Vassalo de Miranda |
António Manuel Constantino Vassalo de Miranda, nasceu em Vila Franca de Xira a 21 de Novembro de 1941, residindo actualmente no Cacém.
É mais popularmente conhecido pelos seus dois últimos apelidos, mas às vezes assina como A. Vassalo.
Ilustrador, pintor e banda desenhista, é muito ligado à História em geral e mais intensamente à do nosso Portugal que tanto ama e venera.
Infelizmente, devido a frequentes problemas com a visão, já por várias vezes foi forçado a parar de fazer Banda Desenhada.
Foi homenageado ao vivo no salão Sobreda BD 2001.
Foi dos primeiros comandos de Portugal e, precisamente como militar, esteve na Guiné (Bissau) e em Angola. Como civil, viveu algum tempo em Moçambique, na Rodésia (hoje Zimbábuè) e na República Sul-Africana.
Iniciou-se a sério na Banda Desenhada quando estava na Guiné. Aí, uma aventura completa, mas ainda a lápis, foi-lhe misteriosamente sonegada.
"Bayéte" - Cadernos Sobreda BD (n.º 10) |
Já definitivamente em Portugal, colaborou para "Jornal do Exército", "O Retornado", "Mundo de Aventuras", "Almada-BD Fanzine", "Shock Fanzine", "Cadernos Sobreda-BD" e "Alentejo Popular".
Por diversas editoras, estão publicados (alguns esgotados) os seguintes álbuns: "Mamassumá, Comandos ao Ataque", "Operação Gata Brava", "Operação Trovão", "Bayete!", "O Sacrifício", "Do Índico ao Niassa", "A Epopeia da LDM 302" e "Operação Mar Verde". E ainda, um álbum especial e de luxo, "A Fragata D. Fernando II e Glória".
A aguardar edições em álbum, estão louváveis criações suas, como "O Cabo das Tormentas", "Corrida de Loucos" e "O Traidor".
Pela sua arte em estilo próprio e pela sua sempre transparente frontalidade, Vassalo de Miranda, merece bem mais apoios editoriais. Para já, a entrevista que se segue:
Pela sua arte em estilo próprio e pela sua sempre transparente frontalidade, Vassalo de Miranda, merece bem mais apoios editoriais. Para já, a entrevista que se segue:
BDBD - Como foste seduzido pela Banda Desenhada?
Vassalo de Miranda (V.M.) - Desde tempos imemoriais que fui acompanhando com todo o entusiasmo as publicações da época.
BDBD - E daí também, a tua ideia de começares a criar BD?
V.M. - Sim, sim... Lembro-me do primeiro ensaio que fiz... deveria ter os meus dez anos de idade. Mas a primeira BD que na verdade elaborei, foi quando estava com a farda às costas. Era um tema passado no Vietname. Estranhamente, essa "relíquia", desapareceu-me!...
BDBD - Incides quase sempre em temas militares. Porquê?
V.M. - Tive uma mãe que me incutiu muito a História de Portugal. Depois, as revistas de BD que lia, publicavam muitos temas históricos. Também há filmes que me marcaram, como "José do Telhado" e "Chaimite"... Além disso, gosto muito do mato e da sua liberdade, e os livros de Henrique Galvão também tiveram influência em mim. Tudo isto me marcou e me empurrou para a BD. Os frequentes aspectos militares que abordo, são consequência natural da História e das paisagens.
BDBD - Mas o mar também te seduz, não é verdade?
V.M. - Sempre gostei do mar, sempre. Tenho muito respeito pelo mar e adoro andar de barco. O mar é sempre um fascínio fora de série. Aliás, a invenção do "navio", é uma das coisas mais perfeitas que o homem criou.
BDBD - Porque não fazes BD humorística?
V.M. - Até já a tentei fazer, com figuras que criei. Nunca me apareceu foi um guião onde pudesse enfiar tais personagens que estão criadas. Talvez um dia...Prancha 32 de "Do Índico ao Niassa" |
Prancha 1 de "A Epopeia do Posto Laramie" (publicada no "Mundo de Aventuras") |
Mais um autor de Bd portuguesa com um traço bastante apurado que eu desconhecia completamente. É uma pena que todos estes autores sejam esquecidos por falta de uma maior tradição de Bd no nosso país.
ResponderEliminarDe qualquer forma, excelente entrevista (gostaria que fosse mais extensa, mas tenho a certeza ter sido do tamanho possivel).
Ps - Curioso o autor referir no fim a falta de um argumento para construir uma Bd cómica. Talvez o que falámos num comentário anterior tenha um pouco de verdade. Não tivemos falta de grandes desenhadores (todas estas entrevistas provam que os temos), talvez nos tivesse faltado antes grandes argumentistas.
Caro Luís Sanches:
EliminarFelizmente, não faltam entre nós, grandes e bons desenhistas de várias gerações. O mal está de facto, na escassez de argumentistas (pois nem todos assumem os dois papéis) e no apoio muitíssimo curto das editoras-BD.
Um abraço
Luiz Beira
Boa (mas muito curta) entrevista!
ResponderEliminarPortugal tem muitos autores de BD que mereciam ter mais reconhecimento. Vassalo Miranda é um deles e infelizmente muitas das suas obras, que abordam acontecimentos importantes da nossa história, estão esgotados.
Mas eu já estou à espera que a Caminhos Romanos me mande o Operação Mar Verde. Este já não escapa!
Caro André Azevedo
EliminarGrato pela sua opinião.
As entrevistas têm o tamanho segundo as diversas circunstâncias em que são efectuadas. Umas serão maiores que outras, depende...
E, às vezes, nas curtas, relata-se o que é deveras essencial.
Um abraço
Luiz Beira
com a sua entrevista, o que aproveito para lhe endereçar os parabéns, fiquei a saber que o Vassalo de Miranda,permita-me o tratamento mais íntimo, reside aqui no Cacém, mesmo junto a mim, que resido em Massamá. Sendo uma grande admirador da sua obra e das temáticas que valoriza, gostava muito de o conhecer pessoalmente, também porque ambos fomos Comandos apesar de gerações diferentes. Assim gostava de lhe perguntar se é possível, com a devida autorização do próprio, arranjar-me um contacto para lhe poder falar. Ou então eu fornecer o meu contacto, se ele assim preferir, e entrar em contacto comigo. Sem outro assunto, os meus agradecimentos. Ps. Peço desculpa por utilizar esse meio para lhe solicitar esse pedido.
ResponderEliminarCaro Amigo
EliminarA sua mensagem-pedido para entrar em contacto com o Vassalo de Miranda, foi-lhe enviada na íntegra. Aguardamos a resposta do mesmo...
Um abraço
Luiz Beira
Muito obrigado. Fico então à espera. Um grande abraço.
ResponderEliminarCaro Letré.
EliminarContactámos com o Vassalo de Miranda que, amávelmente, nos cedeu o seu contacto para divulgarmos aqui: 960186181.
Um abraço (e boa conversa).
Luiz Beira
Muito obrigado fico-lhe muito agradecido pela sua disponibilidade e pelo seu gesto. Um grande abraço.
ResponderEliminarAndei anos à tua procura.
ResponderEliminarTive uma perda irreparável. Na viagem de Bissau para Lisboa, no Niassa, em 65, ofereceste-me um desenho. As voltas que a vida deu, as terras por que passei, fizeram que perdesse aquela peça.
Agora encontrei-te. Não descanso enquanto não te der um abraço.
Gonçalo Inocentes