terça-feira, 29 de janeiro de 2019

ADEUS, ZÉ MANEL!

Zé Manel (1944-2019)
24 de Janeiro de 2019. Cerca da uma da tarde surgiu no meu telemóvel uma chamada da Isabel. Tive logo um mau pressentimento, que se confirmou quando do outro lado ela me disse: "O Zé Manel faleceu!".
Eu sabia que o Zé Manel estava bastante doente e que lutava há anos (cada vez com menos forças), tentando contrariar um epílogo inevitável. Mas, embora não fosse completamente inesperada, a notícia deixou-me abalado.
Fiquei triste, ainda que ao mesmo tempo aliviado, por saber que o Zé Manel deixara de sofrer e estava, finalmente, em paz.

Não recordo bem as circunstâncias em que nos conhecemos. Terá sido num encontro casual no Festival da Amadora ou da Sobreda, ou possivelmente na primeira vez em que ele participou num concurso de cartoon, em Moura, e aqui se deslocou para visitar o salão. 
O Zé Manel, sempre que concorreu em Moura ganhou, menos da primeira vez, em 2000, quando preferiu participar com um trabalho extra-concurso, algo que eu não entendi na altura. Mais tarde percebi que ele gostava tanto dos seus originais que não queria perde-los para a organização (como era norma do regulamento)!
A maior parte dos desenhadores que conheço são assim, possessivos e cuidadosos com os seus originais, mas o Zé Manel era, sem dúvida, aquele em que mais se acentuava essa característica.
Uma nota curiosa, para confirmar aquilo que digo, e que se repetiu durante anos, era quando o Zé Manel concorria ao Concurso de BD e Cartoon de Moura: pouco antes de terminar o prazo de entrega dos trabalhos, o Zé Manel telefonava-me e, sabendo das minhas múltiplas deslocações a Lisboa para recolher livros, exposições e cenários, pedia-me para eu recolher, também, o seu trabalho, pois não confiava nada na entrega via CTT. Dizia que, por mais protegido que fosse, o desenho poderia ficar amachucado ou até mesmo extraviar-se.
Eu, naturalmente, não me importava nada e fazia um desvio até à casa do Zé que, invariavelmente, descia as escadas do prédio e, entre dois abraços e meia dúzia de palavras, me entregava os seus formidáveis originais, pedindo-me sempre que "caso não fosse premiado" lhos devolvesse quando eu tornasse a Lisboa.
O Zé Manel, contudo, com uma única excepção (em 2000, o tal ano em que participou extra-concurso, cujo tema era "O Western"), foi sempre premiado: em 2002 (com "O Terror" como tema), em 2003 ("O Desporto"), em 2004 ("A Moura Salúquia"), em 2005 e em 2011 (ambos com tema livre). 
Participação de Zé Manel no 12.º Concurso de BD e Cartune de Moura, onde obteve uma Menção Honrosa. Posteriormente, esta banda desenhada seria incluída no (ainda disponível) álbum colectivo 
"Salúquia: a Lenda de Moura em Banda Desenhada", Ed. CM Moura (2009).
Participação de Zé Manel no 15.º Concurso de BD e Cartune de Moura, em 2011
Desde o momento em que nos conhecemos, passámos a ter um contacto assíduo, quer nos diferentes salões que ambos visitávamos, quer através de telefonemas regulares, quer ainda através do envio de cartões de Natal, um costume cada vez menos na moda na sociedade actual, como se sabe, mas que o Zé Manel fazia questão de cumprir todos os anos enviando-me postais com belos desenhos originais personalizados.
A primeira vez que eu vira um desenho do Zé Manel, contudo, fora uns bons quarenta anos antes, quando o meu pai estudava à noite e tinha como manual de francês um livro intitulado "Je Commence", de que muitos se recordarão, com certeza.
Aquele traço elegante e sedutor cativou de imediato a minha atenção e deixou-me de queixo caído, imaginando-me um dia a desenhar assim, enquanto folheava o manual, mesmo sem perceber patavina de francês.
E depois, como se não bastassem os desenhos, aquela assinatura - "Zé Manel" - era demasiado simples (e, por isso mesmo, original) para não nos ficar na memória. Um reflexo, afinal, da personalidade do próprio autor, simples e humilde também.
 
