José de Alencar (1829-1877) |
Segundo certos registos biográficos a seu respeito, foi político, advogado, orador, jornalista, cronista, polemista, dramaturgo e romancista. Enfim, uma vida bem vivida e bem agitada!
Controverso pelo mundo brasileiro, pelo nosso Portugal importa muito mais a sua obra literária na vertente do romance, onde ele sempre nos encanta.
Por esta via, escreveu obras de belo registo histórico que nos emocionam. Títulos bem famosos: a impecável trilogia “índia”, com “Iracema”, “O Guarani” e “Ubirajara”; e depois, nos principais, “O Tronco do Ipê”, “Til”, “O Gaúcho”, “O Sertanejo”, “Senhora” e por aí adiante...
Dos seus vinte romances, há alguns que se destacam com alta força, como “O Guarani” (com altíssima posição), que foi adaptado à Ópera com a esmagadora beleza da partitura de Carlos Gomes, ao Cinema (com várias versões, nem sempre conseguidas) e ao notável seriado-TV (em 1991), cuja versão foi transmitida em tempos pela nossa RTP 1, onde se destacam as brilhantes interpretações de Leonardo Brício (Peri, o Guarani) e Angélica Ksyvickis (Cecília). Já a versão de Cinema com Márcio Garcia, foi um tremendo “flop”!
Pela Ópera, as melhores versões (existentes em CD), são as interpretadas por Nilza de Castro Tank (Cecília) e Maurício Patassini (Péri), com edição Chantecler; e, por Dalka Oliveira e Assis Pacheco, com edição da Secretaria de Estado da Cultura do Brasil.
Pois pela Banda Desenhada, José de Alencar jamais esteve esquecido, antes pelo contrário. Focamos, a seguir, apenas alguns exemplos.
A primeira adaptação conhecida foi "O Guarany", por Francisco Acquarone, publicada em 1937 no jornal brasileiro "Correio Universal", uma peça histórica recentemente reeditada pelas Edições do Senado Federal (Brasil).
O nosso José Ruy desenhou admiravelmente “Ubirajara” - a partir de uma adaptação de Maria Fernanda Pinto ao texto de José de Alencar - que foi publicado a cores no “Cavaleiro Andante”...
A primeira adaptação conhecida foi "O Guarany", por Francisco Acquarone, publicada em 1937 no jornal brasileiro "Correio Universal", uma peça histórica recentemente reeditada pelas Edições do Senado Federal (Brasil).
Capa e tiras de "O Guarany", por Francisco Acquarone, Edições do Senado Federal, volume 235 (2017) |
in "Cavaleiro Andante" #210 a #229 (1956)
"Ubirajara" por Maria Fernanda Pinto (adaptação) e José Ruy (desenhos),
in "Antologia da BD Portuguesa" #1 (Edições Futura, 1982)
Mas o mesmo romance, “Ubirajara”, também foi adaptado pelo haitiano André Le Blanc, que viveu vários anos no Brasil, trabalhando para a editora EBAL, sobretudo para a colecção “Edição Maravilhosa”.
in "Edição Maravilhosa - Clássicos Ilustrados" #57 (Outubro de 1952)
Para esta linha, André Le Blanc, também desenhou “O Guarani”...
"O Guarani" por André le Blanc (adaptação e desenhos),
in "Edição Maravilhosa - Clássicos Ilustrados" #24 (2.ª edição, Fevereiro de 1954)
"Iracema" por André le Blanc (adaptação e desenhos),
in "Edição Maravilhosa - Clássicos Ilustrados" #31 (Janeiro de 1951)
...“O Tronco do Ipê”, etc.
"O Tronco do Ipê" por André le Blanc (adaptação e desenhos),
in "Edição Maravilhosa - Clássicos Ilustrados" #46 (Março de 1952)
O nosso Jayme Cortez também adaptou "O Tronco do Ipê", em formato de tiras, para o jornal brasileiro "Diário da Noite" mas de tal exemplo por ora não temos imagens.
Mas outros notáveis do traço brasileiro por aqui se apostaram, como José A. Rossin, com “Til”...
...e José Geraldo com “O Sertanejo”...
...“O Gaúcho”...
...e "Senhora", por exemplo.
E mais: “O Guarani”, teve, entre outras adaptações (agora mais recentes) as de Juliano Oliveira e Rosana Rio, que adaptaram a ópera de António Carlos Gomes e António Scalvini, baseada na obra original de José de Alencar...
"Til" por José A. Rossin (adaptação e desenhos) e capa de Gutemberg Monteiro,
in "Álbum Gigante" #7 (Julho de 1955)
"O Sertanejo" por José Geraldo (adaptação e desenhos),
in "Edição Maravilhosa - Extra" #95 (Novembro de 1954)
Capa de Antonio Euzébio
Capa de Antonio Euzébio
"O Gaúcho" por José Geraldo (adaptação e desenhos),
in "Edição Maravilhosa - Extra" #83 (Março de 1954)
Capa de Antonio Euzébio
Capa de Antonio Euzébio
"Senhora", por José Geraldo (adaptação e desenhos).
in "Edição Maravilhosa - Extra" #120 (Março de 1956)
Capa de Antonio Euzébio
E mais: “O Guarani”, teve, entre outras adaptações (agora mais recentes) as de Juliano Oliveira e Rosana Rio, que adaptaram a ópera de António Carlos Gomes e António Scalvini, baseada na obra original de José de Alencar...
"O Guarani" por Rosana Rio (adaptação) e Juliano Oliveira (desenhos),
Colecção Ópera em Quadrinhos, Edição Scipione (2012)
Colecção Ópera em Quadrinhos, Edição Scipione (2012)
"O Guarani" por Ivan Jaf (adaptação) e Luiz Gê (desenhos),
Colecção "Clássicos Brasileiros em HQ" - Ática Editora (2009)
Colecção "Clássicos Brasileiros em HQ" - Ática Editora (2009)
"O Guarani", numa aventura de Zé Carioca, por Ivan Saidenberg (argumento)
e Moacir Rodrigues Soares (desenhos) (Estúdios Disney, 1984) |
A finalizar, dois pensamentos de Alencar:
“O amor sem esperança não tem outro refúgio senão a morte”.
“Só a ignorância aceita e a indiferença tolera o reinado da mediocridade”.
Agradecemos o fraterno apoio prestado por Carlos Gonçalves.
Só um adendo, o Ivan Saindeberg foi o roteirista da história, os desenhos são do Moacir Rodrigues Soares, eis o link do Inducks
ResponderEliminarhttps://coa.inducks.org/s.php?c=B+840060
Caro "Quiof",
EliminarMuitíssimo grato pelo seu esclarecimento.
Pode verificar que já alterámos essa informação no texto.
Mais uma vez obrigado pela colaboração.
Saudações bedéfilas
Carlos Rico
De nada, linkei o seu link numa postagem que fiz sobre O Guarani e Sepé Tiajaru
Eliminarhttp://quadripop.blogspot.com/2017/06/o-guarani-e-sepe-em-quadrinhos.html
Obrigado outra vez :)
EliminarAbraço
Carlos Rico