sábado, 24 de outubro de 2020

NOVIDADES EDITORIAIS (205)

LE DIEU SANS NOM - Edição Casterman. Autores, segundo o herói-série "Alix" criado por Jacques Martin: argumento do francês David B. (aliás, Pierre-François Beauchard) e arte pelo italiano Georgio Albertini.
O saudoso Jacques Martin jamais proibiu, antes pelo contrário, que as suas séries se finassem após a sua morte. E aqui temos o 39.º tomo da admirável série "Alix".
"Le Dieu Sans No" (O Deus Sem Nome), pelas suas características bem nos faz lembrar o deus Ares (dos Gregos) ou Marte (dos Romanos). É o deus da guerra, da morte, da impiedade e até, aqui, do canibalismo. O povo é outro: misterioso e feroz, os Androfágios, vivem e actuam no leste europeu, pelas zonas das estepes incógnitas... É com esta sanguinária e repugnante gentalha que Alix e Enak, vão tentar resolver um pedido político de César e, ao mesmo tempo, escaparem-se com vida.
Sem deixar de ter o encanto que a série implica, é um dos episódios mais intensos e violentos. E há algo de novo que aqui se regista: os íntimos amigos, Alix e Enak, por vários momentos, estão recalcitrantes um com o outro!... E neste mesmo mundo de sufoco e estranho, há três personagens femininos que marcam posição: Calisto e Personne (já existentes no álbum anterior "Veni, Vidi, Vici") e agora também, uma guerreira do povo Sarmata que parece apaixonada por Alix, o que provoca uma ciumeira mal disfarçada da parte de Enak...


ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS - ​Edição RTP/Levoir. Autores: segundo o famoso romance homónimo de Lewis Carroll, tem argumento de David Chauvel e arte de Xavier Collette. E ainda, um dossiê final de Jean-Luc d'Asciano, e tradução de Pedro Cleto.
Ainda me lembro de ver na Televisão, quando da recente Feira do Livro de Lisboa, uma brevíssima entrevista com o Dr. Gonçalo Reis (um dos dirigentes actuais da RTP), todo entusiasmado a propagandear esta bela colecção, "Cassicos da Literatura na Banda Desenhada". No entanto, tem umas capas abaixo do horroroso, com umas letras garrafais a citar o autor do romance e o título da obra, apagando quase que totalmente, os desenhos das respectivas capas. Isto não se faz!...
Quanto a esta adaptação à Banda Desenhada, não é a primeira, pois há inúmeras versões. Esta, de Xavier Collette, é muito aceitável. Mas, porém, todavia, contudo... a mais bela que até hoje lemos, foi criada pelo nosso genial e saudoso Fernandes Silva, tendo sido publicada em 1952, logo a partir do n.º 1 da revista "Cavaleiro Andante". E no entanto, nenhuma das nossas editoras a publicou em álbum, o que se pode traduzir por bizarra traição.
Quem imaginou e aprovou esta merdelice de capas para uma colecção tão digna?... Repito: que capas tão pavorosas!



CASEMATE #139 - É o exemplar correspondente a Outubro-2020. Como sempre, esta bela revista mensal, publica muitas coisas boas para deleite dos bedéfilos.
A começar, com chamada na capa, de um importante artigo com entrevista a Romain Hugault, versando o piloto aviador e tão enternecedor escritor que foi Antoine de Saint Exupéry, onde se anuncia pelas Editions Paquet, o álbum "St Ex".
Salienta-se também uma reportagem por Raymond Pellicer, como resultado da sua actuação como jornalista a bordo do porta-aviões "Charles De Gaulle". Há também uma entrevista com Jul e das suas razões (e de Achdé) de inventarem um divertido álbum de "Lucky Luke" na Luisiana, em plena época da escravatura... Demarca-se igualmente neste exemplar, o anúncio do próximo salão BD BOUM, ou seja, a 37.ª edição do Festival de Blois, a decorrer de 20 a 22 de Novembro deste ano.
LB

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