![]() |
Fred (1931-2013) |
Foi premiado em duas edições do Festival da Amadora (em 95 e 97). Apenas alguns exemplos da sua deliciosa obra foram publicados em Portugal, como "História do corvo de ténis", "A história do contador eléctrico", "O Diário de Jules Renard Lido por Fred" e "Philemon e o náufrago do A".
Francês, se bem que de origem grega, Fred, de seu nome real Frédéric Othon Théodore Aristides, nasceu em Paris a 5 de Março de 1931, onde faleceu a 2 de Abril deste ano. Em 1917, sua avó e filhos, para fugirem à Grande Guerra, escaparam-se da Grécia para França, numa viagem angustiante e não livre de valentes sustos...
Em criança, na sua ânsia de querer saber sempre mais, foi lendo obras famosas ("As Mil e Uma Noites", "Robinson Crusoé", "Jack, o Estripador", etc) e autores também bem famosos, como Oscar Wilde e Edgar Allan Poe.
Descobre a Banda Desenhada através da revista "Le Journal de Mickey". No entanto, a sua verdadeira descoberta e encontro com a 9.ª Arte, aparece com Mandrake e Popeye, na publicação "Robinson" e ao deparar também com as famosas "gravuras de Epinal". E desata a desenhar nas margens dos seus cadernos. Desenha febrilmente onde quer que haja espaço no seu material escolar. Em 1946, com quinze anos, estreia-se com desenhos humorísticos na publicação "OK".
![]() |
Imagens de Epinal |
Por essa época, surge a sua primeira banda desenhada, "Les Joies de l'Alpinisme".
E vai colaborando para outros periódicos, mais ou menos notáveis, como "Quartier Latin", "Baladin de Paris", "Ici Paris", "Paris Match", "Paris-Presse", "Le Hérisson", "France-Soir", "Punch", chegando o seu grande salto para a revista "Hara-Kiri", em 1960, publicação de alta e corajosa paródia, ousada e irreverente.
Em 1966, para mágoa geral, a revista "Hara-Kiri" deixa de se publicar. Fred tenta a "Spirou", que o recusa. Mas logo a seguir, o saudoso René Goscinny, aceita-o para a revista "Pilote". E é aqui, na narrativa "Le Mystère de la Clairière aux Trois Hiboux", que entra em cena o herói Philémon, personagem que deu origem a uma popular série (com histórias longas e curtas, com quinze álbuns e três "integrais"), que se marcou como o seu sedutor cartão de visita.
A maioria dos autores de BD (mesmo em Portugal) tem uma ou duas séries-heróis que são o "carimbo de honra" nas respectivas bibliografias. Com Fred, é sem dúvida, Philémon. Tal como Tintin por Hergé, Cisco Kid por José Luis Salinas, Bernard Prince e Jeremiah por Hermann, Tomahwak Tom por Vítor Péon, Corto Maltese por Hugo Pratt, Príncipe Valente por Hal Foster, Luc Orient por Eddy Paape, etc.
![]() |
Prancha de "Le Secret de Félicien" (Philémon/13) |
Porém, há sempre outras valorosas criações desses todos autores-BD que funcionam, admitamos o termo, como "maravilhosos satélites". Neste aspecto, na longa obra de Fred, há que contar e conhecer, por exemplo, com "Timoléon", "Ça Va Ça Vient", "Le Manu Manu", "Hum!", "Le Fond de l'Air Frais", "Y a Plus de Saison", "La Magique Laterne Magique" e "Fredissimo".
A terminar, indicamos ainda que, Fred, recebeu diversos e honrosos prémios e, em 1992, foi agraciado com a condecoração de "Chevalier des Arts et Lettres".
Sem comentários:
Enviar um comentário