O tempo foi passando. O Zé Manel continuou a visitar o salão de Moura com regularidade até que, em 2013, foi, finalmente, alvo de uma merecida homenagem, onde recebeu o Troféu Balanito Especial. Uma bela exposição (com direito a catálogo e DVD profusamente ilustrados), comissariada pelo investigador Osvaldo de Sousa, alcançou um enorme sucesso junto do público. O próprio Zé Manel estava radiante por ter, finalmente, uma exposição e um catálogo que mostravam um panorama geral - embora necessariamente resumido - sobre a sua imensa e magnífica obra.
Esta exposição esteve, posteriormente, patente no extinto Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem, na Amadora.
Inauguração do salão Moura BD 2013, onde a exposição "Eros uma vez... o Humorista Zé Manel",
comissariada por Osvaldo de Sousa, obteve um tremendo sucesso junto do público.
Capa e contra-capa do catálogo "Eros uma vez... o Humorista Zé Manel", com
investigação e texto de Osvaldo Macedo de Sousa, Ed. CM Moura (2013)
Em 2013, no entanto, o Zé Manel já dava sinais de estar doente. Notei isso quando, no jantar de encerramento do Moura BD, lhe pedi, como habitualmente, para autografar o Livro de Honra do salão, onde ele sempre fazia questão de rabiscar uma das suas curvilíneas bonecas. Estranhamente, o Zé Manel começou a esquivar-se e a dizer que não estava inspirado. Perante o meu espanto e a minha insistência, lá anuiu e garatujou uma boneca que me deixou apreensivo pela dificuldade com que foi (não tão bem) desenhada. Percebi, nessa altura, que algo se passava mas não liguei muito, pensando ser uma situação momentânea.
Terminado o jantar, despedimo-nos e creio que foi essa a última vez que nos vimos.
Falámos mais uma ou duas vezes por telefone mas nunca mais nos cruzámos em festival algum.
Em Dezembro passado, liguei-lhe para saber como estava. Atendeu a Isabel, a esposa, que me relatou um cenário pouco animador. Fiquei de lhe ligar outra vez um dia destes. Já não fui a tempo...   

Os desenhos que o Zé Manel fez para o Livro de Honra do salão Moura BD continuam, até hoje, a manter viva a memória dos bons momentos que passámos juntos, em alegre camaradagem, na minha cidade. Por isso os partilho publicamente pela primeira vez (no meio de uma pequena selecção de fotos) como derradeira homenagem a um dos maiores humoristas gráficos que este país já conheceu.
Até sempre, Zé Manel.
Carlos Rico

Autógrafo desenhado no Livro de Honra do salão Moura BD, em 2000
Autógrafo desenhado no Livro de Honra do salão Moura BD, em 2001

Em 2002, durante a Cerimónia de Encerramento da Sobreda BD

Zé Manel, eu e o franco-cambojano Será, durante a Cerimónia de Encerramento da Sobreda BD, onde fomos homenageados, em 2002.

José Garcês, Zé Manel e Rá, durante o Moura BD 2004

Zé Manel, António Finha, Artur Correia, Flávio Almeida e Eugénio Silva,
premiados no 12.º Concurso de BD e Cartune de Moura, em 2004
Autógrafo desenhado no Livro de Honra do salão Moura BD, em 2004

Zé Manel e Susa Monteiro, premiados no
13.º Concurso de BD e Cartune de Moura, em 2005

Autógrafo desenhado no Livro de Honra do Moura BD, em 2005,
ano em que o salão comemorava 15 anos.


