Mas acontece que, mais raramente, o "feitiço se vira contra o feiticeiro" e o desenhista (ele em si mesmo) se torna figura central de um álbum. É o desenhista desenhado. Neste aspecto, dois casos são notórios:
LES AVENTURES D'HERGÉ, sob edição Dargaud. Tem argumento de Bocquet e Fromental e grafismo de Stanislas Barthélemy. Aqui, Hergé é ele próprio, mas também é Tintin. Com uma certa ironia, este álbum narra a vida de Hergé e, em síntese justaposta, os temas das principais aventuras de Tintin, protagonizadas pelo autor. Um álbum conseguido nas suas intenções e de aconselhável leitura. Com outro formato (mais pequeno), esta obra foi publicada em português numa co-edição da Mais BD e da Devir. De qualquer modo, são as aventuras de Hergé-Tintin e de Tintin-Hergé.
GRINGOS LOCOS, sob edição Dupuis. Tem argumento de Yann e traço de Olivier Schwartz. Com muita paródia e muito ficcionada, a narrativa baseia-se nas peripécias que três grandes amigos e colegas, os desenhistas Jijë (Joseph Gillain), Morris (Maurice de Bévère) e André Franquin, viveram pelos finais dos anos 40 em terras mexicanas. Foram para a América em busca de sonhos, glorias e Hollywood, mas os ventos não sopraram de feição, tudo resultando numa delirante epopeia.
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