Mostrar mensagens com a etiqueta De actores a heróis de papel. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta De actores a heróis de papel. Mostrar todas as mensagens

sábado, 6 de novembro de 2021

DE ACTORES A HERÓIS DE PAPEL (22) - ALAIN DELON

​Invejável actor e empresário francês, como Alain Fabien Maurice Marcel Delon, nasceu em Sceaux (região da Borgonha) a 8 de Novembro de 1935.
Pois este nosso europeu, o francês Alain Delon, foi e é um verdadeiro estoiro como actor e de aspecto físico. Hèlás!...
Teve uma subida na vida bem complicada desde a infância e das suas atormentadas adolescência e juventude, donde até a recorrer e a aceitar o ser apetecido fisicamente. Mesmo assim, não foi um alucinado e desbragado, como o foram os seus colegas norte-americanos James Dean e Marlon Brando.
​No entanto, Alain sempre teve umas certas linhas positivas de conduta. Casou duas vezes (Nathalie Delon e depois, Rosalie Van Bremer), donde três filhos e alguns netos. Por esses caminhos, viveu longas e apaixonadas ligações com Romi Schneider, a cantora Dalida e Mireiile Darc. 
Era e é estimado por grandes talentos seus colegas, uns vivos outros já falecidos, como por exemplo: Jean-Paul Belmondo, Brigitte Bardot, Lino Ventura, Jean-Claude Brialy, Simone Signoret, Charles Bronson e por aí adiante. 
Conviveu com os presidentes de França, François Miterrand, Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy.
Fala fluentemente, para além do seu francês, inglês e italiano.
Recebeu gloriosos Prémios em França e na Alemanha.
Em 2012, sofreu um AVC, mas felizmente recuperado, já voltou a filmar.
A carreira cinematográfica (também fez Teatro) de Alain está bem recheada de filmes e interpretações de honra: "À Luz do Sol" (Plein Soleil) lançou-o em absoluto para a sua longa carreira; e, de entre outros exemplos, contam-se: "Rocco e os Seus Irmãos", "A Tulipa Negra", "O Leopardo", "Paris Já Está a Arder?", "O Ofício de Matar", "A Piscina", "Adeus Amigo", "Borsalino", "A Viúva Coudec", "Zorro", etc, etc.
Cartazes de alguns filmes onde Delon foi protagonista

Na BD, ilustração, cartune e caricatura - e até no cinema de animação! - não lhe faltam imensas apostas... Ora pois!
Vinheta de "Max, o rebelde", por Isa e Fioretto, in revista Fluide # 468
Vinheta de "La Bande à Renaud" por Pascal Rabaté
 
Alain Delon pelos caricaturistas Diego Puglisi e Manuel Lapert (Man)
Caricatura de B. Petry
Ilustração para capa da revista francesa "Schnock"

"Ograblenie po...", filme de animação soviético (1978) de Yefin Gamburg
onde Alain Delon e outros actores franceses são caricaturados


Alguns exemplos, agora na 9.ª Arte.
Uma pequena biografia de Alain Delon, de uma prancha apenas, foi publicada na rubrica "Bio-comics" da revista espanhola "Lecturas". Infelizmente, não temos dados que nos permitam identificar o autor.
"La Vida y la Obra del Guapisimo Alain Delon", por autor não identificado.
In revista "Lecturas" (Editorial Hymsa, Espanha).

Na Itália, Alain Velon (assim mesmo, com "V") foi o protagonista de uma série erótico-policial, denominada "Playcolt", publicada entre os anos setenta e noventa. A série teve também edições em espanhol (onde lhe chamaram "Chacal"), inglês, francês, holandês e português (Brasil).

Capas de "Playcolt", com aventuras de Alain Velon, personagem criado por Renzo Barbieri, Tristano Torelli e Alessandro Chiarolla. In colecção "Sciacallo" (anos 70)


Capas de edições brasileira e inglesa de "Playcolt"

Pranchas de "Playcolt" em francês

Na Argentina, Dante Quinterno (1909-2003), criador do personagem índio "Patoruzú", incluiu num dos episódios desta série "Alan Pelón", um promotor de boxe inspirado em... Alain Delon.
Capa e pranchas de "Promotor Diabolico", por Dante Quinterno (texto e desenhos)
Revista "Andanzas de Patoruzú" #250 (Editorial Dante Quinterno, Argentina - Maio de 1974)  

Ainda na Argentina, as Ediciones Columba publicaram na revista "Intervalo" (suplemento da revista cinéfila "Cinecolor") uma série de, pelo menos, vinte e nove adaptações em banda desenhada de filmes onde Alain Delon foi protagonista. Deixamos aqui apenas alguns exemplos...