Com um grupo de colegas e amigos, visitando a exposição de cartunes de Agim Sulaj, durante o Moura BD 2011. De pé: Baptista Mendes, Valadas, Zé Manel, José Ruy, Leonardo De Sá, Geraldes Lino e Álvaro Santos.
Agachados: Osvaldo de Sousa, Diferr e Carlos Rico
Em 2011, recebendo mais um prémio no Concurso BD e Cartune de Moura.


Com a esposa, Isabel, e o filho Duarte, durante o almoço de confraternização do salão Moura BD, em 2013
Zé Manel, Luiz Beira, Hugues Barthe, Vassalo de Miranda, a Vereadora Maria José Silva e o Presidente
Pós-de-Mina, no Cine-Teatro Caridade, durante a Cerimónia de Encerramento do Salão Moura BD 2013.
Zé Manel, o francês Hugues Barthe e Vassalo de Miranda, homenageados do último salão Moura BD, em 2013

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

CENTENÁRIO DE UM GIGANTE: ETCOELHO (1)

Associando-se às Comemorações do Centenário de ETCoelho promovidas pelo Clube Português de Banda Desenhada (CPBD), o nosso blogue inicia hoje a publicação de uma pequena série de artigos relacionados com as exposições, que o CPBD inaugurará mensalmente, dedicadas a este consagrado vulto da BD portuguesa e europeia.
Ao ritmo de um post por mês, José Ruy deixará aqui, de relance, pequenas notas sobre cada uma das exposições que o CPBD manterá patente na sua sede até ao final de 2019, aguçando, quem sabe, o apetite aos nossos leitores para uma visita mais demorada e atenta.


A 4 de janeiro de 2019 comemorou-se o centenário do nascimento do grande autor português de histórias em quadrinhos Eduardo Teixeira Coelho, nascido na Ilha Terceira, nos Açores.
O seu aparecimento mais visível para o grande público, foi no jornal O Mosquito, em 1942, mas a sua Arte de ilustrador começara no jornal Sempre Fixe, n’O Senhor Doutor, no Engenhocas e Coisas Práticas e na Coleção de Aventuras, estas duas últimas publicações propriedade das Edições O Mosquito.
Quis a sorte ou o destino, que os nossos percursos se cruzassem sem mais separação, e nem os meridianos que durante tempo se interpuseram, o conseguiram.
É com grande carinho que neste BDBDBlogue, que os amigos Carlos Rico e Luiz Beira me facultaram, destaco o trabalho deste excecional ilustrador.
Para comemorar data tão importante para o mundo das HQ, o Clube português de Banda Desenhada estabeleceu um plano de exposições e palestras durante todo o ano de 2019, pois um Artista desta envergadura não podia ser lembrado apenas num curto período de tempo, como nos «dias mundiais de algo» que no dia seguinte já ninguém se lembra.
Como foi já divulgado neste Blogue, em cada mês de 2019 está a ser realizada uma exposição sob um tema específico abordado por ETCoelho, e foram muitos.
Em janeiro abrimos com «INÉDITOS» e é dessa exposição que vos vou dar conhecimento, a todos que não vão ter possibilidade de se deslocarem à Amadora, à Avenida do Brasil, 52A, às instalações da sede do Clube.

Estão patentes 48 quadros, alguns mesmo originais, e a parte de maior interesse são 28 ilustrações desenhadas em formato A3 para um livro de autoria de Gilda Teixeira Coelho, a História dos Dias da Semana nos diversos países da Europa.
Destinava-se a uma edição conjunta entre vários países, e o Telmo Protásio, dono da Meribérica Liber dispusera-se a editar a obra, em 1999. Mas a editora sofreu um revés com a falência da distribuidora, e entretanto o editor faleceu sem concretizar o projeto.
ETCoelho pediu-me para tentar outros editores, e deixou os originais na minha mão. Contactei vários, que ficaram a estudar o assunto, mas acabaram por não responder. E que livro belíssimo podia ter sido publicado. E ainda pode.
O seu formato seria próximo do A3, para permitir observar os pormenores de cada ilustração, em bom papel e com uma encadernação cuidada.

