domingo, 29 de julho de 2018

NOVIDADES EDITORIAIS (152)

RETOUR SUR ALDEBARAN / 1 - Edição Dargaud. Autor: Leo.
Esta saga imensa e entusiasmante pela Ficção-Científica, começou há já bom tempo, pelo talento e conceitos do brasileiro Leo (ou seja, Luís Eduardo Oliveira), que reside em Paris...
Lembra-se que Leo é casado com Isabel, nascida no Funchal (Madeira), e que em 2000 foi homenageado ao vivo na  respectiva edição do salão “Sobreda-BD”.
Agora, esta obra: depois dos ciclos “”Aldebaran” (5 tomos), “Betelgeuse” (5 tomos), “Antares” (6 tomos) e “Survivants” (5 tomos), eis um novo ciclo, “Retour Sur Aldebaran”  (Regresso a Aldebaran), com a atenta e destemida Kim Keller a “capitanear” toda uma grata e corajosa equipa, com terrestres e extraterrestres, por estas aventuras.
Nesta tomo, onde Kim Keller regressa ao seu planeta natal (Aldebaran), surgem dois novos personagens, o jovem casal Manon Servoz Alex Muniz, além de um jovem agente de segurança (destacado na Terra pela ONU), Luc Damien.
Todo o enredo tem aspectos bem intrigantes... Há terrestres, mesmo já nascidos em Aldebaran, que não suportam Kim e, muito menos, as alianças com os extraterrestres...  Entretanto, neste planeta, apareceu um estranho e gigantesco cubo que intriga uns e outros... E lá dentro, o mistério adensa-se quando se atravessa a tentadora “porta quântica”...
Série e respectivos ciclos a acompanhar com pleno entusiasmo... em francês (claro!).


A NOIVA DE LUCKY LUKE - Edição Asa. Autores: Guy Vidal (1939-2002) no argumento, e Morris (1923-2001) na arte gráfica.
Finalmente em português, esta impagável aventura de Lucky Luke, cujo argumento foi escrito por Vidal em 1985.
Tudo é um espantoso e hilariante registo pelas pradarias do “Far West”!... Dois talentos apostaram em conjunto numa obra muito bem conseguida.
Há uma cidade, Purgatory (Purgatório), no distante e poeirento oeste norte-americano, onde só há homens (doidos por arranjar esposas) que vivem desleixados, sujos e embebedando-se... No leste, em Saint-Louis, há uma série de mulheres, ávidas por arranjar maridos... Lucky Luke e o seu amigo um tanto brutamontes Hank Bullyé encarregado de conduzir e proteger uma caravana dessas mulheres sequiosas por casar, até Purgatory...
E é uma balbúrdia!... Acontecem as situações mais pândegas, donde (notável!...) o encontro e algum convívio da caravana com os índios Comanches... Até os incríveis irmãos Dalton aparecem e acabam dominados por uma puritana noiva, Jenny O’Sullivan... Esta, exímia em cozinhar o repulsivo “guisado irlandês”, por certo tempo é designada pelo xerife para ser a “noiva de Lucky Luke”. Ora este, é totalmente avesso ao casamento e, por duas vezes, desabafa e explica de suas razões.
Uma nota especial: as inteligentes e divertidas opiniões do cavalo Joly Jumper e as intervenções ocasionais do cabeleireiro francês e amaricado Toussaint Charbonneau.
Um maravilhoso espanto, este álbum-BD! Para ler e rir!...


