quarta-feira, 31 de março de 2021

BREVES (92)

PRÉMIO JORGE MAGALHÃES PARA ARGUMENTO DE BD
A editora Ala dos Livros, num gesto que aplaudimos e apoiamos plenamente, promove, a partir deste ano, o "Prémio de Argumento para Banda Desenhada Jorge Magalhães".
O Prémio - uma iniciativa da família de Jorge Magalhães (1938-2018) e da Ala dos Livros (a editora que os seus netos fundaram) - visa dignificar e valorizar o argumento de banda desenhada.
Implicitamente, esta iniciativa homenageia, também, o próprio Jorge Magalhães, figura ímpar no panorama bedéfilo português, considerado por muitos como um dos melhores argumentistas portugueses de sempre (foi autor de inúmeros contos e argumentos para BD publicados em jornais, revistas, álbuns e blogues), bem como investigador de renome e editor ou coordenador de revistas como o "Mundo de Aventuras", "Selecções BD", "O Mosquito" (5.ª série) ou "Heróis Inesquecíveis".
As candidaturas ao Prémio serão aceites até ao próximo dia 30 de Junho e o regulamento completo pode ser consultado aqui.


O MESTRE NÃO PÁRA: JOSÉ RUY ILUSTRA SÉRIE DOCUMENTAL DE ANTÓNIO-PEDRO VASCONCELOS
O Coronel Silva Carvalho, um dos protagonistas do "Golpe das Caldas", trocando impressões com José Ruy, enquanto este recolhia informação para a reconstituição dos acontecimentos (Foto: Gazeta das Caldas)
Segundo notícia veiculada pela Gazeta das Caldas, o conceituado realizador António-Pedro Vasconcelos está a trabalhar numa série documental, em seis episódios, intitulada "Conspiração", onde se propõe contar os acontecimentos que deram origem à Revolução do 25 de Abril de 1974.
Numa reedição recente do álbum de banda desenhada "Nascida das Águas", José Ruy acrescentou-lhe um capítulo sobre o chamado "Golpe das Caldas" (uma primeira tentativa falhada de golpe de Estado, ocorrida a 16 de Março desse mesmo ano de 1974). Por esse motivo, José Ruy foi convidado por António-Pedro Vasconcelos para ser seu consultor na série, colaborando, também, com várias ilustrações (algumas delas inéditas) onde reconstitui tudo aquilo que não foi fotografado ou filmado na época, por ser secreto.
"É com base em vinhetas existentes, e noutras novas que vou desenhar, que será feita a reconstituição dos acontecimentos", afirma José Ruy para quem ter sido escolhido como consultor desta série "é uma enorme honra".


PROCURAMOS REGISTOS DO MOURA BD!
Continuamos a solicitar a colaboração dos nossos leitores no sentido de nos ajudarem a contar a história do Moura BD, o Salão Internacional de Banda Desenhada de Moura, entretanto já desaparecido mas com muita coisa ainda por dizer.
Para aqueles que, eventualmente, tenham alguma vez visitado o salão e tenham também registado em fotografia ou vídeo alguma das suas dezoito edições, pedimos o favor de partilharem connosco esses documentos, que depois aqui publicaremos, naturalmente com os devidos créditos.
Podem entrar em contacto connosco através do nosso e-mail: bdbdblogue@gmail.com.
Desde já o nosso obrigado.