Achei que a riqueza dos desenhos está no preto e branco, e se fossem coloridos perderiam alguma dignidade, e transmiti esta opinião ao ETCoelho, que concordou. Além disso, tornaria a edição mais barata. Alvitrei que em vez de preto, fosse usado um sépia escuro na impressão, para ficar mais agradável, e que levasse uma sobrecarga de uma cor neutra, muito leve, que ajudasse a explicar a intensão de cada composição. Fiz um ensaio que o ETC aprovou com agrado.
 

Junto uma carta que a Gilda me enviou por essa altura.
A sugestão de título que a Gilda refere, OS NOMES DADOS AO TEMPO, foi dada pela Maria José Pereira, na altura a trabalhar na editora Meribérica.
Os elogios destinam-se aos meus conhecimentos na técnica das artes gráficas, que o ETC apreciava e confiava.
Repare-se num pormenor desta ilustração, sob a boca do leão, no sombreado conseguido com o dedo, onde pode ver-se a impressão digital de ETCoelho.
Por vezes ele utilizava este tipo de meio para conseguir efeitos.
                

As últimas imagens foram fotografadas da própria exposição pelo nosso amigo António Martinó, que gentilmente as cedeu para esta apresentação no BDBDBlogue. 

Por esta simples mostra podem verificar que não devem perder a exposição, patente até final de janeiro, pois são 28 ilustrações com esta categoria. 
Quem sabe, talvez na Cidade de Moura se possa fazer esta mostra, ainda este ano...

Estaremos de volta a descrever a próxima exposição, a inaugurar a 2 de fevereiro de 2019 na sede do Clube Português de Banda Desenhada, na Amadora, que consta: «Os Animais na Obra de ETCoelho».


José Ruy

sábado, 19 de janeiro de 2019

AS HISTÓRIAS QUE RESIDEM NA GAVETA (7) por José Ruy

Na sequência das histórias que tenho mantido na «gaveta das não publicadas», retiro agora esta, que tenho preparada há mais de seis anos.
É um tema muito trabalhado em «Quadrinhos», mas que mantém sempre grande interesse, principalmente pelo mistério que envolveu a sua extinção.
Trata-se de «Os Templários».
Por isso mesmo tentei abordar o assunto de uma maneira diferente. Conto-vos como tudo começou.
Um professor meu amigo, com quem tenho trabalhado em algumas sessões em escolas onde ele vai sendo destacado, fez-me este desafio, pois é natural de Tomar e gostaria de ver este tema tratado por mim. Isto passou-se em 2012, e nessa altura afigurou-se-me a possibilidade de publicação, por isso meti «ombros à obra».
Há muito que esta Ordem religiosa e militar me fascina, sobretudo pelo mistério que a envolve aquando da sua extinção criminosamente perpetrada por um monarca de cognome Belo, mas que de beleza de alma nada tinha.
Ao longo dos anos tenho reunido documentação, por isso foi-me fácil abordar o assunto. Imaginei um argumento, como sempre faço, de modo a envolver os factos históricos, mas com qualquer coisa de diferente do que conheço das várias versões publicadas já em Quadrinhos.
O enredo inicia-se em Portugal no princípio da nossa nacionalidade, como podem acompanhar nos esboços juntos.
Como tenho informado nos artigos anteriores faço sempre um registo destas histórias, pois normalmente o seu ciclo passa por um período de observação nas editoras e assim estou salvaguardado e à vontade ao fazer esta divulgação.
O texto, embora esteja já desenhado nos balões, estará sujeito a uma revisão por parte dos editores antes da publicação, por isso nesta fase não me preocupo muito, havendo por vezes gralhas devido à velocidade com que faço o trabalho. Não se admirem se as encontrarem.
Esta rubrica das «Histórias Residentes na Gaveta» foi inspirada na ideia do amigo Luiz Beira, coautor deste Blogue, de dar ao conhecimento do público leitor o material que os autores de Histórias em Quadrinhos têm prontas e não conseguem publicar, por uma ou outra razão.
Prontas totalmente, de modo a poderem ser publicadas de imediato.
No meu caso, estas histórias estão neste estádio de esboço acabado, antes de executar os originais definitivos a tinta da china. É a prévia planificação desenhada de toda a história, com a pesquisa indispensável e o texto já elaborado, o que para mim significa ser o mais trabalhoso. Por isso em qualquer altura posso completar «rapidamente» as pranchas para serem publicadas.
Mas tive já uma história totalmente pronta, mesmo com a cor dada nos originais, durante 8 anos à espera de editor. E de repente surgiu a oportunidade de a publicar em parceria com dois editores numa coedição. Foi «A Ilha do Futuro» levada à estampa pela «Faialentejo Editora» (dos Açores) e a «Meribérica/Liber» (do continente).
É preciso ter paciência e não desistir. 

