ÉDIPO - Edição Gradiva. Autores: segundo a orientação (e não só) do historiador Luc Ferry, tem guião de Clotilde Bruneau, arte de Diego Oddi, côr de Ruby, capa de Fred Vignaux e tradução de Maria de Fátima Carmo. É um álbum da preciosíssima série "A Sabedoria dos Deuses".
Fundamentalmente e pela "lenda de Édipo", este tomo é baseado nas tragédias de Sófocles, "Édipo-Rei" e "Édipo em Colona", famosíssimas e muito representadas no mundo e por todos os tempos. Em 1718, o francês Voltaire, estreou-se na dramaturgia escrevendo uma tragédia homónima, e em 1960, o nosso saudoso Bernardo Santareno, glosou à sua maneira este tema, com "António Marinheiro ou
O Édipo de Alfama", que foi alto êxito num palco lisboeta.
No Cinema, destacam-se dois filmes "Édipo-Rei": em 1967, com realização de Pier Paolo Pasolini, com Franco Citti (Édipo), Silvana Mangano (Jocasta) e Julian Beck (Tirésias); e em 1968, realizado por Philip Saville, com Christopher Plummer (Édipo), Lili Palmer (Jocasta) e Orson Welles (Tirésias).
Mas afinal quem é este Édipo, personagem central e tão marcante numa sinistra e tremenda crueldade programada pelo Destino?!…
Pelo Ensino (em vários tipos) conta-se de raspão e resumidamente, que ele "matou o pai, casou com a mãe e teve um fim trágico"!!… Não é bem assim que se devem citar estes bizarros e repulsivos factos… Entra aqui a eterna confusão, sempre discutível, das forças do Destino com o seu fatalismo a cumprir e o ingénuo Livre Arbítrio do homem. No dossiê final deste álbum, há que ter em conta o texto bem pertinente de Luc Ferry, onde tudo isto é posto em causa. Atenção, pois!
Édipo foi sempre um inocente perseguido e martirizado. A origem da "maldição" recai em seu pai biológico, o rei Laio de Tebas, casado com Jocasta.
O Édipo de Alfama", que foi alto êxito num palco lisboeta.
No Cinema, destacam-se dois filmes "Édipo-Rei": em 1967, com realização de Pier Paolo Pasolini, com Franco Citti (Édipo), Silvana Mangano (Jocasta) e Julian Beck (Tirésias); e em 1968, realizado por Philip Saville, com Christopher Plummer (Édipo), Lili Palmer (Jocasta) e Orson Welles (Tirésias).
Mas afinal quem é este Édipo, personagem central e tão marcante numa sinistra e tremenda crueldade programada pelo Destino?!…
Pelo Ensino (em vários tipos) conta-se de raspão e resumidamente, que ele "matou o pai, casou com a mãe e teve um fim trágico"!!… Não é bem assim que se devem citar estes bizarros e repulsivos factos… Entra aqui a eterna confusão, sempre discutível, das forças do Destino com o seu fatalismo a cumprir e o ingénuo Livre Arbítrio do homem. No dossiê final deste álbum, há que ter em conta o texto bem pertinente de Luc Ferry, onde tudo isto é posto em causa. Atenção, pois!
Édipo foi sempre um inocente perseguido e martirizado. A origem da "maldição" recai em seu pai biológico, o rei Laio de Tebas, casado com Jocasta.
O Oráculo de Delfos dedicado ao deus Apolo, tinha indicado que Tebas seria sacrificada e que o filho mataria o pai e casaria com a mãe.
Mal ele nasce Laio manda que um servidor o abandone no monte Citerião, onde ele morreria ou seria devorado pela feras. Não foi! Um pastor recolhe a criança e entrega-o a uns homens do reino de Corinto, onde os monarcas (Pólibo e Mérope), que desejavam e não podiam ter filhos, logo o adoptaram e o criam e educam como príncipe herdeiro.
Todavia, nunca as situações foram resolvidas pelas certezas humanas, mas sim pelos incompreensíveis caprichos do Destino… Édipo, vindo a saber deste amargo Oráculo, escapa-se para evitar tais crimes… Dirige-se a Tebas e, pelo caminho, trava um duelo com uma pequena comitiva, matando quase todos, entre eles o rei Laio (que ele não sabia que era o seu verdadeiro pai). Prossegue e vence e extermina a terrível, mortal e enigmática Esfinge.
Mal ele nasce Laio manda que um servidor o abandone no monte Citerião, onde ele morreria ou seria devorado pela feras. Não foi! Um pastor recolhe a criança e entrega-o a uns homens do reino de Corinto, onde os monarcas (Pólibo e Mérope), que desejavam e não podiam ter filhos, logo o adoptaram e o criam e educam como príncipe herdeiro.
