sexta-feira, 27 de abril de 2018

BREVES (57)

5.ª MOSTRA DO CLUBE TEX PORTUGAL
O Museu do Vinho Bairrada, em Anadia, recebe amanhã e depois a 5.ª Mostra do Clube Tex Portugal, evento que prossegue uma brilhante caminhada, plena de êxito desde a primeira edição.
Este ano, a mostra conta com exposições de trabalhos dos desenhadores italianos Alessandro Bocci e Alessandro Nespolino, que, para gáudio dos seus admiradores portugueses, marcarão presença no evento, onde participarão em sessões de autógrafos e desenho ao vivo.
A apresentação do livro "Capitan Jack" e a conferência "Tex na Colecção Bonelli", bem como um jantar/tertúlia (no sábado) e um almoço/tertúlia (no domingo), completam o programa que pode ser conferido aqui.
Estão de parabéns os nossos amigos do Clube Tex Portugal, imparáveis na divulgação de um herói-BD que este ano - mais precisamente a 30 de Setembro - completará setenta bonitas primaveras.


CURSO DE BD NO MONTIJO COMEÇA EM MAIO
Com início a 8 de Maio, a Câmara Municipal do Montijo promove o primeiro Curso de Banda Desenhada do município, na Quinta do Pátio d'Água.
A acção formativa - Iniciação à Arte Sequencial - será coordenada pela autora Susana Resende, tendo a duração de 40 horas, distribuídas por duas aulas semanais de 3 horas, à 3.ª e 5.ª-feiras, em horário pós-laboral.
Dirigida ao público acima dos 15 anos, o curso tem limite mínimo de 5 alunos e máximo de 14, sendo a inscrição e frequência gratuitas.
Complementar ao curso, haverá um módulo final para desenvolvimento de obras curtas em BD, que serão expostas em mostra colectiva e publicadas em álbum antológico pela chancela da Câmara Municipal do Montijo, pretendendo-se assim divulgar os trabalhos realizados no curso e proporcionar aos alunos uma plataforma para projecção na comunidade de banda desenhada portuguesa.
A informação sobre o curso encontra-se disponível aquiAs inscrições cessam a 4 de Maio; os interessados devem contactar cursobd@mun-montijo.pt, indicando o nome, idade, morada e número de telefone.


FESTIVAL BEJA BD 2018 JÁ MEXE!...
O Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja abrirá portas a 25 de Maio próximo, de novo espraiado pelo centro histórico daquela bonita cidade alentejana.
Conferências, conversas com autores, lançamentos de livros e fanzines, sessões de autógrafos, apresentação de projectos, workshops, mercado do livro, concertos desenhados e 20 exposições farão parte do apetecível menú de um evento que se consolida em cada edição.
Estarão representados autores de Angola, Brasil, Espanha (País Basco), França, Itália, Suécia e, evidentemente, Portugal. 
Destaque para uma exposição retrospectiva de Jayme Cortez (1926-1987), desenhador português que marcou uma geração de autores, nomeadamente no Brasil, país para onde emigrou muito jovem.
José Ruy, Cristina Matos, Marco Gervasio, Rossano Rossi e Manuele Fior (italianos), Max Andersson (sueco) e Pierre-Henry Gomont (francês) serão alguns dos autores presentes no festival.
A inauguração ocorre na sexta-feira, dia 25, na Casa da Cultura, cerca das 21:00 horas. O Festival encerra a 10 de Junho.
A seu tempo voltaremos a este assunto.


ANIVERSÁRIOS EM MAIO

Dia 04 - Tito (espanhol)
Dia 09 - José Ruy e Rui Lacas
Dia 15 - Dani Almeida
Dia 22 - Veronik Frossard (suíça)
Dia 26 - Luís Diferr
Dia 31 - Miguel Rebelo
LB

segunda-feira, 23 de abril de 2018

A ILHA DO CORVO QUE VENCEU OS PIRATAS (15)

Conforme prometido no artigo anterior vamos mostrar aos fieis leitores do BDBD Blogue o seguimento da realização do painel de azulejos, a colocar na Ilha do Corvo, e cujo desenho foi baseado na capa do livro em Banda Desenhada que conta o ato heróico dos corvinos que conseguiram vencer os piratas em 1632.
Apresentamos as imagens cedidas pelo técnico Mário Duarte da «Cerâmica da Praia», da Ilha Terceira, Açores, a quem agradecemos a sua disponibilidade e simpatia.

