segunda-feira, 30 de março de 2020

TALENTOS DA NOSSA EUROPA (46) - CYRIL PEDROSA (França)

Cyril Pedrosa
​Sendo filho de portugueses, nasceu em França, ​em Poitiers, a 22 de Novembro de 1972. 
De ​Portugal, onde residem vários familiares seus, ​tinha uma vaga ideia de cá ter estado em miúdo...
​Até que, em 2006, foi um convidado especial ​estrangeiro na derradeira edição do salão ​"Sobreda-BD".
​Daqui, encantou-se e logo programou o álbum ​"Portugal", que já recebeu vários prémios e tem ​sido editado em diversos países. Para cá tornou ​depois, oficialmente e por duas vezes, para o ​Festival da Amadora.

A 15 de Novembro de 2012, ​o BDBD publicou uma breve entrevista com ele.
A ​sua obra é já louvavelmente extensa e por ela tem ​recebido meritórios prémios, em França, Canadá, ​Espanha...
​Da larga lista de títulos publicados, salientamos:

​AUTO BIO, em dois tomos um tanto autobiográficos, ​onde nos diverte com aspectos domésticos com ele, ​a sua primeira esposa, os dois filhos e a gata "Sardine" ​(Sardinha)...
 

​BRIGADE FANTÔME (2 tomos)...


LES COEURS ​SOLITAIRES (1 tomo)...


LA FONTAINE AUX FABLES ​(colectivo)...

LES GENS NORMAUX (um colectivo, onde foi apenas um dos argumentistas)...


PREMIÈRES FOIS (colectivo)...
 

RING CIRCUS (4 tomos e um integral)...


SHAOLIN MOUSAKA (3 tomos)...


​SÉRUM (1 tomo, onde foi apenas argumentista)...


"L'ÂGE D'OR" (por enquanto, apenas ​com um tomo)...

...e "LES ÉQUINOCES" (tomo único?...).

​De toda a sua já existente e admirável bibliografia, só sabemos ​de apenas (?!...) três títulos editados em português:
​OS PERALVILHOS, primeiro tomo de "Ring Circus", editado pela Book Tree em 2005...


​TRÊS SOMBRAS (Trois Ombres), editado pela Polvo em 2008...

​PORTUGAL, editado pela Asa em 2012.

​Apesar de nos ter constado que, em 2009, também se editou em português a obra "Auto Bio" (qual foi a editora?), ​parece-nos que é muito pouco.
​Este bravo talento, em cujas veias corre sangue português, merecia, e merece, melhor atenção editorial no nosso país. A ver vamos!...
LB

terça-feira, 24 de março de 2020

BREVES (80)

FIQUEM EM CASA
O BDBD recomenda aos seus leitores que se mantenham em casa (aproveitem para ler alguma banda desenhada, por exemplo...) e evitem ao máximo exposições desnecessárias ao Covid 19. 
A ameaça é séria e devemos encara-la de forma séria também.
Se todos fizermos a nossa parte, mais depressa voltaremos a uma vida normal. 


ADIADA EXPOSIÇÃO-HOMENAGEM A JOSÉ GARCÊS...
Atendendo a toda a situação de alerta e de resguardo em que o Mundo se encontra de momento, e numa medida de prevenção contra o Covid-19, a Câmara Municipal de Moura optou por adiar a exposição-homenagem a Mestre José Garcês que, em parceria com o Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu (GICAV) e o Clube Português de Banda Desenhada (CPBD), se preparava para produzir.
Uma notícia que faz todo o sentido, atendendo àquilo que, neste momento, verdadeiramente importa: a saúde pública.
A exposição poderá eventualmente - se as condições melhorarem entretanto - inaugurar em Viseu, em Agosto próximo. Mas tudo isto, na situação em que nos encontramos, poderá alterar-se, como é evidente.
Voltaremos a este assunto logo que haja mais novidades.


