sexta-feira, 25 de julho de 2014

PELA BD DOS OUTROS(12) - A BD DA ESLOVÉNIA

Localização da Eslovénia na Europa
A Eslovénia é uma república que antes da sua (re)independência, em 1991, fazia parte da Federação Jugoslava. 
Tem por capital Liubliana e o euro como moeda. É membro da OTAN e da União Europeia. 
Tem uma história muito rica e muito agitada também. 
Para além do idioma oficial (o esloveno), tem regiões onde há minorias que falam também o italiano ou o húngaro. 
O desporto mais praticado é o futebol, seguindo-se o basquetebol e o hóquei no gelo. No campo da Ciência, destacam-se Friderik Pregl (Prémio Nobel da Química em1923) - embora a sua nacionalidade seja também disputada pelos austríacos -, o médico Joseph Stefan, o matemático Jurij Vega, etc. 
O Cinema esloveno é também muito produtivo, donde os realizadores Janko Ravnik, Ferdo Delak e Karpo Godina, entre muitos outros. 
Na Música, destacam-se o compositor Jacobus Gallus e o violinista Giuseppe Tartini.
Ainda pelo campo da Cultura, salientam-se pela Literatura, France Preseren, Edvard Kocbek, Dane Zajc, Ivan Cankar, Vladimir Bartol, Ales Steger e pela Pintura, Anton Azbe, Ivana Kolbica, Rihard Jakopic, etc.
E chegamos enfim à Banda Desenhada. 
Por aqui, tem um notável número de valorosos autores, muito embora a 9.ª Arte eslovena seja praticamente desconhecida em Portugal... E agora se indicam alguns dos principais:
DUSAN BRESAN que, tendo emigrado para a Itália, aqui adoptou o nome de Andrea Bresciani...


Seguem-se JULES RADILOVIC...


ROMEO STRAKL...


MATJAZ BERTONCELJ...


MATEJ LAVRENCIC...

CIRIL HORJAK...


KOCO (alíás, Matej Kocjan)...



MILAN PLUZAREV...


...e, guardámos para o fim, JAKOB KLEMENCIC.
Pois Jakob Klemencic fala correctamente o português, que aprendeu por conta própria. Esteve em Portugal em 1999 no Festival da Amadora e, em 2010, no Salão de Beja. Em 2000, as edições Polvo publicaram o mini-álbum de sua autoria, "Os Anjos" (que, consta, está esgotado).
Capa e duas pranchas de "Os Anjos" (Edições Polvo, 2000)
Não seria má ideia que as nossas editoras fossem apostando, com mais frequência e sensibilidade, na BD por cá menos divulgada de outros países, sobretudo dos que pertencem à comum União Europeia.
LB
Dusan Bresan (Andrea Bresciani), Jules Radilovic, Matjaz Bertoncelj, Matej Kocjan (Koco) e Jakob Klemencic 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

BREVES (2)

FALECEU  ESTROMPA
Nascido a 8 de Fevereiro de 1942, Estrompa (José João Amaral Estrompa), de certo modo popular nos meios bedéfilos de Lisboa, faleceu a 18 de Julho deste ano. Até ao momento, desconhecemos as causas... Ao que se anunciou, foi cremado no passado dia 23. Paz à sua alma!
Em 2005 Estrompa participou com esta tira no 13.º Concurso de BD e "Cartoon" de Moura


OS AMERICANOS SÃO LOUCOS!
Pelo país das grandes balbúrdias e de algumas abomináveis manias (a pena de morte, por exemplo), para os notáveis responsáveis pelas BD's lá do sítio, tudo vale!... Assim, de uma assentada, dois gestos que tomamos como aparatosos disparates:
1 - O super-herói Thor, mudou de sexo. 'Tadito!...
2 - O Capitão América mudou de côr: passou a negro!... Como é?!... E por lá havia um bizarro e altamente exibicionista cantor negro que queria, à viva força, ser branco... Que paranóias!
Os novos Thor e Capitão América, segundo a Marvel


TINTIN NO SÁTÃO
Na Casa da Cultura do Sátão (Viseu), decorre desde 19 de Julho até 19 de Agosto, uma bela exposição sobre Tintin, organizada pelo Gicav  e pelo Arq.º António Mata, um tintinófilo de sete costados.
Uma expo a ver, com o aliciante desafio a um passeio para essas sedutoras zonas beirãs.


