quarta-feira, 4 de abril de 2018

A ILHA DO CORVO QUE VENCEU OS PIRATAS (14)


Continuamos a descrever como está a ser realizado o painel de azulejos com o desenho inspirado na capa do livro em Banda Desenhada, a editar em breve, e que o BDBDBlogue tem vindo a acompanhar desde os primeiros passos.
Neste artigo mostramos a operação de aplicar a imagem nos azulejos previamente preparados para isso.
Damos agora a palavra ao técnico Mário Duarte, da «Cerâmica da Praia», dos Açores.

«Após a fase anterior, os azulejos estão preparados para receber a imagem.
Não sendo necessário para nós num processo normal de trabalho, neste caso, para os leitores do BDBDBlogue terem uma noção da dimensão do trabalho envolvido na fase de impressão (a mais morosa), estendemos todas as folhas impressas sobre a superfície dos azulejos (sem as cortar antes da estampagem). Como se devem recordar, este trabalho teve 19 planos de impressão (verificável na contagem das folhas nos azulejos sobre a mesa - ver o artigo anterior. No lado esquerdo da imagem o 19.º plano está cortado em dois, mas constitui um só plano). Desses 19 planos, sendo a imagem original a 2 tons de azul dá as tais 38 películas, e respetivos suportes, necessárias para a execução do painel, que referi ao longo da explanação do processo de trabalho.
A numeração dos planos que aparecem nas fotografias, é retirada durante a estampagem ou desaparecem quando da cozedura.
Agora começa a magia…
As folhas de impressão são finalizadas com um produto que permite a fixação e transferência da imagem quando são mergulhadas em água. Nós usamos a água a uma temperatura determinada, consoante a idade dessas folhas impressas - vulgarmente chamadas decalques.
Neste processo - depois da imersão na água, num tempo que a experiência permite perceber - a imagem separa-se do papel (a base na impressão) e com alguma prática e perícia é estendida sobre a superfície de cerâmica a cobrir - neste caso, o azulejo.
É a experiência repetida, a correção e compreensão dos tempos próprios deste processo que permite que não se destrua todo o trabalho anterior executado (ver imagens seguintes).
Mas será no próximo artigo que poderão ver essas imagens que o nosso amigo Mário Duarte, da azulejaria, nos faz o favor de mostrar.
Não percam!
José Ruy
março de 2018

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