segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

NOVIDADES EDITORIAIS (25)

LE VOL 501 - Andavam bem tristes os bedéfilos adeptos destes dois populares heróis, Michel Tanguy e Ernest Laverdure... tanto mais que, em Portugal, não lhes foi prestada grande atenção. O costume!...
Pois Tanguy e o pândego Laverdure, via edições Dargaud, voltaram. Neste álbum, "Le Vol 501", são seus criadores, Jean-Claude Laindin e Yvan Fernandez.
Toca pois a voar com a aventura, que ela continua.


LA TECHIQUE DU SCORPION - Tem edição Delcourt e, logicamente, é o oitavo tomo da pertinente série "Zodiaque". Tem argumento de Corbeyran (segundo uma ideia de Guy Delcourt), capa de Thomas Ehrestsmann e traço de Djillali Defali.
Por este tomo, "La Technique du Scorpion", o ponto de partida é: "Não há nada que revolte mais Ursula Black que uma mulher vítima de um homem indelicado". Cuidado que, pelo nome, "Black" significa negro, uma das cores dos escorpianos... Que esta narrativa traz perigos e arrojos, lá isso traz. Leiam-na!


PAFNUTIE CYBORGUL - É exemplo recente da BD romena e do veterano artista desta nação leste-euro-latina: Radu Marian.
Perito no traço humorístico e nas ironias, Radu Marian aqui nos traz, com "Pafnutie, o Ciborgue" , algumas "loucuras" das suas paródias que, embora "doces", são marcantes alfinetadas.
Recordamos que Radu Marian esteve presente como convidado de honra, no salão ViseuBD 2009, onde trouxe, por gentileza sua, uma curta edição em português (já esgotada) do seu tão divertido álbum, "Bem-Vinda, Querida Sogra!" (que também teve edições em romeno e em francês).
Entretanto, prepara "A Sogra em Portugal"...


LE FAUCON DU TEMPLE - Com edição Dargaud, "Le Faucon du Temple", é o quarto tomo da série " Le Dernier Templier". Tem argumento de Raymond Khoury e traço (belíssimo) de Miguel Lalor.
Localizada no passado e no presente, versando os Templários, é uma série controversa e muitíssimo discutível pelas teorias arrojadas que nos propõe.
Uma série que seria muito interessante ver publicada em português, mas...


SANDU  FLOREA - É uma publicação romena que tem por título origina "Sandu Florea, o Monografie", que em português se traduz por "Sandu Florea, uma Monografia". O autor é Dodo Nitá, que é o organizador dos salões anuais de BD na Roménia (varia a cidade onde se organiza), onde já tem apresentado com o devido relevo, obras de desenhistas portugueses, como Fernando Bento, José Ruy,
Eugénio Silva, Artur Correia, etc. Veio a Portugal por três vezes: ao Salão da Sobreda em 1995 e 2002, e ao de Viseu, em 2009.
Também autor, Dodo Nitá, pela sua obra, vai incluindo monografias de grandes desenhistas romenos (em cujos volumes, no final, vem um resumo em francês e em inglês).
Sandu Florea é um dos mais conceituados artistas romenos, não só na sua pátria como nos Estados Unidos da América, onde tem trabalhado tanto para a DC Comics como para  a Marvel.
Os interessados poderão contactar (em francês) para dododnita@yahoo.com 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