SOBREDA-BD... O QUÊ?!...
A Junta de Freguesia da Sobreda (Almada) deu a entender que queria "ressuscitar", e em força, os famosos Salões-BD da Sobreda (povoação que muito deve a sua projecção "no mapa" à BD). O responsável da Cultura desse organismo convocou uma reunião, de certo modo urgente, com o GBS (Grupo Bedéfilo Sobredense). Compareceram: Rá, Luiz Beira, António Valjean e Hugo Teixeira.Todos presentes na hora exacta à boa moda britânica.  Bronca: o devido responsável da J.F, da Sobreda é que não deu sinal de vida!!!... Então, como é?
LB
O Solar dos Zagallos, edifício nobre que recebeu muitas edições das Sobreda BD

segunda-feira, 21 de julho de 2014

A BD A PRETO E BRANCO (16) - As escolhas de Carlos Rico (6)

ARTURO DEL CASTILLO (1925-1992)
Nascido no Chile e naturalizado argentino, Arturo del Castillo desenhou séries como Randall, Ralph Kendall, Garrett, Louco Sexton, Larrigan, Dan Dakota ou El Cobra.
Trabalhou, também, em histórias soltas e em adaptações literárias de grandes clássicos como "Os Três Mosqueteiros" ou "O Homem da Máscara de Ferro".
Publicou em vários países europeus (Inglaterra, Espanha, Itália...) e, em Portugal, nas revistas Mundo de Aventuras, Selecções do Mundo de Aventuras, Jaguar, Jornal do Cuto...
Em 1980 recebeu o Troféu Yellow Kid no XIV Salão de Lucca (Itália).  
"Cain e Abel" (revista Super Skorpio # 147)
Prancha de "Garrett"




FRANK MILLER (1957)
Norte-americano, nascido no Maryland, este autor é conhecido e admirado pela técnica que usa: o alto contraste entre o preto e branco, sem utilização de meios tons.
A sua obra mais (re)conhecida, Sin City (adaptada ao cinema com grande sucesso) é o espelho fiel dessa técnica mas Miller desenhou, também, com grande sucesso super-heróis como Batman, Wolverine, Daredevil, Spiderman, Elektra... Para além de "300" ou "Holly Terror", outros dois casos sérios de popularidade...


Duas pranchas de "Sin City"




GIOVANNI TICCI (1940)
Italiano, nascido em Siena, tem mais de 7000(!) páginas desenhadas de Tex mas a sua obra não se esgota apenas neste emblemático personagem.
Começou a carreira em 1956 colaborando com o Studio D'ami na realização de histórias para o mercado estrangeiro. Dois anos depois, inicia uma profícua relação profissional com Sergio Bonelli, desenhando Un ragazzo in Farwest,  
Publicou nos Estados Unidos histórias de ficção científica e western em séries como Gunsmoke e Turok, sendo hoje um dos desenhadores transalpinos mais respeitados no meio bedéfilo.


Prancha de "Terra Prometida", da série Tex
Prancha de "Sei Divise nella Polvere", outro episódio de Tex desenhado por Ticci

Nota: A rubrica "A BD a Preto e Branco" será subdividida entre as escolhas pessoais de Luiz Beira (10 posts e 30 autores) e de Carlos Rico (idem), num total de 60 autores! As duas imagens que ilustram a obra de cada autor foram criteriosamente escolhidas por Luiz Beira e Carlos Rico e por esta ordem serão sempre apresentadas.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

NOVIDADES EDITORIAIS (56)

