sábado, 10 de setembro de 2016

NOVIDADES EDITORIAIS (100)

MASTER GÉNIE - Edição Lombard. Argumentos de Zidrou e arte de Turk.
Aqui está de novo a irresistível tribo da série "Leonard", agora no 47.º tomo: o terrível sábio e inventor Léonard, o seu ingénuo e sofredor discípulo Basile, o pândego gato comentador Raoul, a atenta e socorrista ratinha Bernardette, a poderosa governanta Mathurine e... Yorick, a bizarra caveira falante que também faz os seus juízos.
“Master Génie”, na sua paródia, aborda o célebre programa televisivo “Master Chief”, pois desta vez, o sábio quer inventar receitas únicas... Pois sim!
Não nos recordamos se esta situação já aconteceu em álbuns anteriores, mas desta vez, por duas ocasiões, Léonard é que se vê na contingência de ser ele o agredido (ou justiciado): na prancha 23, por Mathurine; e na prancha 42, por Basile, enfim, cheio de coragem.

 
INFANTE DOM HENRIQUE - Edição GICAV.
Neste mini-álbum, registam-se em salutar repescagem, duas versões em BD sobre a vida do impulsionador da invejável epopeia dos Descobrimentos Portugueses.
A primeira, por José Ruy, contém 16 pranchas (capa incluída) e teve edição do autor em 1960. A outra, por Baptista Mendes, em 5 pranchas (capa incluída), teve a sua estreia, também em 1960, no “Cavaleiro Andante” n.º 430.
Duas versões que se lêem ou relêem com muito agrado. Este álbum foi lançado a 28 de Agosto, em Viseu, no dia da inauguração de uma exposição de Banda Desenhada dedicada, precisamente, ao Infante D. Henrique.
Os interessados nesta obra, devem contactar para: luismacua@gmail.com 

VALHARD, INTÉGRALE/2 - Edição Dupuis. Argumentos de Jean Doisy, Eddy Paape e Ivan Delport, e arte de Eddy Paape. Narrativas criadas de 1946 a 1950.
Este volumoso tomo, tem logo no início, um precioso dossiê onde se fala dos três autores em questão (e onde não se esquecem as menções a Jijé, o primeiro desenhista deste herói) e do herói Jean Valhardi, que tem como seu frequente parceiro, o corajoso adolescente Jacquot.
Depois, seguem-se seis aventuras, marcando o início de Paape a desenhar este herói. As três primeiras, “Sur le Rail”, “Jean Valhardi et les Rubens” e “Diamants Artificiels”, têm argumentos (fracos a nosso ver) de Jean Doisy. A quarta e mais longa narrativa, “Valhardi Detective”, é de exclusiva autoria de Eddy Paape. As duas últimas aventuras, “Le Roc du Diable” e “À la Pursuite de Max Clair”, têm argumentos mais conseguidos de Ivan Delport.
Nota curiosa: no final de “Le Roc du Diable”, há breves momentos localizados nos nossos Açores.
LB

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O INFANTE D. HENRIQUE EM VISEU

Conforme se anunciou, no passado dia 28 foi inaugurada uma exposição-BD dedicada ao Infante D. Henrique, em Viseu.
Este príncipe da “Ínclita Geração”, não só foi o “criador” dos épicos descobrimentos de Portugal, como foi o primeiro Duque de Viseu e o primeiro gestor da famosa Feira de S. Mateus.
exposição estará patente até ao próximo domingo, 11 de Setembro. Foi inaugurada pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques. Apesar do calor, não faltou aí um outro calor, bem mais grato, o da imensa presença de público.
Após uma visita guiada pelo “cicerone” Carlos Alberto Almeida, do GICAV, noutro espaço teve lugar a sessão de homenagens a José Ruy e a Carlos Baptista Mendes, que receberam o Troféu Anim’arte, atribuído pelo GICAV.
Na mesa, presidida por Almeida Henriques, estavam dois dirigentes e fundadores do GICAV, Luís Filipe Mendes e Carlos Alberto Almeida, e os dois homenageados. Depois dos breves discursos de todos e da entrega dos Troféus, fez-se a apresentação do mini-álbum dedicado a D. Henrique (falaremos dele noutra rubrica deste blogue) e seguiu-se uma concorrida sessão de autógrafos.
Da exposição consta uma vintena de painéis com pranchas de diversos artistas nacionais e estrangeiros e, também, cerca  de outra vintena de quadros com “retratos” do Infante, propositadamente elaborados por artistas nacionais, alguns deles residentes na zona de Viseu.
Tudo muito conseguido, pelo que todas as entidades que organizaram este belo evento estão de parabéns.
Algumas presenças notáveis: os desenhistas Artur Correia, Eugénio Silva e António Lança Guerreiro, o editor e divulgador Geraldes Lino e, a representar o Clube Português de Banda Desenhada, Carlos Gonçalves.
Para o ano há mais, mas o tema ainda está no “segredo dos deuses”.

