sábado, 30 de abril de 2022

BREVES (105)

ANADIA RECEBE MAIS UMA MOSTRA DO CLUBE TEX PORTUGAL

Teve início hoje a 7.ª Mostra do Clube Tex Portugal, que se realiza, durante este
fim-de-semana, em Anadia, no Museu do Vinho Bairrada.
Prevista inicialmente para 2020, foi sendo sucessivamente adiada por culpa das medidas restritivas que visam combater a pandemia de Covid. Dois anos depois, e face ao alívio dessas medidas, eis que foi finalmente possível realizar a Mostra que tem como principal convidada a desenhadora italiana Laura Zuccheri (a única mulher a desenhar Tex, até ao momento). Estava também prevista a presença do desenhador Roberto Diso mas este teve de cancelar a sua vinda por razões pessoais de última hora.
O evento contará com uma mostra pessoal dedicada ao Tex Gigante desenhado por Laura Zuccheri, onde serão exibidas pranchas com textos de Mauro Boselli. Outro dos atractivos da Mostra será a exposição dedicada a Roberto Diso, com diversas pranchas da sua mais recente história de Tex.
A editora Seita lançará hoje o álbum de Tex "Justiça em Corpus Christi", de Mauro Boselli e Corrado Mastantuono.
Com chancela da Escorpião Azul será lançado amanhã o álbum "Rattlesnake", um western de João Amaral (texto e desenhos).
Para além das exposições, haverá conferências, tertúlias, desenho ao vivo, sessões de autógrafos e, claro, um imenso convívio entre os texianos presentes, como é hábito. Mais informação pode ser consultada aqui.


JOSÉ RUY EXPÕE EM MOURA... E VISEU
Relembramos os nosso leitores que, entre 18 e 29 de Maio, estará patente em Moura uma exposição de banda desenhada com trabalhos de Mestre José Ruy, numa organização conjunta entre a Câmara Municipal de Moura e o Gicav - Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu.
No dia 20 de maio (sexta-feira), pelas 19:00 horas, José Ruy estará presente na bela cidade alentejana para uma conversa com os seus leitores e fazer a apresentação pública do n.º 11 da colecção "Cadernos Moura BD" que, desta feita, reedita duas histórias curtas do decano dos nossos banda-desenhistas: "Porque não hei-de acreditar na Felicidade?" (uma adaptação de um conto de Alves Redol) e "O Demónio Cego" (uma história sem legendas, algo raro na obra do Mestre). Em Agosto será a vez de Viseu receber esta mostra e incluí-la na programação da Feira de São Mateus.


II RAIDE MACAU-LISBOA BREVEMENTE EM BANDA DESENHADA

Em 1990, uma equipa de dez aventureiros, que juntou portugueses, chineses e russos, ligou Macau e Portugal por terra, reeditando, pela primeira vez, o célebre Raid Pékin-Paris, que acontecera em 1907. 
Dessa viagem foi realizado um filme, que passou na RTP2 e em televisões de todo o mundo, estando também prevista a edição de um livro, que celebrará os 30 anos passados sobre essa grandiosa viagem.
É agora altura para divulgar mais uma forma de celebrar este feito importante para o automobilismo português e mundial: trata-se da edição de um álbum-BD, que deverá ser apresentado no Festival Internacional de Banda Desenhada na Amadora de 2022.
Para além das páginas de banda desenhada, com vários episódios da longa viagem, o álbum irá conter um texto sobre o automobilismo na BD, informação sobre o raide Macau-Lisboa e sobre os raidistas e autores dos desenhos e guião.
As vinhetas já finalizadas (de que juntamos alguns exemplos) foram ilustradas por Fil e coloridas pela Sofia Pereira, em colaboração com a Associação Tentáculo. Outros ilustradores irão também participar na criação das próximas vinhetas. O guião foi preparado pelo Marco Fraga da Silva, em colaboração e com base em textos de Joaquim Correia.
O álbum será bilingue (português e chinês) e estará disponível em livrarias de Portugal e Macau.
Acresce que, em banda desenhada, não temos conhecimento de qualquer revista ou livro que conte a história de expedição semelhante ao II Raide Macau-Lisboa!...