BRITANNIA - Edição Casterman. Segundo as narrativas do herói-série "Alix" sob criação de mestre Jacques Martin, "Britannia" é o 33.º tomo, com argumento de Mathieu Bréda, traço de Marc Jailloux e cores de Corinne Billon.
Júlio César tinha tanto de grandeza como de perfídia e caturras teimosias. Em guerras para apaziguar e dominar os gauleses e noutras lutas contra o seu adversário Pompeu, resolve invadir a Britannia (hoje, Inglaterra)... E agora, a ficção deste enredo: a pretexto de auxiliar o jovem príncipe britânico Mancios e de lhe devolver o trono, já como legítimo rei, em Camulodunon (actual Colchester) e dominado pelas adulações de um comerciante e intriguista gaulês, Viridoros, arrasta Alix e Enak para essa temerária aventura, esquecendo-se do vigoroso e resistente orgulho celta...
A aventura é muito interessante, com o senão da letragem ser muito pequena, dificultando a leitura pelos olhos de muito boa gente. Por sua vez, o grafismo de Marc Jailloux está correcto, não traindo o dos seus mestres Jacques Martin e Gilles Chaillet.


 
LE GRAAL - Edição Akileos. Argumento de Jordan Mechner e traço de LeUyen e Alex Puvilland. "Le Graal" é o segundo e último tomo da série "Templiers".
Embora com bastante ficção, a série relata a história  dos Cavaleiros do Templo, os Templários, agora abordando já o fim trágico que tiveram, devido ao carácter sinistro e cruel de Filipe IV de França (dito, O Belo) e à tibieza do papa Clemente V. 
Filipe IV, também conhecido como o "Rei de Mármore" e/ou  "Rei de Ferro", não olhava a meios para conseguir os seus fins. E devidamente apoiado pelo seu ministro não menos cruel, Nogaret... 
Sobretudo queria ouro e outras riquezas para continuar os suas implicativas e constantes campanhas militares. Como régio caloteiro, já devia bons dinheiros aos Templários, mas para resolver a sua desmedida paranóia, nada melhor do que apanhar-lhes tudo e liquidá-los de vez. 
Tudo isto a História regista. E no entanto, o lendário "tesouro dos Templários" jamais foi achado! Há quem afirme, pois, que esse tesoiro não era material, mas era sim o conhecimento que os Templários tinham sobre a Vida, o Mundo, o Universo...
E se estiver aqui a verdade?


 
18 MINUTES POUR SURVIVRE - Edição Bamboo (Grand Angle). Argumento de Patrice Ordas e Patrick Cothias e arte gráfica de Jacques Manini. 
"18 Minutes Pour Survivre" é o segundo tomo (ainda haverá um terceiro) da série "S.O.S. Lusitania", relatando com alguma necessária ficção e romance, um dos mais trágicos episódios nos mares do Atlântico Norte.
Decorria, em 1915, a Primeira Grande Guerra e os Estados Unidos ainda estavam neutros e aquém dos belicosos factos que decorriam na Europa (mas também em África e em zonas asiáticas). Um luxuoso paquete inglês, o "Lusitania", recheado de passageiros das mais diversas idades, ruma de Nova Iorque à cidade inglesa de Liverpool. Um navio de guerra escolta-o, mas cedo deixa o "Lusitania" à sua sorte, sob o comando do experiente e heróico William Thomas Turner. Porquê esse abandono inglês, quando se sabia que os submarinos alemães tinham indicações para torpedear qualquer barco inglês?!... E foi o que aconteceu a 7 de Maio de 1915, por acção do submarino U-20 sob o comando de Walther Schwieger. Em 18 minutos, o "Lusitania" (que afinal também levava muito material de guerra camuflado) afundou-se. Dos 2975 passageiros e 950 tripulantes, apenas 723 pessoas sobreviveram.
Nota sobre este tema: com o título "A Tragédia do Lusitânia", o "Mundo de Aventuras" (2.ª fase) n.º 449 (1982), publicou em quatro pranchas este episódio da História, com argumento de Yves Duval e grafismo de Fernand Cheneval.