Continuaremos no próximo artigo a publicar mais imagens e algumas informações sobre o desenrolar deste projeto.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

BREVES (66)

82 ANOS DE "O MOSQUITO"
Realiza-se no próximo sábado, 19 de Janeiro, a partir das 12:30, o já tradicional Almoço "O Mosquito", que comemora o 82.º aniversário daquela emblemática revista BD.
Tal como nos anos anteriores, o almoço decorrerá no restaurante Sabor Mineiro, na Av. José Malhoa, 16-D, em Lisboa (entre a Praça de Espanha e Sete Rios).
Os organizadores "esperam ser sempre numerosos a lembrar o acontecimento nesta já habitual grande confraternização anual para celebrar a banda desenhada portuguesa".
Quem quiser inscrever-se ou obter informações acerca do almoço pode fazê-lo para o seguinte endereço: leonardo.de.sa@gmail.com



ET COELHO INÉDITO


Continua patente na sede do Clube Português de Banda Desenhada, na Amadora, a exposição "ET Coelho Inédito".
Inserida nas Comemorações do Centenário do Nascimento de Eduardo Teixeira Coelho, pode ser visitada aos sábados, entre as 14:00 e as 18:30. 
Uma oportunidade única de ver trabalhos nunca antes mostrados em público de um dos maiores ilustradores da Banda Desenhada portuguesa.



EM JANEIRO NA BEDETECA DE BEJA...

Exposições:

De 4 a 26 de janeiro
Natureza em Contraste
Exposição de Desenho de Vilas

De 4 de janeiro a 8 de fevereiro
Nossa Senhora Flor Eterna - Ícones da Moldávia
Exposição de Bordado de Angela Machidon

De 12 a 31 de janeiro
Mostra de Fanzines
Exposição Bibliográfica na Bedeteca

De 28 de janeiro a 16 de março
Material Poético
Exposição de Banda Desenhada de Evandro Alves

Até 8 de janeiro
Aristides de Sousa Mendes
Exposição de Banda Desenhada de José Ruy

Até 26 de janeiro
Mattotti - cartazes
Exposição de cartazes de Lorenzo Mattotti

Até 13 de fevereiro
A personagem incompleta
Exposição de Ilustração de João Laia

Até 13 de fevereiro
Parte, por favor - Bilhetes de amor e outras coisas vulgares
Exposição de Desenho e Ilustração de Cristina Viana

Até 13 de fevereiro
Banda Desenhada Portuguesa - 22 autores contemporâneos
Exposição de Banda Desenhada com André Oliveira, António Jorge Gonçalves, Diniz Conefrey, Fernando Relvas, Filipe Abranches, Francisco Sousa Lobo, Joana Afonso, João Sequeira, Jorge Coelho, Marco Mendes, Maria João Worm, Marta Teives, Miguel Rocha, Mosi, Nuno Duarte, Nuno Saraiva, Osvaldo Medina, Pedro Leitão, Pedro Moura, Ricardo Cabral, Sofia Neto e Sónia Oliveira


Ateliês:

Banda Desenhada
Com Paulo Monteiro. Quartas-feiras, das 21:30 às 23:00
Desenho e Pintura
Com Isa Carolina. Terças e quintas-feiras, das 15:00 às 18:00
Ilustração
Com Paulo Monteiro. Quartas-feiras, das 21:30 às 23:00
Modelismo estático
Com Simão Matos e João Calado. Sábados, das 14:30 às 17:30


Clubes:

Jogos de tabuleiro
Com Pedro Felício. Sábados, das 14:00 às 20:00


Outros serviços:

Espaço Internet na Bedeteca - O Espaço Internet dispõe de um computador de acesso livre. Está aberto ao público dentro do horário de funcionamento da Bedeteca
Cedência de espaços para actividades - Apoio e cedência de espaços, a escolas e outras instituições, para a realização de reuniões e eventos na área da banda desenhada ou da ilustração
Apoio a alunos e professores - Apoio a alunos e professores para a realização de exposições ou outros projetos específicos na área da banda desenhada e ilustração



FALECEU ARTURO ROJAS DE LA CAMARA
Arturo Rojas de la Camara (1930-2019)
Um dos grandes autores de banda desenhada humorística do país vizinho faleceu no passado dia 8 de Janeiro, aos 88 anos.
Arturo Rojas de la Camara nasceu em Paterna (Valência), em 1930, tendo assinado trabalhos também como Rojas, Red ou Red Arthur.
Trabalhou na Editorial Valenciana, primeiro, e na Editorial Bruguera, depois, onde criou inúmeros personagens icónicos como "Cucharito", "Eustáquio, el genio de la lâmpara", "Nabucodonosor y Pio, SL", "Don Percebe y Basilio cobradores a domicilio", "Anibal" ou o agente "77-Cero a la Isquierda".
Durante um breve período de tempo, nos anos 50, escreveu novelas populares de guerra e ficção-científica que publicou com assinalável êxito nas Editoras Toray e Valenciana sob o pseudónimo Red Arthur.
Regressou às histórias em quadrinhos em 1956 publicando "Don Fradique, Hidalgo venido a pique". Pouco depois, começou a trabalhar, também, para editoras europeias (França, Alemanha...). Em 2000 publicou o seu último trabalho, "Gasolino y Piston".
Nesse mesmo ano, foi homenageado pelo Ayuntamiento de Paterna que, com toda a justiça, atribuiu o seu nome a uma das ruas do município.
  

ANIVERSÁRIOS EM FEVEREIRO




Dia 07 - Alejandro Jodorowsky (chileno)
Dia 09 - José de Matos-Cruz e Zeu
Dia 11 - Pedro Morais
Dia 14 - Fernando Santos Costa
Dia 15 - Matt Groening (estado-unidense)
Dia 20 - Sergei
Dia 21 - Luís Pinto-Coelho
Dia 25 - Eugénio Silva 
Dia 29 - Paolo Eleuteri Serpieri (italiano)

CR/LB

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

NOVIDADES EDITORIAIS (162)

FUTUROSCÓPIO - Edição Arcádia/Babel. Autor: Miguel Montenegro.
Finalmente, cá temos um recente reencontro em edição álbum, pela arte de um dos grandes (e poucos) notáveis altos valores da nova Banda Desenhada Portuguesa, ou seja, a de Miguel Montenegro.
Este álbum, “Futuroscópio”, que é um desafio e um encanto para os nossos bedéfilos, reúne várias histórias curtas elaboradas em tempos por Montenegro e já,dispersamente, publicadas. Mas assim, no bloco de um álbum, estão salvaguardadas estss criações, e daí, os nossos primeiros parabéns, não só ao autor, mas também á atenta  sensibilização da editora.
Miguel Montenegro, que em breves episódios deste tomo teve as ocasionais e belas colaborações (como desenihistas) de Rui Gamito e de Nuno Sarabando, no conjunto, baralha-nos e maravilha-nos. Nem outra glória  seria de esperar do seu talento, sendo pena que as suas “aparições” sejam raras e que ele seja tão “esquivo” a um contacto, diálogo, entrevista... Serão... ”manias”?...
Mas aqui registamos em pleno a todo o bedéfilo nacional que se preze: é obra de leitura mais do que obrigatória.
Viva Miguel Montenegro!