LA PUISSANCE ET L’ÉTERNITÉ - Edição Casterman. Autores, segundo Jacques Martin: Valérie Mangin (argumento), Thierry Démarez (traço) e Jean-Jacques Chagnaud (cores).
Na magnífica série paralela referente a Alix, é o sétimo tomo da série “Alix Senator”.
Sem desprimor à série original iniciada por Martin, nesta narrativa pressupõe-se um Alix e um Enak já cinquentões e ainda com o gaulês adoptado pelo Império latino, agora é também senador em Roma.
Aparentemente, desde o tomo anterior, Alix, Enak e Kephren (filho de Enak), são enterrados vivos, por intrigas de cúpidas entidades de Roma aliadas a paranóicas seitas religiosas vigorando no velho Egipto...
Enak, milagrosamente, consegue escapar-se e encontra-se em Roma com Titus (o filho de Alix) e desunham-se para encontrar o herói senador e o alucinado Kephren...
No final do tomo, Alix consegue reunir-se à família, ou seja, ao filho Titus e à esposa Lídia... enquanto, perto deles, Enak chora, inconsolável, por ter perdido para sempre o seu Kephren...
Mas, “o mistério, a loucura e a grandeza de Roma” vão continuar nesta bela série.
LB

segunda-feira, 23 de julho de 2018

NOVIDADES EDITORIAIS (151)

OEDIPE - Edição Glénat. Autores: Clotilde Bruneau (argumento), Diego Oddi (traço) e Ruby (cores), segundo Luc Ferry. Colecção “La Sagesse des Mythes”.
Sófocles foi um dos maiores autores de tragédias da Grécia Clássica. Da sua notável  obra, destaca-se brilhantemente a trilogia “Oréstia”, que se compõe com as peças, “Édipo Rei”, “Édipo em Colona” e “Antígona”.
Neste tomo-BD, abrangem-se os temas das duas primeiras, ou seja, do nascimento à morte de Édipo, após uma vida terrível e sofrida.
Profecias enganadoras (ou não) traçaram-lhe um destino bem trágico, apenas com a glória de ter decifrado o enigma da cruel Esfinge... De resto, tudo se vai cumprindo para a sua imensa desgraça!
Os estranhos deuses da Mitologia sempre foram caprichosos e usaram isso contra os humanos. Que tal uma leitura atenta da “Oréstia”?...
Destaca-se, neste tomo, a arte gráfica de Oddi e de Ruby.



LE LION PORTEUR DE LA FLAMME - Edição Dargaud. Autores: Richard Marazano (argumento) e Amad Mir (arte gráfica).
Este é o primeiro tomo da série “Zarathustra” (também conhecido como Zoroastro).
Segundo rezam as tradicionais crónicas, mais lendárias do que históricas, Zarathustra terá vivido no século VII antes de Cristo e foi um poeta e profeta persa. Terá sido também o fundador da primeira religião monoteísta.
De qualquer modo, é uma maravilha a narrativa da sua vida agitada e reformadora.



LE VOYAGE DE L’ARGO - Edição Glénat. Autores: Clotilde Bruneau (argumento), Alexandre Jubran (traço) e Scarlett Smulkowski (cores), segundo a obra-série “La Sagesse des Mythes” de Luc Ferry.
Da trilogia “Jason et la Toison d’Or”, este é o segundo tomo.
Aqui se inicia finalmente a grande e destemida viagem, a bordo da “Argos”, de Jasão e os seus valorosos Argonautas, rumo à distante Cólquida, onde reina o ambicioso e cruel Aiétes, possuidor do mágico Tosão de Oiro...
Jasão e os seus companheiros (Héracles, Perseu, Orfeu, etc) vão com a ideia de recuperar o famoso troféu, que fora roubado de Corinto, o reino de Jasão.
É então que Jasão conhece Medeia, filha de Aiétes, que é um tanto dada a práticas de feitiçaria...
Jasão e Medeia apaixonam-se perdidamente e é a princesa que tudo trai para ajudar Jasão na sua missão, fugindo depois com os Argonautas...
Veremos no terceiro e último tomo, o resultado amargo destas e outras sucessivas traições...
LB

quinta-feira, 19 de julho de 2018

ENTREVISTAS (29) - CARLOS CARCASSA

Carlos Carcassa

Damos hoje a conhecer aos nossos leitores um autor português (essencialmente de tiras e cartunes), cujo trabalho descobrimos, por acaso, enquanto navegávamos pela net, mas que nos chamou a atenção pela irreverência do seu humor.
Trata-se de Carlos Carcassa, cartunista conimbricense, de quem já aqui apresentámos a sua página de Facebook "Cabeça de Atum Comix", na rubrica "Séries de Tiras BD". 
Vamos, então, à entrevista que nos concedeu, onde a sua irreverência também está bem vincada em quase todas as respostas.

