE BEJA...

EXPOSIÇÕES:

Até 6 de abril
MATERIAL POÉTICO
Exposição de Banda Desenhada de Evandro Alves.

De 16 de fevereiro a 30 de abril
HUMBERTO DELGADO - O GENERAL SEM MEDO
Exposição de Banda Desenhada de José Ruy.
Inauguração dia 16, sábado, às 18h30, com a presença do autor.

De 16 de fevereiro a 30 de abril
RETRATOS, FADAS E POESIA - RELEITURAS DA OBRA DE SOPHIA
Exposição de Desenho de Ricardo Jorge. Inaugura dia 16, sábado, às 18h30, com a presença do autor.

De 16 de fevereiro a 30 de Abril
O MUNDO DE SEMPÉ
Exposição de Banda Desenhada e Cartune.

DESENHOS DA BEDETECA
Exposição de dedicatórias dirigidas à Bedeteca.
Com Dave McKean, Hermann, Jean-Claude Mézières, Loustal e outros artistas.


ATELIÊS:
BANDA DESENHADA Com Paulo Monteiro. Quartas-feiras, das 21h30 às 00h00.
DESENHO E PINTURA Com Isa Carolina. Terças e quintas-feiras, das 15h00 às 18h00.
ILUSTRAÇÃO Com Paulo Monteiro. Quartas-feiras, das 21h30 às 00h00.
JOGOS DE TABULEIRO Com Pedro Felício. Sábados, das 14h00 às 20h00.
MODELISMO ESTÁTICO Com Simão Matos e João Calado. Sábados, das 14h30 às 17h30.


OUTROS SERVIÇOS:
CEDÊNCIA DE ESPAÇOS PARA ATIVIDADES
Apoio e cedência de espaços, a escolas e outras instituições, para a realização de reuniões e eventos na área da banda desenhada ou da ilustração.
APOIO A ALUNOS E PROFESSORES, NA BEDETECA DE BEJA
Apoio a alunos e professores para a realização de exposições ou outros projetos específicos na área da banda desenhada e ilustração.


BEDETECA DE BEJA
Edifício da Casa da Cultura  -  Rua Luís de Camões, 7800-508 Beja
Telefone: 284 313 318      Telemóvel: 969 660 234
Facebook: bedeteca de beja - comics’ library of beja
Horário: segundas, terças, quintas e sextas, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. Quartas das 9h00 às 12h30, das 14h00 às 17h30 e das 21h00 às 00h00. Encerra aos fins-de-semana e feriados. 



ANIVERSÁRIOS EM MARÇO

Dia 04 - Baptista Mendes
Dia 05 - Vítor Borges
Dia 06 - Paul Teng (holandês)
Dia 07 - Florence Magnin (francesa) e Peter Gross (norte-americano)  
Dia 10 - Jorge Miguel
Dia 17 - Yves H. (belga)
Dia 23 - Miguel Ramos
Dia 26 - Angela Gouveia
Dia 31 - Kas (polaco)
LB/CR

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

UM OUTRO MILO MANARA

Murílio (Milo) Manara
Quem é nos nossos bedéfilos, aquele ou ​aquela, que diz que não gosta da arte de ​Milo Manara?
​Pois este desenhista italiano, que já veio a ​Portugal a edições do Salão-BD da Amadora, é ​pessoalmente afável, é bom observador e tem a ​sua arte específica, plenamente tombado para a ​linha erótica e às vezes mesmo, resvalando pela ​pornografia.
É o seu furor de simpatias… Mas que é um grande artista, lá isso é!...
De seu nome próprio Murílio Manara, nasceu em ​Luson (Itália) a 15 de Setembro de 1945... e até agora, ​vai brilhando bem na sua carreira. Mas, quem é o outro Manara?
​Há uma outra vertente, onde a sua arte também bem ​merece aplausos: as suas histórias curtas, um tanto ​biográficas, que o nosso saudoso Jorge Magalhães teve ​a atenção e a coragem de publicar na revista "Mundo ​de Aventuras". Recordemos:

O PROCESSO A NERO - com texto de Mino Milani, foi ​publicado no "Mundo de Aventuras" 278, em Fevereiro de 1979, relatando ​a vida e o provável julgamento da História do Imperador ​Nero, de seu nome completo, Nero Cláudio C​ésar Augusto ​Germânio (37-68 D.C.). Sobre este safado imperador ​romano, há muitas verdades e muitas lendas. No entanto, ​a seu lado, em relação ao tresloucado imperador Calígula, Nero aí... foi um "santinho"...
"Processo a Nero", por Manara (desenhos) e Milani (texto),
in "Mundo de Aventuras" (2.ª fase) #278 (1.2.1979)

ÁTILA - terrível líder que veio da Ásia, terá vivido de 406 a ​453. A sua feroz sede de conquista, com muitas crueldades interpostas, era insaciável, incluindo o dominar em absoluto a ​sedutora e distraída Europa…
Regista-se porém, que o ​Papa Leão I se atreveu corajosamente, a dialogar com Átila. ​E daqui aconteceu a paz!
"Átila, o flagelo de Deus", por Manara (desenhos) e Milani (texto), 
in "Mundo de Aventuras" (2.ª fase) #378 (8.1.1981)