LES RACINES - Edição Dargaud. Autores: Fred Duval (argumento) e Emen (arte gráfica). “Les Racines” é o primeiro tomo da série futurista, Renaissance. E que bela aposta, que será um tríptico!
Por norma e à cansativa aposta, os extraterrestres são quase sempre os perigosos e tenebrosos invasores da Terra... Isto, pela Literatura, a Banda Desenhada, o Cinema e a Televisão... Talvez se exceptuem aqui, apenas, os dois magníficos  filmes, “ET” e “Encontros Imediatos do Terceiro Grau”... De resto, é quase sempre a tentativa imbecil de apavorar o povo tonto e “fácil” do nosso mentalmente vazio e estonteado planeta...
A Terra está esgotada e moribunda... por sua própria culpa!.... Pois com esta série de Duval e Emen, o tema  é precisamente o inverso: a Terra à beira do seu aniquilamento total, mas...
Mais um “suspiro” descontrolado e acabou-se  a vida neste chamado “Planeta Doce e Azul”. Seria bom que assim fosse, seria!.... Longe, no estranho Cosmos , tão afinal próximo, funciona uma confederação planetária, a Complexo, onde evoluídos e inteligentes zeladores pelo equilíbrio de todos os sistemas, decretam que se deve salvar a Terra e a vida que aí ainda vai resistindo... Belíssima proposta via Banda Desenhada!
E que tal acompanharmos este bela série que nos projecta para um futuro rasgo de esperança de toda a actual estonteada Humanidade?



LIVINGSTONE - Edition Glénat. Autores: Rodolphe (argumento ), Paul Teng (traço), Céline Labriet (cores) e orientação histórica de Christian Clot.
Incrível!... Como é repulsiva a ignorância ou a inveja conveniência “nacionalista”, tanto de ingleses como dos franceses, ante a História de Portugal (e do Mundo)!... Ingénuo e insultuoso!
Pelos “extintos impérios colonialistas”, Portugal, levianamente resistente, foi o “último”... Foi?!....
Porém, a Inglaterra (fingida de Reino Unido), a França, os Estados Unidos da América do Norte, a Dinamarca e Holanda, por exemplo breves, não mantêm ainda e hoje em dia, as suas “colónias”?!.. 
Que não se barafuste por aí, à Esquerda ou à Direita!...Encare-se a verdade!
E que não nos venham com a treta da  Escravatura!... Ela funciona, desde antanhos tempos e até hoje, em países árabes, africanos e, até, na China! Que repugnância!....
Badala-se, por aí e por aqui, que David Livingstone (um cientista um tanto sonhador e auto-sofredor) e que Robert Stanley (a  soldo dos norte-americanos!) se encontraram na imensa África! Stanley, ao fim e ao cabo, se havia encontrado e “espiolhado” em Luanda com Serpa Pinto e depois bem usou “acolhimento” de Livingstone. Este “notável”, sempre foi um safado interesseiro para glória e fortuna pessoais! Um canalha!...
Por este período de “sertanejos através da apaixonante África, com ingleses, franceses, alemães, italianos, etc, em VÃ COBIÇA, os portugueses foram também heróicos e exemplares, estóicos e sofredores gloriosos, por exemplo com Alexandre Serpa Pinto, Roberto Ivens, Hermenegildo Capelo, António da Silva Porto, e ainda entre outros bem dignos da nossa PÁTRIA, António Maria Cardoso ou Francisco Victor Córdon...
Que o BDBD seja perdoado pelas hipotéticas e involuntárias falhas!
Mas voltaremos ao “duelo”, que tem belo tema”...
LB