KOLIA - Edição Casterman. Argumento de Valérie Lemaire e grafismo de Olivier Neuray. "Kolia" é o segundo e último tomo de "Les Cosaques d'Hitler".
Os cossacos, tradicionalmente povo-nação de muita coragem, valentia e cioso da sua independência, cedo se viram perseguidos pelas caprichosas e cruéis perseguições de Estaline, que nada ficava (nem ficou) a dever às paranóias de Hitler. No sufoco em que estavam, preferiram aliar-se ao líder nazi, então a somar vitórias... Mas Hitler perdeu a guerra e os cossacos ficaram mal, aparentemente protegidos pelos ingleses que, bem cedo e hipocritamente, os entregaram aos soviéticos. Uma canalhice imperdoável, pois os mandantes de Londres sabiam muito bem o que iria acontecer a este povo. Mais um gesto repugnante da parte dos ingleses!
Em "Kolia", sobressai sobretudo, o relato do que sofreram as mulheres e as crianças nos gulags na Sibéria.
Esta curta série é extremamente dramática, comovente e indicada para uma leitura obrigatória.

domingo, 13 de julho de 2014

DE ACTORES A HERÓIS DE PAPEL (1) - BOB HOPE

Bob Hope (1903-2003)
Há variadíssimos casos de bem divertidos comediantes que tiveram as suas graças transpostas à Banda Desenhada, com enredos originais ou com as devidas adaptações de filmes que interpretaram: Bob Hope, Jerry Lewis, Os Três Estarolas, Bucha e Estica, Abbott e Costello, Cantinflas, Totó, Louis de Funès, Oscarito e Grande Otelo, etc. Também Charlie Chaplin, mas este, pelo seu personagem "Charlot".

BOB HOPE (aliás, Leslie Townes Hope), nasceu em Londres a 29 de Maio de 1903. Ainda criança, emigrou com a família para os Estados Unidos da América do Norte, onde faleceu com cem anos, em Los Angeles, a 27 de Julho de 2003.
A sua enérgica e bem variada carreira como actor e apresentador durou de 1925 a 2001. Ganhou dois "Oscar" honorários pelas suas contribuições para o Cinema.
Precisamente pela 7.ª Arte, ficaram famosos alguns filmes como: "O Gato e o Canário", "A Minha Loira Favorita", "O Homem das Calças Pardas", "O Rei da Confusão", "O Filho do Valentão", "Safari Inesperado" e a série de sete filmes "A Caminho de..." (Road to...), onde emparceirou com Bing Crosby e a bela e sensual Dorothy Lamour (que no sétimo destes filmes, faz dela própria). Aliás, na vida real, havia uma cumplicidade e uma forte amizade entre estes três actores.
A universal popularidade de Bob Hope levou ao oportuno interesse da DC Comics a criar e publicar a revista "The Adventures of Bob Hope". Um êxito pleno não só nos Estados Unidos, mas também em diversos países anglófonos para onde a revista era exportada e vendida.
O argumentista da série foi quase sempre Arnold Drake, embora, sem garantia, também conste que um ou outro argumento tenha sido escrito por Cal Howard. Quanto ao grafismo, ele foi iniciado e por largo tempo executado por Owen Fitzgerald. Foi depois continuado por Bob Oksner, mais tarde substituído até ao fim da revista em 1968, por Neal Adams. Mas Mort Drucker também passou por aqui.
Não consta que alguma vez esta publicação tenha sido editada em português e, encontrar hoje os respectivos (pelo menos alguns) exemplares, só pelos alfarrabistas norte-americanos ou, eventualmente, em alguns países de língua oficial inglesa.
LB






quarta-feira, 9 de julho de 2014

NOVIDADES EDITORIAIS (55)