7.ª MOSTRA DO CLUBE TEX PORTUGAL ADIADA PARA OUTUBRO
Pelas mesmas e óbvias razões, a 7.ª Mostra do Clube Tex Portugal, prevista para o próximo mês de Abril, foi adiada para 3 e 4 de Outubro, mantendo-se, para já, as anunciadas e aguardadas presenças dos desenhadores Laura Zuccheri e Roberto Diso.
Uma notícia que, apesar de tudo, agradará aos fãs do Ranger uma vez que todo o programa previsto se manterá.
Esperemos que, até Outubro, as coisas se componham e possamos ter mais uma histórica Mostra do Clube Tex Portugal no Museu do Vinho Bairrada, em Anadia.
Mais informação poderá ser consultada no blogue português do Tex.


FALECEU ANDRÉ CHÉRET...
O desenhador André Chéret faleceu no passado dia 5 de Março, aos 82 anos.
Nascido em Paris, em 1937, Chéret ficou célebre por ter criado Rahan, junto com o argumentista Róger Lécureux (1925-1999), na revista "Pif Gadget". 
Chéret desenhou esta série durante quarenta e cinco anos!
Publicou (em parceria com vários argumentistas) aventuras de outros personagens como Dominó, Michel Braseiro ou Bob Mallard mas com nenhum deles suplantou o sucesso obtido com Rahan.
Colaborou em revistas como "Valiant", "Tintin" e "Spirou", entre outras.
Foi premiado, em 1976, com o Grand Prix de Dessin do Festival de Ângouleme.


...E ALBERT UDERZO...
Uderzo desenhando Astérix, ao lado de Goscinny
Poucas horas depois de termos colocado on line estas "Breves" surgiu-nos outra triste notícia: a do falecimento de Albert Uderzo, co-criador de Astérix, em parceria com René Goscinny (1926-1977).
Astérix colocou Uderzo no panteão dos grandes autores de BD mas a sua carreira não se esgota aí. Desenhou magistralmente outros personagens de renome como Humpá-Pá, João Pistolão, Luc Junior ou Tanguy e Laverdure.
Após a morte de Goscinny, Uderzo continuou a produzir, a solo, as aventuras do pequeno gaulês, embora sem o mesmo sucesso que os argumentos de Goscinny conferiam à série.
Em 2011 retirou-se definitivamente deixando Astérix entregue a Jean-Yves Ferry e Didier Conrad que souberam (e muito bem) continuar a série, sem a desvirtuar.
Aos 92 anos, Uderzo (1927-2020) faleceu hoje, 24 de Março, durante o sono, vítima de ataque cardíaco.
Que descanse em paz.




ANIVER​SÁRIOS EM ABRIL



​Dia 01 - Philippe Fenec (francês)
​Dia 03 - Daniel Ceppi (suiço)
​Dia 05 - Carlos Pessoa
​Dia 08 - António Gomes de Almeida e Sérgio Macedo (brasileiro)
​Dia 09 - Sebastian Cáceres (argentino)
Dia 10 - Véte
Dia 14 - Nelson Martins
​Dia 15 - Miguel Angel Alejo (espanhol)
Dia 18 - Victor Mesquita
​Dia 30 - Jakob Klemenciz (esloveno)

LB/CR

quinta-feira, 19 de março de 2020

NOVIDADES EDITORIAIS (194)

ZÉ DO TELHADO - ​Edição Calçada das Letras. Autor: Eugénio Silva.
Aí está, finalmente, o tão desejado e esperado "Zé do Telhado, de Lanceiro a Salteador"!...
Foi, por diversas e desnorteantes circunstâncias, um "parto" difícil e arrastado… O impecável autor levou largo tempo para terminar esta obra, pois volta não volta, esmorecia e quase desistia dela. Não lhe faltaram insistentes incentivos de minha parte (LB), para além de colegas seus, como o argumentista Jorge Magalhães e os desenhistas José Antunes, Artur Correia, Baptista Mendes, Vassalo de Miranda, João Amaral...
Lá terminou, mas após isso, não acertava nas negociações com várias editoras…
Por fim, belo milagre surgiu com a editora Calçada das Letras…

