terça-feira, 17 de março de 2015

BREVES (8)


Uma foto histórica: Meco, na sua mesa de trabalho, rodeado por
Baltazar Ortega, Domingos Saraiva, Borge Correia (Zéco) e Rodrigues Alves


CENTENÁRIOS DE NASCIMENTO EM 2015
O ano que decorre, 2015, para além de marcar o segundo centenário do nascimento de Manuel Maria Bordallo Pinheiroregista também o centenário do nascimento de vários artistasBD: os italianos Antonio Canale, Fernando Corbella e Walter Molino; o argentino Tulio Lovato; o dinamarquês Mik (aliás, Henning Dahl Mikkelsen); o inglês Reg Hicks); os estado-unidenses George Baker, Graham Ingels, Klaus Nordling e Bob Kanigher; os franceses Jean David, Yves Dermèze, Michel Douay e Claude Henri (aliás, Claude-Henri Juillard); e, finalmente, os portugueses Arcindo, Onileda (aliás, Adelino da Silva) e, com um especial carinho na nossa “lembrança eterna", portuguesa e da nossa Cultura, Meco (aliás, António Serra Alves Mendes), nascido a 9 de Dezembro de 1915 e... tragicamente falecido no rio Tejo no dia 25 de Agosto de 1957.


"CALAFRIOS" #3 JÁ ESTÁ DISPONÍVEL
A revista "Calafrios!", (publicação gratuita on line, dedicada às histórias de terror publicadas nos E.U.A., nos anos 50), já está disponível na página de Filipe Azeredo, "A Filactera".
Este terceiro número traz quatro histórias ilustradas por Basil Wolverton, Jack Katz, Mike Peppe, Mike Sekowsky e Jack Cole.
A revista pode ser lida on line aqui ou descarregada gratuitamente num dos formatos disponíveis (CBR ou PDF) na mesma página.



JOSÉ RUY EM CAMPO MAIOR
Dias 18 e 19, quarta e quinta-feira, José Ruy vai estar no Centro Cultural de Campo Maior, a inaugurar uma exposição sobre o seu álbum «Aristides de Sousa Mendes - Herói do Holocausto», organizada pelo Círculo Artístico e Cultural Artur Bual, da Amadora. Uma boa oportunidade para trocar impressões com um dos nossos autores mais consagrados.



EXPOSIÇÃO SOBRE "O UNIVERSO DE THORGAL"
Inaugura no próximo dia 24 de Março, em Bruxelas, no Museu da Banda Desenhada, uma exposição sobre "O Universo de Thorgal" comissariada por Thierry Bellefroid e Piotr Rosinski.
A mostra é patrocinada pelas Editions du Lombard, pelo Institut Polonais de Bruxelles e pela Région de Bruxelles-Capitale e pode ser visitada até 6 de Setembro.


R.I.P. RIC HOCHET 
O próximo álbum de Ric Hochet , o n.º 79, sairá a 29 de Maio, pela Lombard. Terá por título "R.I.P. Ric" e os autores são Zidrou (argumento) e Simon Van Liemt (arte).
A notícia é avançada no n.º 50 da revista “L’Immanquable”, com a capa referente e tudo. Para além de publicação das primeiras pranchas, traz também uma entrevista com o desenhista.

terça-feira, 10 de março de 2015

A BD A PRETO E BRANCO (21) - As escolhas de Luiz Beira (11)

ARLINDO FAGUNDES (1945).
De seu nome completo Arlindo Terra Fagundes, nasceu em Ovar e reside em Braga. Desenhista, ilustrador e ceramista, viveu algum tempo em Lisboa e em Paris. Foi homenageado  nos Salões "FIBDA 2003" e "SobredaBD 2004". Colaborou para diversos periódicos e fez capas para muitos livros. Para além de ser igualmente cineasta, também leccionou fotografia. Na Banda Desenhada, a sua obra de honra é a série do herói "Pitanga", que, para além de uma ou outra história curta, tem os álbuns "La Chavalita", "A Rapariga do Poço da Morte " e "O Colega de Sevilha" (inédito).

