LES FRÈRES ENNEMIS - Edição Glénat. Autores: Clotilde Bruneau no argumento, Pierre Taranzano (traço), Stambeco (cores) e capa de Fred Vignaux. Primeiro tomo (de três) da narrativa "Gilgamesh", da colecção-série "La Sagesse des Mythes", sob atenta e histórica orientação de Luc Ferry. Parece-nos, contudo, que o título deste tomo, "Les Frères Ennemis" (Os Irmãos Inimigos) é errado/ou falso… Mas, vamos com calma!
Desta vez, nesta magnífica série através da Mitologia (até agora, a Grega), há um intervalo e viajamos até à Mitologia da lendária Suméria. Ao que vai constando, foi na "fossilizada" Suméria que nasceu o alfabeto que hoje, no geral, usamos...O deslumbrante livro "A Epopeia de Gilgamesh" (quem terá sido o autor?!…), é considerado como o primeiro romance escrito (em sumério ou acádio). Esta apaixonante e misteriosa obra terá mesmo influenciado e/ou inspirado, desde esses tempos, a Mitologia Grega e "A Bíblia"... Ser calhar, até foi...
A vida épica de Gilgamesh, tanto está na pressuposta "prosa", como nos poemas alusivos e nos registos lendários de tradição oral. Mistérios da história da Himanidade "culta"!
Este herói, histórico-lendário, foi rei e guerreiro e também, um cruel déspota, considerado como um semi-deus. Teve uma furiosa luta com Enkidu, de início considerado seu rival, mas cedo tornado seu irmão e/ou seu amigo íntimo... São
ambiguidades intensas!...
Gilgamesh sofreu e desesperou-se tanto com a morte de Enkidu, como depois aconteceu com Aquiles e a morte de Prátoclo e, mais tarde, com Alexandre (o Grande) com a morte de Heféstion...
Um fio terrível e condutor: porquê a vida, se não há a imortalidade? Porquê a inevitável morte?!....
Por esta cativante e discutível série, por este tema, após mais bem aguardados dois tomos, saberemos qual é a versão de mestre Luc Ferry.
MR. TUFIS IN BUCHAREST - É um mini-álbum, em versão inglesa, "The Misadventures of Mr. Tufis in Bucharest", da autoria e bom senso de humor, de Ionut Popescu (nosso antigo e admirado amigo romeno). Estranhamente, esta publicação não indica o editor!...
No entanto, a arte e as ironias de Popescu estão lá.
É um conjunto de episódios, baseados quase todos na vivência do emigrante holandês Michael Busch (dito, "Tufis") em Bucareste. Bem divertido!
Recordamos que Ionut Popescu, foi o primeiro desenhista romeno a ser editado em português: em 1994 e em 1996, respectivamente, no "Almada-BD Fanzine", edições do extinto GBS - Grupo Bedéfilo Sobredense.
LE RÈGNE DES BORGIA / 1 - Edição Glénat. Autores: argumento de Simona Mogavino, arte de Alessio Lapo e dossiê final der Bernard Lecomte. É o primeiro tomo do diptico "Alexandre VI", da sértie "Un Pape Dans l'Histoire"
O catalão Rodrigo Borgia foi o terrível e escabroso Papa Alexandre VI. Quase nada cristão (nem coisa que o valha!), foi guloso por dinheiro e sexo e todo o tipo de excessos prazeres, orientando todos os sinistros crimes, só para se manter no seu trono papal.
O Vaticano, é certo, cedo virou as costas aos vitais ensinamentos de João Baptista e de Jesus Cristo e, salvo raríssimas excepções, foi sempre uma ávida e desbragada volúpia de luxúria e de um despachar para o outro lado da Vida quem espirrase num sentido oposto.
Em relação a Portugal, teve um gesto simpático ante a querela entre o rei espanhol Fernando II de Aragão e o rei português D. João II, aceitando as exigências do nosso monarca para a firmação do Tratado de Tordesilhas (a 7 de Julho de 1494). Talvez, como catalão que era, não "fosse muito à bola", tal como os portugueses, às venenosas veleidades imperialistas do Reino de Castela. Terá sido isso?!…
Rodrigo Bórgia (ou Alexandre VI, Papa) teve várias amantes, era fogoso inimigo do italiano Giuliano Della Rovere (futuro papa "terrível", Julio II) e foi pai de quatro filhos "oficiais": César, Juan, Lucrécia e Geofre. Das outras diversas paixonetas, terá tido prováveis, mais quatro descendentes... Isto, de castidade pelas igrejas cristãs (sobretudo a Católica Romana), é só a aviar em conspurcada fantasia.
