sábado, 21 de setembro de 2019

NOVIDADES EDITORIAIS (180)


LES ADIEUX DU RHINOCÉROS - ​Edição Glénat. Autores: argumento de Pierre-Roland ​Saint-Dizier, traço de Andrea Mutti e cores de Vladimir ​Popov.
​Desde a lendária, fantasiosa e fatítica cacetada que ​Caim aplicou a seu irmão Abel, que o bicho-homem não ​parou de se agredir e de tentar aniquilar o seu semelhante, ​sobretudo com o brilhantismo repugnante das bombas ​atómicas em Hiroxima e em Nagas​áqui… Um desfilar de ​uma infindável e violenta demência, com vários genocídios ​e crueldades pelo meio, através dos séculos. Um delírio!
​A incrível catástrofe agrava-se quando o dito bicho-homem, passa a destruir a Natureza: árvores e outros bichos. E são: ​lutas de galos, lutas de cães, toiradas, abates de bebés focas, ​tiro aos pombos, etc... Para quê?!…
​Há espécies já irremediavelmente extintas. E há outras, em vias disso: tigres, elefantes, rinocerontes, pangolins, gorilas, ​orangotangos, leões, etc.
​"Les Adieux du Rhinocéros" (Os Adeus do Rinoceronte) é um ​magnífico e angustiante libelo acusatório contra a abominável ​matança do rinoceronte para deles se aproveitar o corno (que ​lhes cortam com eles ainda vivos e agonizantes) que, na estupidez de alguns povos (China, ​Vietname, etc), não só cura o cancro, como acentua a virilidade ​sexual do homem!!!... Não sabem usar o viagra?!… Tanto mais ​que cientificamente, está provado e comprovado, que o corno ​do rinoceronte não tem qualquer propriedade terapêutica!
​Sinistros e poderosos comerciantes, aparentemente ocultos com ​dezenas de caçadores furtivos ao seu serviço, por aqui fazem ​imbecis fortunas, muitas vezes com a cumplicidade corrupta e ​hipócrita de alguns políticos africanos. Neste belo álbum, tão ​revoltantemente chocante como amarguradamente emotivo, ​toda a denúncia feita a uma imperdoável situação em pleno ​século XXI!...
​Hergé, em "Tintin no Congo", já disparatara (ele era ainda um ​tanto ingénuo) pondo Tintin a fazer de herói de caça selvagem.
​Então o abate, por explosão, de um rinoceronte, é um horror!...
Atentem bem, leitores, em "Les Adieux du Rhinocéros", uma obra-BD a exigir uma urgente edição em português. Na edição francesa, apenso na capa, um autocolante convidando ao apoio ao Fundo de Conservação da Associação Francesa dos Parques Zoológicos.
O inacreditável abate de rinocerontes (e não só), não é para matar a fome, mas para, repulsivamente, alimentar demências e vazias vaidades, impensáveis e criminosas. BASTA!...


VIDA Y MUERTE DE FEDERICO GARCÍA LORCA - ​Edição Universal Cómics. Autores: argumento do irlandês Ian Gibson e arte gráfica do espanhol Quique Palomo.
Neste espaço, a 31 de Julho, divulgámos a edição em português de "O Rasto de Garcia Lorca", da editora Levoir e com outros autores. Hoje, aqui focamos novamente Federico Garcia Lorca, que merece sempre, mas agora numa criação mais apurada da biografia do genial escritor (e não só…), martirizado e assassinado durante a Guerra Civil de Espanha nos anos 30 do século passado.
Na BD, uma e outra versão, complementam-se devidamente. Mas esta obra de Gibson /Palomo, que existe apenas e por enquanto no idioma castelhano, é a mais completa e a mais ousada.
Há que ler e comparar sem ideias confusas, as duas publicações e manter a eterna e emotiva admiração pela personalidade marcante e invejável por quem gritou, rasgando-se em dor sentida, em versos como:

Verde que te quero verde.
Verde vento.Verdes ramos;
O navio sobre o mar, o cavalo na montanha...

ou

Prado de sangue vermelho.
Luz de ontem, luz de amanhã.
Céu mortal de relva.
Luz e noite de areia...



QI 157 - Edição: Edgard Magalhães
Recebemos mais um número do "QI", o (muito) interessante fanzine do incansável e dedicado Edgard Magalhães.
Como se não bastasse o bem servido "recheio", com as rubricas habituais, este número trás, sob a forma de encarte, uma bela e justa homenagem de Edgard Guimarães a dois nomes incontornáveis da BD portuguesa: Jorge Magalhães, argumentista, investigador e coordenador editorial (entre tantas outras coisas), que, infelizmente, nos deixou a 1 de Dezembro último, e Augusto Trigo, desenhador de méritos bem conhecidos e parceiro de Magalhães em algumas das melhores páginas desta forma de arte.
Nesse encarte, Edgard teve a gentileza de transcrever partes dos textos que os escribas deste blogue dedicaram a Jorge, aquando do seu falecimento, o que muito nos honra e sensibiliza. 
Mais um número a não perder, como sempre.
LB/CR

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