Duas pranchas da série "Pitanga"




ARTUR CORREIA (1932).
Nasceu em Lisboa, onde reside. Cursou na Escola Industrial
Machado de Castro. Colaborou para uma infinidade de revistas, jornais e fanzines. Mestre do humor, tem vários álbuns publicados, ultimamente a cores. Da sua bela e invejável bibliografia, salientam-se "As Aventuras de D. João e Cebolinha", "O País dos Cágados", "O Roubo do Elefante Branco", "O Filho de Robin dos Bosques", "O Romance da Raposa", "As Descobertas a Passo de Cágado", etc, etc.
Duas pranchas de "O País dos Cágados" (1989)



CARLOS ALBERTO (1933).
Nasceu e reside em Lisboa. Desenhista, ilustrador, capista,
valoroso e magnífico pintor, é tambem um apaixonado pela Ópera e pelos gatos. A sua BD foi sobretudo, mas não só, publicada em "Mundo de Aventuras". Elaborou maravilhosamente uma colecção de cromos sobre a História de Portugal. Da sua 9.ª Arte, salienta-se "O Infante Santo", "A História Maravilhosa de João dos Mares", a fabulosa biografia de Camões, "O Combate de Pembe", "O Almirante das Naus da Índia", etc. O seu "Camões" a preto-e-branco (posteriormente reeditado a cores), é mais do que notável.
Prancha de "Camões, sua Vida Aventurosa"
Prancha de "O Almirante das Naus da Índia"

NOVIDADES EDITORIAIS (69)

L’OLIGARQUE - Edition Lombard. Argumento e traço de Philippe Gauckler e cores de Scarlett Smulkowski.  “L’Oligarque” é o primeiro tomo da série “Koralovski”.
Tudo se passa no clima russo do nada sincero novo “czar”, de ideias imperialistas e hipócritas: o senhor Vladimir Putine. Exacto! De um modo obscuro e sinistro, os seus opositores vão “desta para melhor”, executados misteriosamente...  O dirigente russo, na série, é o presidente Khanine...
O pressuposto herói da série, é o ricaço russo Victor Koralovski, encerrado numa imunda prisão política na Carélia (território que a famigerada União Soviética usurpou e ocupa à vizinha Finlândia). Koralovski, consciente opositor ao mandante de Moscovo, é terrivelmente incómodo... Há que abatê-lo de um modo “eficaz e legal”... Mas há outras forças misteriosas que o fazem evadir...
O resto, veremos na continuação desta tão actual série.


CASEMATE / 78- Vez por outra, quando a extrema qualidade a tal obriga, aqui se menciona um periódico-BD. Desta vez, é o caso da “Casemate” n.º 78-Extra (Fevereiro-Março/2015).
O exemplar conta-nos sedutoras “coisas” do Festival de Angoulême deste ano e do famoso “Charlie Hebdo”. E com outra força, fala-nos e mostra-nos assunto sobre a nova obra do desenhista italiano Milo Manara abordando com a sua arte, a vida do misterioso e eternamente controverso pintor Michelangelo Merisi da CARAVAGGIO.
Quem foi este magnífico e ousado pintor? Amado e odiado, morreu acidentalmente ou foi mesmo assassinado? Milo Manara dá a sua versão...
O álbum surgirá em Abril.


NO SONG - Edição Lombard. Argumento de Jean Dufaux, arte gráfica de Olivier Grenson e cores de Benoît Bekaert. Trata-se do 13.º tomo da série “Niklos Koda”.
Este desenhista belga, Olivier Grenson parece que se tinha fartado de desenhar este herói... Mas tanto a editora como o argumentista, convenceram-no a pegar com o misterioso Koda. Porém, Grenson, “jura” que só irá até ao 15.º tomo. Será?


L’ORACLE - Edição Casterman. Argumento de Thierry Gloris e traço de Sergio Bleda. “L’Oracle” é o primeiro tomo da série “NSA”. Não confundir com uma outra série, também “Oracle”, de outra editora.
Em “NSA”, todo o ambiente misterioso e entusiasmante gira nos tempos actuais... Bem como naquelas fantasias que as séries-TV “made in USA”, nos forçam a suportar no ecrã do televisor. Está dito!...
LB

