quinta-feira, 7 de junho de 2018

VIVA BEJA BD / 2018!

De edição para edição, ano após ano, o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, sobe mais um glorioso degrau.
E isso se confirma nesta 14.ª edição, inaugurada na noite de 25 de Maio (sexta-feira) e que irá encerrar no próximo 10 de Junho.
O sempre fortemente empenhado Paulo Monteiro e a sua restrita mas valorosa equipa, foram impecáveis na preparação, na mostra ao público e num tocante anfitrionismo. São, pois, dignos de vibrantes felicitações.
Para a exposição propriamente dita, estavam representados seis territórios, a saber: Portugal, Brasil, Itália, País Basco (Espanha), França e Suécia, todos com alguns desenhistas presentes.
Na sexta-feira, dia 25, pelas 22 horas, o Festival foi oficialmente inaugurado por Paulo Jorge Lúcio Arsénio, Presidente da Câmara Municipal de Beja. Seguiu-se toda a programação indicada, até às 4 horas da madrugada.
No sábado, dia 26, tudo se iniciou pelas 10 horas, também até às 4 horas do já domingo. Neste dia, o fecho foi às 20 horas.
Como é tradicional nesta festa-BD de Beja, a programação de luxo assentou nos três dias/noites versando a dita inauguração. Muito concorrida, também, era a feira de álbuns de Banda Desenhada. À parte a expo e a feira, eram constantes os momentos, sem paragens mortas, de sessões, de entrevistas, apresentação de livros, autógrafos, cinema, música, etc.
Destaques:
- A evocação de Artur Correia, por António Gomes de Almeida, Pedro Mota e Artur José Correia.
- A evocação de Jayme Cortez, por Fábio Moraes e José Ruy.
- A doação para o futuro Museu de Banda Desenhada de Beja, de originais de Eduardo Teixeira Coelho, por Fábio Moraes, e de Fernando Relvas, por Nina Govedarica.
- Os espaços de exposição de Jayme Cortez, de José Ruy (sobre os animais do Zoo de Lisboa), dos italianos Manuele Fior e Rossano Rossi, do francês Pierre-Henry Gomont, do sueco Max Andersson, das vinhetas do País Basco (com a presença de vários e animados desenhistas), dos brasileiros Fábio Celoni, Tainan Rocha e Wagner Wilian e ainda, a BD em azulejos de Luís Cruz Guerreiro.
- Outro Luís Guerreiro (sem Cruz pelo meio), recebeu o Prémio Geraldes Lino.
Muitas e gratas presenças aqui acorreram como Maria Belmira Correia e Nina Govedarica, respectivas viúvas de Artur Correia e de Fernando Relvas, e, na multidão que englobava desenhistas, argumentistas, editores, críticos,
bloguistas, etc., salientamos entre tantos: Maria José Pereira, João Lameiras, Rui Brito, José Carlos Francisco, José de Freitas, Júlio Moreira, Arlindo Fagundes, Hugo Teixeira, Álvaro, Lança Guerreiro, Baptista Mendes, António Gomes de Almeida, Artur José Correia (filho de Artur Correia), Carlos Gonçalves, Pedro Mota, Cristina Gouveia, Carlos Moreno, Mosi, Jorge Deodato, Miguel Peres, Nuno Neves, etc, etc.
Por motivos de saúde não puderam estar presentes Geraldes Lino e Jorge Machado Dias. Nós (Luiz Beira) representámos o BDBD.
Foram três belos dias, emotivos também, os desta festa da 9.ª Arte.
E quem a não viu, até ao dia 10 de Junho ainda está bem a tempo de ir admirar estas belas exposições, tanto mais que Beja... é já ali!
Parabéns Beja! Parabéns Paulo Monteiro!
No ar já andam ideias para o Festival em 2019. Ainda bem!...
LB
A animada e procurada feira de álbuns de banda desenhada
Aspecto focando "Tex" pelo italiano Rossano Rossi
Panorama parcial de um dos espaços da exposição
Pormenor do espaço "José Ruy" versando os animais do Zoo de Lisboa
Artur José Correia, Pedro Mota e António Gomes de Almeida na evocação de Artur Correia
Carlos Gonçalves, José Ruy e Fábio Moraes, apanhados para a reportagem
Nina Govedarica e Arlindo Fagundes em amena cavaqueira.
Luiz Beira, José Ruy e Baptista Mendes

segunda-feira, 4 de junho de 2018

NOVIDADES EDITORIAIS (148)

