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domingo, 21 de agosto de 2022

SÉRIES DE TIRAS BD (16) - RIBANHO

"RIbanho" nasceu a partir de um convite feito por António José Brito (então director do Diário do Alentejo) a Luís Afonso e a Carlos Rico para desenvolverem uma tira para a última página do jornal. Surgiu assim o pseudónimo LUCA, com as duas primeiras letras dos primeiros nomes dos autores.
Depois de terem criado as personagens em conjunto, dividiram tarefas: Luís escreveu semanalmente os textos, Carlos fez os desenhos e a tradução para alentejano (ainda que se exprima facilmente no alentejano falado, Luís Afonso tem alguma dificuldade em escrevê-lo).
A série tinha como cenário a planície alentejana onde um pastor, o seu cão Farrusco e o seu rebanho de ovelhas, contracenavam com outros personagens (o compadre, o taberneiro e os clientes da taberna, os guardas republicanos, o padre, os turistas, jornalistas...). 
As tiras foram publicadas, ininterruptamente, entre 7 de Fevereiro de 2003 e 28 de Setembro de 2012, dando mesmo origem a um álbum (sob edição Primebooks) com uma selecção das melhores tiras mas, passados quase dez anos, a série terminou abruptamente, por decisão do jornal.
Para evitar o fim definitivo deste projecto, os autores decidiram criar o Blogue do RIbanho, onde, durante cerca de cinco anos, ainda publicaram (por ordem cronológica) algumas tiras e muito material extra e inédito. Mas, com o tempo, acabaram por desistir, também, e fecharam o blogue...
Voltará, algum dia, a publicar-se o "RIbanho"?...
CR

domingo, 20 de setembro de 2020

HERÓIS INESQUECÍVEIS (72) - PITANGA

Ora aqui está mais um herói da nossa BD: o estranho e sedutor Pitanga!
​É importante termos a segura consciência de ​que se trata de um herói-BD português. Exacto! ​Não há muitos, mas dos que existem, como ​dizia "o outro", já é de si bastante e bem aconchegante.
​Vejamos alguns exemplos soltos: o nosso tão ​"divinizado" Eduardo Teixeira Coelho, criou e prosseguiu com muitos heróis, mas NÃO portugueses (com excepção de Simão Infante, em "O Caminho do Oriente"). Víctor Péon, foi pela mesma linha "estrangeirada"... Já a favor da linha de aqui fronteiras, temos em breves exemplos: ​Fernandes Silva com o seu "O Ponto" de nacionalidade ​indefinida; Artur Correia a divertir-nos com "D. João e ​Cebolinha"; José Manuel Soares com "Zeca"; José ​Antunes criou o seu "Toni Tormenta"; José Ruy apostou ​no "Porto Bomvento" e nos Lusitanos; André, no "Tónius"; Fernando Relvas, no "Espião Acácio"; Luís ​Pinto-Coelho em "Tom Vitoín" e, a parceria Luís​ ​Louro/Tozé Simões apostou em pleno com as séries ​"Jim del Mónaco" e "Roques e Folques"...
E chegamos ao talento "feroz" de Arlindo Fagundes, que muito bem imaginou o espantoso e atrevido Pitanga!
Arlindo Fagundes
Apto barbeiro e "motard", ele, Pitanga, é também um justiceiro por conta própria. Sendo um homem do povo, audacioso e capaz, é autêntico e directo, sem trajos especiais nem máscaras fantasistas de disfarce. Talvez mais temerário do que corajoso, ou quiçá ambas as coisas, não hesita em defender a Natureza em geral, os animais, os desvalidos da vida... Revelou-se ao público no quotidiano "O Diário" a 1 de Fevereiro de 1985.
Foi uma estreia de êxito! Publicou-se depois por diversas "paragens"...
Em narrativas curtas, registam-se: "Pitanga e os Animais"...


Pranchas de "Pitanga e os Animais", por Arlindo Fagundes (texto e desenhos),
in revista "O Mosquito" #11 (2.ª série)

"Parabéns a Você"...
Capa da revista "Quadradinho" #1, que publicou a história "Parabéns a você",
por Arlindo Fagundes (texto e desenho), Ed. Associação de Banda Desenhada do Porto (1997)

"Quem Vem e Atravessa o Rio"...