sexta-feira, 6 de março de 2015

DE ACTORES A HERÓIS DE PAPEL (7) - LOUIS DE FUNÈS

Louis de Funès (1914-1983)
A 31 de Julho de 1914, em Courbevoie (França), nasceu Louis Germain David de Funès Galarza, filho de pais espanhóis voluntariamente exilados em França e neto, do lado materno, de um casal luso-espanhol. Estava predestinado a tornar-se num dos maiores e mais divertidos actores cómicos da Europa, tendo apenas como “adversário” o italiano Totó, com quem contracenou em dois filmes: "Totó Contribuinte" (I Tartassati) e "Totó em Madrid" (Totó, Eva e il Penello Proibito).
Falamos pois desse extraordinário comediante, Louis de Funès que, com um estilo muito próprio, delirou plateias e plateias com as suas vivências no palco e na tela.
No entanto, a sua infância e mesmo a adolescência, não foram nada fáceis. As Grandes Guerras marcaram-no bem, num crescimento rodeado de angústias... Devia ser pianista e chegou a tocar em alguns bares e cabarés, mas o seu íntimo apontava-lhe outra carreira: a de actor. E ficava bem feliz quando notava o público a aplaudi-lo e a rir-se. Começou pois por pequenas interpretações... Aliás, muitas vezes funcionou em simultâneo, no Teatro, no Cinema e ao piano.
E quando já estava bem na vida, nas horas vagas, adorava cuidar apaixonadamente do seu roseiral.
Falando também castelhano e inglês, casou duas vezes. Com a primeira mulher, Germaine Carroyer, donde o filho Daniel Charles, foi uma união forçada que acabou em divórcio. Depois casou com Jeanne, mãe dos seus filhos Patrick e Olivier, que seria sempre o seu grande amor, cúmplice, aliada e incentivadora.
Recebeu o título honorífico de Cavaleiro da Legião de Honra de França em 1973.
Selo postal com
Louis de Funès (1998)
Os correios franceses editaram em Outubro de 1998, um selo com a sua figura.
Dos seus filhos, Patrick seguiu Medicina e Olivier também seguiu outro caminho apesar de ter participado com ele em seis filmes (“Fantomas Passa ao Ataque”, “O Grande Restaurante”, “As Férias Grandes”, “O Avôzinho Congelado”, “O Homem Orquestra” e “Numa Árvore Empoleirados”), tornou-se piloto da Air France. Apenas a sobrinha, Isabelle de Funès, seguiu a carreira de actriz.
Louis de Funès contracenou com diversos nomes notáveis, como Daniel Gélin, Jean Marais, Jean Gabin, Mylène Demongeot, Annie Girardot, Coluche, Fernandel, Geraldine Chaplin e Yves Montand.
De outros colegas com quem frequentemente actuou, foi particularmente amigo de Claude Gensac (que ele exigia que figurasse nos respectivos elencos), Michel Galabru, Paul Preboist e Bourvil (“Mentira de Abril”, “O Oportunista” e “A Grande Paródia”), cuja morte por cancro muito o abalou. 
Louis de Funès faleceu, por ataque cardíaco, a 17 de Janeiro de 1983, em Nantes.
Da sua extensa e memorável filmografia, para além dos títulos atrás citados, salientamos “Táxi, Roulotte e Corrida” (1958), “O Gendarme de Saint Tropez” (1964, sendo o primeiro que teve mais cinco sequelas, nem sempre felizes),
“Oscar “(1967), “O Pequeno Banhista”(1968), “A Mania das Grandezas”  (1971), “As Aventuras do Rabi Jacob” (1973) e “Encontro com os Extraterrestres”(1981).
Alguns dos melhores filmes de Louis de Funès

Via Banda Desenhada e artes afins, temos:

- Duas biografias, sendo uma pelo canadiano quebequense Jocelyn Jalette...

...e a outra, desenhada por Alexis Chabert.

- A participação como “actor-BD”, sob o traço de Morris, no álbum “O Bandido Maneta”, da série “Lucky Luke”...

...e na revista "Pif Gadget" (# 271, Maio de 1974), como personagem numa história de Gil Das e Cabrol.
   
- Referência, também, para uma BD em prancha única, desenhada por Cabu, um dos cartunistas que foi vítima no atentando terrorista sofrido pelo jornal satírico "Charlie Hebdo", em Janeiro último. 

- Não esqueçamos, também, os retratos caricaturados por Charles Da Costa, em dois álbuns já aqui divulgados.
Funès numa cena de "A Grande Paródia", sob o traço de Da Costa
Cena de "A Mania das Grandezas", com Yves Montand e Louis De Funès,
numa caricatura de Da Costa
   
- Ainda pela Caricatura, elas são imensas. Salientamos as de Philip, Ricor e, sobretudo, a que foi elaborada pelo também saudoso Tibet.
Caricatura de De Funès e André Raimbourg (Bourvil), pelo traço de Phillip
Caricatura de De Funès por Tibet
De Funès visto pelo caricaturista Ricor
E agora, toca a rever Louis de Funès ou... ou a descobri-lo!
LB

terça-feira, 3 de março de 2015

A VIDA INTERIOR DAS REDAÇÕES DOS JORNAIS INFANTO-JUVENIS na memória de José Ruy (5)