CARAVAGGIO - Edição La Gazzetta Dello Sport, com a colaboração de Corriere Della Sera e Panini Comics. Autor: Milo Manara.
Esta obra do “terrível” Milo Manara já tem, há algum tempo, uma apagada edição em português...
“Cravaggio, la Tavolezza e la Spada” é a primeira parte versando a vida de excessos, angústias, paixões e arte de Michellangelo Marisi da Caravaggio, uma das magistrais figuras da Pintura italiana.
Ninguém melhor que Milo Manara poderia agarrar este trabalho, tão encantador como deslumbrante. É uma edição muito bem cuidada, tendo no final algumas belas pinturas do próprio Manara, no melhor estilo de Caravaggio. Uma edição exemplar!
Ficamos à espera da continuação, ou seja, do segundo tomo...
Registamos já o nosso sincero agradecimento à nossa amiga Mary Bartolo Andreoti, de origem maltesa mas italiana por casamento, que é nossa correspondente do BDBD em Itália. Grazie mille, Mary!


CALDAS DA RAINHA EM BD - Edição: Âncora. Autor: José Ruy.
“Nascida das Águas e o 16 de Março de 1974” é a reedição da história da cidade das Caldas da Rainha (“Nascida das Águas”), agora com um devido acréscimo de mais dez pranchas, relatando o autor a intentona (que não triunfou e que apenas “adiou” por pouco tempo) militar contra a ditadura portuguesa e insuportável, a 16 de Março de 1974... Mas a 25 de Abril o gesto militar triunfou. Já era tempo de acontecer tal alegria aos Portugueses!
Obrigado, amigo José Ruy, por este registo histórico através da sua arte!


O ESPIÃO ACÁCIO - Edição Mundo Fantasma. Autor: Fernando Relvas (1954-2017). Este autor, tão admirado e com notável obra, faleceu antes do tempo, desafiando as “naturais regras cósmicas”... Terá sido ele próprio a “precipitar” esse seu fim, pois gostava de viver sem regras nem grilhetas. Viveu alguns anos na Croácia, onde casou. Sua viúva, Nina Govedarica, reside em Portugal e fala o nosso idioma quase sem sotaque.
Mas vamos lá a esta aplaudível obra, que foi lançada no Festival-BD de Beja-2018: o álbum “O Espião Acácio”, que compila (e muito bem) os episódios deste delicioso personagem, que Relvas em boa hora inventou. Esses episódios saíram na então edição portuguesa da revista “Tintin”. Agora, estão reunidos em álbum. Até que enfim!...


ZODIAKO - Edição Opera Graphiica Editora, com a bem atenta coordenação de Fábio Moraes. Autor: Jayme Cortez (1926-1987).
É muito difícil falar-se deste tremendamente belo álbum, “ZODIAKO Premium”, de tal modo se fica cilindrado e maravilhado ante a leitura consciente e atenta, perante esta espantosamente bela edição!...
Sem palavras ante este terrível encanto! - é mesmo o que, em plenitude sincera, se pode aqui confessar.
Amigo e “cúmplice” de outro grande mestre da 9.ª Arte portuguesa - Eduardo Teixeira Coelho -, por cá teve algumas “coisas” editadas mas, entretanto, em 1947, buscou novos rumos no belo, imenso e sedutor Brasil (onde terá também convivido com o nosso “Tio Tónio”...). Por essas distantes terras, aí se fez e aí foi evoluindo, revolucionando e apostando em invejáveis inovações. Foi, com toda a dignidade, premiado não só no seu adoptado Brasil como em Itália (no exigente Festival de Lucca), por exemplo. Em Portugal... nada!
Portugal que, apesar do 25 de Abril de 1974, continua a chafurdar em tonterias do “sebastianismo”, mais concretamente nas tibiezas do cardeal-rei Dom Henrique I e nas servis traições a Castela (vulgo Espanha) de Cristóvão de Moura e Miguel de Vasconcelos... Adiante!...
Jayme Cortez foi, e é, enorme na Banda Desenhada. No “seu” Brasil, onde criou, evoluiu e foi respeitável mestre. Deve-se a ele, a primeira exposição de Banda Desenhada no mundo, em 1951. Glória cultural imensa que Portugal desconhece, pois tal não dá votos aos imbecis carneiros dos nossos Partidos que só arrotam promessas nas campanhas eleitorais e o resto... ou é demência ou impotência!... Ora pois: se deixámos morrer Camões ou Bocage na mais repulsiva miséria, o que é que se espera agora?...
Na “outra sentida Pátria” de Jayme Cortez, ele criou obra invejável, da qual, alguma coisa (num estilo de incómodos espirros ocasionais) lá se editou efemeramente por terras nossas...
Em “Beja-BD/2018”,  graças a encontro com o amigão Fábio Moraes, assim nos deparámos com uma das mais importantes e ferventes obras do nosso Portugal e do nosso, em simbiose, Brasil...
Obrigado Jayme Cortez! Obrigado Brasil! Obrigado Fábio Moraes!
LB