AYRTON  SENNA - A 1 de Maio de 1994, o mundo parou (e chorou) ante uma bem triste e inesperada notícia: durante o decorrer do Grande Prémio de San Marino, devido a um violento acidente, falecera, aos 34 anos, o notável campeão brasileiro Ayrton Senna da Silva. Uma notícia bem chocante! Ayrton tantas vezes vencedor, bem jovem ainda, prometia muito mais para a sua carreira. Mas as Parcas (segundo a mitologia romana) ou Moiras (segundo a mitologia grega), haviam decretado o seu inesperado fim!...
As edições Glénat publicaram agora o álbum "Ayrton Senna - Histoires d'un Mythe", com argumento de Lionel Froissard e grafismo de Christian Papazoglakis e Robert Paquet, de leitura aconselhável.
Curioso: em 2001, Felicisimo Coria (o actual desenhista de Bob Morane) na "Sobreda BD" desse ano, desabafou que tinha nos seus planos desenhar uma biografia de Ayrton Senna... Mas, ou desistiu ou Papazoglakis e Paquet passaram-lhe à frente.

LA PYTHIE - Edição Soleil. Argumento de Olivier Peru e traço de Stefano Martino. 
"La Pythie" é o primeiro tomo da série "Oracle", que comportará cinco álbuns no total.
É uma revisitação à Grécia Clássica, em especial, à sua famosa Mitologia. No entanto, há uma estranha desmistificação, mostrando os deuses bem cruéis, invejosos uns dos outros e vingativos. Uma outra e ousada versão de ver o "paraíso" do Olimpo. E no meio desta barafunda, o sanguinário rei espartano Euricrátides, que reinou de 615 a 590 antes de Cristo.
A série vai relatar as investidas e vinganças de cinco mortais contra os deuses do Olimpo.

CONSTELLATION - Edição Soleil. Argumento de Christophe Bec e grafismo de Stefano Raffaele. "Constellation" é o primeiro tomo da série "Deepwater Prison".
Num futuro não tão distante como isso (2027), a delinquência e o crime aumentaram em flecha nos Estados Unidos. As prisões estão a abarrotar...
O governo norte-americano cria então um novo modelo de prisão, instalado numa fossa abissal ao largo das Bermudas, para os detidos mais perigosos, que aqui ficam por sua conta e risco. A 900 metros de profundidade, não há qualquer hipótese de evasão, tanto mais que por ali rondam sempre umas vorazes enguias gigantes. Mas...

UN ROI VIENT DE MOURIR - Edição Glénat. Autores: os argumentistas Michaël Le Galli e David Chauvel e o desenhista Gildas Java. É o primeiro tomo da série "Alexandre: L'Épopée".
Brilhante e admirável o grafismo de Gildas Java, servindo um enredo com História, lenda e algumas especulativas ideias dos argumentistas desta obra.
Versa a vida do jovem rei Alexandre III da Macedónia, mais conhecido como Alexandre Magno (ou O Grande), magnífico e invejável estratega e político, jamais ultrapassado através da História, que foi instruído pelo sábio filósofo Aristóteles. E Alexandre tinha apenas vinte anos, mas era já bem culto e exímio nas artes bélicas, quando é coroado rei na sequência do assassinato de seu pai, Filipe II da Macedónia.
Há um desfilar de momentos de coragem, de lealdades, de intrigas (sobretudo pela tenebrosa Olímpia, mãe de Alexandre e seguidora do culto violento e debochado ao deus Diónisos), de amores (não esquecendo o intenso e mais do que favorito, Heféstion), de ambições, etc.
Este tão sedutor tomo inclui um dossiê com esboços, buscas preparatórias, um léxico completo e um mapa referencial. A ler... no mínimo, em francês!