HERÓIS INESQUECÍVEIS (10) - RIC HOCHET


Na linha de heróis-BD jornalistas, que tão em voga estiveram (e alguns ainda estão), em popularidade, Ric Hochet, está logo a seguir a Tintin.
Tibet e Duchâteau
Criado pelo argumentista André-Paul Duchâteau e pelo saudoso desenhista Tibet (aliás, Gilbet Gascard), tendo este estado em Portugal uma vez única, para ser homenageado ao vivo no Salão Internacional SobredaBD 1995, Ric Hochet, então ainda um garoto e a funcionar como um ardina do jornal (fictício) "La Rafale", estreou-se numa história curta, "Ric Hochet Mene le Jeu", a 30 de Março de 1955, na edição belga da revista "Tintin".
Capa da Revista "Tintin" (30.Março.1955)
marcando a estreia de Ric Hochet
Em Portugal, essa estreia aconteceu no "Cavaleiro Andante" n.º183, a 2 de Julho desse mesmo ano, com a mesma narrativa, então intitulada "Qual dos Três?".
Seguiram-se, pelo menos, mais duas histórias curtas (no futuro, outras iriam surgir...), em 1956 e em 1959 (é nesta que Ric conhece o comissário Segismond Bourdon. que virá a ser seu constante parceiro) e, onde se vai notando, graficamente, um natural crescimento do personagem
O êxito é tremendo e daí, Raymond Leblanc (um dos fundadores das Éditions du Lombard/ Bélgica) pede aos autores que avancem para uma série... E a primeira grande narrativa surge em 1961, com "Signé Caméleon". Imparável depois, as aventuras de Hochet (com algumas narrativas curtas e médias, de permeio).
Por aqui, outras figuras notáveis figurando com uma certa constância (referimo-nos só aos "bons"): Nadine (sobrinha de Bourdon, que acaba por se tornar a noiva de Hochet), o inspector Ledru, o misterioso pai de Hochet (Richard), o sempre refilão sábio (mas divertido) Prof. Hermelin, e até, o fiel e terno gato de Hochet... cremos que de nome Nadar...
Como acessórios de marca, em Ric Hochet, a sua gabardina, o seu casaco branco com pintinhas negras (modelo único!) e o seu carro Porsche amarelo...
Há incursões diversas na Rádio e na Televisão, destes personagens. Todavia, em 1968, Raymond Leblanc e a Belvision, produziram uma média metragem(experiência piloto), adaptação do álbum "Signé Caméléon", que até participou então no famoso Festival de Cannes... Mireille Baert foi Nadine, Jacques Lippe foi Bourdon e Ric Hochet foi vivido pelo actor Daniel Vigo (falecido em França há pouco menos de dois anos) e onde, os próprios Duchâteau e Tibet, divertidos, participaram como "polícias"...
Sobre Daniel Vigo, o próprio Tibet afirmou: "Era um talentoso jovem actor belga que se parecia muito com o personagem".
Porém, as crianças assustavam-se muito com a máscara do "Camaleão" e o filme foi retirado de qualquer exibição, de tal modo  que a ideia não teve continuação e "nem se sabe" onde existe o original ou eventuais cópias!... Nem o próprio Tibet, conforme nos disse  na Sobreda em 1995, sabia do destino deste filme, pois nem ele tinha sequer uma merecida cópia!...


Ric Hochet e o actor Daniel Vigo que encarnou o personagem em 1968 

Entretanto, noticiou-se que em 2003, terá começado a rodagem de treze episódios televisivos com o actor Yann Sundberg. Não conseguimos saber se tal foi mesmo conseguido...
Álbuns com as aventuras de Hochet, são em muitas dezenas. A própra Éditions du Lombard, na versão integral, editou em completo tal série, em vinte álbuns.
Por sua vez, quase logo a seguir, a exigente Hachette, também reeditou (ou está a reeditar) tudo sobre Ric Hochet.
Apesar da notável e incontestável celebridade (e popularidade), em Portugal, este herói-BD tem sido "maltratado", apenas publicado em edições avulsas. Em álbuns empenharam-se, sem uma devida regra e sensibilidade ao herói, aos autores e ao nosso público bedéfilo, a Bertrand, o Correio da Manhã, a Futura, a Dom Quixote e a Asa/Público. As responsáveis editoras de BD, no Portugal de hoje, não gostam nem percebem NADA de Banda Desenhada! Publicam aquilo que lhes pode dar fáceis cífrões... mas como quem arrota por um estranho empaturranço... Amen!
Em publicações, sairam aventuras de Ric Hochet  no "Cavaleiro Andante", "Mundo de Aventuras", "Tintin " (edição portuguesa), "Zorro" e "Cadernos Sobreda-BD".

   
Tibet (natural de Marselha) faleceu a 3 de Janeiro de 2010, mas por sua vontade, a série deve continuar. Esperemos que o argumentista Duchâteau encontre rápidamente um grafista digno de continuar Hochet e Tibet.