segunda-feira, 28 de maio de 2018

HERÓIS INESQUECÍVEIS (56) - POM E TEDDY

O autor, o saudoso François Craenhals (1926-2004), tinha esta série, da qual era argumentista e desenhista, como uma das suas favoritas.
Teve a sua estreia a 4 de Março de 1953 na edição belga da revista “Tintin”.
A Banda Desenhada poucas vezes (que estranho!) tem abordado aventuras no mundo circense... Nesses poucos exemplos, salientamos: “Tommy, o Rapaz do Circo” pelo norte-americano John Lehti (1912-1991), “Titã” pelo português Vítor Péon (1923-1991) e a curta “Glock, o Rei do Circo” pelo francês Jean Graton (publicada na revista “Cavaleiro Andante” #188). É, porém, a série do belga Craenhals a mais famosa e popular, bem elaborada em todos os sentidos, que cedo galvanizou os leitores, com a sua acção realista, com algum humor a dar mais entusiasmo às aventuras, sempre plenas de humanismo.
François Craenhals (1926-2004)
Esta série teve várias reedições por diferentes editoras francófonas e, apanhando curtas e outras longas, conta com mais de uma dezena de álbuns. Apenas dois episódios, “Alerte à Hollywood” e “Plein Feu Sur Teddy”, tiveram, excepcionalmente, outro argumentista, o jornalista e romancista André Fernez.
Nenhum álbum foi até agora editado em Portugal (!!!...), mas por cá se publicaram algumas aventuras nas revistas “Cavaleiro Andante”, “Zorro”, “Tintin” (edição portuguesa), “Mundo de Aventuras” e “Selecções Tintin”.
"O Talismã Negro", in "Cavaleiro Andante" #250 (1955)
"O Segredo do Balibach", in "Cavaleiro Andante" # 348 (1956)
Prancha de "Alarme em Hollywood", in "Cavaleiro Andante" #490 (1959)

Pom e Teddy em "Zona Proibida", na revista "Zorro" #98 (22.08.1964)
Teddy (como Toni em Portugal), um jovem órfão, adoptou um encantador pequeno burro, Pom, seu fiel amigo e também corajoso e traquina. Ambos são aceites e protegidos no Circo Tockburger. E por aqui, vão conhecendo o mundo com peripécias exóticas e policiais.
A pouco e pouco, porém, Pom, vai-se tornando um tanto personagem secundário, pois é ultrapassado por outra artista do circo, a habilidosa Meggy (Mimi, em Portugal).
E com eles, Teddy, Pom Meggy, uma quarta figura de peso: o grande e musculado Tarass Boulba que, além de empenhado amigo, é uma espécie de “anjo da guarda” do trio, chegando a ser o principal personagem na aventura “Le Léopard des Neiges”.
Em nota final, sinalizamos que pelas edições BD Must existe uma edição, tipo ensaio, por Gilles Ratier, com o título “Un Cirque de Papier - François Craenhals / Pom et Teddy”.
Vamos ler ou reler as aventuras de “Pom e Teddy”? Por que não?
LB
Capa de "Le Cirque Tockburger", Ed. BD Must Vol. 1
Capa e prancha de "Le Talisman Noir", Ed. BD Must Vol. 3
Capa e prancha de "Zone Interdite", Ed. BD Must Vol. 5
Capa de "Le Léopard des Neiges", Ed. BD Must Vol. 7
Capa e prancha de "Ménent l'Enquête", Ed. BD Must Vol. 10

Teddy, Massi, Pom e Tarass Boulba

domingo, 20 de maio de 2018

BREVES (58)