BDBD




BDBD - Pode dizer-nos, em breves palavras, quem é o autor Carlos Carcassa: percurso como autor, projectos que desenvolve (na área da BD e do Cartune), álbuns publicados (se os tiver), prémios que ganhou, exposições, etc... 
Carlos Carcassa (CC) - O Carlos Carcassa é um jovem na casa dos trinta anos, mas com mentalidade de quinze, nascido em Coimbra. Desenha tiras desde os 14/15 anos, embora só há pouco tempo tenha começado a publicar as suas imbecilidades em forma de tiras e cartunes, nas redes sociais. O seu percurso como autor é quase nulo, pois quase sempre desenhou só para si, e por prazer. Nunca ganhou nenhum prémio e nem acha que mereça. 

BDBD - Bem, é a sua opinião, com a qual não estamos obviamente de acordo, caso contrário não estaríamos aqui a entrevista-lo... :) Porquê essa visão tão negativa sobre si próprio e sobre aquilo que faz? Não acredita, verdadeiramente, que haja leitores que gostem do seu trabalho?
CC - Falando um pouco mais a sério, o meu trabalho é, em si, um pouco a visão que tenho de mim e do mundo (o mundo que me desculpe), e é essa visão que me inspira. Já tentei fazer coisas um pouco mais ''limpas'', mas nunca senti que estava a ser honesto comigo mesmo, e isso é algo que me desmotiva. A minha mente é um pouco poluída e revoltada, e não posso fugir a esse facto.
Sim, há algumas pessoas que seguem o meu trabalho, o que me deixa bastante feliz e até me dá alguma motivação. Porém, eu continuaria a desenhar mesmo que ninguém me demonstrasse algum tipo de feedback, como aconteceu durante anos em que deixava as coisas na gaveta. Faço isto por prazer, e é também uma maneira de desabafar e limpar a cabeça.

BDBD - Como e quando surgiu o "Cabeça de Atum Comix"?
CC - A página de Facebook ''Cabeça de Atum Comix'' surgiu no início de 2017, com a intenção de lá publicar tiras, cartunes e desenhos que vou fazendo. ''Cabeça de atum'' era um nome que por vezes a minha mãe me chamava em desespero, quando eu era adolescente, devido à minha indolência em relação a quase tudo o que ela achava importante para mim. Mais tarde, descobri da pior maneira que ela tinha razão em chamar-me isso.
O cabeçalho da página "Cabeça de Atum Comix".

BDBD - Onde foi publicado? Apenas na net ou também em papel?
CC - As minhas tiras são publicadas por mim, com alguma regularidade, nas redes sociais (Facebook- Cabeça de Atum Comix) e (Instagram- @carcassa_carlos). No papel, há uns meses recebi um convite de uma nova revista colaborativa de arte e banda desenhada independente brasileira, chamada ''Pé-de-Cabra'', para enviar algo para eles, o que me deixou muito feliz. Mais feliz fiquei ao saber que uma tira minha tinha sido mesmo publicada na revista, ao lado de trabalhos de mais de cinquenta artistas fabulosos, alguns que até já conhecia e admirava (e admiro) imenso. Aconselho a quem gosta de arte underground e de contracultura a dar uma vista de olhos nessa revista, não pelo meu trabalho, mas pelo trabalho dos outros artistas a sério que lá estão. Também publiquei mais recentemente, num fanzine português muito bonito, que circula no meio metaleiro, cujo nome não vou pronunciar, porque isto é um blogue de respeito - o editor que me desculpe. (risos)