A terminar: em Bruxelas, na Rue du Bon Secours, há edifícios decorados exteriormente com motivos desta série. E, em 2002, em  Les Issambres, bairro de Roquebrune-Sur-Argens (sul de França) e onde Tibet passava habitualmente as suas férias, foi inaugurada a Alameda Ric Hochet. E esta?!...
 
Ric Hochet numa rua de Bruxelas
Prancha de "O Traidor Contrafeito"
 
 
 
 

 
 
 
 

sábado, 19 de janeiro de 2013

DESENHISTAS DESENHADOS (1)

É de certo modo frequente da parte de vários desenhistas nacionais (Augusto Trigo, José Ruy, Eugénio Silva, José Pires, Luís Louro, etc) e estrangeiros (Hergé, Morris, Uderzo, Cyril Pedrosa, etc) colocarem nas histórias que criam, certos personagens com base fisionómica de amigos e/ou colegas, quando não, eles próprios também. São gestos de gentileza.
Mas acontece que, mais raramente, o "feitiço se vira contra o feiticeiro" e o desenhista (ele em si mesmo) se torna figura central de um álbum. É o desenhista desenhado. Neste aspecto, dois casos são notórios:

LES AVENTURES D'HERGÉ, sob edição Dargaud. Tem argumento de Bocquet e Fromental e grafismo de Stanislas Barthélemy. Aqui, Hergé é ele próprio, mas também é TintinCom uma certa ironia, este álbum narra a vida de Hergé e, em síntese justaposta, os temas das principais aventuras de Tintin, protagonizadas pelo autor. Um álbum conseguido nas suas intenções e de aconselhável leitura. Com outro formato (mais pequeno), esta obra foi publicada em português numa co-edição da Mais BD e da Devir. De qualquer modo, são as aventuras de Hergé-Tintin e de Tintin-Hergé.


GRINGOS LOCOS, sob edição Dupuis. Tem argumento de Yann e traço de Olivier Schwartz. Com muita paródia e muito ficcionada, a narrativa baseia-se nas peripécias que três grandes amigos e colegas, os desenhistas Jijë (Joseph Gillain), Morris (Maurice de Bévère) e André Franquin, viveram pelos finais dos anos 40 em terras mexicanas. Foram para a América em busca de sonhos, glorias e Hollywood, mas os ventos não sopraram de feição, tudo resultando numa delirante epopeia.
Os admiradores de Hergé, Jijë, Morris e Franquin, certamente não ficarão afastados das respectivas leituras. Estes dois álbuns são obras muito divertidas, onde famosos desenhistas são desenhados.

Jijë, Hergé, Franquin e Morris

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

NOVIDADES EDITORIAIS (24)

BRUCE J. HAWKER / 2 - Sob edição Lombard, foi recentemente editado o segundo e último tomo da versão integral de "Bruce J. Hawker", com a arte magistral de William Vance. Os textos são de André-Paul Duchâteau e as cores, elaboradas por Pétra (esposa de Vance).
A abrir o volume, um belo dossiê feito por Jacques Pessis. Aqui consta uma história curta, extra Bruce Hawker, "Bougainville et le Curé de Boulogne", com argumento de Michel Vasseur.
Quanto às aventuras de Hawker, elas são: "Le Puzzle", "Tout au Rien", "Les Bourreaux de la Nuit", "Le Royaume des Enfers" e ainda, uma "gracinha" em duas pranchas, "Top Secret".
Uma obra imprescindível!


JERRY SPRING / 5 - Pela Dupuis, "Jerry Spring, l'Intégrale" é o quinto e último tomo, por Jijë. E que tomo!... É o mais volumoso de todos e tremendamente irresistível.
Começa com um digno dossiê informativo e histórico. Seguem-se, numa espantosa beleza do preto-e-branco, as narrativas: "Jerry Spring Contre KKK", "Le Duel", "L'Or de Personne", "La Fille du  Canyon" e "Le Grand Calumet". As duas primeiras narrativas têm  argumento de Jacques Lob (1932-1990) e as outras três, de Philippe Gillain, filho de Jijë.
E como se tudo isto não bastasse, em "capítulo final", temos a pouco conhecida veia humorística de Jijë a funcionar com duas delirantes histórias curtas e onde ele se serve à mesma de Jerry Spring e de Pancho: "Que Barbaridad!", em seis pranchas, e "Le Baron Von Rischönstein Chez les Empa-pahutés".
Um verdadeiro bedéfilo não deixa escapar esta obra!