Nota: As fotos aqui publicadas são de Luiz Beira e Joana Mendes (a quem agradecemos a gentileza).
LB
Panorâmica de uma das alas da exposição.
Carlos Gonçalves e Geraldes Lino, em amena cavaqueira.
Dois visitantes atentos e interessados.
Luís Filipe (de pólo castanho), explica como uma associação com poucos recursos como é o Gicav
consegue, todos os anos, organizar exposições desta qualidade. 
Carlos Baptista Mendes, posando junto ao painel onde se faz referência
ao seu excelente álbum "Infante D. Henrique".
José Ruy deixou, por um dia, em stand-by "A Ilha do Corvo que Venceu os Piratas"
(cuja evolução aqui temos acompanhado, regularmente).
A homenagem em Viseu impunha, naturalmente, a sua presença.
A exposição decorreu no Pavilhão Multiusos da Feira de S. Mateus.
Da esquerda para a direita: Carlos Alberto Almeida (do Gicav), o presidente da Câmara de Viseu
Almeida Henriques, Luís Filipe (também do Gicav) e José Ruy.
A mesa de honra composta por (da esquerda para a direita) Carlos Alberto Almeida,
Luís Filipe Mendes, Almeida Henriques, José Ruy e Baptista Mendes.
A sessão de homenagens teve uma boa assistência.
O Presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, entrega os Troféus Anim'arte a José Ruy...
...e a Carlos Baptista Mendes.
Artur Correia, Luís Filipe Mendes, Luiz Beira e Geraldes Lino.
Os homenageados autografando o álbum conjunto, com histórias do Infante Dom Henrique,
que o Gicav lançou nessa mesma tarde. Dele falaremos em breve no BDBD.
José Ruy e Baptista Mendes, estiveram largos minutos a autografar...
...como se pode comprovar pela fila de leitores que, pacientemente aguardavam a sua vez.
Ladeado por António Lança Guerreiro e Eugénio Silva, Carlos Almeida (responsável pelo
departamento BD do Gicav) mostrava-se satisfeito com o decorrer da sessão.
Geraldes Lino, Artur Correia e Carlos Gonçalves, três nomes incontornáveis da BD portuguesa.

