Serpa Pinto |
Doentiamente, a maioria sabe muito dos futebolistas e pouco mais... Francamente!...
Admiráveis os feitos de alguns grandiosos nomes da nossa História, sobretudo quando realizados a solo, como foi o caso de Serpa Pinto!
Extremamente honrado e incorruptível, temerário e atrevido nos seus empenhos para glória do nosso país, Alexandre Alberto da Rocha de Serpa Pinto, nasceu no Distrito de Viseu, na zona de Cinfães, a 20 de Abril de 1846, vindo a falecer em Lisboa, a 28 de Dezembro de 1900.
Teve uma educação esmerada e os devidos estudos militares.
Coragem, ante qualquer guerra, nunca lhe faltou. Por exemplo: numa contenda a que assistia na Europa, perante as dificuldades sentidas pelas forças francesas, ofereceu-se para uma “doida” missão... E cumpriu-a com êxito, pelo que foi logo condecorado pelo exército francês.
Mas foi em África que ele sacrificou a sua vida... ousando, sozinho, atravessar esse continente, ligando Angola a Moçambique, apenas com a companhia e ajuda de alguns dedicados africanos. Ainda por cima, pela nossa “fraterna” Europa, esta andava a cobiçar-nos os territórios, com muita inveja e ambição: os ingleses, os alemães, os holandeses, os franceses e sabe-se lá quem mais!
Coragem, ante qualquer guerra, nunca lhe faltou. Por exemplo: numa contenda a que assistia na Europa, perante as dificuldades sentidas pelas forças francesas, ofereceu-se para uma “doida” missão... E cumpriu-a com êxito, pelo que foi logo condecorado pelo exército francês.
Serpa Pinto em plena função histórico-científica, algures em África |
Teoricamente, Serpa Pinto, deveria fazer tal travessia na companhia de dois outros valores, não menos heróis, Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens... mas desaguisaram-se ante o itinerário a seguir, apesar dos sábios conselhos do sertanejo Silva Porto.
Serpa Pinto prosseguiu a solo, tendo sofrido muitas agruras: algures, no meio de África, foi alvo de fortes febrões e esteve às portas da morte, tendo-lhe valido os cuidados da família francesa Coillard, missionária no sertão; chorou copiosamente pela morte do seu animal de estimação (que o seguia como um fiel cão), a cabra “Cora”, morta num acidente; assistindo,lamentou com plena amargura, o tráfico de escravos; atreveu-se a medir as cataratas do rio Zambeze, preso à resistência duvidosa de lianas e sob a aflição dos seus fiéis acompanhantes negros...
Serpa Pinto prosseguiu a solo, tendo sofrido muitas agruras: algures, no meio de África, foi alvo de fortes febrões e esteve às portas da morte, tendo-lhe valido os cuidados da família francesa Coillard, missionária no sertão; chorou copiosamente pela morte do seu animal de estimação (que o seguia como um fiel cão), a cabra “Cora”, morta num acidente; assistindo,lamentou com plena amargura, o tráfico de escravos; atreveu-se a medir as cataratas do rio Zambeze, preso à resistência duvidosa de lianas e sob a aflição dos seus fiéis acompanhantes negros...
Foi gloriosamente recebido na África do Sul de então. Mais tarde, foi nomeado governador do nosso (então) território de Cabo Verde.
O nome de Serpa Pinto existe na toponímia de muitas urbes do nosso País. Mas ele está também registado na Azulejaria (na Fortaleza de S.Miguel em Luanda, Angola), num busto na Cidade da Praia (República de Cabo Verde) e num selo
Selo raro dedicado a Serpa Pinto |
raro de 16 escudos na nossa Filatelia.
O nosso Cinema, por miopia ou incapacidade, até hoje, nunca abordou a sua vida e a sua epopeia...
Na Literatura, contam-se exemplos como “A Vida Breve e Ardente de Serpa Pinto” por Carlota Serpa Pinto, “Através do Continente Misterioso” por Adolfo Simões Müller, “Serpa Pinto, o Mistério do Sexto Império” por Pedro Pinto, “Alexandre Serpa Pinto: o Sonhador da África Perdida” por Luís Almeida Martins, “Serpa Pinto na Travessia de África” por Maria Helena Figueiredo Lima, e ainda, pelo punho do
O nosso Cinema, por miopia ou incapacidade, até hoje, nunca abordou a sua vida e a sua epopeia...