OPPENHEIMER - Segundo as lendas bíblicas, desde que Eva ​traiu Adão, Caim assassinou seu irmão Abel, que uns safardanas venderam o irmão José aos egípcios, etc, etc, ​toda a Humanidade jamais parou de violências, escândalos, ​canalhices e poucas vergonhas. Gulas pessoais cobiçando ​luxúrias, dinheiro, sexo desbragado e poder desnorteado.
​Pois, como julgar este senhor Julius Robert Oppenheimer (1904-1967), norte-americano sábio, tão génio como, ​involuntariamente, uma besta contra a Humanidade?
​Certo é que morreu completamente angustiado e de memória ​esfarrapada, desde que soube que a sua invenção, a infernal ​bomba atómica, fora aplicada pelos poderosos de Washington ​em Hiroxima e em Nagasáqui.
"Oppenheimer, o pai da bomba atómica", por Manara (desenhos) e Milani (texto),
in "Mundo de Aventuras" (2.ª fase) #423 (19.11.1991)

CORTEZ - Na História da imperialista Castela (dita Espanha), entre os ​seus heróis existe, por exemplo, o nome e os maus gestos ​de um tal Hernán Cortés (1485-1547)... Um herói festejado, ​até certo ponto, pelo Reino de Castela.
​Ora acontece que nesses tempos, o ambicioso Cortés ou Cortez, ​foi cruel, abominável e canalha até ao extremo, traindo estes e ​aqueles, para se apressar a ser dono do que é hoje o México.
​Neste seu plano pessoal, aplicou tudo quanto é repulsivo e violento…
Cedo acabou por perder o Império Mexicano e acabou mesmo por ser deitado abaixo pela própria Castela.
"Cortez", por Manara (desenhos) e Milani (texto),
in "Mundo de Aventuras" (2.ª fase) #399 (4.6.1981)


ROSBEPIERRE - O odioso e tarado político francês Maximilien ​François Marie Isidore de Robespierre (1758-1794), que até ​era advogado, é também, e sem qualquer dúvida, uma das ​odiosas e repugnantes personagens dos tempos da mais do ​que sangrenta e desnorteada Revolução Francesa.
​Conseguiu um "poder revolucionário" à custa de execuções incríveis, como por exemplo a do rei Louis XVI de França e, ​até, a do seu amigo e aliado revolucionário G. Jacques Danton…
​A sua insuportável ditadura foi tamanha, que acabou baleado ​a 27 de Julho de 1794 e, mesmo assim, ferido e prisioneiro, ​foi guilhotinado no dia seguinte. Quem com ferro mata, com ​ferro morre!
"Robespierre", por Manara (desenhos) e Milani (texto),
in "Mundo de Aventuras" (2.ª fase) #438 (4.3.1982)

O PROCESSO DE HELENA - Este episódio, histórico-lendário ​foi editado no "MA" em duas partes, nos números 113 e ​140.
​Pois, convenhamos, a belíssima e sensual Helena, esposa do ​rei espartano Menelau, segundo a homérica lenda, está na ​origem da terrível e arrastada "Guerra de Tróia"... 
​Há muita fantasia nesta homérica epopeia, "A Ilíada", mais ou menos histórica: Helena existiu? De tão bela e oferecida, ​foi mesmo raptada pelo também belo e incauto príncipe ​Páris de Tróia? Será que ela se entregou em vontade ​leviana, querendo escapar-se ao seu nada apetecível e ​feioso régio marido?...
​O tema de amor-guerra-ódio e etc, tem sido apaixonante através dos tempos. Manara, dá-nos aqui a sua versão.
"Processo de Helena", por Manara (desenhos) e MIlani (texto),
in "Mundo de Aventuras" (2.ª fase) #113 e #140

​São estas, seis histórias especiais desenhadas por Manara que agora registamos. Haverá mais?
LB

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

NOVIDADES EDITORIAIS (163)

LA PLUS BELLE FEMME DU MONDE - Edição La Boîte à Bulles. Autores: Wilkiam Roy (texto) e Sylvain Dorange (arte).
​A actriz Hedy Lamarr (1914-2000), nascida na Áustria ​e falecida nos Estados Unidos, foi uma das mais belas ​mulheres do Cinema, donde filmes como: "Mulher ​Ardente" (1958), "A Minha Espia Favorita" (1951), "​Sansão e Dalila" (1949), "Compra-me um Marido" ​(1941), "Camarada X" (1940), "A Dama dos Trópicos" (1938), etc.
De origem judaica, escapou-se com a família para os Estados Unidos, fugindo ao regime nazi. E em Hollywood, ela concretiza o seu sonho: ser actriz de Cinema. Bela, inteligente e irresistivelmente sedutora (casou seis vezes e teve vários amantes), contracenou, entre outros, com Bob Hope, Victor Mature, James Stewart, Clarke Gable, George Nader, Robert Taylor, etc.
Mas, Hedy Lamarr, não foi apenas uma actriz… Também se dedicou à Ciência e, em colaboração com George Autheil, foi também inventora, donde o ser uma precursora do Wi-Fi!...
É da sua incrível vida que trata este álbum, "La Plus Belle Femme du Monde" (A Mais Bela Mulher do Mundo), ou seja, "The Incredible Life of Hedy Lamarr".
Uma obra imperd​ível!...