LE SOUFFLE DES DIEUX - Com argumento de Thierry Gloris e grafismo de Joël Mouclier, ambos franceses, "Le Souffle des Dieux", é o segundo tomo da série fantasista e bem ousada, "Merídia", sob edição Delcourt.
Ambientes estranhos, conflitos político-religiosos, convenientes mitologias, bizarros rituais e paixões homossexuais, tudo se marca e se embrulha em força nesta empolgante série, onde o grafismo de Mouclier é pura e simplesmente brilhante.


GUERRE URBAINE - Com edição Quadrants, "Guerre Urbaine", é o primeiro tomo da série "Nu-Men" de inteira criação de Fabrice Néaud.
Este autor escapa-se (e muito bem!) da sua habitual linha autobiográfica (série "Journal") e transporta-nos para um ambiente de um futuro próximo com aspectos angustiantes e de alerta, focando ousadias perigosas da Ciência e sufocos sócio-políticos, consequências que nos vamos apercebendo sem reagir... quando hoje é já o amanhã de ontem!
Uma obra que convém ler com muita atenção e sem se decretar como balela precipitada, que tudo isso não passa de mera fantasia da BD...


AO SERVIÇO DE SUA MAGESTADE - Com edição Asa, é um álbum especial sobre o mais recente filme de Astérix (Edouard Baer) e Obélix (Gérard Depardieu), "Ao Serviço de Sua Magestade", realizado por Laurent Tirard. Ao que é indicado, o filme é inspirado nos álbuns "Astérix Entre os Bretões" e "Astérix Entre os Normandos" (e, se calhar também, nas peripécias de James Bond...).
Pena que o álbum (que falha!) não indique também a respectiva ficha artística!... 
Por outro lado, os nomes dos personagens (vários deles) não deviam ser traduzidos/adaptados, pois não custa nada manter os nomes originais ou...como dizia o outro, "não havia nechechidade" .

sábado, 12 de janeiro de 2013

A BD "HOMO"

Afinal, quem tem medo (e porquê?) da homossexualidade, quando este factor existe em todas as espécies zoológicas e até na botânica (nesta, através de frequentes exemplos de hemafroditismo)?...
Na Banda Desenhada há heróis e super-heróis definidos como homossexuais. E há autores que investem nesta linha, sendo ou não, também eles, homossexuais.
Walt Disney (imaginem!), numa das suas criações em Cinema de Animação, criou o terno "Ferdinand, o Touro", sendo o drama de um touro homossexual que era muito meigo e adorava cheirar flores...
Dos autores europeus, regista-se o alemão Ralf König, que quase sempre elabora com respeito, humor e ternura, BD's. sobre os "gays".
Uma vez, um jornalista perguntou-lhe se ele também era homossexual. Prontamente respondeu: "Walt Disney fartou-se de desenhar o Pato Donald e, que eu saiba, ele não era um pato". O jornalista entupiu!
Do francês Emmanuel Lepage ("Muchacho", editado em português) ao brasileiro Maurício de Sousa (exacto, o criador da famosa Mónica, nesta série integrou o petiz homo Caio), há plenas abordagens a este aspecto sexual. 
Caio, o personagem gay de Maurício de Sousa
Ou em obras mais "atrevidas", como "Bórgia" de Jodorowski e Manara (toda editada pela Asa), "Le Pape Terrible" de Jodorowski e Theo e ainda, "Merídia" por Gloris e Mouclier.
Imaginou-se em ávida e maldizente opinião, as ligações sentimentais entre Alix e Enak... O certo é que Jacques Martin, o criador de Alix, neste sentido, jamais tal o negou ou tão pouco o confirmou.
Há autores de todos os quadrantes geográficos (incluindo Portugal) que têm criado obras versando este tema, como o argentino Copi (homossexual assumido e genial criador de diversas artes), donde o irresistível álbum pelas Editions Glénat, "Le Monde Fantastique des Gays et de Leurs Mamans", ou o mais que esgotado "L'Avenir Perdu" (Ed. Humanoïdes Associés) por Annie Goetzinger, "Les Folles Nuits de Jonathan" por Jean-Paul Jennequin, "Le Pari" (da série "Tendre Banlieue") pelo espanhol Tito, etc. Não pode ser aqui esquecido esse ícone que é o autor finlandês Touko Laaksonen (1920-1991), mais conhecido com Tom of Finland. A sua obra exige interessante e largo debate, o que não tem aqui cabimento. O seu livro, volumoso e caro, "The Complet Kake Comics" (Ed. Taschen), mal aparece à venda, logo se esgota.
Gravura de Tom of Finland
Aquele adulado justiceiro (tipo cowboy valentão) que é o Rawhide Kid, é um exemplo notável. A série decaiu nas vendas... A editora reabilitou-o com novos responsáveis (argumentistas e desenhistas), mas exigiu que ele fosse "homo" (sem ser afeminado, claro). Resultado: as vendas subiram em flecha!
Rawhide Kid, o "cowboy" gay da Marvel
Dois augumentistas-desenhistas franceses, relativamente jovens, são marca de respeito e de aclamação pelos seus talentos e coragem, uma vez que são também, rigorosamente autobiográficos nos seus álbuns: Fabrice Néaud (que esteve presente no "AmadoraBD 2012") e o extraordinário Hugues Barthe. Fabrice, nos seus "Diários", é muito sério. Hugues, na sua já notável obra, por norma, dá um toque delicioso de humor auto-crítico. Ambos, transparentemente, descrevendo as suas vivências.

