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terça-feira, 17 de janeiro de 2023

NOVIDADES EDITORIAIS (246)

CONTOS POPULARES PORTUGUESES - Edição Polvo. Autor: Artur Correia (1932-2018), com capa de Bruno Porto.
Esta editora está de especiais parabéns, pois está a incluir no seu catálogo obras dos nossos veteranos desenhistas. Enquanto prepara três álbuns de José Ruy, teve o bom senso de editar, em versão integral, os seis contos populares portugueses, em tempos publicados isoladamente e que estavam esgotados, sob a arte divertida de Artur Correia. Bem-hajas, Polvo!
Os textos foram escritos por Adolfo Coelho (1847-1919) e passaram à Banda Desenhada com todo o encanto e humor de Artur Correia. Uma obra (este álbum) para ler e/ou reler!...
E de Artur Correia ainda há muita obra dispersa a exigir recuperação digna em versão álbum como "Tufão", "Tufão no México", "O Filho de Robin dos Bosques", "A Ilha Encantada", "Sua Alteza nos Bastidores", "Madrepérola em Vaso", "O Moinho do Diabo", "O Pirilampo Agradecido", etc.
Artur Correia não foi apenas homenageado na Amadora, pois também o foi na Sobreda, em Moura, Viseu e Beja, pelo menos.


QUADERNI UCRAINI - Edição: Oblomov Edizioni. Autor: Igort.
É um relato-reportagem, chocante e bem dramático, cujo título original completo é "Quaderni Ucraini, Diario di Un'Invasione", pela demência ambiciosa de um tal Putin...
Quem domina, mais ou menos, o idioma italiano pode ler esta na versão original. Caso contrário, aguardemos que por cá apareça uma edição em português.
Nosso reconhecimento a Mary Bartolo Andreoli, nossa correspondente em Itália, que teve a gentileza de nos enviar um exemplar deste álbum.


O UIVO DE CIBELE - Edição Gradiva. Autores, segundo Jacques Marin: argumento de Valérie Mangin, traço de Thierry Demarez e cores de Jean-Jacques Chagnaud. Tradução de Ana Maria Pereirinha.
"O Uivo de Cibele" é o quinto tomo da magnífica série "Alix Senator". 
Kephren, o jovem filho do príncipe egípcio Enak (que aparentemente está desaparecido) e que foi adoptado por Alix, convence-se que merece a eternidade, segundo uma lenda versando a "deusa" Cibele.
E o jovem vai ao Egipto nessa busca. Profana assim o misterioso santuário, gesto terrível que, praticamente, o condena à morte...


O MONSTRO DE SUTTER CAMP - Edição Ala dos Livros. Autores: argumento de Xavier Dorison, traço de Ralph Meyer e côr de Caroline Delabie. Tradução de Paula Catalão. Um Caderno Gráfico encerra o álbum, que é o terceiro da série "Undertaken".
Uma bela e bem agitada obra com todas as jamais estafadas características do estilo "western". E cá vamos, na Europa, a singrar acocorados ao bizarro "património cultural" dos Estados Unidos da América do Norte...
LB

sábado, 1 de outubro de 2022

BREVES (110)

ARTUR CORREIA – UM MESTRE DO HUMOR

Inaugurou no passado dia 17 de Setembro a exposição de banda desenhada "Artur Correia - Um Mestre do Humor", organizada pelo Clube Português de Banda Desenhada com o apoio da Câmara Municipal da Amadora e a colaboração da Bedeteca de Beja.
Desaparecido em 2018, Artur Correia, co-criador de obras como "O País dos Cágados", "Os Descobrimentos a Passo de Cágado", "História Alegre de Portugal" ou "Esta Palavra Concelho", deixou vasta e importante obra no campo da BD e do Cinema de Animação, tendo o seu talento sido reconhecido e homenageado, por diversas vezes, numa e noutra áreas. 
Esta exposição é mais um exemplo disso e ficará patente ao público até ao dia 12 de Novembro, podendo ser visitada todos os sábados na sede do Clube, na Avenida do Brasil n.º 52, Amadora (antiga sede do CNBDI), entre as 15h00 e as 18h00.