5) COMO ERA A REDAÇÃO DE "O PAPAGAIO"


Contei no artigo anterior como se criou e funcionava uma tertúlia na redação de "O Mosquito", aos fins de tarde. Terminei assim a descrição do que assisti nos anos em que trabalhei nesse jornal, que para mim foram anos de ouro. Sob o aspeto cultural, claro.
Quando aos 14 anos acompanhado pelo meu pai me desloquei ao jornal "O Papagaio" a mostrar os meus desenhos, fui recebido pela chefe de redação Helena Arroyo que gostou deles e pediu uma história para o número de Natal que estava próximo. Sugeri fazer o desenho de um «Presépio» que ela logo destinou para as páginas centrais. Corria o ano de 1944.

Eram desenhos incipientes, os que fazia, já nessa altura tinha a nítida noção disso, mas para melhorar o traço era importante ver o trabalho publicado, só assim podendo observar as alterações surgidas depois de ser reproduzido e de ter passado pela «calandra mecânica». O processo gráfico era muito diferente do que se nos apresenta hoje, com o digital.
Não havia ainda a fotocópia para nos mostrar o efeito da redução. Utilizava uma lente de uns óculos antigos de meu pai que era míope. Posta em posição entre o original e o meu campo de visão conseguia ver a imagem mais pequena. Ajudava mas era insuficiente, pois além da redução, havia no acto da impressão o engrossar do traço, o que obrigava a evitar fazer muitos pormenores que depois se transformariam em pequenos borrões.
Isto passou-se três anos antes de ingressar na equipa de "O Mosquito".
Fiquei colaborador efetivo e passei a frequentar uma ou duas vezes por semana a redação, que estava instalada numa das salas da Rádio Renascença, na Rua Capelo, perto de onde se encontrava a Biblioteca Nacional. Era sempre pelo fim da tarde, altura em que a Helena Arroyo exercia ali o seu trabalho, pois tinha outras ocupações, creio que de professora.
A primeira novela que escrevi para "O Papagaio", com ilustração, e que durou vários números. A capa junta anunciava outra novela de minha autoria, «O Assalto ao Correio».

A sala da redação era ampla, com grandes janelas que deitavam para a Rua Ivens. Cheirava a alcatifas e à madeira dos móveis, nada parecido com o odor adocicado das tintas de impressão da redação de "O Mosquito" que tinha em fundo o som cadenciado da máquina a imprimir, das oito horas até à meia-noite.
O Méco, pai do grande artista Zé Manel, também colaborava com os seus deliciosos desenhos. Pertencia à equipa de "O Século Ilustrado" dirigida pelo Mestre João Rodrigues Alves com quem eu tinha aulas na Escola António Arroio.
Era quase sempre pelo telefone que lhe indicavam os pormenores das ilustrações que precisavam. Depois, quando se dirigia para «O Século» passava de raspão pel’O Papagaio para entregar o material. Era raro encontrarmo-nos na redação, só por coincidência, mas com frequência eu visitava a sala de desenho do "Século" para falar com o Mestre Alves e encetei aí uma boa amizade com o Méco, o Domingos Saraiva e o Baltazar.
Alguns colaboradores também enviavam para "O Papagaio" o material pelo correio, por morarem fora de Lisboa.
Neste jornal cada um combinava fazer a história que lhe apetecia e gostava mais.
No jornal mostraram como se fazia "O Papagaio", só com fotos da oficina tipográfica faltando as da litografia, descrevendo apenas essa parte, como se mostra no texto ampliado para se poder ler melhor.

As capas e contracapas em conjunto com as páginas centrais eram impressas na «Litografia Salles» mas o interior era impresso pelo processo tipográfico nas oficinas da União Gráfica que pertencia ao mesmo grupo editorial, incluindo a Rádio Renascença.
O interior do jornal era preenchido com contos, novelas e pequenas secções sempre ilustradas.
Criaram entretanto um «Concurso dos Cognomes dos Reis de Portugal» e confiaram-me a tarefa de fazer as ilustrações.