FALECEU CARLOS COSTA
Carlos Costa (02.03.1928-07.03.2021)
Faleceu no passado dia 7 de Março, poucos dias depois de completar 93 anos (e não 80, como erradamente a imprensa divulgou), Carlos Costa. 
Nome importante no panorama musical português, conhecido como um dos elementos fundadores do Trio Odemira, teve, também, um papel de relevo na Banda Desenhada. Para além de fervoroso coleccionador, fundou as Edições Época d'Ouro, onde publicou títulos como "História da BD Publicada em Portugal" (em dois volumes), "O Mosquito - 60.º Aniversário", "O Mosquito - Aventuras & Curiosidades", "A Arte de Bem Navegar - Navios Europeus do Séc. XIV ao Início do Séc. XVI", "Cavaleiro Andante", "ETCoelho - a Arte e a Vida" e "Dicionário dos Autores de Banda Desenhada e Cartoon em Portugal".
A sua paixão pelo "Mosquito" levou-o a imprimir, também, uma bela (e, hoje em dia, rara) colecção de calendários de bolso com variadas capas desta revista.
Presença assídua nos festivais e salões BD, falámos com ele em Dezembro passado, onde trocámos desejos de Boas Festas. Como sempre, a sua contagiante boa disposição desviou a conversa da frágil situação de saúde que atravessava. Pediu-nos o favor de lhe enviarmos, logo que possível, alguns números dos Cadernos Moura BD que lhe faltavam. E despedimo-nos até um dia destes...
Que descanse em paz.


ANIVERSÁRIOS EM ABRIL
Dia 01 - Philippe Fenec (francês)
Dia 03 - Daniel Ceppi (suíço)
Dia 05 - Carlos Pessoa
Dia 08 - Sérgio Macedo (brasileiro)
Dia 14 - Nelson Martins
Dia 18 - Victor Mesquita
Dia 27 - Andy Genen (luxemburguês)
Dia 30 - Jakob Klemencic (esloveno)
CR/LB

domingo, 28 de março de 2021

ENTREVISTAS (32) - RICARDO SANTO

​Foi a leitura e apreciação do seu álbum "Planeta Psicose" (Ed. Escorpião Azul), aqui divulgado a 13 de Janeiro, que logo me despoletou o interesse de uma entrevista com este jovem autor. 
Estabelecido o contacto, eis a sua breve história e a nossa conversa.
Ricardo Santo
Ricardo Santo (aliás, Ricardo Santo Encarnação Machado) nasceu em Leiria a 21 de Dezembro de 1976, mas, praticamente, cresceu em Pataias (concelho de Alcobaça). 
Cursou Design Industrial nas Caldas da Rainha e tem uma graduação pela Faculdade de Arquitectura de Lisboa.
Começou bem garoto, a desenhar e a escrever as suas "estórias".
Colaborou para o "Jornal de Pataias" e "Tribuna do Oeste".
Recebeu em 1991, uma Menção Honrosa no Concurso BD pelo Salão de Banda Desenhada de Amora. Similarmente, recebeu também Menções Honrosas em concursos efectuados em Loulé, Caldas da Rainha, Sobreda e Amadora.
Publicou-se, também, em diversos fanzines.
Seus desenhistas preferidos: Hugo Pratt, Hayao Miyazaki, Osamu Tezuka, David Clowes, Moebius, Jordi Bernet, Albert Monteys, Jaime Martin, David Rubin, Nuno Saraiva, João Fazenda, Ricardo Cabral, Filipe Abranches e Luís Louro.
Reside há alguns anos com a família próxima, a companheira e os dois filhos, em Barcelona. Entretanto, em 2017, editou por conta própria, o álbum "Livro Sagrado".
Segue-se o nosso diálogo que, devido às circunstâncias, foi efectuado por e-mail.

Ilustração de Ricardo Santo
BDBD - Que força te levou a abraçar a Banda Desenhada?
Ricardo Santo (RS) - Suponho que a minha relação com a Banda Desenhada não seja diferente da de muitos outros que se dedicam a ela. Começa invariavelmente na escola primária, quando te dás conta de que os outros miúdos param de fazer desenhos deles para ficarem a olhar para os teus. E aí percebes que se passa alguma coisa que não é normal. Essa primeira sensação ainda é o que sobretudo me move, cada vez que eu faço um boneco ou penso numa história. Faço-o
para os meus amigos. É neles que penso quase sempre. Ou em conversas e diarreias mentais que tive com alguns deles. Olhando para trás, suponho que desde muito cedo era um miúdo que desenhava, escrevia e lia mais do que os outros miúdos à minha volta.