Recuemos um pouco para mostrar o processo de impressão e secagem das imagens...
...que foram aplicadas no painel que se apresenta em baixo.

Mas eis as próprias palavras de Mário Duarte:

«As duas fotografias juntas, mostram a progressão do trabalho de estampagem.
O painel está completo, mas falta a cozedura final que será feita a, aproximadamente, 1000 graus centígrados.
Como já referi, as cores e também o brilho, alteram-se durante a cozedura dos azulejos. Isto poderá ser observado nas fotografias que vamos enviar depois do painel terminado.

Há mais umas horas de trabalho pela frente para completar esta fase. Esperamos tê-la concluída em breve, desejando que tudo corra bem, pois ela é necessária, mas crítica, e passa-se para lá da nossa observação e controlo.
Despeço-me até à próxima.
Haja Saúde!
Mário Duarte»

Mas ainda não é a nossa despedida, vamos dar uma espreitadela às «muflas», ou fornos da azulejaria.
Este tipo de estufa consiste basicamente numa câmara metálica com revestimento interno feito de material refratário, e equipada com resistências capazes de atingir altíssimas temperaturas.
A da direita está com a porta aberta para ser possível ver o interior. É aqui que os azulejos do painel vão ser cozidos a 1000 graus.

Esperamos mais explicações da «Cerâmica da Praia» que iremos partilhar convosco, caros leitores do BDBD Blogue.
José Ruy
10.03.2018

terça-feira, 17 de abril de 2018

NOVIDADES EDITORIAIS (145)

LES NAUFRAGÉS DE L’ESPACE - Edição Glénat. Autores: argumento de Denis-Pierre Filippi, traço de Vicenzo Cucca e cores de Fabio Marinacci. Primeiro tomo da série “Colonisation”.
Para os apaixonados pelo futurismo, esta série é uma interessante aposta.
O que está em causa? Apenas... o futuro. Daí que se pergunte: “Até onde poderá sobreviver a Humanidade?”...
Pelo século XXIII, a Humanidade terrestre está insuportável e quase esgotada. Naves imensas com milhares de terrestres, buscam outros planetas habitáveis.
Porém, parece que esses corajosos se perderam algures no Cosmos!...
Terá mesmo sido isso?...

LA PISTE DU PRÊCHEUR - Edição Lombard. Autor: Yves Swolfs.
Na linha “western”, o consagrado belga Yves Swolfs é o responsável - texto e grafismo - desta série, “Lonesome”, cujo primeiro tomo aqui se regista, pleno de mistério e de vigor.
Pelo século XIX, no estado do Kansas, impera um clima de violência, dado a estranhos interesses políticos. Um bizarro e cruel pregador, Markham, espalha torturas e mortes. A mando de quem?
Um misterioso e solitário cavaleiro (ou justiceiro?) empenha-se em descobrir a sua verdadeira entidade e em caçar o aberrante pregador.

O MUSEU DAS MARAVILHAS - Edição Asa. Autor: Brian Selznick.
Esta volumosa publicação, com mais de 600 páginas, narra a história comovente de dois jovens em busca das suas origens e da concretização dos seus sonhos.
Sendo de épocas diferentes, eles vão acabar por se encontrar no desenrolar dos seus percursos individuais. Esta história já deu recentemente um filme.
Neste livro, que não é propriamente um álbum-BD, encontramos constantes belas ilustrações a preto-e-branco, do próprio autor.