BD PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA EM CUBA... NO ALENTEJO
A exposição "Banda Desenhada Portuguesa Contemporânea” estará patente na Biblioteca Municipal de Cuba até ao final do mês de Outubro.
A exposição, organizada pela Câmara Municipal de Beja - Bedeteca de Beja e pela Biblioteca Municipal de Cuba inclui trabalhos de André Lima Araújo, Bárbara Lopes, Bernardo Majer, Daniel Maia, David Soares, Diniz Conefrey, Filipe Andrade, Joana Afonso, Jorge Coelho, Marco Calhorda, Mosi, Nuno Duarte, Nuno Saraiva, Pedro Moura, Ricardo Venâncio, Rita Alfaiate, Rui Lacas e Sónia Oliveira.
A Biblioteca terá ainda patente a exposição bibliográfica “Uma Mão Cheia de Autores”, com obras de Alberto Varanda, Alex Gozblau, António Gomes de Almeida, António Jorge Gonçalves, Artur Correia, David Campos, Filipe Abranches, João Fazenda, José Carlos Fernandes, Luís Louro, Marta Teives, Miguel Rocha, Pedro Brito, Pedro Leitão, Pedro Moura e Sofia Neto.
Rica, vibrante, fresca e diversificada… Assim é a nossa BD!


ANIVERSÁRIOS EM OUTUBRO
Dia 02 - Joe Sacco (maltês)
Dia 12 - Siro (francês)
Dia 15 - Derradé
Dia 16 - José Carlos Fernandes
Dia 17 - Augusto Trigo
Dia 19 - 
David Rubin (espanhol) e António Jorge Gonçalves
Dia 21 - Rui Pimentel
Dia 22 - Yuri Jigunov (russo)
Dia 26 - Susa Monteiro
Dia 28 - Denis Béchu (francês)
CR/LB

sábado, 9 de janeiro de 2021

BD E HISTÓRIA DE PORTUGAL (20) - O "SEM PAVOR"

Geraldo Geraldes, o "Sem Pavor", num cromo da caderneta
"História de Portugal", com ilustrações de Carlos Alberto Santos
No século XII, em plena época da Reconquista pelas forças ibero-cristãs, existiu este senhor, Geraldo Geraldes, que se tornou famoso como o "Sem Pavor".
Personagem heróica, tanto real como envolvido em lendas, teria uma maneira de ser um tanto dada à violência e à ausência de medos ou pavores. Seria de origem nobre, no norte do Condado Portucalense, e avançou para sul onde terá comandado um bando de salteadores e respectivas actividades afins.
Para tentar escapar à justiça do nosso primeiro rei, a este se ofereceu para um apoio pleno pelo Portugal em construção. D. Afonso Henriques aceitou os seus préstimos e daí, o "Sem Pavor" e o seu bando, feitos guerreiros. Com atrevida astúcia e heroicidade, tomaram Évora (a 30 de Novembro de 1166) e terras vizinhas. Foi um dos que mais incentivaram o nosso primeiro monarca a conquistar Badajoz... que foi um desastre. Lá calha!...
Chegou, sabe-se lá com que intentos, a "mudar de campo", mas lá  tornava ao seu portuguesismo... Com esta situação, consta que D. Afonso Henriques o enviou a Ceuta em missão de espionagem, onde foi "apanhado" e executado pelos mouros almorávidas. Infeliz final para quem era um valoroso "sem pavor"!
Com uma vida destemida e temerária cheia de invejáveis e bem perigosas aventuras, bem merecia ter abordagem pelo nosso Cinema, mas...
Tem uma estátua em Valverde/Tourega e, para além da bela Praça do Giraldo em Évora, a sua imagem consta em pleno no brasão desta cidade. 
Estátua de Geraldo, o "Sem Pavor" e brasão da cidade de Évora

Armando de Sousa Pereira escreveu uma biografia, "Geraldo Sem Pavor, um Guerreiro de Fronteira Entre Cristãos e Muçulmanos", sob edição Fronteiras do Caos Editores (2008).
Porém, é a nossa Banda Desenhada que melhor o regista através de quatro (pelo menos) exemplos - 
que, parcialmente, a seguir reproduzimos - elaborados por: 

José Antunes...