Este concurso durou muitos meses. Fui-me «desengomando» conforme as possibilidades e os fracos conhecimentos que tinha.
Pouco tempo depois a Helena Arroyo saiu e o Carlos Cascais, que tinha dirigido a extinta revista «Faísca», foi preencher o seu lugar.
Durante todo o tempo da minha colaboração n’O Papagaio nunca vi o diretor que também não interferia na sua orientação. Era apenas o responsável perante a «censura» que exigia como garante, uma pessoa reconhecidamente idónea e diplomada. Quem punha e dispunha era o chefe de redação.
Ao sabor da nossa imaginação e seguindo as tendências da época, fazíamos histórias de piratas e corsários, polícias e ladrões e aventuras no Oeste americano, com lutas contra os índios, sem que alguma vez nos interpelassem nem «aconselhassem» a escolher outro tema. O ambiente na redação era agradável e simpático, numa constante troca de opiniões e sugestões.

(Continua)

No próximo artigo: NOVOS COLABORADORES 

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

HERÓIS INESQUECÍVEIS (35) - XIII

A impecável parceria belga Jean Van Hamme (argumentista) e William Vance (criador gráfico), em boa hora se lembrou de “inventar” uma das mais entusiasmantes séries da Banda Desenhada: XIII.
Série que hoje conta com 23 álbuns e mais outros, complementares, considerada unanimemente como “série de luxo”, terrivelmente apaixonante, no argumento e no grafismo.
Há que salvaguardar que os dezasseis primeiros tomos são da parceria Vance/Van Hamme. Depois, existe a intervenção, no traço, de outros autores, entre os quais Jean Giraud. Os tomos finais já são com argumento de Yves Sente e traço de Youri Jigounov. Mas vamos por partes, pelos criadores originais:
Jean Van Hamme
JEAN VAN HAMMEnasceu a 16 de Janeiro de 1939. Foi escuteiro na sua juventude. Tem o dipoma de engenheiro comercial pela Escola de Comércio de Solvay. Tem viajado muito e chegou a visitar a lusófona Angola. Tem recebido os mais diversos prémios e troféus.
Romancista que é, todavia é pela sua sempre inspirada imaginação pelos argumentos da 9.ª Arte, que se tornou famoso. Algumas séries que assinou: “Largo Winch”, “XIII”, “Thorgal” e “Wayne Shelton”. E também, por outras obras ocasionais, como “Mr. Magellan”, “Arlequin”, “História Sem Heróis / Vinte Anos Depois”, “O Grande Poder do Chninkel”, “Blake e Mortimer”, etc.
William Vance
WILLIAM VANCE (aliás, William Van Cusem), nasceu em Anderlecht a 8 de Setembro de 1935. Reside na Cantábria (Espanha), perto de seu cunhado, o desenhista Felicisimo Coria, a irmã deste, Petra, é a também habitual colorista das obras de Vance. Em 2010, segundo anunciou o jornal “Le Figaro”, Vance abandonou a BD (estava a elaborar a série “XIII”), porque foi apanhado pela danada da “doença de Parkinson”.
Espectacular, encantador e deslumbrante no seu grafismo, salientam-se alguns exemplos: “C’Étaient des Hommes” e “XHG-C3” e as séries “Ringo”, “Howard Flynn”, “Bruno Brazil”, “Bob Morane”, “Ramiro”, “XIII”, “Bruce J. Hawker”, “Marshall Blueberry”, “Roderic”, etc.
Recordemos então o enigmático XIII.
XIII pelo espectacular grafismo
de W. Vance
Tudo singra pela angustiante viagem de um herói que está amnésico e que “assume” várias identidades sob um esquema sinistro e político que usa e abusa dele, ao mesmo tempo que um mesquinho patife do submundo, um tal “Mangusto”, procura com todas as artimanhas limpá-lo do número dos vivos. Assim se comprova que tanto no mundo dos bons como no dos maus, há sempre canalhas!...
Em Portugal, nove álbuns foram publicados pela Meribérica-Líber e quatro episódios através de tímidas abordagens por dois periódicos.
Desde Dezembro de 2014 até Fevereiro deste ano, a parceria Edições Asa / jornal Público, editou às quartas-feiras e na versão de álbum duplo, toda esta maravilhosa saga.... que talvez ainda não tenha chegado ao fim.
 
Quatro dos volumes que a parceria Asa/Publico editou recentemente

XIII , para além de ter o “seu” selo de honra na Filatelia belga, foi também abordado pelos norte-americanos para uma longa-metragem em 2008 e para uma série televisiva (com duas temporadas) que... a nosso ver, são dois monumentais fiascos. Que pena!
LB
Prancha de "Todas as Lágrimas do Inferno"
Prancha de "Para Onde Vai o Índio..."
O selo de XIII, na Filatelia belga