Fabrice Néaud e Hugues Barthe - dois autores onde a temática homo é trabalhada sem preconceitos
No plano dos super-heróis, aí então, é um ver se te avias!... Menos frequente o aspecto lésbico, pelo lado masculino, há muitos que se demarcam. Salientamos alguns apenas: 
Temos a dupla Batman Robin, onde em diversas histórias é clara a ligação para além da simples amizade ou companheirismo. E até, por estranha leviandade, se sabe de um "caso" entre "Batman" e "Superman"!... O argumentista de Batman há mais de vinte anos, o sr. Grant Morrison, confirmou numa entrevista para a famosa "Playboy": "Batman é muito, muito gay. (...) A homossexualidade faz parte de Batman, não no sentido perjorativo, pois é óbvio que enquanto personagem fictício ele é heterossexual, mas a base do conceito é absolutamente gay"...





   
Depois, temos o Lanterna Verde (enquanto Alan Scott). A editora DC Comics, em Junho de 2012, anunciou na revista "Earth 2" que o Lanterna Verde é homossexual e, nessa edição, aparece Allan Scott numa cena de amor com um amigo.
O Lanterna Verde assumiu a sua homossexualidade recentemente
A terminar este breves exemplos, temos o Estrela Polar (o Northstar do grupo "X-Men"), pela Marvel Comics. Na publicação "Astonishing X-Men", tudo é revelado: Northstar (aliás, Jean-Paul Beaubier ) pede ao seu namorado, Kyle Jinadu, que case com ele, evento esse que é publicado no n.º 51 desta revista, a 27 de Junho de 2012

E foram felizes para sempre!...
  
Northstar pedindo Kyle em casamento

Northstar e Kyle casaram... e foram felizes para sempre! (capa da revista "Astonishing X-Men" nº. 51) 
                 
Midnighter e Apollo

"Ferdinand, o Touro", filme de 1938, produzido por Walt Disney

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

NOVIDADES EDITORIAIS (23)


L'ÎLE CARPENTER - Com argumento de Christophe Bec e traço de Rafa Fonteriz, "L'Île Carpenter", é o primeiro tomo da série "Le Meilleur Job du Monde", sob edição Soleil. 
Eis uma narrativa bem estranha... Uma entidade australiana propõe um emprego que será pago a peso de oiro: tomar conta de uma ilha paradisíaca, no Pacífico, que não tem população, e apenas ocasionais e breves visitas, mormente de turistas. Doug Ellis vence o concurso e é largado nesse local de sonho, a ilha Carpenter, tendo todo o conforto para tal. Paraíso, doce e invejável paraíso... Mas não é bem assim! A ilha está cheia de mistérios e de estranhos e perigosos desafios...
Doug encontrou mesmo o melhor emprego do mundo?

