LE SUPPLICIÉ - Edição Soleil. Autores: argumento de Sylvain Cordurié, traço de Stéphane Bervas e cores de Guillaume Lopez.
“Le Supplicié” é o sexto tomo da série “Oracle”.
Esta bela colecção-BD continua a fazer-nos viajar pela extensa e maravilhosa Mitologia Grega, se bem que com certas e convenientes variantes.
Em “Le Supplicié” (O Supliciado) conta-se a lenda de Sísifo, o astuto mortal mais odiado pelos deuses do Olimpo. Foi condenado por Zeus a empurrar um pesado rochedo pela encosta acima de uma colina um tanto íngreme e áspera, mas quando quase atingia o cume, o rochedo vinha por aí abaixo e o suplício recomeçava.
O Oráculo relata a Homero (então ainda jovem) a história de Sísifo, que arranja artimanhas e determinadas alianças para combater Zeus e outros deuses aliados...
Muito interessante toda a arte gráfica deste álbum.
PATAGÓNIA - Edição Polvo. Argumento de Mauro Boselli e grafismo de Pasquale Frisenda, e ainda, um prefácio de José Carlos Francisco.
Este álbum é uma deslumbrante surpresa: da interminável série “Tex”, se não é o melhor episódio (bem longo) de todas as narrativas de Tex Willer, anda bem perto disso. Claro que o argumento tem as suas fantasias, “quase anedóticas”, como por exemplo: Tex Willer e seu filho Kit, trocam as pradarias do Far West norte-americano pelas pampas argentinas, onde está em curso uma complicada guerra, na qual não faltam barbaridades e mortes atrás de mortes...
Mas o que há em nobre força neste álbum é o magnífico e espectacular grafismo a preto-e-branco de Pasquale Frisenda, talvez o mais belo grafismo que até hoje encontrámos em relação a Tex. Com um senão: Kit está tão subitamente adulto que, por vezes, mais parece o irmão gémeo e não o filho de Tex...
De resto, aplausos plenos a Frisenda!
HYVER (1709) / 1 - Edição Glénat. Argumento de Nathalie Sergeef e Philippe Xavier, traço de Philippe Xavier e cores de Jean-Jacques Chagnaud.
É uma dramática e extraordinária aposta pela BD de uma situação trágica sofrida pelo povo francês, por esse ano de 1709, no reinado de Louis XIV.
Pior do que a quase interminável guerra em vigência, é o flagelo que castiga a França, um inverno cruel e sem contemplações: o frio, o gelo, a fome, as mortes, a decadência... O inverno é implacável e não escolhe quem vai justiciar!
Nesta breve série que terminará no segundo tomo, o aventureiro Loys Rohan, vai proceder, de certo modo, como um “bom samaritano” e tentar que um carregamento de trigo seja entregue incólume às necessidades urgentes do Reino de França...
MISSION ANTARCTIQUE - Edição Casterman. Argumento de Chistophe Alvès e grafismo de François Corteggiani. É o 26.º álbum da série “Lefranc”, criada por Jacques Martin, da qual ele só desenhou os três primeiros tomos, mantendo-se porém, por largo tempo, como argumentista.
A série”Lefranc” nunca teve o devido impacto popular pelos nossos bedéfilos, sempre só atentos à de “Alix”...
Entre altos e baixos, este é um dos mais conseguidos tomos em relação aos mais recentes. Estará este novo fôlego na consequência perita do argumento de Alvès e da bela arte de Corteggiani? Talvez...
O certo é que “Mission Antarctique” entusiasma bem o leitor. E a velha e lendária ideia, mistificada, de que no subsolo da Antártida existe uma base de extraterrestres, aqui tal “maluqueira” por comprovar, é uma sinistra base de hitlerianos que têm o seu temível “disco voador”!... E, se for assim... Uma hipótese a provocar acesos debates entre os entusiastas do tema.
De resto, por aqui reaparecem, o “eterno” inimigo de Lefranc, que é o famoso e tão desleal Alex Borg (agora sem barba e de visual um tanto cativante) e o adolescente protegido de Lefranc, o Jeanjean.
Porém, será que Lefranc, enquanto sofria as “passinhas do Algarve” na Antártida, só por lá viu, só e apenas...pinguins, como ironicamente afirma na última vinheta?!...
LB