ICARE - Edição Delcourt. Autores: argumento de Amélie Sarn e arte gráfica de Marc Moreno. Primeiro tomo da série “Dark Blood”, o enredo navega pelo fantástico, tão sinistro como romântico.
Através dos tempos, a narrativa leva-nos até aos primeiros vampiros (humanos) e vai-nos revelando a espantosa origem desta maldição.
Os amantes do género vão aplaudir.
LB

sábado, 14 de abril de 2018

VIVA ARTUR CORREIA!

Artur Correia e Luiz Beira, em 2013
Em vésperas da inauguração da grande e merecida exposição evocativa da obra de Artur Correia, a realizar-se em Moura e com sessão de honra no dia 21 de Abril, e conforme eu havia acertado com o meu parceiro deste blogue, é agora a minha vez de registar em firme memória a relação de admiração e amizade com mestre Artur Correia. De qualquer modo, ressalvo, palavras nunca exprimem devidamente o que se sente...
Já conhecia alguma obra deste inesquecível desenhista através das publicações “O Pagem” e “Cavaleiro Andante”. Pessoalmente, conhecemo-nos em Janeiro de 1977, quando eu era repórter e redactor do semanário “Branco e Negro”. Aqui laborava também, como cartunista, o Victor Mesquita que amigavelmente me deu os contactos para um trabalho que eu estava a programar sobre os nossos desenhistas.
De uma assentada conheci: Fernando Bento, Artur Correia, Fernandes Silva, Carlos Alberto, Vítor Péon, José Ruy e José Garcês. Tal reportagem foi publicada no mencionado semanário, a 18 de Janeiro de 1977.
Desde logo estes conhecimentos deram resultado a belas amizades, só apartadas com os falecimentos de alguns: Fernando Bento, Vítor Péon, Fernandes Silva, Carlos Alberto e, mais recentemente, a 1 de Março do corrente, de Artur Correia.
É triste reparar que os media, praticamente, só focaram a vertente exemplar de Artur Correia como cineasta do Cinema de Animação, esquecendo a sua obra imensa como desenhista e cartunista!...
Também grave e quase aberrante: raríssimos blogues focaram esta triste notícia!...
É a Pátria madrasta que não merece os geniais artistas que temos!
Da esquerda para a direita: Artur Correia, João Mascarenhas,
Baptista Mendes, José Ruy e Luiz Beira durante o Festival de Beja
Claro que, a pouco e pouco, fui conhecendo outros valores da nossa BD: José Manuel Soares, Ricardo Neto, Manuela Torres, José Antunes, Jobat (ou, José Batista), José Pires, Baptista Mendes, Eugénio Silva, Pedro Massano, Arlindo Fagundes, Santos Costa, Catherine Labey, Augusto Trigo, etc. O Vassalo de Miranda, já o conhecia de Moçambique, quando lá vivíamos. Cito apenas os veteranos...
Talvez porque éramos ambos muito irónicos e brincalhões, o relacionamento com o Artur Correia sempre foi mais intenso pois frequentemente telefonávamos um ao outro. Agora, tal como para os outros que entretanto “se foram da lei da morte libertando” (verso do grande Camões), só posso “telefonar” para o Além, na saudade e na dorida memória, até chegar a minha vez.
Artur Correia, que tantas vezes me salientou a sua admiração pela arte de Fernandes Silva e, nos mais novos, por Jorge Miguel, era não só um extraordinário homem das Artes (Cinema de Animação, Banda Desenhada e Cartune) como de uma impecável personalidade. E frequentemente me salientava o seu puro afecto por mim, pelo Carlos Rico, a que juntou depois, pelo “pessoal” do GICAV. Tinha um verdadeiro coração de oiro!
Para mim e tantos que te estimavam, acredita, estás firme entre nós.
Viva Artur Correia!
LB
             Cartune oferecido por Artur Correia a Luiz Beira em 2013  

quarta-feira, 11 de abril de 2018

BREVES (56)

ARTUR CORREIA HOMENAGEADO EM MOURA
Artur Correia na revista "Pica-Pau" (1955)