"Alain Delon, la vida solitaria", por Pedro M. Mazzino (texto) e Falugi (desenhos)
in revista "Intervalo" (suplemento de "Cinecolor" #52) - Editorial Columba, Argentina (1986)


Pranchas de "Borsalino", adaptação de Martin Ablescayne (Alfredo Julio Grassy)
e desenhos de Ricardo Villagrán, in revista "Intervalo" (Editorial Columba - Argentina)

Na série Lola Bogota, dos franceses Chanoinat e Reinés, um dos personagens tem como referência física a figura de Alain Delon.

Capa e prancha de "Lola Bogota" #2, por Phillippe Chanoinat (texto) e Mathieu Reinés (desenhos), onde um dos personagens está inspirado em Delon (Ed. Bamboo - 2006).

O espanhol Carlos Giménez, na sua obra "Pepe" também evocou Alain Delon, em algumas vinhetas...
Vinhetas de "Pepe" #1, por Carlos Giménez (Ed. Panini Comics, 2013)

Mas acima de todas as paródias, o exemplo de honra, é o do desenhista italiano Milo Manara que, confessadamente, usou a fisionomia de Alain Delon como modelo para o personagem "Giuseppe Bergman" na respectva série.
LB


Nota: alguns dos exemplos aqui apresentados foram retirados do excelente blogue de Adriana Fernández Reiris (ver aqui), onde pode consultar mais informação sobre este tema.

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

DE ACTORES A HERÓIS DE PAPEL (21) - AMÁLIA RODRIGUES

Amália (1920-1999)
Após um arrastar de pesquisas consegui, ​por fim, forjar este post para o BDBD.
É o ​segundo nome português que aqui se regista, ​pois o primeiro foi dedicado a Carmen Miranda, a 9 de Fevereiro de 2018. Outros valores da Cena Portuguesa bem mereciam figurar nesta galeria ​como Laura Alves, Vasco Santana, António Silva, etc, ​mas dos nossos desenhistas ainda nenhum a tal se ​arrojou…
​Aqui se firma a nossa grande e única Amália Rodrigues, ​onde há uma imensidão de aspectos a focar, tão vasta, sofredora e gloriosa foi a vida espantosa que a marcou, ​como mulher e como artista. Daí que, obviamente, tudo ​seja aqui focado de um modo reduzido…
​Oriunda de uma família modesta, nasceu em Lisboa em ​1920 (a 1 ou 23 de Julho?...), onde faleceu a 6 de ​Outubro de 1999, estando dignamente sepultada no ​Panteão Nacional.
​Com uma voz única e inimitável, ficou para sempre ​famosa no mundo inteiro.

Sua irmã Celeste, falecida em 2018, também ​foi uma cativante fadista.
Amália adorava ver e rever os filmes ​com Fred Astaire.
Era amiga de todos, incluindo as ​saudosas Hermínia Silva e Laura Alves, como também de ​Edith Piaf e Marlene Dietrich. E o actor-cantor Charles ​Aznavour (1924-2018), criou para ela o tocante primeiro ​fado em francês, "Ay Mourrir Pour Toi".
Se hoje até já se canta o fado em idiomas locais, como ​em Espanha, França, Brasil (com o natural sotaque), no ​Japão, Sérvia, Israel, etc, tal se deve à nossa Amália ​Rodrigues.
No entanto, Amália não cantou só o fado, ​tendo interpretado também em idiomas originais, canções ​em castelhano, francês, inglês, italiano… A sua versão de ​"Summertime" (letra de Dullowe Heywant e música do grande George Gershwin) é um marco sem medida na ​sua carreira.
Num "outro" Moçambique onde, na Cidade ​da Beira, residia Francisco Cruz (seu primeiro marido), ela ​exigia que nas suas actuações nessa cidade fosse ele um ​dos acompanhantes guitarristas.
​Seu segundo marido foi César Seabra. Não resultaram ​filhos de nenhum dos casamentos.
Amália interpretando o fado "Gaivota"

