Arlindo Fagundes |
De 1967 a 1974, esteve exilado em França.
Pelas artes diversas, tem um currículo bem pleno: ilustrador, capista, banda desenhista, pintor, ceramista, caricaturista, cineasta, etc. Frequentou Desenho e Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Diplomou-se em Cinema no Conservatoire Libre de Cinéma Français. Concebeu o "Manual Prático de Introdução à Cerâmica". Leccionou "Técnica de Comunicação" e "Técnicas Multimédia" na Escola Profissional de Braga e leccionou também Fotografia na Escola Calouste Gulbenkian.
Realizou alguns documentários para a RTP-Porto.
Como caricaturista, colaborou para diversos periódicos.
Realizou alguns documentários para a RTP-Porto.
Como caricaturista, colaborou para diversos periódicos.
Recebeu o 1.º Grande Prémio de Design Artesanal na Bienal de Vila Nova de Cerveira, em 1997.
Tem sido o ilustrador e capista da colecção juvenil "Uma Aventura" com textos de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada.
Algumas das capas da colecção "Uma Aventura" |
Em 2003, recebeu o Troféu Zé Pacóvio e Grilinho no Festival da Amadora e, em 2004, recebeu o Troféu Sobredão no Salão-BD da Sobreda.
O seu herói-ícone na BD é o famoso Pitanga, que figura também num selo editado em 2004 pelos Correios de Portugal. O herói Pitanga, barbeiro ao domicílio e bem aventureiro, tem dois álbuns editados pela Caminho: "La Chavalita" e "A Rapariga do Poço da Morte".
Este herói conhecerá o terceiro álbum, "O Colega de Sevilha", nos inícios de 2015. Desta vez será com côr, aplicada por José Pedro Costa.
O seu herói-ícone na BD é o famoso Pitanga, que figura também num selo editado em 2004 pelos Correios de Portugal. O herói Pitanga, barbeiro ao domicílio e bem aventureiro, tem dois álbuns editados pela Caminho: "La Chavalita" e "A Rapariga do Poço da Morte".
Este herói conhecerá o terceiro álbum, "O Colega de Sevilha", nos inícios de 2015. Desta vez será com côr, aplicada por José Pedro Costa.
Arlindo Fagundes não quis salientar nomes dos seus colegas nacionais, mas, fora da entrevista, percebemos-lhe um certo e entusiasmado brilho nos olhos ao referir-se à obra de Fernando Bento e aos primeiros tempos da carreira de Fernando Relvas... E assim foi a nossa entrevista:
BDBD - Finalmente o terceiro tomo de Pitanga, o teu herói por excelência. Porquê tanto tempo de espera?
Arlindo Fagundes (AF) - Primeiro, porque sou lento... Sempre fui. Depois, porque entre outros trabalhos, estes passam à frente da Banda Desenhada. Além disso, uma banda desenhada de ficção obriga a muita e diversa investigação, o que leva tempo.
Pitanga, o personagem ícone de Arlindo Fagundes |
BDBD - Mesmo assim, essa tua justificada demora não poderá ser também considerada como um certo tipo de traição aos olhos dos teus leitores?
AF - Creio que não... (ri-se) Eles já se habituaram a estas demoras. Para além disso, este terceiro álbum é a cores, o que implica muito mais cuidado. Cores que serão dadas pelo José Pedro Costa, que, neste sentido, já fizera uma experiência na história de prancha única, "O Paradoxo do Barbeiro".
BDBD - Como te inspiraste na criação do Pitanga? Foi na figura real do saudoso António Variações, como se diz?
AF - Tinha de conciliar várias coisas. Era preciso criar um certo herói. Um herói diferente, um herói que mexesse. Ao contrário do que se diz por aí, não foi por causa do António Variações, que só entrou depois. Mas, de qualquer modo, um barbeiro é sempre um personagem diferente. Que tem clientes, que fala com muita gente... Quando estive exilado em França, tive um colega português que, além de ser resineiro, também era barbeiro, o que me começou a despertar para forjar o Pitanga. Foi assim que, tudo junto, a figura se foi marcando.
BDBD - E o Variações como entra?
AF - O Pitanga era... é, um herói de papel. Com o Variações, ele tem um colega que é uma figura real. Isso reforçou a história. Muitos heróis de papel, como o Corto Maltese, também contracenam com personagens reais. É sempre uma boa referência.
Prancha de "La Chavalita", onde se pode observar António Variações como personagem |
BDBD - Quais os teus colegas nacionais que mais admiras?
AF - De um modo geral admiro todos. Não vou mencionar nomes...
BDBD - E dos estrangeiros, podes indicar algum nome?
AF - Sim, posso... Por exemplo, a dupla Abuli e Bernet, o Jacques Tardi, o Hugo Pratt... Claro, de algumas coisas do Jijé... Ah, devo ainda acrescentar o Edgar-Pierre Jacobs!
BDBD - Vais começar a fazer a quarta grande aventura do Pitanga?
AF - Até já tenho ideias... Mas tudo depende do tempo e (rindo-se) da esperança de vida.
E a entrevista ficou por aqui. É provável que uma nova conversa surja daqui a uns tempos.
LB
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