BDBD - Tem consciência de que, quer a linguagem (escrita ou gráfica), quer os temas que escolhe, podem ser interpretados como irreverentes (para não dizer de outra forma) por alguns (ou muitos) leitores. Tendo em conta que o "politicamente correcto" é algo que está na moda, o que o leva a remar no sentido contrário?
CC - Tenho plena consciência de que alguns temas que escolho podem ser considerados politicamente incorretos por muitas pessoas. Com os meus desenhos, tento apenas fazer um tipo humor (chamem-lhe irreverente, sarcástico, deprimente, idiota, sem graça nenhuma, o que quiserem), que, se tiver que passar pelo que é considerado politicamente incorreto, então que passe. Não pretendo desenhar aquilo que as pessoas querem ver, mas sim o que me apetece desenhar, e se houver alguém que goste, então, perfeito. Posso ser só eu, mas acho fascinante a maneira como as pessoas ficam ofendidas com um simples desenho tosco e idiota. E também acho sinceramente que quando algum tipo de arte consegue ofender alguém é porque teve também, de certa maneira, o mérito de pôr a cabeça dessas pessoas a raciocinar, e isso é a principal função da arte, quanto a mim. 
BDBD - Ainda no seguimento do ponto anterior, o seu trabalho já sofreu algum tipo de censura por culpa disso (por exemplo no próprio Facebook)?
CC – Surpreendentemente, ainda nenhuma tira ou desenho meus foram apagados pelo próprio Facebook, o que também pode ser sinal da irrelevância que têm para as pessoas. Mas já fui bastante maltratado em comentários e até banido de alguns grupos de Facebook, devido ao conteúdo de algumas tiras que lá publiquei, o que me deixou muito feliz. 

BDBD - Dentro dessa linha underground que prefere, há algum autor português que também admire?
CC - Os meus autores favoritos são, na sua maioria, brasileiros e norte-americanos, mas tenho admiração por alguns portugueses que têm algumas coisas nessa linha, como são os casos do João Fazenda, do Luís Louro e do Nuno Saraiva, dos quais tenho alguns álbuns, embora sejam autores que já não sigo há algum tempo.

BDBD - O seu personagem mais conhecido (não sei se é ele que se chama Cabeça de Atum Comix, ou se é a série - ou até se são ambos) é inspirado em si. Porquê?
CC - ''Cabeça de Atum Comix'' é o nome da minha página de Facebook. Carcassa é o nome do personagem da maior parte das minhas tiras, (embora refira o nome dele em poucas) que sim, é um personagem um pouco inspirado em mim, e também é o nome com que eu assino, e daí a sua confusão. Acho que é mais fácil atribuir uma personalidade a um boneco que seja baseado em nós, do que criar-lhe uma personalidade a partir do zero. Claro que já criei outros bonecos com personalidades diferentes, mas que não desenvolvi tanto porque, a certo ponto, falta-me assunto para atribuir ao personagem. Quando o personagem é baseado em nós, acho que se torna mais fácil encontrar assunto para desenhar, sem desvirtuar o personagem.
À procura do "Ponto G"...

BDBD - Que projectos tem entre mãos neste momento? 
CC - Não sou de fazer grandes projetos. A única coisa que pretendo é ir publicando as minhas tiras na internet, e se houver quem goste, então já é muito bom para mim. Claro que fico sempre muito feliz quando alguém demonstra interesse em publicar o meu trabalho nos seus fanzines ou revistas, como já aconteceu. Ver o seu trabalho publicado no papel, acho que é o sonho de qualquer autor. 

BDBD - Como antevê o futuro da banda desenhada?    
CC - Acho que o futuro da BD está assegurado, em termos de qualidade e quantidade, pois hoje em dia é muito mais fácil para os novos autores divulgarem o seu trabalho, o que permite ao público ter muitas coisas por onde escolher. O que não acho que esteja assegurado é o futuro dos próprios autores, pois, devido ao surgimento de tantas coisas novas, nem todos irão conseguir viver da sua arte, e muitos serão esquecidos (justamente ou injustamente, depende do ponto de vista). Quanto a mim, o futuro irá passar cada vez mais pelas edições independentes, porque felizmente, hoje em dia, existem diversas plataformas de financiamento coletivo, o que permite aos autores saberem em tempo real se o seu trabalho tem aceitação ou não, e assim irem publicando, pelo menos sem terem prejuízo.