Eugénio tem vivido e sofrido injustas situações que atentam amargamente contra o seu talento, e aí está agora com uma bem merecida vitória.
Sabemos que Eugénio Silva é um esmerado artista e muito exigente, a começar por ele próprio, em relação ​às suas criações. Ele aposta em si próprio, investiga ao máximo tudo e mais tudo…
​Maravilhoso e raro exemplar na sua (e nossa) 9.ª Arte, Eugénio, estamos contigo!
​Um caloroso aplauso a Eugénio Silva, à corajosa editora Calçada das Letras e ainda, ao sensato apoio que foi por aqui prestado, pela Câmara Municipal de Penafiel.
Alegrem-se pois, bedéfilos portugueses, que a tão almejada obra aí existe!...




UN HOMME QUI PASSE - ​Edição Dupuis. Autores: Daniel Lapière (argumento) ​e na arte. Dany (alias, Daniel Henrotin).
​Que obra tão maravilhosa, seja qual for a interpretação que se lhe dê, pois, como diz o povo, "cada cabeça sua "sentença"...
De Daniel Lapière, ​já conhecíamos alguns argumentos ​de alto valor… em parceria com outros valorosos desenhistas. Aqui e agora, apostou-se em alta força.
Quanto a Dany, o assunto fia agora mais fino e mais grandioso. Ele, volta n​ão volta, surpreende-nos com a ​sua arte tão cativante. Na sua bibliografia, constam ​alguns títulos, alguns infelizmente não editados em ​português, como a belíssima série "Olivier Rameau" (apenas editada na revista Tintin).
​Agora, cilindra-nos com este belo tomo único, "Un ​Homme Qui Passe". Bravo!
​Um homem maduro, pintor e somador de aventuras ​sexuais, Paul, e uma jovem, Kristen, "conhecem-se" ​sob uma terrível e assustadora tempestade, nas ​perigosas margens de uma ilha da Bretanha (França).
​É um encontro fabuloso em que, de certo modo, ambos tentam explicar-se e justificar os seus actos… Um ​encanto de argumento de Lapière, muito bem ​marcado pela arte de Dany. Tudo numa atmosfera bem ​dramática, quase violenta.
​Conselho: a ler sem perda de tempo em francês, ou talvez em necessária edição portuguesa.


COMANCHE, INTEGRAL/3 - ​Edição Ala dos Livros. Autores: Greg (1931-1999) no ​argumento, e arte de Hermann.
​Esta novel editora-BD nacional tem força e atenção ​bem apostada. Bem-haja!
​Desta vez, comemorando os 50 anos da vigorosa ​série "Comanche", a editora apostou com toda a ​consciência e galhardia, em reeditar integralmente em ​três tomos, a dita cuja série. Deste terceiro e último ​tomo (com alguns episódios inéditos), constam: "E o ​Diabo Gritou de Alegria", "O Corpo de Algernon ​Brown", "O Prisioneiro", "Lembra-te, Kentucky…", ​"O Palomino" e duas histórias em prancha única: ​"Falta de Respeito" e "Casamento Cor-de-Rosa".
​E mais: a ideia ultra positiva de reproduzirem estas narrativas de Hermann no fascinante preto-e-branco, ​donde o melhor e válido sistema de se apreciar ​devidamente o traço do desenhista, sem as fantasias ​ofuscantes de hollywoodescas cores…
​Sinceros e emotivos parabéns à Ala dos Livros!