FESTIVAL DE BEJA INAUGURA NA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA
Cartaz de Susa Monteiro
O Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja entra este ano na sua 14.ª edição, que se realizará entre os dias 25 de Maio e 10 de Junho. O primeiro fim-de-semana será o mais preenchido. A inauguração ocorrerá dia 25 de Maio, sexta-feira, às 21h00, na Casa da Cultura.
Nesse fim-de-semana estarão em Beja todos os autores representados nas exposições.
O núcleo central do Festival volta a ser a Casa da Cultura. Mas o Festival espraia-se um pouco por todo o centro histórico da cidade: Centro Unesco, Forno da Ti Bia Gadelha, Galeria da Rua dos Infantes, Museu de Sítio da Rua do Sembrano, Museu Regional de Beja e Pax Julia - Teatro Municipal.
Estarão presentes autores de Angola, Brasil, Espanha (País Basco), França, Itália, Suécia e Portugal.
Além das exposições, haverá ainda apresentação de projetos, conferências, conversas com autores, encontro de urban sketchers, exibição de documentários (sobre autores de BD), lançamento de livros e fanzines, master classesworkshops, sessões de autógrafos, sessões de prémios, venda de arte original, visitas guiadas, programação infantil, etc, etc.
E, claro, os famosos concertos desenhados (um autor de banda desenhada a desenhar a música de uma banda, ao vivo, com projeção num ecrã gigante, em tempo real). 
É importante referir que nas noites de 25 e 26 o Festival só encerra às 4h00 da manhã!
Além desta oferta haverá ainda espaço para as tasquinhas com comes e bebes e para a Tenda do Mercado do Livro, onde estarão representadas várias lojas, muitos autores e mais de 60 editores!

EXPOSIÇÕES

ANDRÉ MORGADO & ALEXANDRE LEONI – Portugal / Brasil 

AS AVENTURAS DE JERÍLIO NO SÉCULO XXV (exposição de banda desenhada sobre azulejo), de Luís Cruz Guerreiro – Portugal

CRISTINA MATOS – Portugal

JAYME CORTEZ – Portugal

JOSÉ RUY – DESENHOS DO JARDIM ZOOLÓGICO – Portugal

LUÍS GUERREIRO (Prémio Geraldes Lino) – Portugal

MANUELE FIOR – Itália

MARCO GERVASIO – Itália

MAX ANDERSSON – Suécia

MOSI – Portugal

OS REGRESSOS, de Pedro Moura e Marta Teives – Portugal

PENTÂNGULO # 1 (alunos da Ar.Co) – Portugal

PIERRE-HENRY GOMONT – França

ROMA, CAPITAL DO IMPÉRIO (exposição bibliográfica) – Vários países

ROSSANO ROSSI – Itália

TAINAN ROCHA – Brasil

THE LISBON STUDIO – Portugal

VILAS – Portugal

VINHETAS DO PAÍS BASCO – Espanha (País Basco)

WAGNER WILLIAN – Brasil

Contacto do Festival
Bedeteca de Beja - Edifício da Casa da Cultura
Rua Luís de Camões - 7800.508 Beja (Portugal)
Telef. (00351) 969660234


EM MOURA HÁ "HISTÓRIAS COM HISTÓRIA"


Inaugurou em Moura, a 18 de Maio, na Galeria do Espírito Santo, a exposição "Histórias com História". 
Trata-se de uma exposição que convida o visitante a reconhecer algumas peças do acervo do Museu Municipal de Moura representadas em pranchas de banda desenhada.
Uma maneira simples e despretensiosa de divulgar, junto do público mais jovem (mas não só), a História local e as Histórias aos Quadradinhos.
A mostra decorre até 18 de Agosto e funciona de terça a sexta-feira.



VIRIATO "INVADE" A AMADORA
"Viriato" é o tema da exposição a inaugurar no próximo dia 2 de Junho, sábado, pelas 15:30 horas, na sede do Clube Português de Banda Desenhada, na Amadora.
A mostra (uma co-produção entre a Câmara Municipal de Moura e o Gicav: Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu) é composta por cerca de duas dezenas de quadros, com trabalhos de autores como Victor Mesquita, Artur Correia, José Salomão, José Garcês, João Amaral e Eugénio Silva, entre outros.
Para ser visitada, aos sábados à tarde, na sede do CPBD (Avenida do Brasil, 52A - Falagueira, Amadora).   


