A Ilha do Corvo (Açores) |
A Ilha do Corvo é a mais pequena
e a que está situada mais ao Norte do Arquipélago dos Açores, sendo talvez a
mais isolada da Europa. Tem uma área de 17 quilómetros quadrados e é formada
por um só vulcão.
Foi descoberta por volta de 1450,
mas o seu povoamento só se iniciou no século XVI, por não ter um porto seguro.
A sua linha costeira é extremamente rochosa formada por falésias escarpadas. Os
bancos de areia e recifes sempre constituíram um perigo para a navegação.
Era com frequência assolada por
piratas, que em certa época a utilizavam como refúgio, exigindo dos corvinos
assistência aos seus barcos e alimentação em troca de «proteção».
Mas no século XVII os ilhéus
fizeram frente a um forte ataque de 10 naus turcas vindas da Argélia, o que deu
origem a uma história fantástica, que o vigário nessa altura a residir na Ilha
passou a escrito, sendo logo pouco depois impressa em folheto avulso. Parece
tratar-se de um dos primeiros documentos históricos redigidos na própria Ilha
do Corvo.
O documento, que chegou aos
nossos dias, é este:
E é este acontecimento que o
coordenador do Ecomuseu do Corvo, Eduardo Guimarães, me desafiou a fazer em
Banda Desenhada, numa iniciativa apoiada por várias entidades para materializar
este projeto. São elas a Biblioteca Municipal do Corvo,
Câmara Municipal do Corvo, Santa Casa da Misericórdia do Corvo e a Direção Regional da Cultura.
Mas ao tomar conhecimento
de como viviam os corvinos no século XVII propus-me, para além de narrar o
acontecimento criar um romance, conseguindo assim a oportunidade para mostrar a
situação tão desprotegida da população, cuja sobrevivência era uma verdadeira
epopeia.
E assim nasceu «A Ilha do
Corvo, que venceu os Piratas».
Mostro a seguir a segunda prancha
ainda só esboçada, remodelada com o resultado da minha deslocação à Ilha,
devido aos novos elementos que ali colhi.
Durante a permanência nessa
acolhedora Ilha do Corvo, a equipa do Ecomuseu assinalou a minha atividade no
local de uma maneira curiosa e cheia de humor, também à maneira de Banda
Desenhada:
Tal como eu, os corvinos
divertiram-se com este arranjo gráfico, e realmente participaram calorosamente,
como vos contarei neste local, nos próximos episódios.
José Ruy
30 de janeiro
de 2016
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