​​​O NASCIMENTO DOS DEUSES - ​Edição Gradiva. Sob orientação do historiador Luc ​Ferry, tem guião de Clotilde Bruneau, arte de Dim D., ​Federico Santagati e Scarlett Smulkowski, capa de ​Fred Vignaux e tradução de Maria de Fátima Carmo.
​Devia ser por este tomo, mesmo no original em francês, ​que esta magnífica série devia ter começado, pois é ​a Origem. Não foi assim em França nem em Portugal, o ​que não implica que qualquer um não saiba, com o ​tempo, ordenar os tomos na sua estante…
​Muitas vezes, desde a nossa apardalada infância, que ​se aprendia que "no princípio era o Verbo" na linguagem judaico-cristã, mas lá se foi corrigindo esta tonteria para ​"no princípio era o Caos"... Pois, pois!... As prepotências religiosas, praticamente todas, coincidem de um modo ​mais ou menos fantasista e conveniente num determinado ​plano…
​Por este pertinente tomo da série "A Sabedoria dos Mitos", ou seja, "O Nascimento dos Deuses", a narrativa apaixonante ​vai do Caos até à tomada do poder no lendário Monte ​Olimpo, de Zeus (ainda relativamente jovem), como deus ​dos deuses…

Uma pergunta intrigante se impõe: se no ​princípio era o Caos, quem criou esse dito cujo Caos?!...
LB

sábado, 14 de março de 2020

NOVIDADES EDITORIAIS (193)

LA GRANDE SOUCHE - ​Edição Glénat. Autores: argumento de Sylvain Runberg, arte de Marcial Toledano e um texto de alerta, como se fosse um prólogo ou prefácio, de Fiona Bennet. É o primeiro tomo da série "Dominants".
Assustador quanto basta! Uma obra de ficção-científica, num futuro muitíssimo próximo, no decorrer deste 2020, cuja realidade feroz e desnorteante está a acontecer mundialmente com esse fatal exterminador do "Coronavírus"!...
No álbum (e série), o flagelo é outro, mas com os mesmos efeitos que a todos desnorteia: políticos, cientistas, os povos em geral. Tudo provocado por uma sinistra e medonha invasão extraterrestre, de certo modo imbatível, com a Humanidade em vias de extermínio.
​Mas será que a máxima ameaça para os humanos não é a própria Humanidade?
​É conveniente ler com atenção esta obra, e meditar ​com fria lucidez, a proposta da narrativa, mesmo que ​o vírus esteja simbolicamente representado por ​extraterrestres. Acautelem-se!


OS CINCO E A PASSAGEM SECRETA - ​Edição Oficina do Livro. Autores: Nataël (guião), ​Béja (traço) e Élodie K. Salinas (cores), segundo o ​romance original de Enid Blyton. Tradução de ​Ana Lourenço.
​Uma obra terna, mais especificamente dirigida aos adolescentes, onde o mistério, a aventura e a coragem levam os quatro jovens e o fiel e astuto cão a descobrir uma passagem secreta no solar onde estão de castigo (pois tiveram más notas escolares, excepto o cão Tim, claro).
E nesta temerária curiosidade, vão acabar por desmascarar dois safados "cavalheiros" que programavam tramar a família dos jovens.


ANDRÓMEDA - ​Edição A Seita. Autor: Zé Burnay.
Num belíssimo preto-e-branco, "Andrómeda ou O Longo Caminho Para Casa" maravilha-nos em pleno. Glória a este espantoso desenhista e argumentista nacional!
Aparentemente, a obra é confusa, seguindo um tanto à distância o mito de Andrómeda. Como se indica no álbum, todo o enredo tanto se pode localizar num tempo após o Apocalipse, como localizar-se também numa bem perdida Antiguidade.
E por aqui se combinam "mitos, lendas, terror, simbolismos e uma sofredora aventura" de um nómada, só e perdido, que apenas deseja voltar para casa, e que se angustia, sem atinar com o que lhe reserva o destino.
No entanto, o mito de Andrómeda tem tido diversas versões como as de Eurípedes, ​Pseudo-Apolodoro e Higino…
​Toda esta narrativa que, anteriormente, já foi editada ​por terras inglesas, foi por alguém considerada como ​uma obra-prima. Estamos totalmente de acordo!
LB