BDBD - Disseste-me que a BD não é o teu funcionamento normal, mas sabes bem (e os leitores também), que por aqui já és admirável e grande. Mesmo assim, recusas-te à dita 9.ª Arte?
RS - Há de certeza muita gente a quem sou completamente indiferente! E outra tanta que detesta o que eu faço! Se os tenho na família, não duvido que os tenha fora dela! É uma das dores do crescimento! Quando és pequeno, todos acham graça a tudo o que tu fazes! Depois, cresces e já ninguém te acha piada nenhuma. Nem sequer tu próprio, muitas vezes! Normalmente, é quando nos apercebemos do que dá e não dá o pão para a boca. De repente olha-se para o lado e percebe-se que o mundo, afinal, é maior do que pensávamos. E se calhar, não somos assim tão especiais! Nessa altura, fazem-se outras escolhas. De resto, as pessoas que só sabem fazer uma coisa na vida são, regra geral, muito desinteressantes.


BDBD - Vives na Catalunha, digo, Barcelona... É a geografia mais tranquilizadora para o teu dia-a-dia?
RS - Não! Decididamente, não é! Foi uma coisa que me aconteceu quase sem querer. Ou melhor, eu queria experimentar viver fora de Portugal. Mas nunca tive nenhum tipo de predileção especial pela Catalunha. Calhou, por causa do trabalho da minha mulher. E já estou aqui há tempo suficiente para perceber que nunca na vida me tornarei catalão! Ou espanhol! Gostava de algum dia viver uma temporada num país asiático. Mas, eventualmente, quero voltar para Portugal. Acho que, de facto, em tranquilidade, devemos ser imbatíveis. Mas nem toda a gente gosta de tranquilidade a todo o momento! E, às vezes, um bocadinho de agitação , de vez em quando, também é saudável!

BDBD - Arriscaste-te a um álbum de autor, "Livro Sagrado"... Com que ideia para tal?

RS - O "Livro Sagrado" foi um daqueles projectos que parecia que não ia acabar nunca. A ideia inicial era fazer uma adaptação tout court de alguns contos de cariz fantástico e etnográfico da literatura portuguesa. Mas depois de umas quantas falsas partidas e ideias abandonadas, veio a tornar-se uma coisa com um cunho um bocado autoral. É uma coletânea em que algumas histórias são adaptações de contos e outras são originais meus, embora habitando o mesmo universo e partilhando algumas características estruturais e temáticas, assim como um fio condutor narrativo que as une umas às outras como se fossem uma história só. De uma forma geral, anda muito à volta da temática das superstições, mitos, convenções e preconceitos que ainda alimentam um certo tipo de conservadorismo crónico e às vezes, um bocado ridículo, de que muitos de nós, portugueses, infelizmente ainda padecemos. O que eu costumo chamar a herança mental do Estado Novo. Que ​é um bocadinho diferente da herança mental da Guerra Civil de que os espanhóis também ainda padecem.

Capa de "Planeta Psicose"
BDBD - Com o recente "Planeta Psicose", isso resultou num verdadeiro estoiro de merecidos aplausos para ti. Contente com este triunfo?
RS - Contente com os aplausos, sim. É sempre gratificante sentirmo-nos validados. Principalmente, se for por parte de alguém que respeitamos. Não tenho é ainda noção se isso se traduziu em vendas, porque a pandemia veio sabotar um bocado as coisas!