Pranchas de "Quem Vem e Atravessa o Rio", por Arlindo Fagundes (texto) e Pedro Sousa Dias (desenhos), in fanzine Pedra Pomes #1 (Julho de 1991)

...e "Pitanga e o Paradoxo do Barbeiro".
"Pitanga e o Paradoxo do Barbeiro", por Arlindo Fagundes (adaptação e desenhos) e José Pedro Costa (cor),
in "Mundo Universitário" (2007)

Mas, na bela senda três (só?!…) álbuns: "La Chavalita", em 1985...


Capa e prancha de "La Chavalita", por Arlindo Fagundes (texto e desenhos),
Editorial Caminho (1985)

...e, em 2003, ​"A Rapariga do Poço da Morte", ambos considerados ​esgotados, sob edição Caminho.
 
Capa e prancha de "A Rapariga do Poço da Morte", por Arlindo Fagundes (texto e desenho),
Editorial Caminho (2003)

Finalmente, em 2019, e ​agora a cores (seriam mesmo necessárias?!...), o tão ​ansiado grande terceiro tomo: "O Colega de Sevilha", ​sob edição Arcádia.

Capa e prancha de "O Colega de Sevilha", por Arlindo Fagundes (texto e desenhos) e José Pedro Costa (cor),
Ed. Arcádia (2019)

Olá, Arlindo: os bedéfilos portugueses exigem com ​todo o lógico "furor", mais e mais "Pitangas"... Ça va?!...
Em nota final: registe-se que os nossos CTT editaram, há alguns anos, uma curtíssima série de selos, que engloba apenas(?!) oito heróis da nossa gloriosa Banda Desenhada: "Quim e Manecas" (de Stuart Carvalhais), "Simão Infante" (de ETCoelho/Raúl Correia), "A Pior Banda do Mundo" (de José Carlos Fernandes), "Guarda Abília" (de Júlio Pinto/Nuno Saraiva), "O Espião Acácio" (de Fernando Relvas), "Jim Del Mónaco" (de Luís Louro/Tozé Simões), "Tomahawak Tom" (de Vítor Péon) e... "Pitanga" (de Arlindo Fagundes).
Bravo sim, mas exige-se, com plena lógica, mais... e mais algum outro consciente mais… Vai uma atenta aposta?
LB
Selos postais com Pitanga entre os heróis BD portugueses.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

HERÓIS INESQUECÍVEIS (71) - D. JOÃO E CEBOLINHA


Em 1956 (ai, como o tempo nos devora!...), o saudoso mestre Artur Correia, teve a belíssima inspiração de criar para a revista "Cavaleiro Andante", do #220 ao #234, a primeira - que se ficou por única - narrativa com uma impagável parceria de heróis: D. João e Cebolinha.
Foi um delirante estoiro que logo agarrou o entusiasmo total dos nossos bedéfilos.
Uma inesperada paródia…
Considere-se que D. João é uma caricatura bem achada àquele galã corajoso, aventureiro e "conquistador", quiçá com atitudes um tanto gabarolas… Cebolinha é o contraponto e também o mais divertido.
Os actores António Vilar (1912-1995), que até foi o protagonista, em 1950, do filme espanhol "D.Juan", e Costinha (1891-1976), cremos, inspiraram voluntária ​ou por acaso, em genial caricatura na nossa BD, estes ​inapagáveis personagens.
​Esta narrativa foi republicada na íntegra no #14 da ​colecção "Antologia da BD Portuguesa" (Ed. Futura), que ​cedo se finou…

Capa e pranchas de "Aventuras de D. João e Cebolinha", por Artur Correia
in Coleccção Antologia da BD Portuguesa #14, Editorial Futura (1985)

​D. João e Cebolinha, de qualquer modo e graças à arte e ao humor de Artur Correia, e ainda pelo imediato êxito que ​obtiveram, ficaram para sempre registados na lista dos nossos inolvidáveis heróis-BD.
​Atenção: o álbum citado parece que está mais do que esgotado!... Alguém o reedita?...
LB