ANIVERSÁRIOS EM MAIO
Dia 01 - Alex Niño (filipino)
Dia 02 - Jerry Scott (estado-unidense)
Dia 03 - Bill Sienkiewicz (estado-unidense)
Dia 04 - Tito (espanhol) e José Luis Galiano (espanhol)
Dia 05 - Adam Hughes (estado-unidense)
Dia 08 - Dino Attanasio (italiano)
Dia 09 - José Ruy e Rui Lacas
Dia 15 - Dani Almeida
Dia 22 - Veronik Frossard (suíça)
Dia 26 - Luís Diferr
Dia 28 - Johann Sfar (francês) e Bartolomé Segui (espanhol)
Dia 31 - Miguel Rebelo

CR/LB

sábado, 23 de abril de 2022

NOVIDADES EDITORIAIS (235)

A FÓRMULA - ​Edição Ala dos Livros. Autor: Vicente Segrelles.
Em boa hora a editora Ala dos Livros começou a reeditar a esgotadíssima e magnífica série "O Mercenário" do catalão Vicente Segrelles.
Uma glória que se recupera e, também, que se revela às novas gerações dos autênticos bedéfilos portugueses. Esta nova versão editorial tem uma invejável apresentação, como bem se pode apreciar em "A Fórmula", o segundo tomo da série. 
Série que é obrigatório ler-se e coleccionar.


APOLO - ​Edição Gradiva. Sob coordenação do historiador Luc Ferry, tem guião de Clotilde Bruneau, traço de Luca Erbetta, cor de Scarlett Smulkowski e capa de Fred Vignaux. Consta ainda um dossiê final de Luc Ferry. A tradução é de Maria de Fátima Carmo.
"Apolo" pertence à espantosa série "A Sabedoria dos Mitos", convidando a uma atenta leitura.
Na mitologia greco-romana, Apolo, é sem dúvida o mais popular e admirado dos deuses do Olimpo. Filho de Zeus e de Leto e irmão gémeo de Artemisa, é um belo, corajoso e atlético ser divino, cobiçado e cobiçador dos mais variados amores, como Dafne ou Jacinto.
Deus da Harmonia, fascinante, protegeu também as Belas-Artes e tinha o seu oráculo em Delfos. Tocava exemplarmente a sua lira. Porém, se alguém o irritava, tornava-se colérico...
O melhor de tudo, leitor, é ler este sedutor álbum.


OS COVIDIOTAS / 2 - ​Edição Ala dos Livros. Autor: Luís Louro.
Delirante em absoluto! O nosso Luís Louro, com a sua arte e o seu belo humor, sabe muito bem dar a volta a certas situações dramáticas, que nos vão ensopando com determinados pânicos do dia-a-dia.
Pois essa coisa do Covid-19 tem apavorado o nosso bom povo, agora só com o pânico ultrapassado por um tal Putin, patife e pulha...
Ora toca a ler e a rir com este "Os Covidiotas - segunda Vaga"!...


URLO: GRITO NO ESCURO - ​Edição Escorpião Azul. Autores: Gloria Ciapponi e Luca Conca.
Como é que é?!... Tenebroso, mais medonho que o medonho é em si, seco e sufocante e sabe-se lá que mais de negativo, os seus italianos autores sob que raio de trauma sobrevivem. Aqui, o horror e o repugnante sucedem-se sem pausa. 
Não, desta vez, não aplaudimos, nem sequer minimamente.
Paciência!
LB

sábado, 16 de abril de 2022

ILUSTRAÇÕES E HISTÓRIAS EM QUADRINHOS por José Ruy (11)


Continuemos com a primeira novela deste livro que espera melhores dias para ser editado.
No último artigo deixámos o jovem dono do Raca a ser atacado pelos cães que um caseiro largara sobre ele e, entretanto, os seus pais e irmão a darem pela sua falta na pensão.
Pois quando o jovem se debatia, surgiu o Raca que seguia o rasto dos donos e foi defende-lo, dando conta dos cães agressores. Mas o caseiro empunhando uma espingarda disparou um tiro sobre Raca ferindo-o.


