terça-feira, 14 de janeiro de 2014

2014: O CENTENÁRIO DE JIJÉ

Jijé (1914-1980)
Admirável, genial, humilde e mestre, ele foi o grande Jijé, ou seja, Joseph Gillain. Nasceu a 13 de Janeiro de 1914 e morreu a 20 de Junho de 1980, com a cidadania belga, mas a sua arte é tão diversa e imensa e incontestavelmente admirada para além das fronteiras do seu pequeno (geograficamente) país, que ele é hoje um pilar indestrutível da Banda Desenhada mundial e, mais especificamente, da Europa.
Pois a 13 de Janeiro deste novel ano em que estamos, marcou-se oficialmente o primeiro centenário do seu nascimento, efeméride que indica bem que o 2014 será o "ano Jijé". Todos, mas mesmo todos os bedéfilos (argumentistas, desenhistas, editores e leitores em geral, não importa de que geração) lhe devem uma comemoração ao longo do ano, com a devida e sincera admiração e agradecimento pelo seu talento e obra. Só uma "sabichonice canastrona" poderá pensar o contrário!...
Jijé não foi, mas é está, pois a sua indestrutível obra tal o afirma e confirma. E, como alguém citou, "não há presente nem futuro, mas sim e sempre, um passado que continua".
Jijé foi mestre e amigo de colegas seus que se tornaram também famosos e grandes na BD, como Morris, Eddy Paape e André Franquin, abençoados "aprendizes" que bem souberam entender as fraternas e sábias indicações do mestre.
A obra de Jijé foi parcialmente publicada em Portugal em revistas como o "Cavaleiro Andante", "Mundo de Aventuras", "Tintin", entre outras. 
Em algumas incursões pelo humor, marcou-se divertidamente com a série "Blondin et Cirage" e em paródias breves que fez da sua série "Jerry Spring".
Elaborou alguns álbuns das séries "Tanguy et Laverdure", "Jean Valhardi" e "Barbe-Rouge". 
 

Adaptou à BD as biografias de Don Bosco, Baden-Powell, Jesus Cristo (Emmanuel), Charles de Foucauld, Bernardette Soubirous e Cristóvão Colombo. 


Ilustrou uma versão do clássico da Literatura, "O Conde de Monte-Cristo". 
Na versão "álbum único", salienta-se "El Senserico" e "Blanc Casque".

Porém, a sua grande e mais famosa glória, a "cereja no topo do bolo", recai na série "Jerry Spring", com 22 álbuns. Mas este último, já teve argumento de Festin e grafismo de Franz.
Nos 21 álbuns precedentes, sempre com o seu deslumbrante traço, Jijë foi algumas vezes argumentista de si próprio, mas também ilustrou argumentos de Maurice Rosy, René Goscinny, Jean Acquaviva, Daniel Dubois, Jacques Lob e de seu filho, Philip Gillain.
As Éditions Dupuis, mais ou menos recentemente, editaram cinco tomos integrais de "Jerry Spring", notavelmente a preto-e-branco. Uma preciosidade para os bedéfilos coleccionadores!...
É de toda a justiça (cultural, pelo menos) que, também em Portugal, se comemore devidamente o primeiro centenário do nascimento de Jijé. 


"Tanguy e Laverdure" com desenho de Jijé
"Jerry Spring" no n.º 212 da revista "Cavaleiro Andante"
"Baden Powell" no "Cavaleiro Andante" n.º 280
Série "Vallardi", no "Cavaleiro Andante" n.º 516
Prancha de "La Fille du Canyon"
"Charles de Foucauld" por Jijé

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