sábado, 11 de agosto de 2018

A ILHA DO CORVO QUE VENCEU OS PIRATAS (18)

Caros leitores do «BDBDBlogue» que têm seguido com paciência esta longa narrativa de como fui construindo a história que notabilizou a Ilha do Corvo, a mais pequena do Arquipélago dos Açores, chegámos finalmente ao ponto em que o livro depois de ser impresso e ter passado pelo «acabamento», como descrevi no artigo anterior, fica pronto para ser distribuído pelos postos de venda de todo o país.
Descrevo agora como foi o seu lançamento na Ilha do Corvo e mostro-vos imagens gentilmente cedidas pelo Ecomuseu desta Ilha e do editor da «Âncora Editora», que esteve presente.
Em cima o cartaz realizado pelo Ecomuseu do corvo e que esteve exposto em todos os sítios do lugar, para informação dos habitantes da Ilha.

No dia 13 de julho chegámos aos Açores na companhia de duas operadoras do programa «LITERATURAQUI» da  RTP 2, que já haviam estado a colher imagens no meu ateliê e fizeram a cobertura do evento ao pormenor.Do aeroporto da Horta, no Faial, partimos para o Corvo. 
O lançamento do livro foi no domingo, 15 de julho de 2018, pelas 20,30 horas locais.

Como vos expliquei nos artigos anteriores, o presidente da Câmara Municipal do Corvo teve a ideia de mandar fazer um painel de azulejos com a cena da capa do livro, para que esta história fique perpetuada nas futuras gerações, e que daqui a muitas décadas, pelo menos algum jovem pergunte: «o que é que isto representa?» e haver alguém de proveta idade que lhe explique o ato heroico do povo corvino no século XVII quando repeliu o ataque dos piratas. Palavras suas.O painel foi descerrado no local com uma vista privilegiada para a falésia onde se deu a refrega, protegido dos ventos fortes que assolam a Ilha, e benzido pelo Padre João Carlos.
A cortina foi retirada pelo presidente da Câmara José Manuel da Silva, pelo representante da Direção Regional da Cultura (que se deslocou à Ilha) e por mim.
Após esta cerimónia que levou muito povo e turistas ao local, procedeu-se ao lançamento do livro, em duas eiras comunitárias geminadas, logo acima da parede onde ficou incrustado o painel.
Infelizmente o fundador do Ecomuseu nesta Ilha, Eduardo Guimarães, que foi da ideia de eu fazer esta história em quadrinhos, não pôde estar presente devido à doença súbita de um membro chegado da sua família, que o obrigou a viajar para o continente.
Depois da apresentação da cocoordenadora do Ecomuseu do Corvo Andreia Silva, falaram o presidente da Câmara, o representante da Direção Regional da Cultura e o editor da Âncora sendo eu o último. Projetei um PowerPoint onde resumidamente mostrei as diversas fases da execução da história. O Sol estava no ocaso e a diminuição da luminosidade facilitou a projeção.
Ao terminar, esbocei articular uma frase e fui interrompido por um estrondo ampliado pelas colunas de som, que surpreendeu a assistência, não a mim, que estava dentro do que ia acontecer. Imediatamente a seguir, da assistência ouve-se um grito: «OS CATALUNHOS! VÊM AÍ OS CATALUNHOS‼!».
Era uma teatralização baseada no argumento do livro. «Catalunhos» era o nome dado pelos corvinos aos piratas, no século XVII.
Misturados pela assistência, as corvinas e os corvinos que me serviram de modelos para as personagens, diziam as frases que escrevi no livro. A surpresa foi geral, pois tudo isto fora ensaiado na sexta feira e no sábado, uma ideia da cocoordenadora do Ecomuseu, pessoa dinâmica e com uma capacidade de trabalho impressionante.
Cada personagem ia seguindo numa folha, a sua deixa para intervir na altura certa. A Andreia Silva fizera uma gravação com sons, que ia interpondo nas diversas cenas, como o ribombar dos canhões das naus, o estalido dos disparos dos mosquetes dos piratas, ou o ruído das pedras a rolarem pela falésia com que os corvinos se defendiam.
Resultou muito bem.
Seguiu-se uma sessão de autógrafos que ultrapassou em muito a centena, e por isso se prolongou pela noite que descia nas eiras. A Câmara Municipal ofereceu um exemplar do livro a todos os que estiveram presentes.
Alguns turistas estavam deliciados pois não esperavam assistir a um avento como este naquela Ilha, a mais pequena dos Açores, mas muito rica em acolhimento e encanto. Um deles disse-me que tinha a «Peregrinação» que fiz em Quadrinhos e estava surpreso em encontrar-me tão longe.

Entretanto houve provas de doçaria feita com «JUNÇA». No século XVII era o alimento dado aos porcos, mas os corvinos na sua pobreza moíam e faziam pão, que apresentava um aspecto negro. Hoje em Espanha e no Brasil, a «Junça» é comercializada atribuindo-se-lhe muitas propriedades.

Este livro está a ser distribuído pela Direção Regional de Cultura pelas Câmaras Municipais de todas as nove ilhas do Arquipélago, e pelas suas Bibliotecas Públicas e escolas. No continente, é a Âncora Editora que garante a colocação em todos os postos de venda.
O meu editor, que foi convidado a estar presente neste evento, sensibilizado com a hospitalidade e simpatia dos corvinos, resolveu oferecer à Biblioteca Municipal e ao Ecomuseu do Corvo, uma coleção de livros de minha autoria e de outros colegas.

Agora uma chamada de atenção para um pormenor que achei delicioso e vou partilhar convosco: as garrafas de água que estiveram na mesa do lançamento e que também foram distribuídas pela assistência, tinham um rótulo muito original.

Reparem que é parte da capa do livro. Para observarem melhor, junto-o planificado.

São os desenhos de alguns dos corvinos e corvinas que se prestaram a figurarem como personagens, com o título do livro como uma marca de água, quase como «marca d’água». Foi mais uma maneira simpática de divulgação. Ideia do Ecomuseu do Corvo. Parabéns Andreia, Ana e Bruno! Viva o CORVO!

Esta história não termina aqui, é apenas o fim de uma etapa, para então começar a verdadeira vida do livro; a minha posição de apoio continua, com apresentações e sessões de autógrafos, como quem acompanha os filhos mesmo depois da idade adulta.

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Na véspera, sábado dia 14 de julho, as pessoas que me serviram de modelo para as personagens, estiveram a ver os originais que levei comigo.

Ainda tive tempo para fazer alguns croquis muito rápidos, enquanto a equipa da «LITERATURAQUI» colhia imagens.
Mostro apenas estes dois para não sobrecarregar o artigo.


Boa leitura e obrigado pela atenção que dedicaram a estes artigos.
Um obrigado ao BDBDBlogue pela abertura do seu espaço.
José Ruy
Julho de 2018

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