BDBD - Neste álbum, és terrivelmente acutilante e quiçá, um "anarquista" pessimista... Assim pensas a vida?
RS - Não sei! Talvez tenha alguma tendência para esperar sempre o pior das situações... Ou pelo menos, gosto de ter sempre presente a ideia de que, por muito mal que as coisas estejam, podem sempre piorar! Também padeço de algum cinismo e de uma certa tendência para dizer o que não devo. E como normalmente não consigo evitá-lo, a maior parte das vezes prefiro estar calado, antes que me fuja a boca para a verdade. Também tenho o péssimo hábito de questionar demasiado as ordens e as convenções, principalmente, se não lhes entendo a lógica. Nunca me ocorreu definir-me como anarquista! Mas, vendo bem as coisas, sou capaz de ser um bocadinho... Gosto de estar aberto a mudar de direcção em qualquer altura!

Pranchas de "Planeta Psicose"

BDBD - E para o futuro, o que tens projectado para a Banda Desenhada na Catalunha e/ou em Portugal?
RS - Tenho um outro projecto de BD já terminado há bastante tempo, que espero finalmente poder editar este ano. Mas ainda não ponho as mãos no fogo. É uma coisa completamente diferente do "Planeta Psicose". Através de outra editora. Uma história real. Uma coisa que me desafiei a mim próprio fazer, principalmente, porque já não podia mais ouvir as pessoas que me dizem constantemente que só sei fazer o mesmo tipo de coisas. E que não acham graça nenhuma! É uma história em que meto a ironia na gaveta e abordo temas que realmente me preocupam. E coisas nas quais acredito. Apesar de falar em desgraças, é talvez a história mais optimista que escrevi! Mas, de momento, os meus planos não passam por editar em Espanha. Curiosamente e apesar da amabilidade de alguns editores a quem mostrei o meu trabalho, ainda encontrei menos abertura do que em Portugal por parte das editoras. Espanha é um país de artistas visuais extraordinários. E eu, para eles, ainda não deixei de ser um estrangeiro que aqui caiu de para-quedas.

Capa para o #4 do fanzine
Efeméride (Tintim no Séc. XXI)
BDBD - Eras capaz de vir ao teu País para um salão-BD?
RS - Capaz, serei sempre. Dependendo do tempo disponível e do preço do bilhete de avião. Agora estão mais baratos!

BDBD - Acompanhas a BD de Portugal?
RS - Sim. Acompanho a BD portuguesa, tanto como a espanhola. Embora a carteira e a estante não cheguem para comprar tudo. Estou pelo menos a par do que se vai fazendo.

BDBD - ​Em breves palavras, deixa aqui uma mensagem aos leitores portugueses que te estimam e admiram...
RS - Só agradecer e dizer que o sentimento é mútuo. Ter alguém que se interessa por aquilo que nós fazemos, principalmente no meio do cada vez maior turbilhão de coisas que se vão fazendo, é fundamental para continuarmos a fazê-lo. Não sou nada o tipo de pessoa que se esteja marimbando para o que os outros acham. Ou que faço as coisas só para mim. Posso não querer perverter-me às ditaduras da maioria, mas o que faço, é fundamentalmente para os outros. É uma busca de diálogo e de pontos de contacto com outras pessoas, para não sentir que estou sozinho. Quando ninguém me quiser ouvir, paro. Não tenho vontade nenhuma de ser o maluquinho que anda a pregar para as paredes!

BDBD - Muito obrigado, Ricardo, por teres acedido a esta entrevista!
L.B.

Pranchas de "Velha Glória", in revista "Gerador" #8 (Abril/Junho 2016)


Pranchas de "Contacto", homenagem póstuma a Geraldes Lino

Estudo para a contracapa de "Planeta Psicose"

quinta-feira, 25 de março de 2021

NOVIDADES EDITORIAIS (215)

TINTIN, C'EST L'AVENTURE / 7 - ​Edição Geo / Moulinsart, com a participação de diversos autores. Este exemplar (Março-Abril-Maio/2021) foca, centralmente, a selva... ou as selvas por onde andou, mais ou menos, Tintin. Um verdadeiro e apaixonante encanto!
Mas há muitos mais assuntos em destaque, como: as dez pranchas inéditas por François Boucq, o destacável versando Corto Maltese por Hugo Prats, desenhos inéditos por Hergé, etc.
O próximo exemplar está previsto para finai de Maio.