Relembramos que no próximo domingo, 15 de Abril, às 15:00 horas, inaugura em Moura uma exposição de trabalhos de Artur Correia, nome grande da BD nacional recentemente desaparecido, como aqui demos conta.
A exposição, organizada pela Câmara Municipal de Moura, está inserida na 38.ª edição da Feira do Livro e decorre no Parque de Feira e Exposições (pavilhão 2) daquela cidade, até 26 de Abril.
Mais do que uma exposição sobre o conjunto da obra de Artur Correia, esta mostra detém-se, maioritariamente, em material poucas vezes ou nunca antes exposto em público: esboços, ilustrações avulso, argumentos e guiões, pranchas inéditas, cartunes, projectos começados e nunca concluídos, storyboards, postais ilustrados, jogos, revistas, capas de discos, filmes de animação, cartões de Aniversário e de Natal personalizados... Enfim, um vasto e diversificado leque de trabalhos que, certamente, encantarão quem tiver a oportunidade de ir a Moura, no coração do Alentejo.
E muita gente da tribo da BD se perfila já, para marcar presença no dia 21, sábado, data da sessão de homenagem póstuma que comporta, também, o lançamento de mais um número dos "Cadernos Moura BD" (que inclui duas histórias inéditas: "Donzela que vai à Guerra" e "A Nau Catrineta").
Será, também, exposto um conjunto de testemunhos (escritos e desenhados) de colegas e amigos de Artur Correia que, dessa forma, se quiseram associar a esta homenagem.
Tudo boas razões, portanto, para uma visita a Moura, no próximo dia 21.
E porque não? 


LINHA GRÁFICA DO FESTIVAL "AMADORA BD" GERA EXPOSIÇÃO

Um dia antes, no sábado, 14 de Abril, pelas 16:00 horas, inaugura na Casa Roque Gameiro a exposição "Gente da Amadora - História e Memória Ilustradas". 
Trata-se de uma mostra sobre personagens da História da Amadora, produzida a partir das ilustrações de Nuno Saraiva que serviram de base à (muito interessante) linha gráfica da última edição do festival BD daquela cidade.
De entre as personagens representadas, destacamos as cinco ligadas ao mundo da 9.ª Arte: Stuart Carvalhais, António Cardoso Lopes Jr. (Tiotónio), José Garcês, José Ruy e Vasco Granja, todos eles moradores ou naturais da cidade.
A organização é da Câmara Municipal da Amadora e a entrada é livre.
A Casa Roque Gameiro fica na Praceta 1.º de Dezembro, n.º 2, Venteira - Amadora, e funciona todos os dias, excepto às segundas-feiras e feriados.
Contactos: 21 436 90 58 / www.cm-amadora.pt


COLECÇÃO  BONELLI
O justiceiro na linha “western”, Tex Willer, nasceu a 30 de Setembro de 1948, sob imaginação de Gian Luigi Bonelli, notável argumentista e editor italiano. Aliás, a sua obra editorial foi crescendo e continuada pelos seus familiares.
Tex é muito popular em diversos países, com Portugal incluído, havendo mesmo um clube específico e entusiasta na Anadia, graças ao empenho de José Carlos Francisco.
Neste decorrente 2018, Tex Willer celebra setenta anos. E, aproveitando a efeméride, o matutino “Público” lançou por dez semanas a “Colecção Bonelli” (às quintas-feiras), que terá início amanhã, 12 de Abril.
Nesta digna colecção constam: com dois álbuns, Tex e Dylan Dog; e, com um exemplar: Dampyr, Julia, Martin Mystère, Mister No, Dragonero e Le Storie (sem um herói específico).
Pena é que não esteja também incluído algum álbum de Zagor, que é um outro bem popular herói-série das edições Bonelli!...
Mas, a todos sem excepção, as nossas felicitações: a Tex Willer, às Edições Bonelli e ao jornal “Público” (por esta bela aposta).