BRUNO BRAZIL REGRESSA
Todos, leitores e autores, não se conformavam com o ter sido terminada a série “Bruno Brazil”, por Greg e William Vance.
Mas a pressão constante foi enfim escutada e ponderada.
Assim, segundo rumores positivos, vai surgir um novo álbum de Bruno Brazil, que deverá ser lançado no Festival de Angoulême/2019.
O desenhista será Philippe Aymond e o responsável pelo argumento será Laurent-Frédéric Bollée. Fica-se na dúvida, por enquanto, se será a aventura “La Chaîne Rouge”, que ficou incompleta, ou se será um episódio a partir do zero. Aguardemos...


ANIVERSÁRIOS EM JUNHO
Dia 03 - Roger Widenlocher (francês)
Dia 09 - André Juillard (francês) e Theo (italiano)
Dia 10 - António Carichas
Dia 11 - Isabel Lobinho
Dia 14 - Dodo Nitá (romeno), Cosey (suíço) e Luís Louro
Dia 24 - Séra (franco-cambojano) e Joan Boix (espanhol)
Dia 27 - Jean Pleyers (belga)

terça-feira, 15 de maio de 2018

NOVIDADES EDITORIAIS (147)

LA STRATÉGIE  DU CHAOS - Edição Casterman. Autores: argumento de Roger Seiter, arte de Régric e cores de Bruno Wesel, segundo Jacques Martin.
“La Stratégie du Chaos” é o 29.º tomo da série “Lefranc”.
Intrigante e perigosa aventura que sofre aqui o destemido Guy Lefranc, jornalista e detective, pelo ano de 1956. O herói é enviado para a Austrália para fazer a cobertura dos Jogos Olímpicos desse ano em Melbourne. A meteorologia está péssima por essa região, e o hidrovião onde viajam Lefranc e seu amigo Jean Duval, é forçado a fazer uma amaragem...
Surge então um enorme e estranho navio que recolhe todos os passageiros, o que complica o destino destes, sobretudo porque essa nave é comandada por um louco pronto a destruir todas as nações...
Um apaixonante episódio desta popular série.

O LEGADO DE JÚPITER - Edição G. Floy Studio. Autores: Marc Millar e Frank Quitely e cores de Peter Doherty.
As lendas, a mitologia, as ambições e a confusão sem piedade na actualidade, dominam todo este enredo.
Os sonhadores e idealistas do passado tornam-se super-heróis e procuram manter a democracia sobre os povos. Mas no futuro, os seus descendentes, cínicos e um tanto cruéis, agem de outro modo...
Uma obra de grande fôlego que nos proporciona uma bem grata leitura e nos desafia a pensar melhor em relação a este mundo cada vez mais caprichoso.

BOB MORANE, INTÉGRALE / 8 - Edição Lombard. Autores: Henri Vernes nos argumentos e William Vance na arte gráfica. Antecedendo as aventuras, um belo e informativo dossiê por Jacques Pessis.
Este volume compila cinco aventuras de Bob Morane e seu constante companheiro Bill Ballantine, a saber: “L’Oeil du Samouraï”, “Panne Sèche à Serado” (publicada como “Sem Gasolina em Serado” na edição portuguesa da revista “Tintin”), “Les Géants de Mu”, “Le Temple des Dinosaures” e “Les Sortilèges de l’Ombre Jaune” (publicada na edição portuguesa da revista “Tintin”, sob o titulo “Os Sortilégios do Sombra Amarela”).
É sempre grato descobrirmos, lermos ou relermos, estas tão movimentadas e “escaldantes” aventuras, especialmente quando narradas com a arte magnífica de William Vance, como é o caso deste 8.º integral.
Um sincero e bem sonoro “Bravo!” aos autores e às Éditions du Lombard.
LB

sábado, 12 de maio de 2018

HERÓIS INESQUECÍVEIS (55) - SECTION R (Sophie e Django)