LEMÚRIA - ​​Edição Dargaud. Autores: Jean Dufaux (argumento), Theo (traço) e Lorenzo Pieri (cores). Trata-se do 11.º tomo da galvanizante série "Murena".
Não confundir esta Lemúria com o lendário continente do mesmo nome, que se situava entre outros dois: Mu e Gonduana...
Aqui, Lemúria, é a líder ninfomaníaca de uma sinistra e cruel seita, sempre sexualmente voraz de homens para satisfazerem os seus desejos, que se apaixona perdidamente por Lucius Murena, não recuando em nada para o ter exclusivamente para ela.
Mortes, violências e muito erotismo, são vigorosos ingredientes da narrativa deste álbum, rigorosamente para adultos.


OS CINCO E OS CONTRABANDISTAS - Edição Oficina do Livro. Autores, segundo Enid Blyton: guião de Béja, traço de Nataël e cores de Elodie K. Salinas.
Os adolescentes Júlio, David, Ana e Zé (Maria José), mais o fiel e bravo canino Tim, voltam à estranha Ilha do Desterro, onde acontecem coisas bem bizarras e assustadoras...
Esta série ainda tem bons apreciadores, mas na verdade, está ultrapassada no tempo. O entusiasmo por ela, enfraqueceu...
LB

domingo, 21 de março de 2021

HERÓIS INESQUECÍVEIS (74) - ASTÉRIX, OBÉLIX e... Companhia

O pequeno e valentão gaulês (mais a tribo a que pertence), Astérix, não se verga nem se deixa vergar. Pela histórica Gália - hoje França -, ele e os seus companheiros tornaram-se notáveis através de um outro império, via BD e o Cinema.
No expansionismo guloso do Império Romano, no norte da Gália existia uma irredutível aldeia. Aqui, um mundo de heróis invencíveis deram água pela barba aos ávidos romanos.
​Pela parceria do argumentista René Goscinny (1926-1977) e arte de Albert Uderzo (1927-2020), a 29 de Outubro de 1959 nasceu a impagável e imparável série humorística "Astérix", onde este herói mais o seu inseparável e anafado amigo Obélix (e o seu terno cachorrinho Idéfix) nos deixam plenos de riso pelas quase inconcebíveis paródias.
René Goscinny e Albert Uderzo

Primeiro álbum e primeira prancha de "Astérix"
Capa de "Astérix Legionário" (Ed. Dargaud, 1967)
Prancha de "Astérix Legionário"

Capa de "Astérix na Hispânia" (Ed. Hachette, 2000)
Prancha de "Astérix na Hispânia"

A série foi-se afrouxando após o passamento de Goscinny, pois Uderzo não tinha o devido estofo criativo para os enredos. Mas depois arrebitou com os continuadores...
Capa de "A Odisseia de Astérix", uma das aventuras do pequeno gaulês
onde Uderzo foi o autor de texto e desenhos.
Prancha de "A Odisseia de Astérix". De notar a caricatura de
Sean "James Bond" Connery...
Capa de "Astérix entre os Pictos", com texto de Jean-Yves Ferri e desenhos
de Didier Conrad (que mimetizou praticamente na perfeição a arte de Uderzo)
Prancha de "Astérix entre os Pictos"

Com crítica sócio-política muito capaz, personagens "terríveis" desfilam por esta série dos quais notificamos uns meros exemplos: Paronamix (​o druída), Júlio César (o senhor do Império Romano), Cleópatra (a rainha do Egipto), Abraracourcix (o chefe da aldeia), Assurancetourix (o sempre amado e sacrificado bardo), Falbala (a bela e boazona, apaixonada por Tragicomix), Decanonix (o enérgico quase centenário), Bonemine (a "primeira dama" da aldeia), Cétautomatix (o ferreiro), Ordralfabetix (o peixeiro) e tantos e tantos outros. Não se esquecem os infelizes piratas que são afundados sempre que esbarram com os gauleses.
Astérix e os seus companheiros de aventuras gauleses
Decanonix, Idéfix, Falbala, Panoramix, Ordralfabetix, Cétautomatix e Assurancetourix, alguns dos impagáveis personagens desta maravilhosa série

As narrativas de Astérix e seus parceiros têm sido editadas por uma boa dose de países, com Portugal incluído. 