SOLDADO MILHÕES, AGORA NO CINEMA
Na trágica Primeira Grande Guerra (1914-1918), donde a ainda mais trágica Batalha de La Lyz (9 de Abril de 1918), de todos os nossos aí sacrificados, o militar português que mais se notabilizou foi o destemido, astuto e corajoso Aníbal Augusto Milhais, que, pelo seu feito heróico e ainda sobre o acontecimento, um seu superior o louvou dizendo que ele não era Milhais mas sim Milhões.
Havia nascido em Murça/Valongo a 9 de Julho de 1885, foi altamente condecorado e faleceu a 30 de Junho de 1970.
Na Banda Desenhada há apenas três curtas abordagens, se bem que belas, uma por Augusto Trigo, outra por Baptista Mendes e uma terceira por Artur Correia e António Gomes Dalmeida.
Na Pintura, há um belo quadro a óleo de Carlos Alberto Santos.
Na Literatura, o livro “Aníbal Milhais - Um Herói Chamado Milhões”, sob edição Pato Lógico - Imprensa Nacional/Casa da Moeda, com texto de José Jorge Letria e capa e ilustrações de Nuno Saraiva. No Teatro, foi editada a tragicomédia em dois actos “Milhões”, de José Leon Machado, pelas Edições Vercial/Braga.
E por fim e em boa ocasião, os cineastas Gonçalo Galvão Teles e Jorge Paixão da Costa realizaram a longa metragem “Soldado Milhões”, com os actores João Arrais (Milhões em jovem) e Miguel Borges (Milhões em adulto).
O filme tem estreia nacional a 12 de Abril. Contamos vê-lo muito em breve.
LB

sábado, 7 de abril de 2018

NOVIDADES EDITORIAIS (144)

ANTIGONE - Edição Glénat. Autores, segundo a orientação de Luc Ferry, tem como argumentista Clotilde Bruneau e arte de Giuseppe Baiguera.
É mais um tomo da série “La Sagesse des Mythes” e inspirado na famosa tragédia homónima de Sófocles.
Principais personagens: Antígona e sua irmã Isménia (filhas de Édipo e Jocasta), Creonte (tio de ambas e cruel ditador da cidade-estado de Tebas), Eurídice (esposa de Creonte), Hémon (filho destes e noivo de Antígona) e o adivinho cego Tirésias.
Por todo o cruel argumento, paira o intenso dramatismo das famosas tragédias da Grécia Clássica: os irmãos (de Antígona e Isménia) Eteócles e Polínices, morrem numa luta fratricida, pois ambos queriam o trono de Tebas.
Creonte tinha simpatias por Eteócles e decreta que este tenha o funeral honroso e tradicional, e decide que quem quer que seja que dê sepultura a Polinices, seja condenado à morte.
Antígona revolta-se ante esta injustiça e, já condenada a ser emparedada, atira-lhe frontalmente a sua célebre frase: “Nasci para amar e não para odiar!”. Em vão!... Tirésias alerta Creonte para o erro que está fazendo, mas quando o rei cai em si, já é tarde: Antígona enforcara-se  na gruta-cárcere onde estava encerrada e Hémon, sabendo disto, suicida-se tal como sua mãe Eurídice, ao saber da morte do filho...


O ATENEU - Edição Polvo. Autor: Marcello Quintanilha, segundo a homónima obra de honra do romancista brasileiro Raul Pompeia.
O tema é tão agressivo como terno e denunciante, centrado num ríspido e famoso colégio interno para rapazes, onde tudo pode acontecer... É um tema que outras vezes na Literatura já foi abordado. Lembram-se, ao acaso, os romances, “Colégio de Rapazes”, de Carmen de Figueiredo, e “As Amizades Particulares”, de Roger Peyrefitte. Não são obras convergentes, mas os assuntos destes três romances são marcadamente paralelos...
“O Ateneu” de Raul Pompeia já teve outras adaptações à Banda Desenhada, mas com esta versão de Quintanilha (que já esteve num dos festivais-BD de Beja e que reside em Barcelona), a obra ganha e encanta com um novo fôlego. Se a firmeza da arte de Marcello Quintanilha é incontestável, nota-se neste seu peculiar empenho o convite para uma leitura obrigatória.
Que se esqueçam os “Tio Patinhas”, os Mangá e/ou os Super-Heróis (que o tresloucado do Donald Trump deve adorar...) e que se aposte na leitura bedéfila que tem 100%  de qualidade!...


