sábado, 26 de dezembro de 2020

BREVES (89)

CORONAVIRUS COM HUMOR (5)
Prestes a despedir-nos deste annus horribilis, não queremos deixar de o fazer com um sorriso nos lábios, porque tudo na vida tem um lado bom e um lado mau.
Assim, deixamos aqui mais uma série de cartunes sobre a pandemia que assola o nosso planeta, na espectativa de que 2021 seja um ano de viragem, onde a esperança possa, finalmente, dar lugar à certeza de que este vírus vai ser controlado e, quem sabe, vencido... 
A vacina é uma arma preciosa nesse combate, mas, enquanto o seu efeito não começa verdadeiramente a fazer-se sentir (o que vai, certamente, demorar ainda alguns meses), é importante continuarmos a cumprir com as regras de segurança, evitando ajuntamentos, utilizando máscara, lavando frequentemente as mãos e respeitando o distanciamento social (pelo menos 2 metros).
Cartune de Chappatte (libanês-suiço)
Cartune de Boligan (Cuba)

Cartune de Bob Englehart (E.U.A.)

Cartune de Agim Sulaj (Albânia)

Cartune de Bruce Plante (E.U.A.)

Cartune de Mike Luckovich (E.U.A.)

Cartune de John Cole (E.U.A.)

Cartune de Spacca (Brasil)

Cartune de Kap (Espanha)

Cartune de António (Portugal)

Cartune de Nicolas Tabary (França)



ANIVERSÁRIOS EM JANEIRO
Dia 01 - Jorge Miguel, Alex Maleev (búlgaro), Christian Cailleaux (francês), Nick Drnaso (norte-americano), Igor Kordey (croata), Cinzia Ghigliano (italiana), Robin Walter (francês), Juan Diaz Canales (espanhol), Giorgio Albertini (italiano), Mike Carey (inglês), Paco Roca (espanhol) e Rafael Coutinho (brasileiro)
Dia 03 - Mary Bartolo (italo-maltesa)
Dia 08 - Rá
Dia 09 - João Fazenda e Helder Carrilho
Dia 10 - Paula Pina e Felicisimo Coria (espanhol)
Dia 11 - Dâmaso Afonso, José Parreira e Yslaire (belga)
Dia 13 - Jartur Mamede
​Dia 16 - Didier Convard (francês)
Dia 17 - Miguel Peres
Dia 19 - Ricardo Cabral
Dia 22 - Carlos Santos e Fernando Santos
Dia 24 - Carlos Rico
Dia 28 - Dany (belga)
Dia 29 - Viorel Pîrligras (romeno)

CR/LB

domingo, 20 de dezembro de 2020

BOAS FESTAS

Porque mesmo nestes tempos de angústia e de tristeza - quando tantos sofrem com a perda de entes queridos ou por estarem, eles próprios, doentes - é necessária uma palavra de conforto e de esperança, o BDBD deseja a todos os seus amigos e visitantes um Feliz Natal e um Ano Novo melhor - muitíssimo melhor - do que este que agora finda.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

NOVIDADES EDITORIAIS (210)

ALICE, 25 ANOS - ​Edição Ala dos Livros. Autor: Luís Louro.
Num gesto bem atento pela nossa Banda Desenhada, esta jovem e bem apostada editora fez agora duas edições especiais, em simultâneo, de "Alice", cada uma com a sua aparência específica.
Foi em 1995 que o nosso admirável Luís Louro criou o fenómeno que foi a série "Alice". Para além da série "Jim del Monaco", com o argumentista Tozé Simões, tão popular e sempre de apetecível leitura, o Luís Louro atreveu-se sozinho
(argumento e arte) com outras e ocasionais séries. Destas, "Alice", logo marcou um tremendo entusiasmo pela parte dos nossos bedéfilos. Uma imensa e delirante doideira, que bem merecia ter edições em francês, inglês, italiano e castelhano, pelo menos. Mas, até lá (não há impossíveis...), existe desde agora a comemorar os seus 25 anos esta especial e luxuosa edição, que inclui um belo e espectacular "poster". A não perder!
Parabenizando o nosso absoluto afecto à Ala dos Livros e ao Luís Louro: Força sempre!...