Mas Amália não foi ​apenas cantadeira, pois foi também actriz e poetisa.
​Participou no Cinema e/ou Televisão, em Portugal, Brasil, França, México, Estados Unidos, Alemanha… Principais filmes: "Capas Negras" (1947), "Fado, História de uma Cantadeira" (1947), "Vendaval Maravilhoso" (Brasil, 1949), "Os Amantes do Tejo" (Portugal/França, 1955), "Sangue Toureiro" (1958), "Fado Corrido" (1964) ou "As Ilhas Encantadas" (França/Portugal, 1965).

 
Amália numa cena de "As Ilhas Encantadas" (1965)
Chegou a ser ​noticiado que ela e o malogrado actor Ruy Gomes iriam ​para o palco com "Chá e Simpatia", mas esta ideia do ​saudoso empresário Vasco Morgado "abortou". Que pena!
​Filipe la Féria encenou dois êxitos para o palco - "Amália" e "Uma Noite em Casa de Amália" - e o realizador Carlos Coelho ​da Silva dirigiu a longa-metragem "Amália".
​Depois da "Revolução dos Cravos" (1974), os tão empolgados ​esquerdistas portugueses insultaram Amália com todas as ​fúrias partidárias!... Amália jamais foi política! Mais: secretamente ​até terá financiado o Partido Comunista Português, quando ​clandestino. E defendeu sempre o seu querido compositor ​Alain Oulman, preso pela PIDE.
Para além da Fundação Amália Rodrigues, a nossa grande musa está registada na Caricatura, na Filatelia, na Estatuária, na Street Art e na toponímia de diversas urbes (em Portugal e no Estrangeiro).

Caricaturas de Amália por Fernando Veríssimo e António
Mural de Amália na cidade da Amadora, por Odeith
Imagem de Amália, idealizada por Vhils e desenhada com pedra da calçada, em Alfama, Lisboa. 

E, na Banda Dasenhada, temos: 

"​Tudo isto é Fado", por Nuno Saraiva, banda desenhada publicada por episódios (de quatro pranchas cada) na revista "Tabu" - suplemento do semanário "Sol" - que posteriormente foi reeditada em álbum, numa edição do Museu do Fado, que se julga esgotada.

"Tudo isto é Fado!", por Nuno Saraiva (texto e desenhos), Ed. Museu do Fado (2016)

"Amália Rodrigues", pela francesa Aude Samama, na edição BD/Fado, da FNAC.
Capa e pranchas de "Amália Rodrigues", por Aude Samama (texto e desenhos), Ed. Fnac

André Oliveira (texto) e Pedro Carvalho (desenhos) realizaram para a revista "Zona Monstra" uma BD em cinco páginas...
"Animália, Paris je t'aime", por André Oliveira (texto) e Pedro Carvalho (desenhos),
in revista "Zona Monstra" #6, Edição "Associação Tentáculo" (2011)

E, na capa de um disco da própria Amália, uma banda desenhada autoconclusiva por autor que não conseguimos identificar...
Capa do maxi-single em 45 r.p.m. "O Senhor Extraterrestre" (Columbia Records/Valentim de Carvalho, 1981)
Na colecção de biografias "Chamo-me...", há um tomo dedicado a Amália, pela Didáctica Editora, com texto de Maria Inês Almeida e ilustrações soltas de Sérgio Agostinho e Cláudia Dias.
"Chamo-me... Amália", por Maria Inês Almeida (texto) e Sérgio Agostinho e Cláudia Dias (ilustrações),
Edição Didáctica Editora (2010)


Maria do Rosário Pedreira (texto) e João Fazenda (ilustrações) publicaram "A minha primeira Amália", sob edição "D. Quixote", em 48 páginas... 
"A Minha Primeira Amália", por Maria do Rosário Pedreira (texto) e João Fazenda (ilustrações),
in Colecção "O Meu Primeiro...", Edição D. Quixote (2012)
A terminar, uma bela citação de Amália: "Fala-se tanto de felicidade, mas a felicidade o que é? Não se pode meter a vida toda numa palavra..."
LB

Nota: Agradeço o apoio prestado por Nuno Saraiva.