A Legião Estrangeira, a francesa (porque houve e talvez ainda exista a espanhola... bem mais violenta), sempre foi um fascínio e/ou um fantasma romântico da Literatura e do Cinema. Só isso, para fazer pulsar paixões de todo o género, mas sem força de qualquer verdade na crueza plena do seu autêntico realismo. É que a Legião Estrangeira é só para homens de acentuada virilidade e de coragem absoluta, pois senão...que a tal ninguém se arrisque.
Muito e muito, quase mais que as areias do deserto, se tem escrito e descrito sobre a valente Legião Estrangeira. Valente, briosa e honrosa!
Pois é por esta força de Honra e do seu conotado romantismo, que aqui nos focamos agora.
O tema de “Beau Geste” tem apaixonado assolapadamente, sobretudo escritores e cineastas, não se escapando também a outras vertentes artísticas. E pela Banda Desenhada, para além de inúmeras outras apostas, citamos apenas dois exemplos, talvez os mais conseguidos:
HENRY C. KIEFER , que desenhou para a publicação “Classics Illustrated”, depois com esta sua versão editada em português, no Brasil, na “Edição Maravilhosa” #47, em 1952.
"Beau Geste", por Henry C. Kiefer (in "Edição Maravilhosa", #47, 1952)
Capa de Antonio Euzébio
FERNANDO BENTO, exímio artista da BD Portuguesa, nesta sua adaptação aprimorou-se com uma das suas criações de honra que até foi, em devido tempo, editada na Bélgica, pelo menos em edição flamenga. Em Portugal, a versão foi editada semanalmente no “Cavaleiro Andante” do #1 ao #52. Posteriormente, em 1982, surgiu em álbum, hoje esgotado, pelas extintas edições Futura. É urgente
ler ou reler esta versão-BD!
1) A este tema, a Legião Estrangeira e extra-Beau Geste, pela Banda Desenhada, outras duas obras importantes: “Sob Duas Bandeiras” de Ouida e grafismo de Maurice Del Buorgo (em “Obras-Primas Ilustradas” #5), e “Palo Quiri” por José Garcês, que foi publicada em “Titã” (1955), “Mundo de Aventuras” (1980) e “Jornal de Almada” (1994).
2) Dos inúmeros livros-crónicas, salientamos duas obras de peso: “Doze Anos na Legião Estrangeira” de Sidney Tremayne e tradução de Frederico Carvalho, sob edição Livraria Clássica Editora-1936, esgotado; e “Chegar É Já em Si Bastante” de José da Câmara Leme, sob edição Bertrand-1966.
3) Pelo Cinema e afins, pois há por aí muita fantasia para fazer facilmente sonhar, suspirar e... algumas versões até, para fazer rir. Para ver e esquecer!
3) Pelo Cinema e afins, pois há por aí muita fantasia para fazer facilmente sonhar, suspirar e... algumas versões até, para fazer rir. Para ver e esquecer!
Nosso habitual agradecimento aos apoios prestados por Carlos Gonçalves e a José Manuel Vilela.
LB
As palavras de Luiz Beira, repassadas de entusiasmo e de vibração saudosista por um tema que nos apaixonou a todos em miúdos, sobretudo depois de vermos no cinema a versão interpretada por Gary Cooper no papel de "Beau Geste" e de lermos no Cavaleiro Andante a magnífica adaptação de Fernando Bento, omitiram, julgo que involuntariamente, uma obrigatória menção à obra original, escrita em 1924 por Percival Christopher Wren, que reviveu os mesmos personagens noutros romances sobre a Legião Estrangeira, como por exemplo "Beau Sabreur" e "Beau Ideal", adaptados também ao cinema.
ResponderEliminarCreio que é de toda a justiça evocar a memória deste prolífico escritor inglês, que serviu também, ao que parece, na Legião Estrangeira e contribuiu em larga escala, com o êxito dos seus livros, para fazer dela o símbolo heróico e romântico que ainda hoje atrai muitos homens de todas as nacionalidades às suas fileiras.
Quanto às versões em BD também só conheço estas duas, sendo a do nosso Mestre Fernando Bento inegavelmente a melhor sob todos os pontos de vista, embora muito influenciada pelo filme de 1939, realizado por William Wellman, com Gary Cooper, Ray Milland, Robert Preston e Brian Donlevy nos principais papéis. Um filme que ficou na história do Cinema e que muitos consideram superior a todas as outras versões de "Beau Geste", incluindo a primeira, realizada ainda na época do "mudo" (1926), com Ronald Colman como protagonista, versão essa que nunca vi.
Um grande abraço,
JM
Caro Jorge
EliminarMuito obrigado pelo sempre tão apreciado comentário.
Não foquei as obras que citas do sr. Wren, pois não consta que elas existam em BD, e muito menos por algum desenhista português nessa eventualidade. De qualquer modo, este post é exclusivo para o “Beau Geste”. Os livros citados no Rodapé não são romances, mas registos das respectivas vivências dos seus autores. Quanto a filmes, também vi esse com o Gary Cooper, bem como um outro, em paródia, “A Mais Louca Aventura de Beau Geste” (1977), com Marty Feldman, Michael York e Peter Ustinov.
Um grande abraço
Luiz Beira
Caro Luiz,
ResponderEliminarTambém possuo na minha biblioteca esses dois romances biográficos que citas, de Sidney Tremaine e José da Câmara Leme, que são fundamentais para um melhor conhecimento da Legião Estrangeira, despida dos mitos e fantasias em que a envolveram, tantas vezes, o cinema, a literatura e até a banda desenhada. Quanto a P. C. Wren, não podemos esquecer que foi ele o autor de "Beau Geste", embora hoje seja um autor menos popular do que Rider Haggard, Stevenson ou Salgari. Relativamente aos outros livros que escreveu sobre a Legião Estrangeira (e foram muitos), também não conheço nenhuma adaptação em BD. Mas nunca se sabe...
Um grande abraço,
Jorge Magalhães
Caro Jorge
EliminarMais uma vez, muito grato pela tua opinião.
Um abraço
Luiz Beira