O GRITO DE MOLOCH - Edição Asa. Autores, segundo Edgar-Pierre Jacobs: argumento de Jean Dufaux, grafismo de Christian Caulleaux e Étienne Schreider, côr de Laurence Croix e tradução de Paula Caetano.
Ora cá temos um feliz regresso da série "Blake & Mortimer
", com o entusiasmo que sempre a todos agita.
Duas figuras mitológicas aqui são mencionadas com a sua força simbólica: Orfeu e Moloch (leia-se Moloque). Orfeu foi um grande encantador (em todos os sentidos) com a sua voz e na mestria divina como tocava a sua lira... Aqui, o seu nome
é aplicado às naves extraterrestres por decisão dos serviços secretos ingleses, enquanto Moloch, uma divindade implacável e infernal, é o nome que é dado ao extraterrestre "apanhado" pelos ingleses, uma vez que tais naves se encontravam no subsolo londrino. Apenas a sétima escapou temporariamente, com este Moloch a destruir tudo quanto baste!...
O famoso e complicado Orlik é a chave para resolver a crise. Será ele o salvador do mundo?... Que bizarro, que o álbum explica!...
Jean Dufaux esmerou-se num argumento fantástico onde há
referências e ligações a narrativas anteriores, como "O Segredo do Espadão", "O Mistério da Grande Pirâmide", "Marca Amarela" e/ou ​"A Onda Septimus". Com muita ficção-científica, aspectos de pavor e estranhas e tenebrosas complicações para a Humanidade em fatal perigo. Quase um sufoco!
Um empolgante e apaixonante álbum!


BLACK PROGRAM - 2 - Edição Gradiva. Autores, segundo a saudosa parceria de Greg e Vance, tem argumento de Laurent-Frédéric Bollée, traço de Philippe Aymond, côr de Didier Ray e tradução de Jorge Lima. Série: "As Novas Aventuras de Bruno Brazil".
Depois da primeira parte, ou seja, do tomo anterior, esperava-se em pleno pela continuação, que aí está agora. E muito bem!... 
A alucinação é quase absoluta e galvaniza-nos. Aos elementos que restam do heróico "Comando Caimão" (Bruno Brazil, Whip Rafale, Gaúcho Morales e Tony Nómada), o chefão Coronel L revela, para espanto total, que os EUA já há muito haviam poisado em Marte!!!...
Mas tão épico, fantástico e secretíssimo feito desencadeou umas terríveis consequências, donde uma situação de amarga loucura. Dos dois astronautas, um está a sobreviver artificialmente, quase como um sofredor zombie. O outro, tresloucou-se e é um ambicioso e feroz a programar-se para destruir a "ínfima" Terra e projecta-se para uma imperial conquista do Cosmos!... Tornou-se num bem perigoso doido varrido. Mas ele escapa-se para o imenso espaço...
A concluir este tomo, outro bizarro mistério: Bruno Brazil tem um filho, Adam, gerado com a sua terrível e agora incapacitada inimiga Rebelle!...
Como é?!... A série continua...


UM COWBOY NO NEGÓCIO DO ALGODÃO - ​Edição Asa. Autores, segundo Morris: argumento de Jul (aliás, Julien Berjaut) e arte de Achdé ( aliás, Hervé Darmenton). Uma hilariante aventura de Lucky Luke.
Imagine-se que este vaqueiro e justiceiro, que dispara mais rápido que a sua própria sombra, de repente, por inesperada herança (por testamento de uma rica e idosa admiradora) toma posse de uma imensa herdade!... E que herdade: extensos terrenos onde se cultiva o algodão, com um luxuoso palacete e uma infinidade de serviçais (ex-escravos) negros. Que loucura!
Ao princípio, os serviçais desconfiam dele, já que é um estranho branco que que veio do Oeste para a Luisiana, onde toda esta estranha fortuna se localiza.
Como e que fazer? O tão pândego cavalo Joly Jumper lá vai fazendo os seus notáveis comentários irónico-filosóficos. Mas há quem queira abater este tão inesperado herdeiro: os desastrosos irmão Dalton (claro!) ​e a sinistra Ku-Klux-Klan, que "esconde" os afrancesados e prepotentes ex-esclavagistas.
Um personagem autêntico aqui figura: Bass Reeves, amigo de Luke e que foi o primeiro "Marsall" negro, sendo um atirador de excepção e impecável incorruptível.
Interessante o encontro de Lucky Luke com os gaiatos rebeldes (da Literatura) Tom Sawyer e Huckleberry Finn, e de nomes alusivos à famosa jornalista Oprah Winfrey e ao presidente Barak Obama, enquanto miúdos sonhadores, e a certas palavras históricas de Martin Luther King...


