quinta-feira, 11 de novembro de 2021

NOVIDADES EDITORIAIS (228)

ROBINSON CRUSOÉ - ​Edição Levoir/RTP. Autores, segundo Daniel Defoe (1660- 1731): argumento de Christophe Lemoine e arte de Jean-Christophe Vergne. E um dossiê final por Nicole Gabet. Tradução de Júlio Cleto
Estabeleceu-se mundialmente que "Robinson Crusoé" foi o primeiro "náufrago" (pelo menos europeu) numa ilha deserta. Isto deriva do personagem fictício que Defoe criou, inspirando-se na aventura real do marinheiro escocês Alexander Selkirk que, voluntariamente, viveu de 1704 a 1709 no arquipélago das ilhas Juan Fernandez... 
O arquipélago situa-se a cerca de 600 quilómetros da costa chilena e tem a sua economia baseada na pesca da lagosta.
Teve tanto de fenomenal a história do personagem inventado por Defoe, que tal deu origem a que uma das ilhas recebesse o nome de Robinson Crusoé!... Mas é absolutamente falso que Selkirk (figura real) e Crusoé (figura de romance) tenham sido, qualquer deles, o primeiro solitário numa ilha deserta, neste caso, no Oceano Pacífico, pois cerca de dois séculos antes, houve mesmo um militar português que viveu tais agruras na ilha de Santa Helena, no Oceano Atlântico. Foi Fernão Lopes, homónimo do nosso famoso cronista. Aqui viveu cerca de 30 anos e pode ser, pois, considerado como o primeiro "Robinson Crusoé".
Teve durante muito tempo como único companheiro um galo preto que, ainda frango, caiu ao oceano e, espanejando-se, foi dar à costa da ilha. Fernão Lopes recolheu-o, tratou-o, tornando-se num fiel galo que o seguia como um cão amigo, a tal ponto que ambos figuram num selo da filatelia de Santa Helena. Na obra de Dafoe, em vez de um galo há um cão, também negro...
A ilha de Santa Helena foi descoberta em 1502 pelo navegador João da Nova. Era (e é!) território português, situação definida pelo Tratado de Tordesilhas a 4 de Junho de 1494, que estipulava que todas a ilhas descobertas ou a descobrir no Atlântico sul, seriam terras de Portugal. Ocupada até certo ponto pela Coroa Portuguesa, em 1673, num gesto hipócrita e sem vergonha, a Inglaterra invadiu o território e ainda hoje o ocupa como seu!... E Portugal, servilmente, acocora-se!...
Recentemente (a estrear em breve), a RTP produziu uma breve série com o actor Diogo Morgado no papel central, relatando a história deste nosso e autêntico "Robinson Crusoé". O que irá sair daqui?...
Esta versão em álbum-BD, é um tanto aceitável.


ENTÃO, TUDO CAI - ​Edição Ala dos Livros. Autores: argumento de Juan Diaz Canales e arte de Juanjo Guarnido. É a primeira parte de "Então, Tudo Cai", marcando o tão esperado regresso editorial versando as pesquisas do famoso "Blacksad".
Nesta situação de "bichos" em forma de gente, temos pelo menos dois heróis bem populares, mas em caminhos paralelos: o pato "Inspector Canardo", que surgiu em 1978 com autoria do belga Benoît Sokal, numa bem achada caricatura a personagens que foram interpretadas por Humphrey Bogart e por Peter Falk; e depois, o gato "Blacksad" (2000) pelo traço do espanhol Juanjo Guarnido.
"Blacksad" andava um tanto afastado, mas ei-lo que surge a entusiasmar-nos, em "Então, Tudo Cai", primeira parte de um díptico.
Aplausos plenos por esta bela ressurreição!

LB

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