AS HELVÉTICAS - O popular Corto Maltese, herói bem famoso criado pelo saudoso Hugo Pratt, mergulha numa das mais insólitas das suas aventuras. Que está ele a viver? Uma inesperada realidade ou um sonho bizarro que roça o pesadelo?
Na pacata Suíça, recheada de lendas, Corto Maltese vai enfrentar situações que não esperava alguma vez encontrar, numa das suas mais belas aventuras.
O álbum tem edição Asa.

LE PIÈGE OUZBEK - O suíço Daniel Ceppi, com "Le Piège Ouzbek", apresenta-nos agora o 13.º álbum da série versando as crónicas de um viajante, Stéphane Clément, o seu herói-ícone. Nada é suave nem tranquilo por essas paragens do Uzbequistão, Tajaquistão, Quirguistão... Políticas, religiões, ferozes interesses secretos, etc, embrulham-se neste escaldante clima. Stéphane é dado como morto e tomam-no pelo seu amigo Tèri Slemei (este sim, é que morreu mesmo), pois na altura em que é recolhido, vestia o casaco, onde constavam os documentos de identidade de Tèri...
E vai ser dura a luta de Stéphane para escapar, são e salvo, de toda esta embrulhada.

SANTA CASA DO PORTO - Com o "Livro Quatro", encerra-se a "História da Santa Casa da Misericórdia do Porto", com edição da mesma Santa Casa e o apoio da Porto Editora. Os textos são de Germano Silva e o grafismo é de Pedro Pires. 
Um garoto (ficcionado), o "Tripinhas", serve de fio condutor através desta narrativa didáctica.
Para além de, através destes quatro tomos, ficarmos a conhecer a tão positiva acção desta instituição do Porto, o que na verdade bem nos encantou, foi a belíssima arte gráfica de Pedro Pires ("Senti-a no Braço", "Olivião", "Anjos e Outras Armadilhas", "Trabalhadores do Comércio")que, seriamente, nos deixa maravilhados. Bravo!

O JURAMENTO DOS CINCO LORDS - Com edição Asa, é o mais recente título das aventuras de "Blake e Mortimer" (criação de mestre E.P.Jacobs), agora com argumento de Yves Sente e grafismo de André Juillard.
Todavia, apesar do incontestável valor destes dois autores, este álbum decepcionou-nos. É arrastado e bocejante. Que saudades de "O Mistério da Grande Pirâmide", "Marca Amarela", "O Enigma da Atlântida", "Armadilha Diabólica"!...