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

HERÓIS INESQUECÍVEIS (69) - FALCÃO NEGRO

Nesta galeria de heróis inesquecíveis que vamos apresentando ou recordando de vez em quando, Falcão Negro, é o sétimo “português”... Isto porque os anteriores, Ted Kirk e Tomahawak Tom, por Vítor Péon, não tinham a nossa  nacionalidade, o que já acontecia, pressupostamente, com O Ponto por Fernandes Silva, Jim del Mónaco por Luís Louro/Tozé Simões, Tónius, o Lusitano por André e.... Tom Vitoin por Luís Pinto-Coelho.
Eduardo Teixeira Coelho
(1919-2005)
Falcão Negro é uma breve, mas marcante, série no ambiente western, que começou por ser uma longa novela, com texto de Raúl Correia e grafismo do nosso admirável Eduardo Teixeira Coelho, publicada n' "O Mosquito", em 1943.
A novela termina precisamente com o nascimento de Falcão Negro, a quem os pais, Jim West e Louise, deram o nome de Fred. A alcunha de Falcão Negro foi-lhe posta pelos índios.
Alguns anos depois, Raúl Correia e Eduardo Teixeira Coelho pegaram no personagem e transformaram-no numa série em banda desenhada.
A série resume-se a seis narrativas, quatro delas publicadas no jornal "O Mosquito": “Falcão Negro, o Filho de Jim West”, “Tempestade em Forte Benton”, “As Vítimas do Sol” e “Terra Turbulenta”. Em Espanha, na revista "Chicos", foi republicada também a 1.ª aventura, a par de duas inéditas, uma das quais saiu no "Cavaleiro Andante", em 1954.
Vamos por partes:

FALCÃO NEGRO (o Filho de Jim West), é ainda o adolescente aventureiro e corajoso Fred West. Esta narrativa foi publicada em 1946, n' “O Mosquito” (do #713 ao #748), sendo considerada por alguns críticos como a melhor aventura de Falcão Negro. Foi também reeditada, em 1972, no “Jornal do Cuto” (entre o #35 e o #67) e em 1987 surgiu em álbum pelas edições Futura, na colecção "Antologia da BD Portuguesa", com Jorge Magalhães a adaptar o texto e legendagem manual de Catherine Labey.
"Falcão Negro", por ETCoelho, in "Antologia da BD Portuguesa" #17
(Edições Futura, 1987). Capa de Augusto Trigo
 

É já em 1949, e também na revista “O Mosquito” (1.ª fase), que se publicam sucessivamente, as outras três aventuras, já com um Fred West adulto:
TEMPESTADE NO FORTE BENTON, do #1023 ao #1064; foi reeditada no “Jornal do Cuto”, do #68 ao #97, nos anos 72/73. É tida como muito arrastada e de pouca força...

AS VÍTIMAS DO SOL, do #1065 ao #1081. A narrativa entusiasma, mas só até certo ponto. Qualquer coisa escapou no argumento, pois a arte de ETC está bem lá.

TERRA TURBULENTA, do #1083 ao #1098. Segundo o malogrado crítico A. Dias de Deus, é, destas três últimas aventuras, a mais conseguida...


No “Cavaleiro Andante”, do #134 (24.07.1954) ao #141 (04.09.1954), foi publicada uma aventura chamada FALCÃO NEGRO (publicada também em Espanha, na revista "Chicos", como já dissemos).
Capa e prancha de "Falcão Negro", por ETCoelho (desenhos) e Raúl Correia (texto),
in "Cavaleiro Andante"

De qualquer modo, ao leitor sem ideias de preciosismos o que importou e importa é o personagem central e as suas aventuras. Marcaram bem as nossas juventudes!
Para além de Espanha, algumas aventuras de Falcão Negro foram também editadas no Brasil.

Agradecemos a colaboração prestada por Catherine Labey que, com o malogrado Jorge Magalhães, nos ajudaram a recolher alguma informação para este post...
LB/CR
Página da aventura inicial de Falcão Negro publicada em Espanha (totalmente remontada)
sob o título "El Jefe Iroquês", in revista "Chicos" (3.ª série) #5 a #9 (1954)

 
Episódio inédito em Portugal de uma aventura de Falcão Negro, in "Chicos" #17 e #18
Ediciones El Cid (Espanha, 1954)

 
Capas (de Miguel Penteado, a partir de ilustrações internas) das revistas brasileiras
"Falcão Negro" #1 - (Ed. La Selva?) (1953) e "Aventuras no Faroeste" #1 - Ed. Pan Juvenil (anos 60),
onde foram reeditadas algumas aventuras de Falcão Negro