terça-feira, 10 de maio de 2022

ILUSTRAÇÕES E HISTÓRIAS EM QUADRINHOS por José Ruy (12)

Continuemos a ver as ilustrações desta novela de José Padiña, «Raca, o amigo dos pequenos», publicada n’O Mosquito, mas na altura sem ilustrações.
Tínhamos ficado no ponto em que o filho mais novo do casal ficara ferido pelo ataque dos cães, soltos pelo guarda, e que por sua vez foram mortos por «Raca», surgido nessa altura. Mas o pastor alemão que fora atingido por um tiro do guarda da casa, desaparecera. O guarda, a quem o filho mais velho apertara o pescoço, ficara apenas inanimado e voltara logo a si.
A menina pedia para que acudissem ao rapaz que estava bastante ferido, mas a mãe e os criados hesitavam, receosos da reação do pai, que fora à vila próxima abastecer-se. E de repente este apareceu, no carro puxado por dois cavalos.

Com as suas maneiras rudes mandou que levassem o rapaz para dentro e tratassem dele.
Dito e feito, o jovem foi instalado numa cama, por um criado e o guarda, sob as atenções da menina.

Durante o período de convalescença a menina cuidou do rapazito, lendo-lhe histórias para o distrair.

Entretanto Raca, embora ainda fraco do ferimento, puxou pelos pais dos rapazes levando-os com o seu faro apuradíssimo ao encontro dos filhos.

Mas vejamos agora o que acontecera ao filho mais velho, que apertara o pescoço do malvado do guarda, para que ele dissesse o que acontecera ao irmão. O guarda perdera os sentidos e o jovem, pensando que estava morto, abalou desvairado pelos campos, caindo exausto.
Uma velhinha encontrou-o e ajudou-o a vir a si. Mas o rapaz, lembrou-se do que tinha feito e correu desesperado.

Chegado a uma povoação viu um aglomerado de gente. A guerra fora declarada e recrutavam voluntários. Decide alistar-se e assim redimir o seu «crime» por ter morto aquele homem.

E voltemos a Raca, que se adiantara aos donos que não conseguiam acompanhar o seu ritmo. E quando as pessoas que haviam recolhido o irmão mais novo se preparavam para partir, fugindo à guerra, ele surgiu e deu-se o reencontro.

O jovem decidiu não acompanhar aquela família, pois agora tinha o seu Raca ao pé, que o puxava pelo casaco com receio que ele abalasse, pois sabia que os pais estavam já perto.

Mas os pais dos rapazes encontraram um êxodo pois todos queriam fugir da guerra, e os canhões já se ouviam ao longe.

Finalmente os três encontraram-se com grande alegria apesar da situação angustiosa.

Vejamos o que se passa com o filho mais velho. Já de uniforme e armado de espingarda, numa paragem do comboio em que seguia para a frente de batalha, caiu em si na decisão que tivera e resolveu desertar.

Deitou fora a espingarda e no seu vaguear desnorteado foi encontrado pelo incansável Raca que o farejava.

E finalmente a família está toda reunida. Mas a situação era grave. O pai aconselhou o filho a voltar para as fileiras, e ele próprio alistou-se também. Era preciso defender o país. A mãe e o filho mais novo ficaram com o Raca.

De vez em quando chegavam cartas com notícias que não eram animadoras. Os anos iam-se passando e o fim dessa Grande Guerra tardava em chegar.

Mas tudo na vida tem um fim, mesmo as coisas más, e os combatentes regressaram a casa. O jovem vinha muito combalido, e o pai com menos sorte, tiveram de lhe amputar uma perna. Mas estavam vivos e de novo juntos e nunca mais se separaram.
A vida continuou.

No próximo artigo, mostrarei as ilustrações da outra novela que constará deste livro por publicar, «Fabrício, o Espadachim».

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