BDBD - Muito obrigado, Carlos Carcassa, por esta entrevista.
CR

Hungry Birds no papel de terroristas...

O Super-Juiz, Carlos Alexandre
Schroeder a brincar com o Euro(?)

sábado, 14 de julho de 2018

NOVIDADES EDITORIAIS (150)

COMMENT RÉUSSIR UN ASSASSINAT - Edição Lombard. Autores: argumento de Zidrou e grafismo de Simon Van Liemt, depois de Duchâteau e Tibet.
É o tomo mais recente da série “Ric Hochet”.
Mas que grande trapalhada, com alguma paródia mal camuflada! Além disso, esta aventura é... chata!
O famoso romancista e argumentista Henri Vernes (“Bob Morane”), é aqui personagem e suspeito!... Há uma “guerra” implacável  entre editoras... Há um casal que já não se suporta, em que, um e outro, procura matar a outra parte num “crime perfeito”...
E, para além de outras confusões, uma pertinência: ante um suicida, é ele o assassino dele próprio?...


PERDITION - Edição Glénat. Autores: Denis-Pierre Filippi (argumento ), Vicenzo Cucca (traço) e Fabio Marinacci (cores).
“Perdition” é o segundo tomo da série de ficção-científica “Colonisation”.
Milla Aygon e a sua equipa, estão prisioneiros de uns sinistros sobreviventes terrestres num planeta ensopado de toda a casta de perigos. Sobreviventes estes, a quem nada repugna o canibalismo!...
Como escapar destas (e de outras) sufocantes perigosidades?


À L’HEURE OÙ LES HYÈNES VONT BOIRE - Edição Lombard. Autores: Emmanuel Herzet (argumento), Alain Queireix (traço) e Didier Ray (cores). Este é o 5.º  tomo da série “Alpha-Premières Armes”.
O destemido e astuto Dwight Tyler, que mais tarde será conhecido pelo nome de código “Alpha”, resiste a ser elemento da famosa CIA, pois gosta de actuar a solo. Em vão!... Mais ou menos “sequestrado” pela força secreta norte-americana, é forçado a colaborar para destruir a organização internacional “Hiena”, potentado do crime, sobretudo no que toca ao terrorismo. Desta, quatro polos estão a funcionar em força em Hong Kong, na Argentina, em Portugal e na Tanzânia, para além das actuações de russos, israelitas, italianos, etc. O desafio é de arrojo, onde os fins justificam os meios. É mesmo a fazer doer!
De notar, neste álbum, as pranchas 8 e 9, onde Lisboa é, de certo modo, vedeta.
A reparar...
LB

quarta-feira, 11 de julho de 2018

A ILHA DO CORVO QUE VENCEU OS PIRATAS (17)

Temos vindo a acompanhar como está a ser impresso o livro «A Ilha do Corvo que Venceu os Piratas», na «Nova Gráfica» de Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, Açores.
As imagens que temos estado a mostrar desde o artigo anterior, são gentileza do Senhor Pedro Dias, chefe do Departamento de Pré-Impressão, que a nosso pedido fez a cobertura fotográfica de todo o ciclo a que a obra é submetida desde que entra na Gráfica.
Desta maneira os leitores do BDBD poderão observar esta fase final da história, que têm vindo a acompanhar do início, desde a ideia e dos primeiros esboços.
Temos então a obra já impressa...


...e a fase seguinte vai ser a dobra das folhas que se transformam assim em cadernos. Também esta operação é automática, numa máquina própria.

Agora os cadernos vão ser cosidos com linha, também numa máquina, o que dá um maior conforto ao leitor quando abrir o livro. Esta operação também pode ser feita por meio de cola na lombada, mas o livro dessa maneira não abre tão bem e, com o uso, por vezes, escarcha e as folhas podem desprender-se. 