Eis um caso especial da Banda Desenhada Europeia, que tem muita classe, arte e humanismo. Lembramos, pois, a bela e fina arte de Raymond Reding, perito na Banda Desenhada no campo do Desporto (séries “Vincent Larcher”, “Jari”, “Eric Castel”, etc).
E sendo Portugal um país tão agarrado a este aspecto, sobretudo ao futebol, bem estranho é que a BD versando o Desporto, não esteja publicada devidamente entre nós. Apenas constato tal vazio!...
Pela “prata da casa”, há apenas alguns exemplos como “Zé Miúdo” por José Garcês, “Joaquim Agostinho” por Fernando Bento, “João Davus” por Vítor Péon, Eusébio Pantera Negra por Eugénio Silva, Era uma vez um LeãoEra uma vez uma Águia e Era uma vez um Dragão, todos por Artur Correia e Manuel Dias, Os Sonhos do Maravilhas por Francisco Fernandes, Roberto Macedo Alves e Valter Sousa.... Haverá mais?!
Raymond Reding (1920-1999)
Mas um talento europeu, Raymond Reding (1920-1999), teve a mágica luz de nos conduzir para uma impecável obra na BD, por diversas modalidades. Uma sensibilidade especial e atenta nos argumentos e com uma arte correcta e afinada no seu deslumbrante traço.
Foi (e é) um gigante na BD versando o Desporto, se bem que, em aposta pessoal, se tenha dedicado mais ao futebol e ao ténis, não se ficando, porém, por aqui. Claro que o francês Jean Graton
também abordou alguns desportos, mas...
Numa onda especial de afecto e de entusiasmo (algumas vezes com argumentos de Françoise Hughes), Reding, também criou a série “Section R”. Maravilhosa, com oito álbuns editados em... francofonia.
“Section R” versa uma cativante parceria de dois jornalistas desportivos, Sophie Ravenne Django Riva, apoiados por um certo e pândego Tonton.
Há aventuras médias e algumas mais longas. Todas empolgando os bedéfilos que as podem ler em francês. Pois, pois!...
Frisa-se que o sedutor Django Riva e a “escaldante” e corajosa Sophie Ravenne, andam ansiosos para que os nossos bedéfilos leiam as suas atrevidas e, por vezes, quase rocambolescas peripécias em português. E então?!...
LB

quarta-feira, 9 de maio de 2018

EXPOSIÇÃO/HOMENAGEM A ARTUR CORREIA EM MOURA: A REPORTAGEM

Entre os dias 15 e 26 do passado mês de Abril, esteve patente em Moura uma exposição/homenagem a Artur Correia, conforme fomos noticiando aqui no BDBD.
Inserida na 38.ª edição da Feira do Livro de Moura, a exposição contou com muito material inédito, exposto pela primeira vez em público.
Tratava-se de um projecto pensado e programado para homenagear o autor ainda em vida pois que, desde 1994, quando foi "Convidado de Honra" do salão Moura BD, Artur Correia manteve uma relação de amizade e de proximidade muito grandes com aquela cidade.
Com presença e participação assíduas nos salões e nas exposições que a Câmara Municipal de Moura tem promovido regularmente, Artur Correia participou, também, no álbum colectivo "Salúquia: a lenda de Moura em banda desenhada", com uma história em cinco pranchas, e foi um elo de ligação importante para estabelecer uma parceria entre o salão Moura BD e o Cinanima (Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho), em 2011 e 2013.
Impunha-se, pois, em Moura, uma exposição individual que fizesse juz à obra imensa de Artur Correia.
As imagens que vos disponibilizamos dão apenas uma pálida ideia do que foi esta exposição, com material absolutamente fabuloso que maravilhou todo o público que a visitou.
Início da exposição com um painel biográfico e molduras com as primeiras obras publicadas de Artur Correia; na estante em primeiro plano, material relacionado com o cinema de animação (storyboard para um filme do Gil, cassetes VHS, discos dos "Meninos Rabinos" e publicações com a "Família Prudêncio" e o "Vitinho").
Nas estantes em primeiro plano, Cartões de Natal e de Aniversário, a maioria deles com uma ilustração que se desdobrava e erguia quando o cartão era aberto. Pequenas obras de arte até agora desconhecidas pelo público...
Mais cartões personalizados que Artur Correia dedicava, ciclicamente, ao filho, Artur José. Aqui, por exemplo, temos um Jogo da Glória (à esquerda, com fundo verde) onde cada casa tem uma ilustração relacionada com um episódio de vida de Artur Jr. Uma pequena maravilha que levou, certamente, horas a realizar.
Da esquerda para a direita, pranchas de "A Água que Bebemos"; capas para cadernos escolares; capa e pranchas de "O País dos Cágados" e capa e pranchas de um projecto que não avançou mais por falta de apoios: "A Alegre História de Lisboa". Na estante, publicações escolares, jogos, postais ilustrados, recortes de jornal...