O irmão mais velho, entretanto, apanhou um comboio para regressar a casa a ver se encontrava o jovem, e na carruagem ouviu um sujeito contando a sua façanha de ter apanhado um rapazelho que tentava roubar fruta do seu pomar, e quando o ia repreender fora atacado por um cão feroz, que descrevia em pormenor, e que ele «corajosamente» dominara e deixara muito maltratado.
Pela descrição, o rapaz identificou Raca e não resistiu em saltar sobre o meliante para saber a verdade e o local do acontecido.

Dessa maneira conseguiu localizar o ferreiro que cortara a corrente que pendia da coleira de Raca. Ia assim, aos poucos, aproximando-se do sítio onde o irmão se encontraria.

Enquanto isso, os pais deixaram o hotel onde haviam pernoitado para procurarem uma casita em conta, onde se pudessem instalar, abatidos por não saberem do paradeiro dos filhos.

O irmão mais velho, seguindo a linha férrea em sentido contrário ao que haviam feito na véspera, a certa altura descobriu pegadas que reconheceu serem do Raca. Mas afastavam-se em ângulo reto da via. Que motivo levara o pastor alemão a mudar de rumo? Resolveu seguir as pegadas.

Essa pista levou-o ao local onde Raca fora ferido e o chão mostrava ainda vestígios de luta com outros cães e pingos de sangue. Viu um homem que assomara ao portão e perguntou o que tinha acontecido e se vira um jovem… aí o caseiro empunhou a espingarda e intimou-o a seguir caminho.

O rapaz apercebeu-se que o homem estava a ocultar alguma coisa relacionada com o irmão, perdeu a cabeça, foi direito a ele, lançou as mãos ao pescoço para o obrigar a dizer o que sabia sobre Raca e o irmão, apertou, apertou…

Nessa altura Raca com o seu apurado faro localizara a casa onde os donos acabavam de se instalar. Estava magro, sujo, ferido numa pata traseira, mas feliz por encontrar os seus donos.

Recuemos e vamos ver o que aconteceu quando o jovem foi atacado pelos cães, e salvo do pior por Raca que surgira oportunamente, mas acabando por ser alvejado pelo caseiro.
Alertados pelo ruído da luta, os donos da propriedade vieram ao portão e viram a cena desoladora. O caseiro justificou que aquele mendigo havia tentado assaltar a casa e ele se vira obrigado a soltar os cães, mas que uma fera surgira e matara os animais, desaparecendo em seguida. A versão não convenceu os proprietários, e uma menina, filha do casal ficou muito condoída pelo estado do rapazito que perdera os sentidos.

E daremos o desfecho desta história no próximo artigo, iniciando a segunda novela, «Fabrício, o Espadachim».

domingo, 10 de abril de 2022

HERÓIS INESQUECÍVEIS (79) - ​ORION

Das belas séries criadas pelo saudoso mestre Jacques Martin (1921-2010), consta, em aparente curta duração, a do jovem "Orion", de certo modo uma versão "à grega" do galo-romano "Alix".
No entanto, e por enquanto sem nenhuma edição em português, "Orion" marcou admirável notabilidade com apenas cinco álbuns.
Com argumentos de Martin, os três primeiros tiveram a sua arte, secundado no segundo e no terceiro por Christophe Simon: "Le Lac Sacré", "Le Styx" e "Le Pharaon". Estes três deram origem ao quinto álbum, como um integral, sob o título "La Trilogie Grecque". O quarto álbum, "Les Oracles", teve argumento e arte de Marc Jailloux.
Na generalidade (não todas, claro) as nossas editoras-BD assobiam para o lado ante séries longas, excepto em relação a alguns heróis que são vedetas, como Tintin, Blake e Mortimer, Astérix, Michel Vaillant ou Lucky Luke... 
Com uma atenta aposta em Orion, o gesto seria merecido e grato para todos, pois só constam quatro álbuns. Depois, a natural publicidade faria o necessário. 
Merecem "Orion", Jacques Martin e seus continuadores e os bedéfilos portugueses.
Com texto e ilustrações diversas, existe em "carreira" paralela, a série didáctica "Les Voyages d'Orion", que também podemos ler em francês... 
Pois, pois!...
LB









 
Jacques Martin, Christophe Simon e Marc Jailloux

quarta-feira, 6 de abril de 2022

ILUSTRAÇÕES E HISTÓRIAS EM QUADRINHOS por José Ruy (10)