"Geraldo Sem Pavor", por José Antunes (texto e desenhos), in "Mundo de Aventuras" (1.ª fase) #369 a #380 (1956)


Baptista Mendes...

"Geraldo Geraldes, o Sem Pavor", por Baptista Mendes (texto e desenhos),
in "Camarada" #14 (6.º ano) - Ed. Mocidade Portuguesa (1963)


José Projecto...

Capa e prancha de "Giraldo, o Sem-Pavor", por José Projecto, Ed. Futura (1986)

José Projecto, entretanto, enveredou pela ilustração de natureza, deixando a banda desenhada (quase) completamente de lado. Todavia, ainda acalenta o sonho de, um dia, reeditar este álbum, com texto revisto e aumentado (numa adaptação aos dados históricos actuais da vida do Geraldo), com as pranchas originais retocadas e com novas pranchas acrescentadas.
Pranchas de "Giraldo, o Sem-Pavor". Á direita, as imagens originais;
à esquerda, as pranchas já retocadas para uma nova edição


Algumas das páginas inéditas de "Giraldo, o Sem-Pavor", que José Projecto
pretende acrescentar numa eventual reedição desta obra


Por fim, a dupla Artur Correia/António Gomes de Almeida.

"Geraldo Geraldes, o Sem Pavor", por António Gomes de Almeida (texto) e
Artur Correia (desenhos), in Colecção "Super Heróis da História de Portugal".
Ed. "Correio da Manhã". Reedição: Bertrand Editora (2004)


Nota: agradecemos a José Projecto a cedência de algumas imagens para este post.
LB

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

CAPAS (10) - ARTUR CORREIA

Artur Correia (1932-2018)
Excelentemente dedicado à Banda Desenhada humorística, para além do Cinema de Animação, mestre Artur Correia (1932-2018) será, até agora, o grande talento da 9.ª Arte Portuguesa na especial e difícil vertente de bem fazer rir.
Colaborou para diversas publicações e tem alguns álbuns, quase todos esgotados. 
Mantém criações suas a aguardar a merecida e exigida recuperação em álbum...
Foi homenageado na Sobreda, Moura, Viseu, Amadora e Beja.
O seu álbum "Os Super-Heróis da BD Portuguesa" contém biografias curtas com capa própria, das quais reproduzimos algumas: "Viriato", "O Magriço", "Zé do Telhado", "O Soldado Milhões", "Aristides de Sousa Mendes" e "Salgueiro Maia", a par de outras também em tempos publicadas.
Do conjunto da obra, aqui vão aquelas que escolhemos.
LB

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

BD E HISTÓRIA DE PORTUGAL (19) - ARISTIDES DE SOUSA MENDES

Fosse este post de teor irónico e eu (LB) diria que este notável "rebelde" da História de Portugal, mesmo que involuntariamente, quis ultrapassar o nosso rei D. Sancho I, dito "O Povoador"... O certo é que o famoso cônsul português em Bordéus, foi um verdadeiro "povoador": ele e sua esposa, Maria Angelina, foram progenitores de catorze filhos (dois faleceram muito jovens)! Mesmo assim, este nosso herói também teve uma aventura sentimental extra com a francesa Andrée Cibial-Rey, que muito o amava, donde uma filha... Só algum tempo depois de ter enviuvado, é que casou com Andrée e perfilhou a filha de ambos.
Aristides Sousa Mendes
(1885-1954)

Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches, nasceu em Cabanas de Viriato (Carregal do Sal) a 19 de Julho de 1885 e, doente, amargurado e pobre, faleceu em Lisboa a 3 de Abril de 1954, assim "acabando" na nossa Pátria apodrecida...
Vertical, católico, monárquico, leal ao espírito da Pátria Portuguesa, fez tudo pelo valoroso nome do nosso País. Não actuava para a glória e vaidades pessoais, mas sempre pelo seu (nosso) País e pelo seu Bom Povo Português.
Irmão gémeo do seu sempre apoiante mano César, Aristides também singrou pela carreira diplomática e, por aqui e por ali, funcionou em Zanzibar (que era ilha-sultanato, hoje integrado na Tanzânia), Brasil, Espanha, Estados Unidos, Bélgica, até à França que o heroicizou para sempre.
Serviu, mesmo contrafeito, o regime do ditador António Salazar, até que disse: "BASTA!". E daí, toda a heróica amargura na sua vida e de sua família. Aristides foi corajosamente firme, após breves dias de sofrimento, recolhido em justa meditação, com a ajuda plena de sua esposa e dos filhos. Um exemplo!
A paranóia e total demência assassina de um austríaco (de origem judaica), o tal Adolf Hitler, ia esturrando a irrequieta Europa, sobretudo em relação aos judeus, homossexuais, ciganos, prováveis comunistas, incluindo ainda vários católicos. Que sinistro canalha! Um horror histórico na destruição da espécie humana!
Salazar, sempre teimosamente opaco (mais os seus servis "capangas"), não perdoou ou não quis compreender a muito nobre e humana rebeldia de Aristides. Apenas o "amigo íntimo" do ditador português, o cardeal Manuel Cerejeira, terá criticado com uma certa indignação, as paranóias hitlerianas...
Aristides, em plena e absoluta consciência, com astúcia, inteligência e bem atrevido humanismo, salvou milhares de vidas, "apagadas" por Hitler, por Mussolini, pelo titubeante papa Pio XII, e pelos "ambíguos" ditadores ibéricos, Franco e
Salazar...
Foi duas vezes condecorado pelo rei belga Leopoldo III. Conviveu com várias celebridades, como o escritor Maurice Maerterlick e o cientista Albert Einstein.
Pelo mundo do espectáculo, constam-nos três exemplos dignos: dois filmes, "Désobeir" (2008, França) realizado por Joël Santoni e com o actor Bernard Le Coq, e, em 2011, "O Cônsul de Bordéus", com o actor Vitor Norte e realização de João Corrêa/Francisco Manso. 


Já neste 2020, a Companhia Contracanto Associação Cultural de Nelas (Viseu), levou à cena uma magnífica versão musical, ou seja, a opereta "Aristides, o Musical", com brilhante interpretação de Rúben Madureira e a bela participação da acriz Manuela Maria, espectáculo que a RTP 2 transmitiu. Bravo!

​Finalmente, pela Banda Desenhada e/ou Ilustração, temos:
"Aristides de Sousa Mendes, Herói do Holocausto", sob edição Âncora, com a arte de Mestre José Ruy.  
Esta obra foi, também, traduzida e editada em hebraico e, em 2016, teve novas versões revistas e actualizadas, nas línguas francesa e inglesa...
 
Capa e pranchas de "Aristides de Sousa Mendes - herói do holocausto", por José Ruy (texto e desenhos),
Ed. Âncora Editora (2004)

Por deferência de Mestre José Ruy, apresentamos quatro pranchas (que actualizam o álbum) produzidas recentemente, e que se mantêm inéditas até uma posterior reedição desta obra.

Pranchas inéditas de "Aristides de Sousa Mendes - herói do holocausto", por José Ruy

Num estilo completamente diferente, "Aristides de Sousa Mendes", por Mestre Artur Correia e texto de António Gomes de Almeida, na série "Super-Heróis da História de Portugal" (sob Ed. Bertrand, em 2004/6, reeditada posteriormente pelo Correio da Manhã, em 2016).


"Aristides de Sousa Mendes", in "Super-heróis da História de Portugal 2",
por António Gomes de Almeida (texto) e Artur Correia (desenhos) - Ed. Bertrand (2006)

Pela Didáctica Editora (2011), há uma simpática biografia por Manuel Margarido e ilustrações por Maria João Clemente e pela Pato Lógico/Imprensa Nacional Casa da Moeda (2015) uma outra biografia escrita por José Jorge Letria e ilustrada por Alex Gozblau.
Capas de "Aristides de Sousa Mendes", in Colecção "Chamo-me..." -  Ed. Didáctica Editora (2011) e de "Um homem de coragem", in Colecção "Vidas Portuguesas" - Ed. Pato Lógico/Imprensa Nacional Casa da Moeda (2015)

O Panteão Nacional é o justo lugar onde Aristides de Sousa Mendes deve estar, sempre, a repousar...
LB

Nota: Agradecimentos a José Ruy pela cedência de imagens para este post.