AO SOM DO FADO - Edição Levoir. Autores: Nicolas Barral, com apoio nas cores de Marie Barral. Tradução de João Miguel Lameiras.
Uma obra que é bem emotiva e fenomenal. Com a conveniente ficção e o marcante registo de uma nossa História. Um álbum que, quando se começa a ler, não admite pausas. Lê-se de uma assentada, tal é a sua força que logo nos envolve.
E, sem dúvida, a grande vedeta desta belíssima novela gráfica é a cidade de Lisboa no seu todo, primorosamente registada pela arte do francês Nicolas Barral. Não é uma obra doce, pois, sempre de passagem, lá estão os registos de situações de amizade, dos amores, de amarguras políticas e, até, as frequentes figurações de um meigo e belo gato branco (porquê sem nome, ò Barral?!...) em 2020.
Mas há também todo um mal estar de violência da política salazarista, mesmo que o famigerado "Botas" já estivesse incapaz de governar, uma vez que o "destino" o fez cair de uma cadeira abaixo...
Esta obra, editada em português, foi publicada ainda em 2020, pois a versão original em francês só será editada em 2021. Que bênção!
Será que a convencida dona da nossa (salvo seja !) Ministra da Cultura (ai, é?!....), a "Senhora Fonseca dos Drink's" percebe alguma coisa destas realidades?
O argumento e a arte de Barral merecem plenos e totais aplausos e, sem qualquer dúvida, exigem que a obra seja lida.
LB

domingo, 13 de dezembro de 2020

A INFLUÊNCIA DA CENSURA NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS, EM PORTUGAL (8) - por José Ruy

Caros leitores assíduos do BDBD, venho de novo a este artigo sobre a «censura», pois por lapso meu, não expliquei um pormenor que prometera faze-lo neste último.
Chamado à atenção pelo amigo zeloso e incansável Carlos Rico, aqui estou pedindo que me desculpem pela omissão e a corrigir a falta.
Lusito/Lusido
Uma das personagens que havíamos criado chamava-se LUSITO o militarão do grupo, e este nome estava identificado com a Mocidade Portuguesa.
Quando o Iriarte, do jornal "A Capital", nos convenceu a publicar a história cá, acautelámos não despertar a atenção da censura para as entrelinhas da narrativa. Assim, o título deixou de ser «OS LUSITANSOS», o que denunciava à partida o conteúdo da história, e o Lusito passou a ser LUSIDO, uma vez que todas as personagens eram LUSIS, derivado de Lusitanos.
Na época, pela prática que tínhamos de lidar de perto com esses lápis azuis e vermelhos que funcionavam como «camartelos» de destruição do que fazíamos e idealizávamos, aprendêramos a conhecer o raciocínio dos censores, e assim a maneira de os contornar. 
Um título, a composição da capa de um livro ou a maneira de escrever um artigo no jornal, era pensado em estilo de enigma como uma charada para só ser entendida com inteligência, mas parecer inócuo aos menos dotados.
E eis o motivo da alteração do nome desta figura e que eu não tinha feito a seu tempo.
Desejo que não volte a ter motivo, em minha vida, de contar experiências deste teor, no futuro.
Aqui me despeço destes artigos.
José Ruy

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

CAPAS (10) - ARTUR CORREIA

Artur Correia (1932-2018)
Excelentemente dedicado à Banda Desenhada humorística, para além do Cinema de Animação, mestre Artur Correia (1932-2018) será, até agora, o grande talento da 9.ª Arte Portuguesa na especial e difícil vertente de bem fazer rir.
Colaborou para diversas publicações e tem alguns álbuns, quase todos esgotados. 
Mantém criações suas a aguardar a merecida e exigida recuperação em álbum...
Foi homenageado na Sobreda, Moura, Viseu, Amadora e Beja.
O seu álbum "Os Super-Heróis da BD Portuguesa" contém biografias curtas com capa própria, das quais reproduzimos algumas: "Viriato", "O Magriço", "Zé do Telhado", "O Soldado Milhões", "Aristides de Sousa Mendes" e "Salgueiro Maia", a par de outras também em tempos publicadas.
Do conjunto da obra, aqui vão aquelas que escolhemos.
LB