Vamos então continuar a mostrar este livro pronto a entrar em máquina, mas que infelizmente se mantém no armário onde aguarda uma oportunidade favorável.
Em princípio a Âncora tinha projetado editar e até criar uma coleção, pois as novelas que foram publicadas em O Mosquito sem ilustrações, ainda foram algumas.
Mas nessa altura a crise financeira mundial implantou-se e tudo recuou.
Seguimos então a ordem das ilustrações.
Como observaram, a tentativa do filho mais novo do casal em levar consigo o «Raca» gorou-se, mas o pastor alemão, que ficara preso porque no dia seguinte chegavam os amigos que iriam tomar conta dele, quebrou a corrente e seguiu o rasto dos donos pela linha do comboio que os levara. Padiña descreve o som do ruído macabro da corrente a bater nos rails.

Mas na sua corrida, assiste a um guarda de uma quinta a castigar um miúdo que tentara roubar fruta, e defende a criança.

O guarda foge, mas Raca está exausto de correr toda a noite no rasto dos donos. 
O jovem acaricia-o reconhecido…

… e leva-o a um ferreiro amigo para lhe tirar a corrente incomodativa que lhe fere o pescoço.


Entretanto os seus donos ao chegarem a uma cidade, alojaram-se numa pensão para pernoitar e procurar trabalho no dia seguinte. O filho mais novo, quando o irmão estava ferrado no sono, cautelosamente levantou-se a meio da noite…

...e começa a percorrer o trajeto do comboio, em sentido contrário, para ir ter com Raca que ele pensa estar ainda preso em casa.

Passa por uma propriedade e pede algo para mitigar a fome e a sede, mas é recebido pelo guarda como um mendigo e solta-lhe os cães que atacam o jovem.

De manhã, ao tomarem o pequeno almoço na pensão, os pais estranham a ausência do filho mais novo; o irmão não o vendo no quarto, pensara que se tivesse levantado mais cedo e estivesse na sala… constatam então que desapareceu. Teria voltado para junto de Raca?

E o seguimento desta história comovente vai ficar para o próximo artigo...

sexta-feira, 1 de abril de 2022

BREVES (104)

JOSÉ RUY EXPÕE EM MOURA

Após um interregno de dois anos, a Câmara Municipal de Moura, em colaboração com o Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu (GICAV), volta a produzir uma exposição de banda desenhada (esta com trabalhos de Mestre José Ruy), que ficará patente na Praça Sacadura Cabral, durante a 41ª edição da Feira do Livro, entre 18 e 29 de Maio.
Na exposição, composta por dezena e meia de painéis em grande formato, poderão ser apreciadas algumas das adaptações literárias que José Ruy tem realizado em BD ao longo da sua prolífica e brilhante carreira. Assim, teremos pranchas (em esboço a lápis, a preto e a cores) de obras como “Os Lusíadas”, “A Peregrinação”, “O Auto da Barca do Inferno”, “Auto da Índia”, “O Bobo” ou “Ubirajara”, por exemplo.
Paralelamente, a Câmara editará mais um número dos “Cadernos Moura BD” onde serão reeditados “O Demónio Cego”, com argumento e desenho de José Ruy, e "Porque não hei-de acreditar na Felicidade?", uma história de Alves Redol adaptada por José Ruy.
Durante o evento, haverá uma conversa com o autor (que fará a apresentação pública dos “Cadernos Moura BD”), e uma sessão de autógrafos.
A mostra seguirá, depois, para Viseu onde estará patente, em Agosto, na Feira de São Mateus.
Prancha de "Auto da Barca do Inferno"



ANIVERSÁRIOS EM ABRIL

Dia 01 - Philippe Fnec (francês)
Dia 03 - Daniel Ceppi (suíço)
Dia 05 - Carlos Pessoa
Dia 08 - António Gomes de Almeida e Ricardo Magalhães
Dia 09 - Sebastian Cáceres (argentino)
Dia 10 - Véte
Dia 14 - Nelson Martins
Dia 18 - Victor Mesquita
Dia 27 - Andy Genen (luxemburguês)
Dia 30 - Jakob Klemencic (esloveno)
CR/LB