Aguardemos o seguinte tomo, segundo e último desta breve e corajosa série.
OS CINCO E A ILHA DO TESOURO - Edição Oficina do Livro. Autores: argumento de Nataël e arte de Béja - pai e filho, de nacionalidade francesa - seguindo a obra da famosíssima escritora inglesa Enyd Blyton (1897- 1968).
O Vaticano, é certo, cedo virou as costas aos vitais ensinamentos de João Baptista e de Jesus Cristo e, salvo raríssimas excepções, foi sempre uma ávida e desbragada volúpia de luxúria e de um despachar para o outro lado da Vida quem espirrase num sentido oposto.
Em relação a Portugal, teve um gesto simpático ante a querela entre o rei espanhol Fernando II de Aragão e o rei português D. João II, aceitando as exigências do nosso monarca para a firmação do Tratado de Tordesilhas (a 7 de Julho de 1494). Talvez, como catalão que era, não "fosse muito à bola", tal como os portugueses, às venenosas veleidades imperialistas do Reino de Castela. Terá sido isso?!…
Rodrigo Bórgia (ou Alexandre VI, Papa) teve várias amantes, era fogoso inimigo do italiano Giuliano Della Rovere (futuro papa "terrível", Julio II) e foi pai de quatro filhos "oficiais": César, Juan, Lucrécia e Geofre. Das outras diversas paixonetas, terá tido prováveis, mais quatro descendentes... Isto, de castidade pelas igrejas cristãs (sobretudo a Católica Romana), é só a aviar em conspurcada fantasia.
Aguardemos o seguinte tomo, segundo e último desta breve e corajosa série.
OS CINCO E A ILHA DO TESOURO - Edição Oficina do Livro. Autores: argumento de Nataël e arte de Béja - pai e filho, de nacionalidade francesa - seguindo a obra da famosíssima escritora inglesa Enyd Blyton (1897- 1968).
Da sua obra imensa, que escreveu educativamente, agora em português pela BD, a mais do que célebre série "Os Cinco". Enyd Blyton foi incansável e imparável a escrever. Teve até, pela sua obra e pela sua escrita, o ideal de sempre proteger e defender as crianças e os animais.
Neste primeiro tomo de uma série que bem promete, ficamo-nos por aqui, no nosso sincero aplauso à devida editora.
Neste primeiro tomo de uma série que bem promete, ficamo-nos por aqui, no nosso sincero aplauso à devida editora.
LB
Dois bons titulos de BD ligada à Hist´ria... lá fora ainda rende e vende.., cá dentro parece que andamos com algum receio de apostar. Bom trabalho. abraço.
ResponderEliminarCaro Amigo
EliminarTens toda a razão. Há um estranho enigma ante a ausência de temas históricos na nossa Banda Desenhada! Nos tempos das saudosas revistas "Diabrete", "O Mosquito", "Cavaleiro Andante" e/ou "Falcão", elas ainda apareciam sob o traço de grandes vultos nossos, como: Eduardo Teixeira Coelho, Vítor Péon, Fernando
Bento, José Garcês, José Antunes, José Ruy, José Manuel Soares, etc. Há ainda, os "esquecidos" Vassalo de Miranda, Augusto Trigo e o Eugénio Silva. Agora, é a pasmaceira!
Um abraço
Luiz Beira
Como bem diz o Carlos Almeida, por cá existe o receio de apostar em obras de cariz histórico, como sejam a primeira e a terceira obras indicadas. Os editores não apostam, com receio de receberem de volta ao armazém as obras postas no circuito de venda; os leitores portugueses também não apostam, pois estão mais sensibilizados para apostarem no euromilhões e placard, onde esbanjam economias com a mira (mais miragem até) no pote de ouro e de serem "excêntricos".
ResponderEliminarUm abraço para o Carlos Almeida, o Luiz Beira e o Carlos Rico
Caro Santos Costa
EliminarComo já respondi ao Carlos Almeida, é um estranho enigma tal ausência, e sou solidário com a vossa indignação. Há obras que, bizarramente, nunca foram adaptadas à BD, como por exemplo: "O Bispo Negro" de Alexandre Herculano, "O Arco de Sant'Ana" de Almeida Garrett, "A Última Corrida em Salvaterra" de Rebello da Silva, "A Estrela de Nagasáqui" de Campos Júnior, etc, etc. É "milagre" quando a História aparece na nossa BD. No entanto, alguns usam o mesmo tema, como por exemplo: "A Morte do Lidador" por E.T. Coelho, José Pires e José Garcês; ou, "A Dama Pé-de-Cabra" por José Garcês e Augusto Trigo… Enfim!...
Um abração do
Luiz Beira