LE MIRAGE ITALIEN - Edição Delcourt. Autores: argumento de Thierry Gloris, traço de Jaime Calderon e cores de Felideus. É o primeiro tomo da série “Valois”.
A grandiosa época histórica da Renascença teve tanto de bela e grandiosa (nas Artes) como de sinistra, nas ambições e aberrantes crimes.
E, por esta série, tudo se indica com alta classe gráfica, tendo como fio condutor a amizade e a rivalidade dos heróis de ficção, o francês Henri Guivre de Tersac e o catalão Blasco de Vilallonga.
De resto, estão lá as batalhas impiedosas, os assassínios “por conveniência”, as furiosas ambições políticas, tanto de lado da França como do Vaticano, sem esquecer os hipócritas climas sexuais...
E todos à mistura, como que numa bizarra e repulsiva orgia, lá estão os Bórgia, os Della Rovere e a variada nobreza francesa toda bem desaguisada... Que delícia!
“Valois” é mais uma vigorosa e bela série a ler e a acompanhar com uma apurada atenção.
LB

quarta-feira, 4 de abril de 2018

A ILHA DO CORVO QUE VENCEU OS PIRATAS (14)


Continuamos a descrever como está a ser realizado o painel de azulejos com o desenho inspirado na capa do livro em Banda Desenhada, a editar em breve, e que o BDBDBlogue tem vindo a acompanhar desde os primeiros passos.
Neste artigo mostramos a operação de aplicar a imagem nos azulejos previamente preparados para isso.
Damos agora a palavra ao técnico Mário Duarte, da «Cerâmica da Praia», dos Açores.

«Após a fase anterior, os azulejos estão preparados para receber a imagem.
Não sendo necessário para nós num processo normal de trabalho, neste caso, para os leitores do BDBDBlogue terem uma noção da dimensão do trabalho envolvido na fase de impressão (a mais morosa), estendemos todas as folhas impressas sobre a superfície dos azulejos (sem as cortar antes da estampagem). Como se devem recordar, este trabalho teve 19 planos de impressão (verificável na contagem das folhas nos azulejos sobre a mesa - ver o artigo anterior. No lado esquerdo da imagem o 19.º plano está cortado em dois, mas constitui um só plano). Desses 19 planos, sendo a imagem original a 2 tons de azul dá as tais 38 películas, e respetivos suportes, necessárias para a execução do painel, que referi ao longo da explanação do processo de trabalho.
A numeração dos planos que aparecem nas fotografias, é retirada durante a estampagem ou desaparecem quando da cozedura.
Agora começa a magia…
As folhas de impressão são finalizadas com um produto que permite a fixação e transferência da imagem quando são mergulhadas em água. Nós usamos a água a uma temperatura determinada, consoante a idade dessas folhas impressas - vulgarmente chamadas decalques.
Neste processo - depois da imersão na água, num tempo que a experiência permite perceber - a imagem separa-se do papel (a base na impressão) e com alguma prática e perícia é estendida sobre a superfície de cerâmica a cobrir - neste caso, o azulejo.
É a experiência repetida, a correção e compreensão dos tempos próprios deste processo que permite que não se destrua todo o trabalho anterior executado (ver imagens seguintes).
Mas será no próximo artigo que poderão ver essas imagens que o nosso amigo Mário Duarte, da azulejaria, nos faz o favor de mostrar.
Não percam!
José Ruy
março de 2018

domingo, 1 de abril de 2018

BREVES (55)