domingo, 6 de julho de 2014

HERÓIS INESQUECÍVEIS (28) - BOB MORANE

Popularíssimo em diversos países, sobretudo nos francófonos, Bob (Robert) Morane, surgiu em 1953 na forma de romance de aventuras, pela pena do escritor belga Henri Vernes (aliás, Charles Dewisme). Em 1959. aparece a primeira narrativa adaptada à Banda Desenhada, por Dino Attanasio, "Bob Morane et l'Oiseau de Feu", no periódico "Femmes d'Aujourd'hui", antes de conhecer a versão álbum no ano seguinte.
Pela Banda Desenhada, já são mais de sessenta álbuns, pois a série continua com adaptações de romances já escritos ou com argumentos expressos pelo incansável Vernes.
Logotipo do Club Bob Morane
Através dos mais diversos cenários, uns mais exóticos do que outros, Bob Morane tem sempre como companheiro, salvo raríssimas excepções, o seu amigo escocês Bill Ballantine. Pela forte popularidade da série, há (na Bélgica) uma Avenida Bob Morane e um Clube Bob Morane.
As suas aventuras já foram adaptadas a séries de animação.
Episódio 1 da série de animação "Bob Morane"

Em finais dos anos 90, o realizador francês Christophe Gans ("Le Pact des Loups", etc), começou a preparar uma longa metragem (com actores) sobre este herói, que teria por título "The Adventurer" (a versão seria em inglês), mas a ideia... abortou.
Editoras mais diversas têm publicado (em estreia e/ou em reedições) as aventuras de Bob Morane, sempre tão entusiasmantes.


Quanto aos desenhistas, após os primeiros tomos por Attanasio, sucedeu-lhe no grafismo Gérald Forton, para mais uma pequena dose de tomos. E houve ainda a efémera e fraquíssima (foi um fiasco!) prestação para apenas dois álbuns, do jovem Frank Leclercq. De qualquer modo, Forton ainda voltou ocasionalmente à série...
Em 1967, dá-se o grande salto: mestre William Vance com o seu sempre esplêndido grafismo toma conta da série, valorizando-a notoriamente com o seu estilo e a sua arte. Depois de cerca de uma vintena de tomos, Vance passou o testemunho ao seu cunhado e ex-assistente, o espanhol Felicisimo Coria, que mantém a série numa linha espectacular e bem semelhante à do seu mestre.
Nota curiosa: tanto William Vance como Felicisimo Coria, são bem avessos a comparecer em festivais de Banda Desenhada, mas, mesmo assim, Coria teve a gentileza de estar presente no salão SobredaBD 2001.
Vernes (argumentista), Attanasio, Forton, Leclercq, Vance e Coria (desenhadores):
os autores de Bob Morane
Quanto a edições em Portugal das aventuras de Bob Morane, a coisa fia mais fina... ou pior, fia mais triste. São muito poucos os exemplos, que, curiosamente, se iniciaram na versão álbum, com apenas dois títulos editados pela Íbis em 1970: "A Espada do Paladino" e "O Segredo dos Sete Templos", ambos sob o traço de Forton. Em 1978, a revista "Flecha 2000" publicou três aventuras, sendo duas a reedição das que já existiam em álbum e mais, "O Vale das Cascavéis".
Também a edição portuguesa da revista "Tintin" publicou mais oito aventuras, cinco desenhadas por Vance e três por Coria.
"Sem gasolina em Serado", in revista Tintin (11.07.1981)
Bob Morane, personagem da invejável galeria dos heróis clássicos da Banda Desenhada, mantem-se vivo e actual. E também, a entusiasmar os bedéfilos com bom senso e bom gosto.
LB


"Bob Morane et "L'oiseau de Feu", com texto de Vernes e desenho de Dino Attanasio

"Bob Morane et la Valle des Crotales", com texto de Vernes e desenhos de Forton


"Les Murailles d'Ananké", com texto de Vernes e desenho de Leclercq


"Le Masque de Jade", com texto de Vernes e desenho de Coria

E terminamos com o Bob Morane desenhado por Vance, em duas aventuras publicadas na revista Tintin portuguesa: "O Imperador de Macau" e "Sem gasolina em... Serado".

in revista Tintin (01.12.1979)

in revista Tintin (29.12.1979)
in revista Tintin (17.10.1981)
in revista Tintin (24.10.1981)