Antes de mais, é preciso não confundir pirata com corsário, se bem que, uns e outros, funcionassem de um modo mais ou menos semelhante.
Consultando uma boa enciclopédia ou até mesmo a internet, aí se encontram definições. Os piratas eram cruéis ladrões e assassinos dos mares para proveito próprio. Os corsários serviam (e eram protegidos) os países a que pertenciam.
Robert Charles Surcouf, é um dos mais notáveis corsários franceses. Nasceu a 12 de Dezembro de 1773 em Saint-Malo e faleceu, aos 53 anos, em Saint-Servan, a 8 de Julho de 1827.E faleceu bem rico, com uma garatida vasta descendência e com o título de barão.Pela sua França, serviu-a enquanto monarquia, enquanto república e enquanto império. Actuou mais pelas águas e zonas costeiras do Oceano Índico. Atacava sobetudo os navios ingleses e portugueses (já que Portugal, servilmente, estava "aliado" à Inglaterra)e arrebatou escravos em Moçambique, embora tais actos lhe causassem repulsa, mas obedecia a ordens superiores e políticas. Amado pelas suas tripulações e admirado pelas damas, sempre cavalheiro no trato em qualquer circunstância, pelas suas bravuras foi cognominado o "rei dos corsários".
No Cinema, três longas metragens se fizeram sobre a sua figura: em 1924, com realização de Luitz-Morat e o actor Jean Angelo ; em 1966, em duas partes, com realização de Sergio Bergonzelli e Roy Rowland, tendo o actor Gérard Barray no papel principal.
E, na Banda Desenhada, nos anos 50, as Éditions Dupuis (Bélgica) publicaram os três álbuns com guião de Jean-Michel Charlier e o impecável traço de Victor Hubinon. Cremos que só as duas primeiras partes se editaram em português no "Cavaleiro Andante", do nº 302 ao 382...
Em 1975, em versão integral num só álbum, as Éditions Michel Deligne reeditaram esta obra.
Neste 2012, as Éditions 12 Bis iniciaram a série "Surcouf" (agora a cores), cujo primeiro tomo tem por título, "La Naissance d'une Légende". No guião, estão Arnaud Delalande e Erik Surcouf (um sobrinho-bisneto do famoso corsário) e no grafismo, a marcante arte de Guy Michel, jovem talento do Haiti, residente em França desde 1986.
Uma versão-BD muito interessante, pois na necessária ficção incluída, quem narra a vida de Surcouf é um astuto espião inglês infiltrado.
E, ante as duas versões, a de Hubinon e a de Michel, a escolher a melhor, o nosso parecer, pura e simplesmente empata. São ambas grandiosas e dignas de quentes aplausos.
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