É a altura de fazer as chapas para as capas. Podemos ver a chapa do magenta...

...e a do preto, prontas a entrarem na máquina.

As capas foram repetidas na folha da rotativa, para aproveitar o formato, e assim com a quarta parte da tiragem consegue-se a totalidade da impressão.
Vão ser cortadas e submetidas a uma plastificação que garante a sua impermeabilização, que as vai proteger de algum pingo de água ou mesmo de sujidade. 

Na imagem seguinte, a capa foi já colada ao «miolo», ou seja ao interior do livro, que segue em grupos para a guilhotina de modo a ser aparado e ficar com o aspeto que o leitor o encontra nas livrarias.
Observe-se que os maços mais perto da guilhotina ainda não foram cortados e mostram a margem de papel e cartolina excedentes. O grupo mais perto da nossa vista, foi já aparado.

Agora vão ser empacotados para serem enviados ao Editor que, por sua vez, os irá distribuir por todos os postos de venda do país.

No próximo artigo - a ser publicado depois do dia 13 de julho, quando na Ilha do Corvo faremos o lançamento deste livro - darei, então, conta de como decorreu o evento e encerraremos esta longa série de apontamentos.
Até lá, um forte abraço

José Ruy

sexta-feira, 6 de julho de 2018

A ILHA DO CORVO QUE VENCEU OS PIRATAS (16)

Caros leitores do BDBD, reatamos a evolução da execução da história «A Ilha do Corvo que Venceu os Piratas», em Banda Desenhada.
Neste momento, em fim de junho de 2018, a obra está impressa e vai ser lançada na Ilha do Corvo entre os dias 13, 14, 15 e 16 de julho.
Por deferência da «Nova Gráfica» instalada na Ilha de São Miguel, em Ponta Delgada, podemos mostrar todo o processo de impressão.

A gráfica ao receber os ficheiros digitalizados com as páginas e a capa do livro, faz a paginação em «deitados», para serem impressos nas máquinas Offset. Essa operação é realizada em computadores.
Pode ver-se um grupo de páginas arrumadas de modo a serem gravadas nas chapas de alumínio (antes era usado o zinco)...

...e a capa na versão em inglês. Repare-se que o desenho desta capa tem mais assunto para além do formato, em cima, em baixo e do lado direito, para que o papel depois de impresso se ajuste ao cartão e dobre para a parte de trás. Isto para a capa cartonada ou «capa dura», como é designado na «gíria gráfica». 

Agora o desenho já está gravado na chapa...

...que vai ser montada na rotativa a 4 cores que se vê na imagem seguinte.
As cores são impressas separadamente e por esta ordem, o amarelo, o azul, o magenta e o preto, por isso esta máquina Offset tem os 4 corpos ligados para que as cores sejam impressas em sequência.

Cada chapa é inserida no corpo respetivo, ajustada a um cilindro de aço, e vai transportar o desenho a um outro cilindro de borracha, que por sua vez imprime no papel. Offset quer dizer isso, «impressão indireta».

O operador controla na mesa digital, colocada junto ao extremo da máquina de Offset, o acerto de todas as cores e as forças da tinta, transmitindo a suas ordens para a rotativa, por via informática.
Todas estas operações que antes eram feitas manualmente, passaram atualmente a ser computorizadas.

Durante a impressão vão sendo retiradas provas, de espaço a espaço, na cadência da máquina, para ser comparada a fidelidade do que está a sair, em relação à primeira folha aprovada. A velocidade da impressão ronda as 7 e 8 mil provas por hora.

No outro ponto da rotativa entra o papel em banco...

...que depois de passar pelos 4 corpos...

...é depositado no tabuleiro do terminal da máquina já pronto. 

No próximo artigo: A dobra das folhas em cadernos, a cosedura com fio e a impressão das capas.

José Ruy 
30-VI-2018