EM MOURA, HOMENAGEM PÓSTUMA A ARTUR CORREIA
No próximo dia 15 de Abril, domingo, a Câmara Municipal de Moura inaugura uma exposição de trabalhos de Artur Correia, nome incontornável da banda desenhada e do cinema de animação, recentemente desaparecido.
Integrada em mais uma edição da Feira do Livro de Moura, a exposição contará com trabalhos originais nunca antes publicados nem expostos ao público.
Por gentileza dos familiares de Artur Correia, dois desses trabalhos (as adaptações dos poemas populares "Donzela que Vai à Guerra" e "A Nau Catrineta") serão publicados em estreia absoluta em mais um número da colecção Cadernos Moura BD.
A mostra, como dissemos, inaugura no próximo dia 15, no Parque de Feiras e Exposições de Moura (Pavilhão 2), e encerra a 26 de Abril. Fica, no entanto, aqui uma chamada de atenção (também em jeito de convite) aos interessados, para a data da sessão de homenagem: 21 de Abril, sábado, às 16:30.
Nesse dia se evocará o Homem, o Autor e a Obra, com a presença dos familiares mais próximos, e de muitos amigos e colegas de ofício que, desde logo, confirmaram a sua vinda até Moura, cidade que Artur Correia tantas vezes visitou, por ocasião do seu salão de banda desenhada (onde, recorde-se, foi "Convidado de Honra" na edição de 1994).
Em devido tempo aqui publicaremos a reportagem que se impõe sobre esta iniciativa. Até lá, porque não uma visita a Moura no próximo dia 21?


GRÃO-VASCO RELEMBRADO EM VISEU
Entretanto, no próximo mês de Agosto, durante a Feira de São Mateus, o Gicav inaugura uma exposição dedicada a Grão-Vasco, figura intimamente ligada à cidade de Viseu.
Dentro da linha a que nos tem habituado nos últimos anos, o Gicav promove, de novo através da banda desenhada, a História de Portugal e dos seus personagens ligados àquela cidade beirã (como foram os casos de Viriato, em 2015, Infante Dom Henrique, em 2016, e Dom Afonso Henriques, em 2017).
A exposição terá como base o álbum de João Amaral "Museu Nacional Grão-Vasco / 1916-2016: em busca da Arte perdida", dando-nos a conhecer os "bastidores" desta obra. Não só poderão ser observadas as pranchas definitivas, tal como foram publicadas, como também muitos esboços e apontamentos tomados pelo autor durante a execução do trabalho. Uma forma diferente de olhar para o mesmo álbum, sem dúvida.
Oportunamente daremos informações mais detalhadas.


16 DE MARÇO CONTADO EM BD POR JOSÉ RUY
José Ruy lançou recentemente uma nova versão do seu álbum "Nascida das Águas", revista e acrescentada com um episódio marcante na História de Portugal: o 16 de Março de 1974. 
Neste dia histórico, uma coluna militar de catorze viaturas saiu das Caldas em direcção a Lisboa e tentou desencadear uma revolução, com intenção de derrubar o regime político então vigente.
A operação fracassou mas seria tudo uma questão de tempo já que quarenta dias depois - a 25 de Abril - um novo golpe militar, melhor preparado, fez com que a revolução fosse mesmo uma realidade e devolvesse ao povo português a Liberdade e a Democracia há tanto perdidas.
Para além da presença de José Ruy, a sessão contou com Otelo Saraiva de Carvalho e outros militares de Abril, perante uma plateia de 300 alunos.
Parabéns a Mestre José Ruy que continua, assim, imparável, a somar êxitos!



ANIVERSÁRIOS EM ABRIL


Dia 03 - Daniel Ceppi (suíço)
Dia 05 - Carlos Pessoa
Dia 08 - António Gomes de Almeida e Sérgio Macedo (brasileiro)
Dia 09 - Sebastian Caceres (argentino)
Dia 10 - Vete
Dia 14 - Nelson Martins
Dia 15 - Miguel Angel Alejo (espanhol)
Dia 18 - Victor Mesquita
Dia 30 - Jakob Klemencic (esloveno)