sábado, 3 de setembro de 2016

HERÓIS INESQUECÍVEIS (42) - NYOKA

Nyoka, às vezes com o apelido Meredith e outras com o de Gordon, é inspirada num conto, “The Land of the Hidden Men” (1931), atribuído a Edgar Rice Burroughs e foi criada como Nyoka, a Rapariga da Selva, em 1941, para o Cinema: “A Filha do Império Selvagem”, com Frances Gifford; em 1942, “A Vingança do Gorila Gigante”, com Kay Aldridge, e, bem mais tarde, em 2014, “O Amuleto Perdido de Vultura”, com Nicola Rae.
Capa da revista "Jungle Girl", onde
Nyoka fez a sua estreia na banda
desenhada, em 1942. Note-se, no
canto inferior direito, uma foto da
actriz Kay Aldridge, que deu
corpo à personagem no cinema.
Em 1942, Nyoka, ingressa na Banda Desenhada, tornando-se muito popular nos países anglófonos e também, até certo ponto, nos territórios que falavam (e falam) português, graças à revista brasileira “O Guri.
O mais complicado é saber-se quem desenhou esta heroína-BD. E até mesmo, quem escreveu os argumentos das várias aventuras, pois Burroughs nada teve a ver com isso!...
Pela nossa pesquisa, descobrimos uma indicação confusa num determinado sítio que, de uma assentada (nada específica), indica como criadores(?...) Alfred Batson, Ronald Davidson, Norman S. Hall, William Lively, Joseph O’Donnell e Joseph F. Polland. Isto é só para aumentar a confusão! E tão pouco fica esclarecido se eram desenhistas ou argumentistas... Ou se estão os nomes misturados!
Tão pouco aparece qualquer destes nomes na Lambiek Comiclopedia.
Nosso amigo e ocasional colaborador, Carlos Gonçalves, também não conseguiu achar o que buscávamos e apenas apontou o nome de Al Allard, que foi director de arte na Fawcett Comics (1940-1953), a primeira editora de Nyoka.
Mas, “viajando” pela Fawcett, descobrimos que nas edições que em 1945 publicou sobre Nyoka, há três nomes vagamente apontados como “prováveis” desenhistas: Bert Withman, Clem Weisbecker e C.C. Beck (Charles Clarence Beck). Todavia...
Capas da revista Nyoka, the Jungle Girl, (Ed. Fawcett Comics)

Depois da Fawcett Comics, Nyoka, foi também editada na América do Norte, por Charlton Comics e depois pela DC Comics.
Capas da revista Nyoka, the Jungle Girl, (Ed. Charlton Comics)

Em idioma português, apenas na revista-BD “O Guri” (1940-1970), publicação autónoma, primeiro no “Diário da Noite” e depois em “O Cruzeiro”.
Nyoka na revista "O Guri" (Brasil)

Nyoka teve a sua admirável e popular força nos anos 40 e 50 do século passado, o que justifica o seu registo nesta nossa galeria.

Agradecemos o apoio prestado por Carlos Gonçalves.
LB


Frances Gifford, a primeira actriz a interpretar Nyoka

 

terça-feira, 30 de agosto de 2016

TALENTOS DA NOSSA EUROPA (12) - ATTILA FAZEKAS (Hungria)

Attila Fazekas
Nascido em Keszthely a 25 de Julho de 1948, Attila Fazekas, é um dos mais consagrados veteranos da BD Húngara. Premiado várias vezes, tem participado em festas-BD e colaborado em publicações de outros países,como a Alemanha, Estónia, Finlândia e Estados Unidos.
Aborda tanto o humor como temas mais realistas.
O seu primeiro álbum, “Újvár Kaland”, foi publicado em 1972. Por encomendas editoriais, foi adaptando romances famosos, como “O Corcunda de Notre-Dame”, “O Planeta Encantado”, “Os Cavaleiros Teutónicos”, “Os Três Mosqueteiros”, etc.
Versão de "Os Três Mosqueteiros", por Atilla Fazekas
Também desenhou algumas aventuras de “Robin Hood”...

...assim como adaptou à 9.ª Arte o filme “O Regresso de Jedi”, da série “A Guerra das Estrelas”.
Prancha de "O Regresso de Jedi"

Criou o personagem “Botond”, que veio a originar uma revista com o mesmo nome.
Capa e prancha de "O Tenente Racókzi", banda publicada na revista "Botond"

Abordou a banda desenhada erótica que se publicou em 1990 na revista “Szexi”.

“1956” é uma das suas notáveis criações, relatando a heróica e amarga revolta da Hungria, nesse ano, contra o regime soviético que sufocava a sua pátria.
Capa de "1956", por Attila Fazekas
E Fazekas também marcou na sua arte, Átila, o Huno, que invadiu e fez cruéis “estragos” pela Hungria.

Colaborou com colegas seus, no álbum “A Gemini Jelentés (O Relatório Gemini), obra que recebeu o cobiçado (na Hungria) Prémio Alfabéta.

E, a terminar, registe-se um dos seus mais célebres e aplaudidos personagens, o herói (e série) de ficção científica, o Capitão Perseus.
Prancha de "Capitão Perseus"
Teríamos muito gosto em ler a sua obra em edições portuguesas, mas...
LB


Fazekas e os seus personagens