Para além de ser editado em álbum, Astérix foi publicado
em revistas portuguesas como "Tintin" e "Jornal da BD"
Edições italiana e espanhola

Edições austríaca e inglesa
Edições chinesa e russa

E também chegaram ao Cinema e ao Cinema de Animação, onde não damos os totais aplausos...
Pelo Cinema de Animação (erradamente dito Desenhos Animados), existirão, não estou certo, cinco filmes: "Astérix, o Gaulês" (1967), "Astérix na Bretanha " (1986), "Astérix et le Camp du Ménhir" (1989), "Astérix in America" (1994) e "O Segredo da Poção Mágica" (2018).
"Astérix, o gaulês", filme de animação produzido em 1967

No Cinema com actores de carne e osso, constam quatro longas metragens, todas com o actor francês (hoje cidadão russo) Gérad Depardieu como um certíssimo Obelix: "Astérix e Obelix Contra César" (1999), "Missão Cleópatra" (2002), "Astérix nos Jogos Olímpicos" (2008) e "Ao Serviço de Sua Magestade" (2012). Por aqui, saliento a participação do actor Alain Delon como "Júlio César", no segundo filme mencionado, e o fiasco em "Ao Serviço de Sua Magestade" com um tão mau uso da grande actriz Catherine Deneuve...
À esquerda: Alain Delon como "Júlio César" no filme "Astérix nos Jogos Olímpicos".
À direita: Gerard Depardieu, o excelente e eterno Obélix

Heróis desta série também se registaram na Filatelia.

Em 2020, em Paris, foi inaugurada uma estátua em homenagem a René Goscinny. Esta escultura é, na verdade, uma réplica exacta de uma obra produzida para a entrada do Colégio Regional René Goscinny, em Drap (Nice).
Estátuas de Goscinny em Drap e Paris, respectivamente.
​Consta que, lá para Outubro do decorrente 2021, vai aparecer mais um álbum desta série. Venha ele!
​LB

terça-feira, 16 de março de 2021

CAPAS (17) - CARLOS ALBERTO SANTOS

Carlos Alberto Santos (1933-2016)
Já falámos aqui, por diversas vezes, de Carlos Alberto Santos (1933-2016), um dos ilustradores portugueses mais conceituados, que mais e melhores capas produziu ao longo da sua brilhante carreira. 
Dono de um estilo inconfundível, publicou banda desenhada no "Camarada" (onde se estreou), "Mundo de Aventuras", "Pisca-Pisca", entre outras, mas foi sobretudo como capista que se evidenciou, dado o volume imenso de ilustrações/capas que produziu para a Agência Portuguesa de Revistas.
Revistas de banda desenhada como "Mundo de Aventuras", "Policial", "Guerra", "Selecções do MA", "Jornal do Cuto", "Zakarela", "Heróis Inesquecíveis" (entre muitas outras), assim como outro tipo de publicações (cadernetas de cromos, livros infanto-juvenis ou colecções de novelas western ou policiais) usufruíram da Arte maior deste genial artista.
A sua última capa para uma publicação BD - produzida, ainda assim, com grande empenho e entusiasmo - foi a do álbum colectivo "Salúquia: a Lenda de Moura em Banda Desenhada", numa fase em que já só se dedicava à Pintura, por problemas de saúde que lhe afectavam a vista, e que não o deixavam trabalhar a escalas mais pequenas.
Aqui vos deixamos uma pequeníssima amostra do trabalho notável que Carlos Alberto Santos nos legou...
CR