domingo, 6 de janeiro de 2013

EVOCANDO (3)... WILLY VANDERSTEEN

2013: O ANO WILLY VANDERSTEEN

O ano que se iniciou - 2013 - marca o primeiro centenário do nascimento de diversas figuras ligadas à Banda Desenhada, a saber: os norte-americanos Walt Kelly, John Boome (argumentista), Elliot Caplin, Fred Guardineer e Joe Oriolo, o alemão Manfred Schmidt, os romenos Traian Popescu-Tracipone e Eugen Taru, os portugueses Maria Amélia Bárcia (argumentista) e Oskar (aliás, Fernando Óscar Pinto Lobo), os franceses Marc-René Novi, Jean Quimper e Henri Caouissin e, como figura mais famosa entre todos, o belga WILLY VANDERSTEEEN.
Willy Vandersteen (1913-1990)
Nasceu em Antuérpia a 15 de Fevereiro de 1913, tendo como seu nome completo Willebrord Jan Frans Maria Vandersteen. Faleceu em Edegen (Bélgica) a 28 de Agosto de 1990.
Ficou registado como uma das figuras mais representativas da Banda Desenhada flamenga. O próprio Hergé, com quem colaborou, apelidou-o de "o Breugel da Banda Desenhada". Vandersteen, ainda garoto, já desenhava histórias na calçada do bairro onde vivia. Depois, durante a 2.ª Grande Guerra, começou a publicar "umas coisas". E Hergé vem a chamá-lo para a sua equipa da série "Tintin", mantendo Vandersteen a continuação da sua mais famosa série, "Bob et Bobette".
Documentava-se muito e desenhava sempre, primeiro, a lápis. Com um estúdio próprio, veio a formar uma grande equipa de colaboradores/discípulos, tendo alguns destes prosseguido com várias séries que criou. "Thyl Ullenspiegel", foi êxito assim que se publicou. Relata a biografia de um herói lendário da Flandres.
"Thyl Ullenspiegel"
A série "Bessy" é claramente inspirada na famosa cadela Lassie do cinema norte-americano e algumas destas narrativas foram publicadas em português no "Cavaleiro Andante".
Prancha de "Bessy"
 "O Prícipe Riri" (Son Altesse Riri)é uma divertidíssima série de "gags" com um jovem e traquina principezinho. Delirante!
"Son Altesse Riri"
"Robert et Bertrand", "Le Chevalier Rouge" e "Safari", são algumas outras séries, das mais fundamentais, criadas pelo incansável Vandersteen.
   
Todavia, a sua verdadeira coroa de glória é a série "Bob et Bobette", triunfal êxito de inesgotável popularidade, que ele desenhou de 1948 a 1959. 
Depois, foram os seus sucessores que lhe deram e mantêm a continuidade (sem o mesmo encanto, confessemos), pelo que a série já tem mais de três centenas de álbuns(!).
Já deu origem a um filme com actores e em Kalmthout (Bélgica) existe o Museu de Bob e Bobette.
O 320.º álbum da série Bob et Bobette,
o mais recente da série.
Nesta popular série, para além dos corajosos miúdos Bob Bobette, englobam-se também outros personagens bem pândegos, como Monsieur Lambique, a tia Sidonie, Prof. Barabas e o atlético Jérôme.
Em 1950, estreou-se em Portugal na revista "Diabrete": era (e é) uma das mais conseguidas narrativas, "Le Fantôme Espagnol", que entre nós se chamou "O Mistério do Quadro Flamengo".
"O Mistério do Quadro Flamengo" (Diabrete, 1950)

Em 1954, o "Mundo de Aventuras" publicou "A Corneta Mágica" (La Trompette Magique) e, mais tarde, o suplemento "Nau Catrineta" (do matutino "Diário de Notícias") publicou "Pepita, a Égua Doirada" (Le Cheval d'Or) e "O Mistério dos Discos Voadores" (Les Martiens Sont-Là).
"A Corneta Mágica" (Mundo de Aventuras, 1954)
Há pouco tempo, as edições Bonecos Rebeldes publicaram finalmente dois álbuns: "O Paraíso dos Cães" e "A Dama de Oiros", que, no entanto, não são dos mais felizes da série. Deveria ter começado por qualquer dos títulos que entre nós se publicaram semanalmente... Mas há outros (inéditos entre nós) com muita força na sua comicidade, como por exemplo: "Le Poignard d'Or", "Le Gladiateur Mystère", "Le Casque Tartare", "Le Tombe Hindoue" ou "La Clef de Bronze"...
Dois reparos ainda: na versão álbum de "Les Martiens Sont-Là", foram eliminadas algumas sequências soltas que figuravam na versão original publicada na revista "Tintin".
Em "Le Cheval d'Or", as cenas "baléticas" de Pepita e o Sr. Lambique terminando com uma maravilhosa e vitoriosa espargata, são um verdadeiro e pândego achado.
"Le Cheval d'Or", o centésimo álbum da série Bob et Bobette
Repetimos: neste 2013, comemora-se o primeiro centenário do nascimento de mestre Willy Vandersteen. Festejemo-lo pois, que bem o merece!




"Le Fântome Espagnol", que em português se chamou "O Mistério do Quadro Flamengo"

Museu de Bob e Bobette, em Kalmthout (Bélgica)

Mural numa rua de Bruxelas que homenageia as personagens de Vandersteen