Seis pranchas inéditas para "À Roda do Tacho" que ficaram "na gaveta".
Seriam posteriormente substituídas por outras com texto de António Gomes Dalmeida.
À esquerda, BD curta "A Rota" e cartunes publicados no álbum de Jorge Magalhães "Vasco Granja... uma Vida 1000 Imagens" (Ed. Asa); à direita, cartunes realizados para o Gicav, sobre personagens da História de Portugal (Viriato, Infante D. Henrique, Serpa Pinto e D. Afonso Henriques).
Projecto "Ora vamos lá a Pintar", livros de colorir para crianças, proposto ao Jardim Zoológico de Lisboa
mas nunca aprovado...
Publicação onde António Gomes de Almeida escreve sobre o amigo Artur Correia
Storyboard para um filme do Gil (Expo 98), cassete VHS com filmes de Artur Correia
e discos de vinil com músicas dos Meninos Rabinos.
Cartões de Natal e charada personalizados.
Mais cartões de Natal e de Aniversário. À direita, em baixo, cartão de Natal em formato de
pequeno livro BD, desenhado a esferográfica e colorido a lápis de cor.
Uma das peças mais interessantes desta exposição, sem dúvida.
O Jogo da Glória (de que já falámos antes) e um Cartão de Natal desdobrável fabuloso.
As viagens de Artur Jr. à China serviram, também, de tema para postais 3D. 
Um belo calendário de parede e cartões de aniversário. Quem não gostaria de receber um destes? 
Pranchas de "Donzela que vai à guerra" e "A Nau Catrineta",
histórias publicadas no #10 dos Cadernos Moura BD.
Pranchas de "Todo o Mundo e Ninguém" e de "Auto da Mofina Mendes",
histórias completas que se mantêm inéditas.
Últimos trabalhos de Artur Correia (ambos incompletos): "As guerras de Alecrim e Manjerona" e "A Bela Infanta".