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

NOVIDADES EDITORIAIS (209)

L'ESCLAVE DE KHORSABAD - ​Edição Casterman. Autores, segundo Jacques Martin: argumento de Valérie Mangin, traço de Thierry Démarez e cores de Jean-Jacques Chagnaud. É o décimo primeiro tomo da extraordinária série "Alix Senator", ainda inédita em Portugal.
Para desanuviar a sua constante tristeza pela morte de dois entes queridos, o filho de Enak e Lídia, a sua paixão, Alix volta ao Médio Oriente... Um regresso ao seu distante passado na Assíria, melhor ainda, à velha cidade de Khorsabad, fundada por Sargão II, onde chegou a ser um jovem escravo. Tem um fito: recuperar a espada de seu pai, que aí morreu na batalha de Carrhes.
Porém, este seu "turismo" sai-lhe caro: é aprisionado pelo ganancioso rei dos Partos, os actuais donos da região. Em novo cativeiro, encontra dois jovens companheiros/cúmplices: o belicoso assírio Monasés (que se parece com Enak quando jovem) e a sacerdotisa egípcia Tefnut...
Esta narrativa terá conclusão no próximo tomo, "Le Disque de Osiris".


VALHARDI, L'INTÉGRALE 6 - ​Edição Dupuis. Autores: são vários nos textos biográficos e/ou nos argumentos. Pela arte gráfica, o belga René Follet, nascido em Bruxelas a 10 de Abril de 1931 e falecido neste tão amargo 2020, a 14 de Março.
Este tomo 6 é o derradeiro de toda a bela e tão entusiasmante série "Valhardi", que foi desenhada por Jijé, por Eddy Paape e, por fim, por René Follet.
Este tomo final é bem fundamental para quem é admirador deste herói-série, pois inclui as narrativas: "Le Dossier X", "Le Naufrageur Aux Yeux Vides" e "Un Gosse à Abattre". Para além disso, há um dossiê histórico de abertura e, ainda, a biografia de René Follet e a sinopse de "Le Huitième Indice" (que, parece, nunca foi desenhada).
Jean Valhardi será sempre um respeitável e admirável herói-BD, na bela linha clássica, para um qualquer bedéfilo que se preze. Para quando toda esta série em português?...



CHURCHILL -2 - ​Edição Gradiva. Autores: textos de Vincent Delmas, François Kersandy e Christophe Regnault, arte de Alessio Cammardella, cor de Alessia Nocera e tradução de Maria de Fátima Carmo.
É a conclusão do díptico biográfico versando, mais ou menos, a vida e o empenho político de Winston Churchill.
Altamente notável pela salvação de uma Europa em angustiante crise, num dos seus inflamados discursos, terá dito: "Se Hitler invadisse o Inferno, eu apoiaria o Diabo!".
Neste segundo tomo, a obra termina com a fantástica aclamação do povo inglês ao seu líder. Tudo bem, mas falta o resto da sua vida daí para diante, donde, por exemplo, os doze dias que ele viveu na nossa ilha da Madeira (1950), no Funchal e em Câmara de Lobos. Para esta ilha, ele e a família, foram convidados de um hotel de luxo local. Aproveitou esses doze dias para se entregar a uma das suas paixões: a Pintura. Mas, claro, sempre cultivou a sua ternura pelos animais, sobretudo, os gatos.


ODISSEIA - ​Edição Levoir/RTP. Autores: segundo o clássico do grego Homero, tem adaptação e argumento de Christophe Lemoine (francês) e arte de Miguel Lalor Imbiriba (brasileiro) e, um dossiê final e explicativo por Gilles Thierriat e tradução pelo nosso prezado correlegionário Pedro Cleto.
Ninguém reparou (ou tal não quis), mas o herói desta invejável obra clássica, "A Odisseia", que já figurava em "A Ilíada", é aqui usado com o nome que os Romanos lhe deram... O admirável e tão heróico como sofrido rei da Ítaca, de seu nome autêntico e original, é Odisseus e daqui, a "Odisseia". Tal como "A Iliada" vem da cidade de Ílion (Tróia) e, posteriormente, "A Eneida" deriva do escapado Eneias...
Investiguem, meus amigos, investiguem!...
LB