sábado, 7 de abril de 2018

NOVIDADES EDITORIAIS (144)

ANTIGONE - Edição Glénat. Autores, segundo a orientação de Luc Ferry, tem como argumentista Clotilde Bruneau e arte de Giuseppe Baiguera.
É mais um tomo da série “La Sagesse des Mythes” e inspirado na famosa tragédia homónima de Sófocles.
Principais personagens: Antígona e sua irmã Isménia (filhas de Édipo e Jocasta), Creonte (tio de ambas e cruel ditador da cidade-estado de Tebas), Eurídice (esposa de Creonte), Hémon (filho destes e noivo de Antígona) e o adivinho cego Tirésias.
Por todo o cruel argumento, paira o intenso dramatismo das famosas tragédias da Grécia Clássica: os irmãos (de Antígona e Isménia) Eteócles e Polínices, morrem numa luta fratricida, pois ambos queriam o trono de Tebas.
Creonte tinha simpatias por Eteócles e decreta que este tenha o funeral honroso e tradicional, e decide que quem quer que seja que dê sepultura a Polinices, seja condenado à morte.
Antígona revolta-se ante esta injustiça e, já condenada a ser emparedada, atira-lhe frontalmente a sua célebre frase: “Nasci para amar e não para odiar!”. Em vão!... Tirésias alerta Creonte para o erro que está fazendo, mas quando o rei cai em si, já é tarde: Antígona enforcara-se  na gruta-cárcere onde estava encerrada e Hémon, sabendo disto, suicida-se tal como sua mãe Eurídice, ao saber da morte do filho...


O ATENEU - Edição Polvo. Autor: Marcello Quintanilha, segundo a homónima obra de honra do romancista brasileiro Raul Pompeia.
O tema é tão agressivo como terno e denunciante, centrado num ríspido e famoso colégio interno para rapazes, onde tudo pode acontecer... É um tema que outras vezes na Literatura já foi abordado. Lembram-se, ao acaso, os romances, “Colégio de Rapazes”, de Carmen de Figueiredo, e “As Amizades Particulares”, de Roger Peyrefitte. Não são obras convergentes, mas os assuntos destes três romances são marcadamente paralelos...
“O Ateneu” de Raul Pompeia já teve outras adaptações à Banda Desenhada, mas com esta versão de Quintanilha (que já esteve num dos festivais-BD de Beja e que reside em Barcelona), a obra ganha e encanta com um novo fôlego. Se a firmeza da arte de Marcello Quintanilha é incontestável, nota-se neste seu peculiar empenho o convite para uma leitura obrigatória.
Que se esqueçam os “Tio Patinhas”, os Mangá e/ou os Super-Heróis (que o tresloucado do Donald Trump deve adorar...) e que se aposte na leitura bedéfila que tem 100%  de qualidade!...


LE MIRAGE ITALIEN - Edição Delcourt. Autores: argumento de Thierry Gloris, traço de Jaime Calderon e cores de Felideus. É o primeiro tomo da série “Valois”.
A grandiosa época histórica da Renascença teve tanto de bela e grandiosa (nas Artes) como de sinistra, nas ambições e aberrantes crimes.
E, por esta série, tudo se indica com alta classe gráfica, tendo como fio condutor a amizade e a rivalidade dos heróis de ficção, o francês Henri Guivre de Tersac e o catalão Blasco de Vilallonga.
De resto, estão lá as batalhas impiedosas, os assassínios “por conveniência”, as furiosas ambições políticas, tanto de lado da França como do Vaticano, sem esquecer os hipócritas climas sexuais...
E todos à mistura, como que numa bizarra e repulsiva orgia, lá estão os Bórgia, os Della Rovere e a variada nobreza francesa toda bem desaguisada... Que delícia!
“Valois” é mais uma vigorosa e bela série a ler e a acompanhar com uma apurada atenção.
LB

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