Todavia, nunca as situações foram resolvidas pelas certezas humanas, mas sim pelos incompreensíveis caprichos do Destino… Édipo, vindo a saber deste amargo Oráculo, escapa-se para evitar tais crimes… Dirige-se a Tebas e, pelo caminho, trava um duelo com uma pequena comitiva, matando quase todos, entre eles o rei Laio (que ele não sabia que era o seu verdadeiro pai). Prossegue e vence e extermina a terrível, mortal e enigmática Esfinge.
Aclamado herói e rei, cedo acaba por casar com a viúva Jocasta, donde resultam quatro filhos: Antígona, Isménia, Esteócles e Polínices. Porém, Tebas não tinha chegado ao fim do que estava divinamente decidido. O Oráculo é-lhe repetido.
O pastor que o recolhera e o rescapado da escaramuça que matou Laio, tudo confirmam, mais as palavras sabedoras do adivinho cego, Tirésias: Édipo é o verdadeiro filho de Laio e de Jocasta!... É a hecatombe de todo um horror!
Jocasta enforca-se. Édipo, cega-se e, no seu exílio deambulante e implacável, decretado por seu tio Creonte (irmão de Jocasta), agora rei de Tebas, parte um tanto à deriva, apenas acompanhado e guiado por seu filha Antígona, que jamais o abandona, vindo a morrer em Colona, sob a aquiescência benévola do rei de Atenas, Teseu.
Édipo, sem qualquer culpa, sofreu de um modo bem caro, a maldição fatal que fora proclamada sobre Laio. É aqui que está o início de toda a tragédia, não explicada nem por Sófocles nem por Luc Ferry. Aí vai: Laio, quando jovem nobre e por certas circunstâncias, foi protegido por Pélope (rei de Pisa). Porém, Laio, sem pensar e ultrapassando-se, apaixonou-se perdidamente pelo adolescente Crísipo (filho do seu protector), que o repudia. Então, rapta-o e viola-o (o que consta numa certa tragédia de Eurípides). Crísipo suicida-se e Laio foge para Tebas, onde… onde a tragédia vai prosseguir…
Para quem não sabe, pederastia e pedofilia, são coisas bem diferentes, pois a pedofilia era sempre condenável, enquanto a pederastia era aquela ligação conveniente e oficialmente apoiada, onde o "erastes, o adolescente, TUDO ia aprender com o adulto ou "eromenos". Mas sempre com um acordo mútuo.
Laio não aceitou a recusa de Crísipo... e do que aconteceu, o deus Apolo largou
o seu furor.
Édipo, apanhado neste terrível anátema, acabou por ser um pobre sofredor com horrorosas angústias. Bem procurou fugir ao fatalismo, mas…
Obrigado, Gradiva, por esta obra-BD!
Creio que pertence à opereta "José do Telhado", mas, não há por aí um bonito fado que canta "ninguém foge ao seu destino"?!... Será?...
O pastor que o recolhera e o rescapado da escaramuça que matou Laio, tudo confirmam, mais as palavras sabedoras do adivinho cego, Tirésias: Édipo é o verdadeiro filho de Laio e de Jocasta!... É a hecatombe de todo um horror!
Jocasta enforca-se. Édipo, cega-se e, no seu exílio deambulante e implacável, decretado por seu tio Creonte (irmão de Jocasta), agora rei de Tebas, parte um tanto à deriva, apenas acompanhado e guiado por seu filha Antígona, que jamais o abandona, vindo a morrer em Colona, sob a aquiescência benévola do rei de Atenas, Teseu.
Édipo, sem qualquer culpa, sofreu de um modo bem caro, a maldição fatal que fora proclamada sobre Laio. É aqui que está o início de toda a tragédia, não explicada nem por Sófocles nem por Luc Ferry. Aí vai: Laio, quando jovem nobre e por certas circunstâncias, foi protegido por Pélope (rei de Pisa). Porém, Laio, sem pensar e ultrapassando-se, apaixonou-se perdidamente pelo adolescente Crísipo (filho do seu protector), que o repudia. Então, rapta-o e viola-o (o que consta numa certa tragédia de Eurípides). Crísipo suicida-se e Laio foge para Tebas, onde… onde a tragédia vai prosseguir…
Para quem não sabe, pederastia e pedofilia, são coisas bem diferentes, pois a pedofilia era sempre condenável, enquanto a pederastia era aquela ligação conveniente e oficialmente apoiada, onde o "erastes, o adolescente, TUDO ia aprender com o adulto ou "eromenos". Mas sempre com um acordo mútuo.
Laio não aceitou a recusa de Crísipo... e do que aconteceu, o deus Apolo largou
o seu furor.
Édipo, apanhado neste terrível anátema, acabou por ser um pobre sofredor com horrorosas angústias. Bem procurou fugir ao fatalismo, mas…
Obrigado, Gradiva, por esta obra-BD!
Creio que pertence à opereta "José do Telhado", mas, não há por aí um bonito fado que canta "ninguém foge ao seu destino"?!... Será?...
LB
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