Na Literatura, contam-se exemplos como “A Vida Breve e Ardente de Serpa Pinto” por Carlota Serpa Pinto, “Através do Continente Misterioso” por Adolfo Simões Müller, “Serpa Pinto, o Mistério do Sexto Império” por Pedro Pinto, “Alexandre Serpa Pinto: o Sonhador da África Perdida” por Luís Almeida Martins, “Serpa Pinto na Travessia de África” por Maria Helena Figueiredo Lima, e ainda, pelo punho do
próprio herói, “Como Eu Atravessei África”.
Não o abandonou a nossa atenta Banda Desenhada, pelo que aqui temos os exemplos por Fernando Bento, que publicou, em 1951, na revista "Diabrete", uma biografia, mais tarde reeditada num mini-álbum, pelo Gicav (Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu), numa edição rara, há muito esgotada...
Não o abandonou a nossa atenta Banda Desenhada, pelo que aqui temos os exemplos por Fernando Bento, que publicou, em 1951, na revista "Diabrete", uma biografia, mais tarde reeditada num mini-álbum, pelo Gicav (Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu), numa edição rara, há muito esgotada...
Gravura 1: Capa de "A Vida Aventurosa de Serpa Pinto", por Fernando Bento, publicada no
"Diabrete" #787 a #842 (1951). Gravuras 2 a 4: capa e pranchas da reedição em álbum pelo Gicav, em 1991
"Serpa Pinto", por Agostinho Macedo (texto) e José Garcês (texto), inserido no álbum "Grandes Portugueses", edição da revista "Camarada" (1962) |
Baptista Mendes publicou no "Jornal do Exército" uma biografia em duas pranchas...
"Serpa Pinto", por Baptista Mendes (texto e desenhos), in "Jornal do Exército"
...e José Pires publicou, em 2012, também no "Jornal do Exército" uma obra de fôlego, "A Portuguesa: História de um Hino", que aguarda publicação em álbum há alguns anos. Numa das páginas desta obra, que abaixo reproduzimos, aparece a figura de Serpa Pinto.
"A Portuguesa: História de um Hino", por José Pires, in "Jornal do Exército" (2012) |
Mas ousámos pedir uma colaboração mais específica, amigavelmente elaborada e que aqui se estreia, com a nossa plena gratidão: as pranchas de Santos Costa...
"Como eu Atravessei a África - Serpa Pinto", por Santos Costa
(publicado no blogue: www.bandarra-bandurra.blogspot.pt) (2017)
Quatro pranchas, até agora inéditas, desenhadas propositadamente
por Pedro Massano para o nosso blogue (2017)
Cartune inédito de Artur Correia (2016) |
Aqui fica a nossa bem sentida evocação a um dos grandes heróis da História lusa. Que a Pátria nunca te esqueça, valoroso Serpa Pinto!
Mais um excelente "post" sobre a História de Portugal e um dos seus maiores heróis no século XIX. Parabéns!
ResponderEliminarDestaco, como não podia deixar de ser, o trabalho do mestre Fernando Bento, que ainda li pela primeira vez no "Diabrete". E recordo-te que ele foi também reeditado no "Mundo de Aventuras" (2ª série), com uma capa que F. Bento desenhou propositadamente para essa revista... onde, aliás, também colaboravas.
Merece igualmente destaque a história inédita de Pedro Massano, em quatro páginas. Magnífica! Parabéns também para ele!
Claro que Serpa Pinto merecia mais, por parte dos nossos artistas e escritores. Foi através da BD (graças a Fernando Bento) que fiquei a conhecê-lo melhor e gostaria que outros autores, sobretudo entre os da moderna geração, pegassem também no tema. Talvez um dia...
Grande abraço,
Jorge Magalhães
Caríssimo Jorge
ResponderEliminarUm forte e reconhecido abraço por este teu tão estimulante comentário.
Sim, sei que esta BD pelo Bento também saiu no “Mundo de Aventuras” e chegou a ser reeditada, não até ao fim, no semanário “O Templário”, mas achei mais relevante (quiçá por erro meu) focar apenas a primeira e a última edições...
De facto, Serpa Pinto é, também para mim, uma das maiores figuras da nossa História. A par dele, em destaques diferentes, poucos me merecem tamanho encanto: Viriato, D.Diniz I, D.João II, Luiz de Camões, D. António I e D. Pedro V. Os outros, que são muitos, ficam em segundo e terceiro planos...
Com estima
Luiz Beira
Boa noite.
ResponderEliminarSou trineto de Serpa Pinto, e queria aqui deixar o meu agradecimento e as minhas felicitações por esta página.
Muito obrigado.
Caro Alexandre
EliminarMuito e muito obrigado por este seu comentário. E felicito-o por ser um dos descendentes do valoroso Serpa Pinto.
Saudações bedéfilas.
Luiz Beira