Inauguração da Feira do Livro
José Pires e Nélson Martins, à conversa.
Momento em que a família Correia observava os painéis com as
manifestações de homenagem a Artur Correia pelos colegas e amigos deste.
Quando partimos para este projecto estávamos cheios de entusiasmo, na esperança de que o Artur recebesse, finalmente, em Moura, o reconhecimento público que tanto merecia.
Tal não foi possível porque o Artur nos deixou antes. Mas o processo estava desencadeado e a Câmara Municipal de Moura avançou mesmo para o que seria já uma homenagem póstuma e, talvez por isso, mais sentida ainda.
Assim, no dia 21 de Abril, sábado, pelas 17:00 horas, teve lugar a sessão de homenagem no Pavilhão 2 do Parque de Feiras e Exposições de Moura.
Antes da sessão propriamente dita, espaço para o convívio e a troca de impressões entre a família bedéfila que se deslocou a Moura.
Cristina Gouveia, o marido desta e Paulo Monteiro com a Banda Desenhada
como tema de conversa.
Cristina Gouveia e o marido, Mara Mendes (em segundo plano), Carlos Rico e Paulo Monteiro.
Artur Correia foi a razão para juntar em Moura uma pequena tribo da BD...
Luiz Beira "aos papéis" com Paulo Monteiro. Duas gerações, a mesma paixão pela banda desenhada.
Pedro Massano, Baptista Mendes e Carlos Moreno, momentos antes do início da sessão.
Luiz Beira, Carlos Gonçalves, Cristina Gouveia, Paulo Monteiro e Susa Monteiro.
A sessão de homenagem decorreu numa zona reservada para o efeito, mesmo ao lado da exposição. Na mesa, o Presidente da Câmara, Álvaro Azedo, Cristina Gouveia (que substituiu, em cima da hora mas com grande brilhantismo, António Gomes de Almeida, acometido de uma súbita crise do nervo ciático que, infelizmente, o impediu de comparecer à cerimónia), Carlos Rico (comissário da exposição) e Artur José Correia (filho único de Artur Correia que representou a família).
Entre o público presente, contavam-se Maria Belmira Correia e Antónia Correia (esposa e nora de Artur Correia), e muitos amigos e colegas do artista que se deslocaram (sozinhos ou com os respectivos cônjuges) a Moura para assistirem a esta sessão: Baptista Mendes, José Pires, Pedro Massano, Nélson Martins, Mara Mendes, Carlos Gonçalves e Carlos Moreno (do CPBD), Lança Guerreiro, Luís Filipe Mendes (do Gicav), Paulo Monteiro e Susa Monteiro (do Festival de Beja), Rui Domingues e Luiz Beira.
Maria Belmira e Antónia Correia assistindo à sessão. 
Lança Guerreiro, Luiz Beira, José Pires, Nélson Martins e Susa Monteiro.
A sessão teve início com o Presidente da Câmara Municipal de Moura, Álvaro Azedo (que confessou ser um veterano coleccionador de banda desenhada), dando as boas vindas aos presentes e manifestando o seu apreço pela magnífica obra que Artur Correia nos deixou. Declarou, também, o Presidente, a sua disponibilidade total para apoiar futuras iniciativas BD em Moura e aproveitou a presença de Luís Filipe Mendes para reforçar uma parceria existente com o Gicav há alguns anos e que se pretende manter.  
Álvaro Azedo, Presidente da Câmara Municipal de Moura, abriu a sessão
Em seguida, Carlos Rico teve oportunidade de explicar quais os critérios que foram seguidos na selecção do material que compunha a exposição. Falou, também, sobre a escolha das duas histórias inéditas que se publicaram em mais um número da colecção "Cadernos Moura BD", "Donzela que vai à guerra" e "A Nau Catrineta".
Cristina Gouveia falou, depois, sobre a última entrevista que fez a Artur Correia, há poucos meses, e relembrou as qualidades humanas do banda desenhista, de forma bastante emotiva.
Foi também com muita emoção que Artur José relembrou o homenageado, enquanto Pai e enquanto Artista, agradecendo à Câmara Municipal de Moura a iniciativa, e manifestando-se maravilhado com a exposição, em especial com os testemunhos escritos e desenhados de colegas e amigos de Artur Correia que corresponderam ao apelo feito pela organização.
Por último, Carlos Rico chamou à mesa os representantes dos festivais BD de Beja (Paulo Monteiro) e de Viseu (Luís Filipe Mendes) bem como Baptista Mendes, um dos grandes amigos de Artur Correia, para dizerem algumas palavras sobre o homenageado, terminando, assim, com chave de ouro, uma homenagem que consagrou um autor ímpar da nossa BD.
Paulo Monteiro contou um episódio curioso, que confirmou o sentido de humor
que Artur Correia tinha, e que fez sorrir todos os presentes.
Luís Filipe Mendes falou sobre a relação entre o Gicav e Artur Correia.
Terá sido para o Gicav que o artista desenhou o seu último esboço,
sobre a figura de Grão-Vasco.
Baptista Mendes recordou essencialmente o Amigo e referiu que o que mais
apreciava na obra de Artur Correia eram os pormenores que o autor inseria nos desenhos,
que contavam, por vezes, pequenas histórias dentro da história principal.
Depois foi altura de conviver mais um pouco no espaço da feira e aproveitar a ocasião para programar projectos e parcerias.
Artur José Correia e Lança Guerreiro

Luiz Beira e Artur José Correia
Carlos Gonçalves (à direita) visitou pela primeira vez
uma exposição BD em Moura. Já não era sem tempo, Carlos...

Luiz Beira fazendo despesa no bar da Feira.
Rui Domingues e Luiz Beira em conversa mais ou menos animada...
Carlos Rico à conversa com Nélson Martins.



Luís Filipe Mendes e a esposa Natália conversando com o Presidente Álvaro Azedo.
A parceria entre a CM Moura e o Gicav é para continuar.
Da esquerda para a direita: Amélia Baptista Mendes, Artur José Correia, Mara Mendes,
Maria Belmira Correia, Lança Guerreiro, Luiz Beira, Carlos Baptista Mendes,
Carlos Rico, Paulo Monteiro e Susa Monteiro.


Seguiu-se um jantar, no Restaurante "O Túnel", que se prolongou noite dentro e onde a gastronomia alentejana e o convívio foram bastante agradáveis, como sempre acontece em Moura, quando estas reuniões bedéfilas têm lugar.

No final do jantar, Artur Jr. confidenciava-nos: "Agora percebo porque é que o meu pai gostava tanto de Moura"...
CR

Nota: Agradecemos a Kira, Irene e Adriana Rico a cedência das fotos que ilustram este post.