quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

HERÓIS INESQUECÍVEIS (76) - BLAKE & MORTIMER

A 26 de Setembro de 1946, na edição belga da revista "Tintin", estreou-se a série "Blake & Mortimer", imaginada pelo ilustre Edgar-Pierre Jacobs (1904-1987).
Edgard-Pierre Jacobs
(1904-1987)
Foi logo um êxito espectacular! Um êxito, registe-se, imparável, pois tais aventuras continuam ao gosto e saber de diversos continuadores, tanto argumentistas como desenhistas. Um pequeno senão, de qualquer modo aceitável: há demasiado texto na maioria das vinhetas.
Jacobs foi um leal amigo e colaborador de Hergé para a série "Tintin" e fez, por ele próprio, outras obras pela 9.ª Arte, mas é com a série da dupla "professor Philip Mortimer e capitão Francis Blake" que se registou para sempre o grande triunfo da sua carreira. 
Com personagens quase constantes, aqui existem ainda: o fiel serviçal asiático "Nasir", o diabólico e demente "Prof. Septimus" e o frequente e estranho "coronel Olrik".
A primeira aventura de "Blake e Mortimer" surgiu, como já dissemos, no número inaugural da revista "Tintin". Tendo como título "O Segredo do Espadão", foi
 posteriormente publicada em álbum
Capa de "O Segredo do Espadão" - Editorial Íbis (1970)

E logo se segue, em dois tomos entusiasmantes, "O Mistério da Grande Pirâmide", que agarrou seriamente os leitores de diversos países, incluindo Portugal. 
Prancha de "O Mistério da Grande Pirâmide", in "Cavaleiro Andante" (1950)


Capas de "O Mistério da Grande Pirâmide" e de "A Câmara de Hórus",
Editorial Verbo (1970)

Porém, a doideira maior, talvez nunca ultrapassada, foi com "A Marca Amarela".
Esta narrativa galvanizou de tal maneira a juventude portuguesa que a estudantada desenhava, com giz amarelo, a "marca amarela" por tudo quanto era possível!... Uma loucura!
Capa e prancha de "A Marca Amarela", in "Cavaleiro Andante" #157 a #219 (1953)


Capa e prancha de "A Marca Amarela", Editorial Verbo (1970)

​Em 1957, surge o álbum "O Enigma da Atlântida", que tem o toque específico de se iniciar na nossa ilha açoriana de S. Miguel.
Prancha de "O Enigma da Atlântida", in "Cavaleiro Andante" #228 a #291 (1956)

Capa de "O Enigma da Atlântida" - Ed. Livraria Bertrand (1980)

Depois, vieram: "S.O.S. Meteoros"...
Capa e prancha de "S.O.S. Meteoros!", in "Cavaleiro Andante" #340 a #398 (1958)

Capa de "S.O.S. Meteoros" - Ed. Livraria Bertrand (1980)

..."A Armadilha Diabólica"...

Capa e prancha de "A Armadilha Diabólica", in "Cavaleiro Andante" #504 a #534 (1961)

...e "O Caso do Colar".
Capa de "O Caso do Colar" - Ed. Meribérica/Liber (1987)

Seguiu-se "As Três Formulas do Professor Sato", em duas partes, cujo segundo tomo já teve acção gráfica em colaboração com Bob de Moor.
Capa dos dois tomos de "As 3 Fórmulas do Professor Sato",
Ed. Meribérica/Liber (1987 e 1991)

Capa de "Les 3 Formules du Professeur Sato" - álbum integral
Edição "Black et Mortimer" (2015)

Prosseguindo, veio uma legião de continuadores. Salientam-se nos argumentistas: Yves Sente, Jean Van Hamme e Jean Dufaux; na arte: Ted Benoît, André Juillard, Antoine Aubin, Peter Van Dongen e François Schuiten, entre outros.
Yves Sente, Jean Dufaux e Jean Van Hamme, argumentistas da série

Com o álbum, para dois tomos, "A Maldição dos Trinta Denários", a narrativa estava a ser desenhada por René Sterne, que faleceu por um repentino ataque cardíaco. A obra foi concluída pela viúva deste, Chantal de Spiegeleer, que merece bons aplausos pelo seu tão correcto gesto. Quanto ao segundo tomo, foi desenhado por Antoine Aubin e entintado por Éttienne Schréder. Ambos os tomos têm argumento de Jean Van Hamme.
Outros álbuns, entretanto, se têm ido publicando...
Em bom e devido gesto de leitura, saibamos honrar a arte de Jacobs e os seus heróis por excelência, pois tais narrativas estão editadas em Portugal.
LB
A Marca Amarela, verdadeiro ícone da BD europeia, continua a figurar nas
empenas dos prédios de Bruxelas

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