Mais uma vez o nosso amigo romeno Dodo Nitá nos surpreendeu com esta preciosa obra que nos transporta com pleno entusiasmo pela Banda Desenhada da Europa.
E, como era de esperar, não faltam capítulos específicos em relação a Portugal: os salões-BD da Sobreda, de Viseu e de Beja, a Bedeteca de Lisboa e Paulo Monteiro (o grande líder do Festival de Beja, que já tem obra editada na Roménia).
Em notáveis passagens, também são mencionados os Salões da Amadora, de Moura e do Porto.
Quanto a desenhistas, dos quais alguns conheceu pessoalmente nas diversas vezes que veio até nós, ou outros dos quais apreciou trabalhos expostos, indica Eduardo Teixeira Coelho, Fernando Bento, José Ruy, Eugénio Silva, Artur Correia, Mara Mendes, Carlos Rico, Vítor Péon, Pedro Massano, Hugo Teixeira, Baptista Mendes, João Amaral, Luís Louro, Miguel Montenegro, Susa Monteiro, entre outros. E regista ainda outras entidades da BD Portuguesa, como: Jorge Magalhães, Geraldes Lino, Jartur Mamede, A. Dias de Deus, Luiz Beira e Leonardo de Sá.
Recorda-se que Dodo Nitá, que é o organizador do grande festival anual de BD na Roménia, já aí expôs trabalhos de Fernando Bento, José Ruy e Artur Correia, entre outros; e que numa dessas edições, fez uma grande exposição dedicada a Eugénio Silva.
Obrigado, Dodo Nitá!
LE PROCÈS DE GILLES DE RAIS - Edição Casterman. Autores, segundo Jacques Martin, grafismo de Jean Pleyers, argumento de Néjib Kacem e cores de Corinne Pleyers. É o 17.º tomo da escaldante série "Jhen", ainda inédita em Portugal.
Neste tomo se narra o processo e a execução de Gilles de Rais, bravo marechal do exército francês na Guerra dos Cem Anos, tendo combatido ao lado de Jeanne d'Arc, de quem era amigo.
Mas este destemido e implacável herói, tinha tanto de valente como foi autor de abomináveis e cruéis actos… Era doentiamente pedófilo e, depois de abusar das crianças, ela eram mortas e quase sempre queimadas. Seu amigo Jhen, sempre o tentou trazer ao bom caminho, mas em vão.
Gilles de Rais é apanhado pela justiça, com todo o ódio da Igreja Católica: não só pelas centenas de crianças de que abusou e matou, como também é acusado por ter insultado e agredido um bispo e que pactuava com o Diabo. Sem apelo nem agravo, é condenado à forca e a ser queimado vivo, o que aconteceu em Nantes a 26 de Outubro de 1440. Nesta história, seu fiel amigo Jhen (personagem fictício) não teve qualquer hipótese de salvar o herói e criminoso da execução decretada.
LE PHARE - Edição Mosquito. Autor: Joan Boix. Surpreendente e belo álbum a preto-e-branco com a arte de mestre do catalão Joan Boix.
São doze histórias curtas narradas por Jonathan Struppy. É um velho faroleiro que vive absolutamente só no seu farol, agarrando-se ao seu cachimbo, ao rum e a reler a vasta biblioteca onde se regista toda a história da sua família com notáveis lobos do mar. Jonathan, frustrado, é o único que nunca navegou. Sente que a sua vida está a chegar ao fim, com a certeza que com ele termina a saga da família Struppy, pois não tem descendentes.
Nestes relatos de aventuras no mar sedutor, em várias abordagens, a intervenção do insólito e do fantástico.
"Le Phare " (O Farol), é uma obra a não perder, de jeito nenhum.
ENSAIO SOBRE A INCOERÊNCIA ESTILÍSTICA - Edição Escorpião Azul, em parceria com o Clube Português de Banda Desenhada. Autora: Rita Alfaiate.
"Banda Desenhada, Ensaio Sobre a Incoerência Estilística" é um livro especial, baseado no estudo aturado que a autora fez, e que serviu de alicerce quase total da tese do seu mestrado na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
Um trabalho louvável e, quiçá, discutível.
LB
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