STARLEGACY - ​Edição Escorpião Azul. Autor: João Monteiro.
Obra bem intencionada na sua agitada proposta pela ficção científica, agrada de um modo geral, embora peque um pouco pelo traço inseguro e notoriamente influenciado pelo estilo mangá.
De qualquer modo, tem nota positiva.



LISA E JOEY - Edição Arcádia. Autores: Philippe Charlot (texto)​Xavier Fourquemin (traço) e Scarlett Smulkowski ​(cores). É o segundo tomo, há tanto esperado, da bonita e ​dramática série "O Combóio dos Órfãos".
​Com os seus sofredores personagens, que têm o ​nosso emotivo carinho, por este tomo viajamos, ​intercaladamente, entre o passado e o presente…
​Que pena que se demore tanto a publicação de ​um tomo para outro, o que quase nos faz perder ​"o fio à meada"!
​Mas é uma série realista que nos cativa.



TERRA E SANGUE - ​Edição Escorpião Azul. Autor: Miguel Santos. ​Da série "Ermail", este é o segundo tomo.
​Na proposta, utópica (claro!), a situação é uma ​balbúrdia confusa que quase baralha e confunde ​as nossas meninges. No entanto, é interessante o que vamos acompanhando ​por esta cruel saga "portuguesa"...



JUVEBÊDÊ #74 - Revista da Associação Juvemedia.
Recebemos mais um número da revista Juvebêdê, referente a Novembro de 2018, como sempre com boa apresentação gráfica, óptimo papel e excelente impressão. Com uma interessante reportagem fotográfica sobre a última edição da Comic Con Portugal (onde se destaca uma conversa com Maurício de Souza e os Vencedores dos Galardões BD) e muita divulgação editorial (portuguesa e estrangeira), a revista publica, também, uma crónica de Miguel Cruz ("O Mundo à nossa volta e o nosso Mundo").
Contactos:
www.juvemedia.pt
www.juvebede.blogspot.pt
www.facebook.com/juvebede
LB/CR

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

TALENTOS DA NOSSA EUROPA (32) - PUIU MANU (Roménia)

Puiu Manu
Ora cá está ele, tão honrosa e merecidamente: mestre Puiu Manu!
É um invejável exemplo/talento de uma longevidade sempre jovial e activa. Exacto!
Nasceu em Bucareste, a 14 de Setembro de 1928, e, por vezes, usou o pseudónimo de Vasile Baciu.
As suas impecáveis longevidade e actividade imparável, comparam-se muito às do nosso mestre José Ruy.
Puiu Manu, com obra vastíssima e de alta qualidade, varia de estilo (e quiçá, de traço), consoante os temas que aborda, desde a ficção científica ao humor, passando pelo histórico. 
Capa de "Trei Luni de Vacantá în Trecut" (Três Meses de Férias no Passado)
Pranchas de "Trei Luni de Vacantá în Trecut" (Três Meses de Férias no Passado)
O traço humorístico de Puiu Manu

Capa de "Soimii Moldovei" (Falcões moldavos)
Pranchas de "Soimii Moldovei" (Falcões Moldavos)
Capa de Baladá Eroicá (Balada Heróica)
Prancha de Baladá Eroicá (Balada Heróica)
Mas também se achegou a clássicos da Literatura, como “O Homem Invisível” (Omul Invizibil) de H.G.Wells...
...ou “David Copperfield” de Charles Dickens.
Cursou no Instituto de Artes Plásticas de Bucareste.
É um justificado e justificável ídolo da 9.ª Arte da Roménia, que bem o estima e admira. Já foi editado em alguns países vizinhos. E em Portugal, quando?...
Ainda sob a regime comunista (do insaudoso Nicolau Ceaucescu) no seu país, arrojou publicar-se com “Vinea Si Mihas” na revista local “Luminata”.
E depois, sempre intenso e sempre diverso, o seu talento admiravelmente criativo, ainda não parou. Ainda bem!
Com ilustrações do jovem desenhista romeno Alexandru Ciubotariu, o nosso amigo (e nosso correspondente na Roménia) Dodo Nitá, editou há algum tempo, a biografia deste fabuloso mestre mestre da BD Romena, “Puiu Manu, O Monografie”. Bravo!
E sempre se compara: o idioma romeno, maioritariamente também latino, com calma, não é complicado de se entender. Vai uma cultural aposta?
Nesta rubrica do BDBD, hoje o nosso texto pode ser um tanto curto... mas compensado com as ilustrações que o acompanham. O que importa é apreciar, pelo menos nos exemplos apostos, este grande talento da BD da nossa Europa.
Viva Puiu Manu!!
LB
Capa e prancha de "Toate Pânzele Sus" (Todas as velas para cima)

         
Dois belos cartazes de Puiu Manu

Puiu Manu na televisão romena